N/A- Essa fic contem cenas de violência, abuso, sexo etc.

Shipper - DM/HG, SS/HG e qualquer um que minha mente doentia quiser colocar com a Hermione.


Desfilava pelo salão escuro como se fosse seu salão. Altiva. Debochada. Olhava aqueles vultos com total indiferença. Aquele não era seu mundo. Não continuaria ali por muito tempo, não agora que tinha um plano. Não agora que conhecia a saída e sairia do inferno.

O vestido preto mal cobria os bicos dos seios. A frente única os amassava levemente e deixava-os sensuais no decote profundo. Estava acostumada e até surpresa por ver-se coberta. Ainda.

Desviou o olhar do que não queria ver. Não queria vê-los. Sabia que há essa hora sua amiga estaria cultuando um defunto e essa era a hora dela. Todo dia.

Queria que ele a olha-se, mas era sempre assim. Avistava-a e sorria debochado como se o banquete da noite estivesse chego, mas ele nunca comia. O viu desviar o olhar e sabia que outro se aproximava. Sentiu uma mão áspera apertar-lhe o seio e não virou o rosto pra ver quem era. Eram todos iguais sempre. Qualquer comensal que fosse era imundo igual. Um segundo corpo colou-se atrás de si e começou a beijar-lhe a nuca e seus olhos vítreos, continuavam fixos no louro do outro lado do salão. Ele nunca olhava e isso intrigava. Só ele não olhava.

A platéia só não era maior por que pelos gritos dolorosos, vindo de algum lugar perto, anunciava que Harry estava dando seu show. O morto ressurgia.

- É assim que você gosta sabe-tudo? – Um puxão bruto nos seus cabelos fez sua visão focar-se no homem a sua frente. Ele olhava fixamente na indiferença dos olhos amendoados e parecia se excitar mais. Invadiu o corpo sem cerimônia e continuou puxando o cabelo pra que ela não desviasse o olhar. Eles sempre faziam assim. Queriam que ela visse quem estava fodendo com ela. Quem era superior a ela. E todos eram.

Sabe-tudo era melhor que sangue ruim. Indiferente pra ela. Necessário pra eles. Ninguém fode uma sangue sujo.

Gozou no mesmo instante em que ela simulou um gemido e deu lugar ao outro que quase arrancava com as mãos seu seio esquerdo. Esse foi mais rápido. Estava embalado com os gemidos em volta. Agora parecia que todos estavam transando. Era um bom sinal. A festa acabaria logo e poderia confirmar o que queria. Se suas suspeitas tinham fundamento.

Levou alguns minutos limpando-se e ajudando Gina a voltar pra cela. Quase a arrastou. Odiava quando ela sucumbia a Harry. As mordidas deixam marcas de sangue por todo corpo e ela saia quase desmaiada. Acabaria com isso logo. Sua amiga não sofreria mais.


Um ano antes

- Esse é seu presente de iniciação Draco. - Apontou para algo que se debatia no centro da cela úmida. De onde estava não distinguia o que era com exatidão, mas ao dar mais alguns passos uma mulher amarrada numa cadeira era perceptível. Draco instantaneamente cobiçou o corpo esguio, coberto por uma renda fina e projetado de maneira estranha na cadeira; quase deitada com as penas levemente abertas. Lucio sorriu. Um sorriso ambíguo pela ganância do herdeiro e pela ingenuidade da juventude. – Não toque. – O estralo que a varinha com ponta de metal, fez na mão do loiro ecoou com o urro de indignação de Draco. Odiava quando seu pai o tratava como moleque.

Lucio continuava indiferente e quando falou, após uma pausa olhando o corpo se debater; foi com um interesse explicito. – Essa é uma presa especial. – Contornou a mulher devagar. – Talvez a mais difícil de capturar e a mais interessante de domar. – Puxou o capuz que ocultava a face e Draco prestou mais atenção enquanto Lucio sorria diante da incredulidade do filho. Não podia ser ela.

- Interessante não? Também fiquei surpreso quando soube. Essa espécie é muito difícil de encontrar. Eles se escondem bem. – Lucio olhava fixamente pra garota, como se a desafiasse a questioná-lo. Arrancou com brutalidade a fita que cobria a boca dela, vendo os olhos marejarem de dor. – Fala alguma coisa sangue ruim, e nos contemple com sua voz impura. – Riu. Uma gargalhada doentia.

Draco olhava cada milímetro do corpo perfeito. Das aureolas rosadas a barriga definida. Olhou-a nos olhos e a raiva que exalava deles o fez sorrir. Vira aquilo tantas vezes.


- Que curioso a sabe tudo de volta a festa. Não se satisfez ainda Granger? – A voz arrastada, gelando levemente sua nuca; ainda a fazia arrepiar. E odiava isso. Não o queria tão perto essa noite.

- Não que eu lhe deva explicação Malfoy. – Um doloroso fisgar na nuca e estava com o corpo colado ao dele, e a excitação do loiro era visível com a proximidade. Estado físico constante. – Mas se está curioso, tenho alguém me esperando sim. – Agora dobrava o pescoço da castanha para traz, tamanha força com que puxava seu cabelo.

- Não sabia que seus serviços podiam ser solicitados exclusivamente? Que eu saiba, usa quem quer. – Subiu a mão pela coxa exposta, alisando suavemente. Hermione relaxou o corpo, pois sabia que ninguém estava olhando. Ele nunca se aproximava quando alguém estava olhando.

- Ele está me esperando Malfoy. – Olhou indicando o homem sentado no bar, brincando com as pedras de gelo, mergulhadas no líquido âmbarado. Draco a soltou bruscamente e resmungou algo onde as únicas palavras que foram distinguíveis foi Snape. Saiu dando as costas e sumindo em seguida. Hermione sorriu debochada. Snape tinha tudo.

Caminhou sensualmente até o bar, sentando ao lado dele. Severus continuou bebendo como se não houvesse ninguém ao seu lado. A cortina de cabelos nanquim cobria parcialmente seu rosto; tornando sua figura ainda mais sinistra. Hermione se impacientou e tirou-lhe o copo. Severus sibilou alguma ofensa e a encarou com seus olhos tão negros quanto seu ser.

Odiava quando ele fazia isso e ele sabia. Era o único que sabia. Estava esperando desde a semana passada quando ele não veio e não trouxe. Não podia fazer isso com ela. Não com ela.

- Por que não veio semana passada? Você sabia que eu ficaria sem, Snape. – Não o olhava desde que ele a encarou. Era absurdamente insuportável olhar Severus quando ele olhava assim. Só um olhar era pior e ela não gostava de pensar nisso.

- Não acho que esteja me cobrando uma satisfação e é por isso que vou lhe responder. Não vim por que não quis. Agora saia daqui que não estou afim. – O sangue da castanha gelou. Ele não podia ir embora. Ela precisava dele.

- Desculpa Snape, por favor. Eu imploro se quiser, mas não me deixe assim. Por favor. – Estava suplicando com as palavras e com os olhos perdidos com quais os olhava agora. – Por favor.

- Não repita essa estupidez novamente Granger. – Levantou-se e bateu levemente na capa preta de viajem que ainda usava. – Vamos. – Hermione levantou e seguiu-o prontamente. Suspirou aliviada por ele ter ficado. Idiotice afrontá-lo e não deveria se esquecer. Nunca.

Entraram no quarto reservado especialmente pra ele. Nunca dormia na mansão do Lord, mas seu quarto estava sempre arrumado. Jogou a capa na poltrona em frente à lareira e tirou os sapatos. Morcego era albino diante das vestes de Severus. Camisa, calça, meias, lençol. Tudo era negro como sua alma. E todos sabiam. Ela sabia.

Manteve-se de pé escorada na porta, até ser chamada. Não faria mais nada que pudesse irritá-lo. Observou atentamente o ritual do homem que parecia mais obscuro do que de costume. Mais cansado.

Severus era jovem apesar da idade. Tinha um corpo másculo, viril. Ao contrario do que diziam na escola, tinha um cheiro peculiar de hortelã com ervas. Bom. Muito bom como tudo que fazia e trazia.

Ele era o melhor deles, o melhor de todos eles em ambos os lados. Jogou-se de frente pra lareira e quando a chamou parecia menos áspero.

- Granger?

- Sim...

- Me faz relaxar.

Hermione andou até ele, se postando atrás e com as mãos ágeis; pressionou a nuca e as têmporas com destreza, numa massagem relaxante e contínua. Severus fechou os olhos e se permitiu descansar. Deslizou as mãos para o pescoço e ombros, vendo-o soltar o ar pela boca. Contornou a poltrona e sentou-se no colo dele, subindo as mãos pelo tórax e desabotoando a camisa, alisou os poucos pelos negros que contrastavam com a pele sem cor. Tão cúmplices.

Sussurrou no ouvido dele.

- Severus, eu preciso. – Ele esticou os lábios num sorriso de canto e ainda de olhos fechados, subiu uma das mãos pelo rosto alvo da garota fazendo-a fechar também os olhos. Deslizou as costas da mão pela extensão da bochecha e contornou os lábios carnudos com o polegar, tirando o excesso de batom; antes de trazê-la pra junto de sua boca e beijar-lhe sofregamente. Ansiava tanto por aquilo que não se permitia vê-la com freqüência. Não podia entregar um coração que não possuía. E ela era a única que o entendia. A única que sofria como ele. Não. Como ele não. Como ele ninguém sofria. Dançou com a língua, explorando cada gosto, cada cheiro, cada sensação que podia ter com ela e apenas com ela. Separou os lábios com relutância e falou ocultando o desagrado.

- Divirta-se. – Estendeu a outra mão e Hermione sorriu, saindo do colo dele e se jogando na cama. Severus conjurou uma bebida e encarou o fogo. Não gostava de vê-la viajar. Já havia feito a sua.


Um ano antes

Queria tocá-la. Estava excitado e queria transar. Odiava-a tanto no colégio por fazê-lo ser pequeno diante de toda felicidade ridícula do trio maravilha. Draco teve tudo e não teve nada. Um nada diante deles. Diante dela. E ela estava ali a mercê de seus caprichos. Vulnerável. Lucius antevendo o desejo do filho falou enfático.

- É muito fácil trepar com uma mulher Draco, mas uma escrava tem que ser preparada. Domesticada. E é isso que você vai fazer. – Draco o olhou novamente sem entender ou tentando digerir o que tinha entendido. – É isso mesmo. Você dará prazer ao invés de dor. Fará gemer ao invés de gritar. E matará seu orgulho e sua dignidade ao invés de dar-lhe a morte. Faça-a querer morrer todos os dias por te querer. É a faça morrer um pouco todos os dias por saber que nunca te terá. – O loiro permaneceu parado por um tempo tentando achar a graça disso tudo. Não via muito sentido. – Por exemplo. – Lucius ajoelhou ao lado da castanha e passou a palma da mão sobre a auréola do seio. Hermione se encolheu com asco e remexeu inquieta. Lucius continuou contornando e apertou o bico até enrijecê-lo e fazê-lo escurecer. Draco ainda não via a graça, na verdade talvez seu pai já estivesse meio velho mesmo. – Ela enoja cada toque e odeia cada sensação, mas como você acha que ela se sentiria se gostasse? – Lucius o olhou com um leve sorriso. – Ela se odiaria não é? O que é mais prazeroso pra você Draco. Ela te odiar ou se odiar por te querer?

Draco sorriu enigmático. Não desgostava da idéia, mas ainda não via o prazer disso tudo. Experimentaria.

Continua...


N/A ² - Obrigado a todos que lerem e principalmente aos que comentarem. Bjs.