BIC:

Oi!

Essa é minha 1° fic SasoDei n.n

Tenho que dizer umas coisitas:

-Eu sei que o Sasori é uma marionete e que não tem emoções, mas seria impossivel fazer o que eu quero se eu seguisse a regra ¬¬'

-Eu sei que o Sasori morre, mas foda-se! n///n

-E eu sei que a Akatsuki mora em uma caverna, mas achei que ficaria melhor se morassem em uma casa, mansão.

Então estão avisados! ò.ó


Lírios:

O dia amanheceu chuvoso, irritando o loiro que observava entediado as gotículas que se multiplicavam ao caírem em contato com o vidro da janela.

-"Saco! Não tem nada para fazer! Un!"

Ele solta um pequeno bafo no vidro e ao vê-lo embaçado faz um desenho, mas logo passa a mão, molhando-a com a umidade que causara no local.

Deidara começa a prestar atenção na paisagem do outro lado do vidro. Ele via uma grande árvore, com frutos que lhe pareciam saborosos. Sorriu ao sentir que a fome tomava conta de seu estômago, mas não se moveu. Continuou a observar a chuva formar grandes poças na grama, agora levemente amarronzada pela lama. Via também rosas de verias cores espalhadas pelo jardim, pondo um pouco de cor no dia acinzentado.

Ouviu passos e virou-se vagarosamente para o local de onde ouvia o som.

-O que está fazendo? – perguntou o ruivo seriamente.

-Bom dia pra você também Danna! Un! – desviou o olhar da mesma forma com que olhou para Sasori: entediado, o que fez o ruivo estranhar.

-Desculpe-me. O que está fazendo?

-Olhando a chuva – disse sem encarar o amigo – Onde estão os outros?

-Ainda estão dormindo. Por que acordou tão cedo? Não é seu hábito...

-Eu perdi o sono... – ele tocou o vidro frio e começou a fazer círculos imaginários no mesmo, vendo a chuva perder a força.

-Hn. O mesmo aconteceu comigo. Mas por que não está fazendo suas esculturas como tanto gosta?

Deidara vira-se de costas para a janela e apóia a cabeça na mesma, fitando a grande mesa onde havia vários de seus trabalhos espalhados sobre ela.

-Depois do décimo sexto eu cansei... – ele sorriu apontando para a mesa.

-Posso vê-los?

-Quer mesmo? – pela primeira vez no dia, Deidara mostrava-se contente.

O ruivo o encara seriamente. Ambos se levantam e calmamente vão até a mesa.

-Interessante... – diz observando atentamente cada uma das dezesseis peças – Gostei muito desta aqui – ele apontou para uma escultura de um casal de namorados se beijando. Via-se que a garota era um pouco mais alta que seu namorado, mas que mesmo assim se abraçavam apaixonadamente. Pelo que se podia entender, sob seus pés havia lírios e rosas. – Está muito bonita.

-Ah! Obrigado... – disse corando levemente com o elogio do ruivo – Pode ficar com ela se quiser.

-Mesmo? – ao ver o loiro confirmar com um sorriso, Sasori agradece – Obrigado.

-Não há de quê... – ele põe a mão direita no topo da cabeça e a desliza até a nuca, "penteando" de forma delicada as longas madeixas loiras para logo após por uma parte do cabelo, que estava sobre sua face, atrás da orelha.

Após ficar completamente extasiado com o movimento do outro, Sasori o pega firmemente pelo pulso e começa a andar, puxando-o.

-Venha Deidara, vamos pôr isto em meu quarto – falou sem encarar o loiro.

-Ah... Certo, vamos – ele solta seu pulso da mão de Sasori devido à força com que era puxado, machucando-o um pouco.

Eles chegam ao quarto do ruivo. Deidara nunca entrara no mesmo, devido ao fato de que Sasori não gostava, então se surpreendeu com o jeito e o gosto do amigo: as cortinas, em um leve tom de azul anil, estavam presas ao lado da janela, não ocultando então a vista da mesma. Sasori havia posto a cama ao lado direito da janela, fazendo com que os primeiros raios de sol da manhã se ofuscassem sobre ela. A frente da mesma estava o armário do ruivo, trancado a chave. Ao lado esquerdo da janela, ou de frente para a porta, ficava uma pequena mesa de escritório com muitos, porém organizados, livros, papéis e marionetes. Na parede da mesa, mais precisamente sobre ela, ficavam três estantes, todas com muitos livros e marionetes.

-Muito bonito o seu quarto Danna – diz logo após ter gravado detalhadamente o simples, porém organizado e confortável ambiente.

-Obrigado. Sinta-se a vontade. – ele caminhou até a mesa e pôs a escultura que o loiro lhe dera entre as marionetes ali presentes.

-Sabe Sasori, é a primeira vez que você admira um trabalho meu... – falou enquanto se encostava na parede gelada.

-É... Não é mesmo meu habito...

-Hn... E quais são seus hábitos? – se desencostou da parede devido à falta de calor nela e passando novamente a mão nos fios dourados.

O ruivo volta sua atenção para o loiro e sorri.

-Se você quiser, eu lhe mostro! – falou de uma forma tão... Diferente do costume que o loiro sentiu o coração falhar uma batida, para logo depois acelerar.

-Ah! Sim, eu gostaria! – sorriu ao amigo – Vamos então?

Sasori responde que sim.

Ambos saem da sede da Akatsuki e começam a caminhar pela grama molhada, sentindo a cada passo seus pés ficando úmidos com o contato entre o chão e suas sandálias.

Deidara fala bastante, enquanto o ruivo ao seu lado raramente abria a boca, como de costume. O loiro observa um grande campo de lírios brancos e corre até ele, puxando Sasori pela mão.

Ele chega ao campo e se joga entre as flores, deitando-se.

-Nossa Danna! Este campo é lindo – disse fechando os olhos lentamente.

-Lírios... Minhas flores preferidas. – disse calmamente sentando-se na grama molhada, ao lado de Deidara. – Eu sempre venho aqui.

-Danna! Por que nunca me trouxe? – falou abrindo os olhos lentamente, fitando o ruivo nos olhos.

-... – Sasori fica novamente extasiado com o gesto do loiro. Um gesto tão simples, mas, para Sasori, aquele pequeno gesto era viciante – É aqui que eu venho para me afastar dos outros.

-Hn... – o loiro pareceu magoado – Até de mim? – ele arranca um lírio e o leva até a narina, inalando o cheiro da flor.

-Bem... Às vezes eu gosto de ficar sozinho – falou enquanto tocava delicadamente um outro lírio com a ponta dos dedos e sentindo, além da maciez da pétala, algumas gotículas que ainda teimavam em permanecer na flor.

-Hn. Sabe Danna, eu gosto de ficar com você!

O coração do ruivo acelera e ele cora levemente.

-Se você diz... – Sasori voltou seu olhar para os olhos azuis de Deidara, mas ele os havia fechado novamente.

Ficaram um tempo em silencio, sentindo o cheiro dos lírios invadirem calmamente suas narinas.

O ruivo observava todas as flores do campo, mas, em sua opinião, a mais bela entre elas estava deitada ao seu lado, ainda inalando o doce aroma de um lírio.

-Danna? Por que o silencio? – perguntou calmo após um tempo.

-Você que parou de falar... – observou um sorriso maroto brotar nos lábios levemente avermelhados do loiro, que se senta.

-Você que está calado! – continuou sorrindo, mas com os olhos fechados.

Sem ao menos pedir permissão, Sasori aproxima seu rosto do de Deidara e sela os lábios do mesmo.

O loiro abre rapidamente os olhos perante a surpresa so ato de Sasori, mas logo os fecha. Ele sente uma coisa quente e úmida pedindo passagem e sem resistência nenhuma permite que Sasori vasculhe cada canto de sua boca, sentindo a língua dele em seus lábios.

Mas ao por sua mão atrás da nuca do ruivo e começar a retribuir e aprofundar o ato, Deidara é empurrado com força e Sasori desvia o olhar.

-Danna... O que...? – perguntou enquanto tocava os lábios com a ponta dos dedos.

O ruivo se levanta bruscamente e começa a caminhar, se afastando do loiro.

-Danna! E-espere! – gritou e correu até Sasori, que já estava longe.

Ficaram em silencio até chegarem à sede da Akatsuki.

-Deidara! Sasori! Onde estavam? – perguntou Hidan ao ver os colegas chegarem.

-Bom dia Hidan! – falou enquanto tentava esconder a face enrubescida – Já estão todos acordados?

-Sim, mas estranhamos ao não vermos vocês! Saíram para beber e nem me chamaram?

-Não! Apenas saímos para tomar um ar! Este lugar está cheirando mal! – falou recuperando sua pose de reclamão e brincalhão e observando o ruivo que se afastava com passos largos e firmes, desaparecendo em segundos.

-Então limpe-a!

-Não, obrigado. Eu vou me deitar um pouco, estou com uma enorme dor de cabeça.

-Certo, eu lhe chamo para o almoço.

O loiro agradece e vai até seu quarto.

O quarto de Deidara não era tão espaçoso quanto o de Sasori devido ao fato que existiam muitas de suas esculturas espalhadas pelos cantos; mas é claro que ainda um aposento muito confortável.

Seu quarto era o oposto do de Sasori, pois era a cama que ficava ao lado esquerdo da janela, e não a mesa.

Ele se dirige até as cortinas e as fecha bruscamente.

-"O que foi que eu fiz de errado?" – o loiro se deita na cama e fica repassando em sua cabeça a cena do beijo.

O cheiro, o gosto, Sasori o empurrando... Tudo era lembrado tão rapidamente que estava deixando-o tonto, então ele resolver dormir um pouco.

No banheiro, Sasori tira o sobretudo da organização e fica observando sua virilha.

-Merda! – sussurrou socando a parede, bem ao lado do espelho, e deixando seus dedos vermelhos devida a força do impacto. – Sorte minha que esta porcaria de sobretudo serve para alguma merda!

Praguejava pelo fato de que estava com uma grande ereção que não pôde conter.

O calor, o toque, Deidara retribuindo o beijo. Tudo fez com que ele se excitasse.

Ele se despiu e entrou de baixo do chuveiro, ligando a água quente para relaxar.

-"Seu idiota! Olhe seu estado!" – pensava enquanto tirava os fios ruivos que caíam em seus olhos, irritando-os.

Encostou sua cabeça no azulejo frio e ficou fitando o teto por alguns minutos.

Sentiu que começava a manter novamente a calam sobre seu corpo e hormônios. Ele agradecia à Deus pelo loiro não ter reparado em seu estado.

Tocou levemente os lábios com a ponta dos dedos.

-Mas o que eu estou fazendo? – fechou fortemente a mão e passou seus lábios por todo o braço, como se quisesse limpa-los e tirar o gosto de Deidara, que ainda permaneciam ali. – Que nojo!

Desligou o chuveiro e se enrolou na toalha amarela. Ele olhou por todo banheiro e franziu a testa.

-Seu idiota! Não trouxe roupas limpas! – olhou para o sobretudo – Que se dane!

Ele se secou e vestiu a capa.

Ao sair do banheiro ele encontra Itachi caminhando pelo corredor. Sasori tenta passar por despercebido, mas é em vão.

-Bom dia Sasori – falou irônico – Que cara é essa?

-Me diga você! Agora saia do meu caminho! – ordenou.

-Calma! – ele se pôs novamente a frente do ruivo – Soube que você e Deidara saíram para "tomar um ar". Está todo irritadinho por causa dele? – continuou com seu tom zombeteiro.

Sasori olha seriamente para o Uchiha.

O odiava. O ruivo simplesmente o odiava.

-Cala a boca seu idiota! – ele empurra Itachi para a parede e se dirige para seu quarto.

Itachi sorriu satisfeito. Adorava irritar aquele ruivo.

O moreno virou-se e continuou seu caminho, se dirigindo à cozinha.

Passaram-se várias horas.

O almoço já havia terminado e ninguém tinha noticias de Deidara desde que o mesmo e Sasori haviam chegado de seu "passeio".

-Alguém viu o Deidara? – perguntou Tobi aos colegas.

-Não. Onde será que ele se meteu? – disse Itachi

-Ah! Ele deve estar com alguma garota por aí! – riu Hidan – Vocês sabem como aquele cara é pervertido!

Todos riram do comentário. Todos menos Sasori, que nem escutava os outros.

-Hey! O que acham de sairmos para bebermos hoje?

-Concordo! – gritaram felizes.

Todos começaram a planejar a "festança".

Sasori nem deu ouvidos e subiu até seu quarto.

A chuva havia voltado, e com ela, o frio. O ruivo caminhava pelo corredor escuro quando bate em alguém.

-Deidara? Onde esteve? – perguntou sem alterar seu tom.

-No meu quarto... – sua voz saiu tão baixa que era quase impossível de se ouvir. – Por quê? – continuava falando em sussurros.

-Faz horas que ninguém te vê!

-Horas...? – perguntou calmo

-Sim! Horas! – quase gritou, mas foi aí que lhe deu um estalo.

Sasori levou Deidara para o quarto do mesmo.

-Que merda de esculturas – falou enquanto chutava algumas e sentava Deidara na cama.

-Danna... O que está fazendo? – perguntou enquanto sentia a mão gelada do ruivo sobre sua testa.

-Está sentindo minha mão fria? – a pergunta saiu irritada

-S-sim...

-Pois é impressão sua. Você está ardendo em febre. – ele desliza sua mão até a bochecha do loiro, acariciando-a – Descanse.

Deidara fica estranhando a mudança repentina de comportamento do ruivo.

Ele põe sua mão sobre a de Sasori e a segura firmemente, fazendo o ruivo se surpreender com o gesto.

-Você vai cuidar de mim? – perguntou sorrindo.

-O-o que? – ele afastou sua mão da face do amigo, como se tivesse sido queimado, e a põem ao lado de seu quadril.

-Não é nada... – ele se levantou e começou a caminhar, mas acaba tropeçando.

-Deidara! – ele segura o loiro antes do mesmo ir ao chão – Venha.

O ruivo segura firmemente o loiro pelo pulso e o puxa até o banheiro.

-O que vai fazer? – Deidara mantia os olhos fechados e sentia muito frio.

-Você precisa de um banho! – ele liga o chuveiro e começa a despir o amigo, sem encará-lo.

-Não precisa! – falou sorrindo, enquanto era empurrado para dentro do box.

Deidara sente a água fria caindo em contato à sua pele quente e aperta o pulso de Sasori.

-E-está muito fria!

-Tem que ser se não sua febre não irá baixar. – falou enquanto abria mais o chuveiro.

O loiro parou de reclamar, mas começou a tremer.

Sasori não gosta nada e começa a se despir também, ficando apenas com a parte intima, assim como o amigo, e entra de baixo do chuveiro.

-Danna...? – Deidara estranhou ao ver Sasori o abraçar.

-Você não está com frio? Estou lhe aquecendo! – sussurrou as palavras, como se alguém estivesse no banheiro além deles ou como se fizesse ou falasse algo que não devia. – Não era por isso que estava reclamando como uma garotinha? – falou após algum tempo, mas agora com um tom estranho, como se tivesse raiva do loiro.

-Não. – ele se afastou do ruivo e saiu do box, se enrolando na toalha azul, assim como os seus olhos.

Ficaram um tempo se encarando, até que Deidara simplesmente saiu do banheiro, ainda apenas de toalha, e se dirigiu ao seu quarto.

-Minhas esculturas...! – falou triste ao ver a maioria destruída pelos chutes do ruivo. – Aquele idiota! – sussurrou a frase e sentiu o quarto girar.

Tudo ficou escuro de repente.

No dia seguinte, o loiro acordou com os raios de sol ofuscando sobre sua face pálida.

Levou a mão aos olhos e passou sobre eles, a fim de enxergar melhor.

Levantou-se e lentamente foi até o banheiro lavar o rosto.

-Não lembro de ter posto esta roupa... – disse a si mesmo enquanto observava o pijama vermelho com alguns detalhes em brando.

Chegou ao banheiro e abriu a torneira.

Fez uma concha com a mão e levou a água até seu rosto, sentindo-a despertar-lhe com o tempo. Pegou a toalha e secou-se.

-Vejo que está melhor.

-Hn? Ah! Bom dia Itachi – falou sorrindo, mas ainda muito cansado.

-Como está? – perguntou se aproximando do loiro e tocando levemente a testa do outro.

-Bem. O que aconteceu? Não lembro de nada. – perguntou ao ver o moreno afastar a mão satisfeito.

-Você estava muito febril ontem, chegou a desmaiar de noite. – falou enquanto caminhava, sendo seguido pelo loiro.

-Mesmo?

-Sim, eu e Sasori tivemos uma baita dificuldade para pôr o seu pijama. Você se debatia e chegou a socar a marionete-falante... – começou a rir lembrando do fato, mas parou ao ver que o loiro parecia envergonhado. – O que houve?

-Eu odeio quando eu preciso de vocês! – falou rindo.

-Mas está melhor? – perguntou mudando o tom. Agora seu tom estava mais preocupado do que de brincadeira.

-Sim, eu nem sei como fiquei febril... – sorriu, mas estranhou a proximidade do moreno, que estava praticamente sobre ele. – Agora eu vou me trocar. – se desviou do amigo e foi para seu quarto.

Reparou que muitas de suas esculturas não estavam lá.

Pelas suas contas, 50 faltavam.

-Aquele ruivo! – socou a parede ao seu lado.

-O que têm eu? – o loiro virou-se para a direção da voz e deu de cara com Sasori.

-Sua marionete de merda! Olha o que fez com minhas esculturas! – ele foi até o ruivo e o puxou pela blusa, fazendo-o ficar na altura de seus olhos. – Por que fez isso?

-Estava mais preocupado com um loiro idiota do que com as esculturas dele. Respondi sua pergunta? – respondeu se segurando na blusa do loiro.

Deidara fecha os olhos rapidamente e solta Sasori.

Ele não parecia estar bem.

-Você está bem? – perguntou sem alterar a voz.

-Estou sim Danna... Só senti que perdi as forças ao lhe levantar – ele leva sua mão à testa e checa sua temperatura – Mas eu acho que febre não é.

-Seu inútil – ele se aproxima mais do loiro e o fita com raiva – Não sabe nem checar a temperatura!

-Certo marionete! Então, cheque-a! – falou aproximando seu rosto do de Sasori. – Vamos! Alias! Eu queria saber por que você ficou estranho depois do que aconteceu – fez questão de não falar alto para não chamar a atenção dos outros.

Sasori desvia o olhar e sai do quarto do loiro.

Deidara queria correr até o ruivo e lhe arrancar a resposta à força, mas se sentiu novamente zonzo e voltou para a cama.

-"O que está acontecendo comigo?" – pensou enquanto lembrava que quase socara Sasori. Seu melhor amigo Sasori.

Sasori caminhava em passos largos, mas nem um pouco firmes, pelo corredor. Sentir novamente Deidara próximo a ele... Ele teve que sair de lá.

-"Idiota!"

Foi até seu quarto e se fechou lá.

Itachi observava tudo de longe e foi irritar o ruivo.

-Marionete! O que têm feito?

-Cala a boca Uchiha! E não me chame de marionete! – gritou e socou o moreno na barriga.

-Idiota! Quem pensa que é? – ele aproximou-se do ruivo e o segurou pelo pescoço, pronto para esgana-lo – Não têm o direito de me socar!

-Me solta... Seu... – não conseguia falar pela falta de ar.

Itachi sorria ao ver Sasori roxo devida a falta de ar.

Sasori se debatia muito, mas logo depois o Uchiha começou a soltar-lhe.

-Esqueceu que eu controlo marionetes com meu chakra? – falou ao recuperar o fôlego.

-Idiota! Me solte!

Ambos ouviram barulhos se aproximando e olharam para a porta do quarto.

-Itachi, Sasori. O Iwa está melhor? – falou Kisame, tirando o sobretudo e sentando-se na cama do ruivo.

-Está bem sim Kiri... – falou o Konoha tentando se acalmar.

Sasori sai de seu quarto e vai até a cozinha.

Ele senta em uma das cadeiras, apóia os braços na mesa e deita sua cabeça sobre os mesmos.

A cozinha estava silenciosa e o ruivo se acalmava. Quase que Itachi o matava!

-"Não sei qual o problema do Uchiha!" – pensava enquanto fitava a geladeira branca ao seu lado esquerdo, juntamente com o fogão.

Sentia sede, mas também preguiça de se levantar, então apoiou novamente a cabeça nos braços.

Estava tão distraído tentando esquecer os problemas e a falta que a água fazia em seu organismo que nem notou quando se aproximavam dele.

-Desculpe – falou acariciando as madeixas ruivas de Sasori – Desculpe Danna! – o loiro se agachou e ficou observando o ruivo voltar sua atenção a ele.

Ficaram um tempo em silencio e se observando.

-Sua febre baixou – disse tocando a testa do loiro – Sente-se melhor?

-Sim e ao mesmo tempo não. – falou decidido

-Por quê? – os olhos do ruivo percorreram toda a face de Deidara, mas repousaram sobre seus olhos azuis.

-Porque meu melhor amigo está me tratando mal desde que nos beijamos! – sentou sobre suas pernas sem tirar os olhos de Sasori

-...! – Sasori se surpreendera com o que o loiro falava.

-E eu nem sei por que... – abaixou a cabeça e fitou o chão, fechando os punhos sobre seus joelhos. – Por favor, Danna, me diga por que ele me trata assim! – aproximou seu rosto do de Sasori e os narizes se tocaram.

Sasori sentia a respiração de Deidara em sua boca. Suas narinas inalavam o doce aroma do Iwa e sua pele sentia o calor do loiro.

Sentiu seu coração falhar uma batida para logo depois acelerar. Para Sasori, Deidara estava provocando-o.

-Pare... Com isso... Iwa! – sentiu seus lábios próximos. Próximos demais para ele, mas não pode afastá-lo. Não queria.

-Não... Você não me respondeu – aproximara seus lábios dos do ruivo e quando falava eles se tocavam sutilmente, provocando o amigo que nem se mexia.

O ruivo sente que Deidara havia posto a mão atrás de suas madeixas enquanto a outra segurava sua mão.

O loiro suga levemente o lábio inferior de Sasori, que com muito custo volta a si e empurra-o.

-Pare com isso Iwa! – ele se levanta da cadeira e fica fitando com raiva o loiro, que se levanta também.

-Você... – começa a falar desviando o olhar -... Por que fez aquilo?

-Não sei! Agora me solte! – falou ao ver que o loiro segurava gentilmente sua mão esquerda.

Deidara o solta.

-Você... Me odeia Danna? – falou apertando os pulsos ao lado do quadril.

-C-como? – entendera o que o loiro queria saber, mas não acreditava – Mas o que pensa que...

-Então por quê? Eu achei que fossemos amigos! – fitou os raios de sol que começavam a surgir naquele fim de tarde pela janela, ofuscando-se nas roupas de ambos.

Sasori nada diz, apenas vira as costas e vai embora.

-Danna! – sussurrou a si próprio, temendo ver o ruivo com mais raiva do que estava. – E-eu... –

Não falou, apenas observou Sasori deixar a cozinha.

-Hn? O que está acontecendo Deidei?! – perguntou Itachi sorrindo.

-Não é nada! – falou sem encarar o moreno.

-"Aquela marionete!" Você está melhor? – se aproximou do loiro.

-Estou sim, minha febre baixou e eu não me sinto tão indisposto. – sentiu o olhar do moreno sobre si e sentiu um arrepio por toda a espinha.

-Que bom que sente-se melhor... – puxou Deidara para si, colando seus corpos - Estava preocupado...

-A-ah! O-obrigado por se preocupar... – sorriu timidamente, sentindo o hálito quente do Uchiha em sua face.

-Hn... Você sabe que se precisar eu estou aqui, certo? – sussurrou roucamente no ouvido de Deidara e lhe mordeu o lóbulo.

-S-sim, eu sei... – "cravou" suas unhas na camisa de Itachi, enquanto corava levemente. – Obrigado novamente...

Itachi aperta Deidara em seu corpo, colando-os mais e lhe mordisca o lábio inferior.

Deidara empurra o amigo, pasmo.

-O-o que é isso Itachi? – grita, mas logo após descansa sua mão direita sobre a boca, tanto para evitar continuar gritando quanto que não quisesse que o outro visse seu estado. – Está batendo bem da cabeça? – recuperou a postura rapidamente, franzindo a testa e esperando alguma reação do moreno.

-Hn... Não e... – olhou cada movimento do loiro, analisou tudo e sorriu –... Você fica lindo corado!

-I-Itachi, você está muito estranho! – deu as costas para o amigo e começou a caminhar, a fim de sair do aposento.

-Não... Eu só gosto de você... E muito... – ele tinha vontade de segurar Deidara e lhe roubar um beijo, mas nunca faria isso.

Deidara congelou ao ouvir isso do amigo.

Sentiu que aquele "gostar" tinha um tom de diferença. Percebeu pelo modo com que lhe era falado.

Seu coração bateu forte, mas não pelas palavras, mas pelo susto que levara.

-Você está bem, Iwa? – perguntou assustando-se ao vê-lo paralisado no meio da cozinha. – Desculpe se eu lhe falei algo que não devia...

-N-não... Não precisa se desculpar Itachi... – sorriu sobre o ombro esquerdo e voltou a caminhar, mas mais rapidamente.

O Uchiha esperou o loiro sair do aposento e foi beber água, motivo pelo qual havia ido até lá.

-"Não marionete, você não vai me vencer!" – um sorriso brotou-lhe nos lábios molhados pela água. Ouviu passos e olhou discretamente para o lugar de onde surgira.

-Oi... – falou um "garoto" com a face escondida por um tipo, de máscara, muito estranha para dizer a verdade.

-Hn... – Itachi passou reto diante Tobi, que nada fez.

Mas antes de sair da cozinha, Itachi parou na porta.

-Por que usa esta máscara? – falou em um sussurro, completamente impossível de ser ouvido.

-Hn? Disse alguma coisa? – falou calmo enquanto fazia um sanduíche.

-Não, não falei – engrossou a voz e saiu do lugar. – "Cara estúpido!"

Passaram-se minutos... Horas... Dias... Meses

Nada de Sasori ou Deidara falarem um com o outro ou pelo menos se encararem.

A maioria tinha notado o clima pesado entre os dois.

-Gah! Vocês vão ficar assim até quando? Isso cansa! – gritou Hidan batendo a mão na mesa – Olha só suas bixas inúteis, caso vocês não tenham notado o clima fica ruim para todos! Vocês nem se falam e nós temos que agüentar esta crise feminina entre os dois?

-Hidan, acalme-se! – falou Kisame segurando o colega, para que o mesmo não saísse batendo no Iwa e no Suna.

-Cala a boca seu idiota... – falou Sasori com um tom de 'não estou nem aí para você' e continuou lendo seu livro. -... Se não eu mesmo lhe calo.

-Há! Não me faça rir seu ruivo! Faz mais de um mês que vocês não se falam.

Ficaram em silencio por um tempo.

Deidara se levanta.

-Vai aonde? – perguntou Sasori por puro impulso. – Não que eu me importe... – resolveu dizer ao perceber que estava muito curioso.

-E o que lhe importa? Vai mudar algo na sua vida? – falou em tom triste, mas tentava omitir isso olhando com 'raiva' ao ruivo.

-É... Realmente não vai... – falou em um tom para que só o loiro pudesse ouvi-lo – "Mas eu queria saber!"

Viram Deidara deixar a sede da Akatsuki.

O loiro sai caminhando pelo dia nublado.

Com a chegada do inverno, era muito raro eles verem o sol por muito tempo. Ele sentia frio, mas o que sentia fisicamente não era nada se comparado ao que ele sentia internamente.

-Parece que... Perdi meu melhor amigo... – repetiu isso varias vezes a si mesmo.

Chegou até uma grade árvore e sentou sob ela, sentindo o vento cortante em sua pele quente.

-Eu sou tão... idiota... – fechou os olhos lentamente.

Queria morrer. Ele simplesmente queria morrer.

Dois meses, esse era o tempo que Sasori o beijara. No dia seguinte fecharia três meses e nada do ruivo falar com ele.

Pegou uma kunai e a fitou por alguns momentos.

-Se eu fizer rápido... Quem sabe eu não sinta dor? – certificou-se de que a kunai tinha fio, passado-a pelo pulso esquerdo. – Arg! – viu seu sangue escorrer pelo braço e caindo sobre a grama, tingindo-a de vermelho.

Devia estancá-lo, mas não queria.

Sorriu ao começar a perceber sua vista embaçada.

Desmaiou...

Passou algumas horas e ele despertou.

Olhou para todos os lados, estranhando a rapidez com que sua visão voltava, deixando-o tonto.

Percebeu que estava em seu quarto.

-M-mas como? – percebeu Sasori sentado perto da janela, de olhos fechados e braços cruzados. Ele parecia estar dormindo.

O loiro se levantou de sua cama e foi até o ruivo.

-Acordou? Finalmente! – falou sem abrir os olhos.

-Foi você quem me trouxe? – engrossou a voz, olhando para a lua cheia.

-Sim... – abriu os olhos lentamente, fitando sem querer as calças do Iwa. – "Isso é...?"

-Seu... Seu idiota! Eu não pedi! – fitou o curativo um pouco avermelhado pelo sangue que escorria há algum tempo atrás. – por que não me deixou lá para morrer? – socou o ruivo na cara, fazendo com que o mesmo batesse de leve a cabeça na parede ao seu lado.

O ruivo levantou-se calmamente e caminhou até o loiro.

-E por que você acha que eu o deixaria morrer? – sussurrou rouco no ouvido direito do Iwa, sentindo que o loiro estremecera.

-D-Danna? – Deidara sentiu a mão do ruivo em suas costas, deslizando até sua cintura, puxando-o para si.

Viu um brilho diferente no olhar do amigo. Era estranho, mas era belo. Belíssimo!

-E-eu... – tentou falar, mas não conseguia. – E-eu não quero que... Você repita o que fez hoje! – fitou a janela e fechou os dedos na cintura do loiro.

O loiro se afastou e sentou na cama.

Ficaram um tempo em silencio.

-E-eu... Eu quero morrer! Me deixe morrer! – arrancou o curativo e o jogou longe.

-Por que quer morrer? É culpa minha, não? – falou calmo, não demonstrando nenhuma emoção.

Deidara congelou. Viu que o ruivo pegara sua mão e a botara na cintura dele.

Sasori empurrou delicadamente Deidara, fazendo com que o mesmo deitasse na cama, ainda segurando a cintura do ruivo.

-Me... Perdoe Deidara... – encostou sua testa na do loiro e sentiu a respiração do mesmo descompassada.

-Sasori... – sussurrou fitando os olhos avermelhados do ruivo, sentindo que ele lhe analisava delicadamente.

-E-eu... – respirou fundo antes de falar – E-eu...

-Você...?

Sasori fechou os olhos bruscamente, corando.

-E-eu... Eu te amo!

CONTINUA...


BFC:

Continua tá?

Agradeço as minhas amigas Kitsune, Aquarius no Kitsune, Giza, FeH e Lalah que me ajudarm na fic!

Não a postei inteira tambám por culpa delas n//n

Gostando ou não, manda reviews? n.n