Ato 1: The Thin Line Between Love and Hate
"There's a thin line between love and hate
Wider divide that you can see between good and bad
There's a grey place between black and white
But everyone does hane the right to
Choose the path that he takes"
( Iron Maiden)
Quando Lílian entrou na sala de Dumbledore, não deixou de mostrar um certo espanto em ver tantos 'convidados' de fora da escola. Alguns aurores conhecidos dela, outros que ela soube depois que eram representantes de embaixadas, e, porque não, o Ministro da Magia.
- Não estranhe a nossa "reunião especial" ser nesta sala, Evans... – sorriu Dumbledore – Mas ás vezes Hogwarts é mais seguro que qualquer outro lugar da Bretanha.
- Que houve? – perguntou, despreocupada.
Um dos homens, de boina e bigode escuro grosso, chegou bem perto dela, quase lhe tocando com o nariz:
- ESTA é sua arma secreta, senhor Alvo Dumbledore? – gemeu o homem, parecendo preocupado – É... uma garota! Não deve ter vinte anos!
- Ela é uma das minhas armas secretas. – sorriu simplório. – A outra arma deve chegar em breve ao Ministério.
- Espero que a outra metade valha a pena. – retorquiu, voltando para seu lugar.
- Não subestime a pequena Evans, senhor Mannuel. Garanto que ela é o melhor Auror que já conheci.
- Bondade sua. – sorriu Lílian.
- Eu até convidaria a senhora para se sentar, mas... já estamos de saída. – disse o professor – Nas carruagens conversamos.
Já dentro das conhecidas carruagens de Hogwarts, os convidados, o diretor e os aurores seguiam para o Ministério. Na carruagem de Dumbledore iam Lílian e o tal Mannuel, além do ministro.
- Espero que saiba o que está fazendo. – resmungou o ministro, aparentemente suando de nervoso.
- Acalme-se. – pediu o professor, tranqüilo – Bem... Lílian. Recebemos uma espécie de 'pedido de socorro', vindo do governo português. Algo de estranho está acontecendo em um pequeno vilarejo bruxo, no litoral, e os bruxos competentes não estão certos do que possa ser. Um de nossos aurores estava na região, e sugeriu que o governo pedisse para que nós enviássemos alguns Aurores Supremos para tentar ajudar os moradores a se livrarem dos... fantasmas.
- Fantasmas? – riu Lílian.
- É. Fantasmas. Ou não. – sorriu o professor. – Por isso resolvi pedir sua ajuda.
- Senhor... – voltou a dizer Mannuel – Não duvido da sua competência, Alvo Dumbledore, mas... mas... essa garota é mesmo uma dos melhores Aurores Supremos?
- Aurores Supremos são minha elite particular de aurores, senhor Bandeira. – orgulhou-se o professor – E não tenho dúvidas de que Lílian Evans, a garota que está na sua frente, é a mais poderosa dentre eles.
- Vi homens enormes com o título de Auror Supremo. – tentou justificar-se – e não acredito que ela seja mais forte que eles.
- Hum... no ministério você entenderá, senhor Bandeira. Lílian é, sem dúvida, a bruxa mais poderosa dessa geração...
- E a "outra arma"? Você disse que a "outra arma" está vindo da prisão de Azkaban. Pode provar que essa arma não seria mais poderosa que essa garota?
- Não, meu caro Mannuel Bandeira... porque a "outra arma" só está em Azkaban... porque nossa pequena Lílian Evans a enfiou lá.
Lílian piscou algumas vezes, antes de falar:
- A "outra arma"... o senhor diz... que é...
Dumbledore sorriu, e não falou nada. Mas seu sorriso denunciava que, sim, Lílian sabia quem era a arma.
- Não acho... que seria boa idéia, professor. – sorriu Lílian, encabulada. – O senhor sabe...
- Está vendo? – exclamou Mannuel – Até ela está desconfiada!
- Lílian, não há com o que se preocupar. Se alguma coisa sair do controle... você estará lá para resolver.
- Se o senhor diz...
Ao chegarem ao Ministério, todos foram para uma das salas de julgamento no Departamento de Ministérios, numa sala circular, com várias cadeiras em forma de platéia e o centro vazio. O piso era todo em tacos de madeira, bom como as mesas e cadeiras, que tinha almofadas vermelhas. As paredes eram de pedra.
- Por favor, sentem-se. – Pediu o ministro, que começou a falar aos bruxos – Aceitamos o pedido de ajuda de vocês e estamos enviando um grupo de pesquisadores e de aurores, que o professor Dumbledore escolheu pessoalmente. – Em seguida ele virou para o bruxo, um pouco apreensivo – Apesar de eu realmente duvidar de sua escolha, Dumbledore.
- Não se incomode com isso.
Nessa hora os portões de madeira da sala se abriram, e por ela entraram dois grandes homens encapuzados, arrastando alguém preso com pesadas correntes nos pés e nas mãos, e rosto também coberto. Eles se aproximaram dos bruxos que estavam no centro do salão e pararam.
- O que significa isso? – perguntou Mannuel, parecendo ofendido.
- A segunda arma. – sorriu Dumbledore. – Podem soltá-la, cavalheiros.
Os homens tiraram as pesadas correntes da pessoa, que caiu de joelhos, exausta. Em seguida tiraram-lhe o capuz, revelando ser uma jovem magra, suja, com cabelos negros longos e imundos, e rosto de pele clara, com o nariz fino e olhos com os de uma cascavel, sem vida em meio á tanta sujeira.
- ...Outra garota? Isso é... ultrajante! – protestou Mannuel.
- Não é qualquer garota.- sorriu Dumbledore, simpático.
A tal prisioneira parecia não ter fôlego nem mesmo para erguer a cabeça, até erguer o olhar bater os olhos violetas em Lílian, que brilharam ao vê-la.
- Liiiiiiiiliaaaaaaann...!
Como um animal selvagem, a jovem urrou e avançou feroz contra Lílian, que tranqüilamente fez um movimento de meia lua com a mão direita e lançou a prisioneira no ar, fazendo-a cair de costas no chão, metros atrás da auror.
Do chão, a jovem se contorceu, gemendo de dor. Lílian, simpática, agachou-se e a cumprimentou de ponta cabeça, olhando-a no chão:
- Eu também senti sua falta, Leah.
- ...Maldita... cretina... – gemeu a prisioneira entre os dentes - ...Eu ainda pego você, sua filha da puta...
Dumbledore se aproximou das duas, enquanto a prisioneira se erguia, cambaleante:
- Muito bem, agora que estamos completos... podemos começar a tratar do assunto principal e nos preparar para a partida.
- Partida o escambau. – xingou Leah - Não vou a lugar nenhum sem antes tomar banho e comer tudo que não comi nesses dois anos infernais enfiada naquela merda de Azkaban.
- A propósito, Leah... – sorriu Dumbledore – Que bom ver que esses anos não tiraram seu particular jeito adorável de se expressar.
Manuuel parecia realmente bravo de ter que levar uma prisioneira naquele estado pra seu vilarejo:
- Quem... ou o quê é essa garota?
- Esta é Leah Málaga, senhor Bandeira. – apresentou Dumbledore, pondo as mãos no ombro da prisioneira – Ex-colega de escola de Lílian... e ex comandante dos exércitos de comensais de Lord Voldemort.
Mannuel mexeu os bigodes:
- Vol... Voldemort? Quer dizer... aquele que...
- Este mesmo. – interrompeu – Ela acompanhará Lílian nessa missão.
- Não me importo quem vocês enviam. – resmungou o português – Só me importa a segurança do vilarejo.
- Perfeitamente, senhor Mannuel Bandeira. – concordou Dumbledore, para depois voltar a olhar as duas garotas – Muito bem, Leah... você sabe que, acompanhando e ajudando Lílian, o ministro aceitou diminuir sua pena em alguns anos.
- Pra quem pegou prisão perpétua em Azkaban... eu tenho que agradecer essa porcaria? – riu debochada, coçando o cabelo na altura da nuca – Porra... acho que peguei piolho. –e virou-se para Lílian - Bom... o único motivo que me fez aceitar participar desse negócio... é a oportunidade de poder chutar tua bunda, Lílian. Pisar e massacrar você como se fosse uma baratinha. Escutou?
- Cada um com seu gosto. – sorriu Lílian – Se você gosta de sonhar alto e apanhar de mim, que vou fazer?
- Você duas terão tempo de conversarem e matarem as saudades na viajem. Não se preocupem. – avisou Dumbledore, parecendo particularmente contente de ver as duas juntas, mesmo que se alfinetando. – No caminho escutarão a história do senhor Bandeira. E você, Leah, terá seu banho, e seu jantar.
N.A 1: A Fantasma do Navegante foi uma fic curta que fiz às pressas pra participar do concurso de fanfics do ano passado (ou antes, num lembro) no Fanfiction Festival, em São Paulo. Cheio de erros e com uma história completamente fraca e "ua" (Universo Alternativo), acabei ficando na laterninha, porque os jurados odiaram. Hehehehe. Curiosamente, no mesmo festival, eu enviei o primeiro capítulo da EdD Saara, e tirei primeiro lugar em duas categorias, entre elas, como a de maior pontuação geral, levando o prêmio especial. Isso despertou a ira de muitos R/Hs que inscreveram suas fics e, mesmo sem conhecer a Saara, quiseram anular a votação porque "a Espada dos Deuses era muito grande" . Com uma resposta seca, os jurados disseram que a Saara se encaixou nas exigências do concurso e que se um capítulo da fic foi suficiente para vencer, foi porque mereceu. infelizmente, não faço idéia de quem foram os jurados. Mas gostaria de poder agradecer eles. hehe.
N.A 2: Essa fic é ambientada no Capítulo das Trevas, mas NÃO faz parte da cronologia nem do CT nem da EdD. É um "universo alternativo" dentro do universo quase alternativo da EdD.
N.A 3: Mas ela serve pra matar a curiosidade de quem quer saber como era a relação Leah x Lílian, bem como agradar quem gosta da P.O mais cretina, idiota e cara de pau da série original.
N.A 4: Espero que a Fantasma agrade, ao menos, os que já são fãs e conhecem o estilo EdD de ser. '
