Essa é só uma história sem pé nem cabeça que eu escrevi durante uma aula muito deprimente. E ficou Neville porque eu o amo e ele não é o melhor aluno de Hogwarts então se encaixa bem. Temos isso em comum. Mesmo assim espero que gostem.


Esconderijo

A vontade de voltar pra casa vinha toda noite antes de dormir. E sempre a cada aula de poções ou feitiços ou aquela terrível primeira aula de voo – que lhe rendeu um braço quebrado e uma noite insone na enfermaria – se sentia inútil um squib (aborto). E a cada brincadeira dos sonserinos, cada fracasso nas aulas, cada ponto que perdia mais acreditava que ali não era o seu lugar.

Queria voltar mais não podia. Sua vó não o perdoaria, isso se o aceitasse de volta. Sentia o peso de tudo que seus pais foram, da coragem que tiveram e do que eram agora confinados no St Mugos. Ele não se sentiriam orgulhosos dele, mas eles sequer lembravam dele.

Chorou de novo, escondido num canto da estufa dois. Algumas plantas se agitavam balançando pequenos frutos azuis nas pontas de seus galhos quando Trevor desaparecia entre os canteiros, para reaparecer novamente em outro ponto entre as folhagens.

Trevor encontrara esse lugar pra ele. Quase ninguém aparecia por lá fora do horário de aulas, nem mesmo o Filch ou Madadme Nora, apenas a professora Sprout, mas depois da terceira vez em uma mesma semana que o encontrou encolhido entre os ramos desistiu de mandá-lo de volta a torre da grifinória e passou a lhe dar o que fazer enquanto estivesse lá : borrife essa planta, adube aquelas semetes, proteja essas do frio.

Neville gostava de ficar entre as plantas, se sentia útil e elas nunca o julgavam , não riam dele. Podia sempre ficar sozinho nas estufas, desde que cuidasse bem das plantas que estavam lá. E ás vezes até falava com elas e mesmo que não respondessem se sentia bem com isso. Se imaginava com os pais daquela forma, cuidando deles como viam os enfermeiros fazendo, mas a avó sempre estava lá e lhe diria para não ser tão bobo, eles não eram crianças.

Ron lhe disse para enfrentar as pessoas, sua avó lhe diria para ser mais corajoso e ele era da grifinória, mesmo não entendendo por que. Não se sentia corajoso, mas as plantas crescendo bonitas sob seus cuidados lhe mostravam que não era de todo inútil.