Vestiário Sangrento
- Professor, posso beber água?
Foi o que a adolescente de cabelos azuis-escuros presos em um rabo-de-cavalo bem feito e fones de mp4 no ouvido perguntou. Embora não tenha escutado o que ele respondeu, o viu assentir com a cabeça.
Desceu as escadas da quadra que ficava no interior da escola até um bebedouro que ficava no térreo. Havia outro em cima da arquibancada de concreto, mas estava cansada demais para subir até lá. Suas pernas latejavam e sua camisa havia grudado nas costas com o suor.
Educação física é terrível.
Andou pelo corredor estranhamente deserto com os olhos grudados na tela pequena do mp4, o volume no máximo enchia os seus ouvidos com músicas americanas ruidosas.
Passou pela porta aberta da lavanderia, havia algo errado com a máquina de lavar mas, estava ocupada demais para perceber.
Encheu sua boca com a água extremamente gelada do bebedouro, e finalmente levantou os olhos para os dois lados do corredor. Onde estavam todos os inspetores? Deu de ombros, tanto faz.
Decidiu entrar no banheiro e ver o quão deplorável era o seu estado. Voltou a olhar para a telinha do minúsculo aparelho enquanto passava pelo corredor que ficava na entrada do banheiro-vestiário feminino, quando levantou a cabeça novamente, seus olhos quase saltaram das órbitas.
A parede de azulejos brancos do vestiário estava suja... De sangue.
Dezenas de marcas de mãos arrastando-se pela parede, do banco de concreto até quase a altura do teto. Todas feitas em sangue. Sangue fresco. Algumas gotas ainda escorriam, criando um caminho pavoroso entre as marcas dos dedos. Adentrou mais no vestiário sangrento, todas as paredes estavam iguais.
Um degrau separava as cabines com os chuveiros e os sanitários do resto, o chão mais alto estava coberto pelo líquido vermelho viscoso, havia marcas de sapatos e de pés arrastando nas poucas partes limpas.
Subiu o degrau e foi andando com cautela. As portas de alumínio das cabines estavam fechadas, com sangue empoçando-se por baixo e em todas que conseguia ver havia uma sombra caída apoiada em uma das paredes.
No centro, um grande espelho com duas pias em baixo. O estado do espelho era semelhante ao das paredes, com marcas de mãos e do sangue jorrado. A música alta do mp4 agora parecia um ruído distante.
Ela ficou parada, ali. Zonza, mal conseguindo respirar.
Deveria gritar?
Deveria fugir?
Não, já era tarde demais.
Por um minúsculo pedaço limpo do espelho, viu seu próprio reflexo pálido, e uma sombra masculina atrás. Estava sorrindo.
Ia virar-se, mas não foi rápida o suficiente. Ele segurou-a pelos cabelos e passou a faca em uma única linha reta e profunda em seu pescoço. O sangue escorreu. O corpo caiu de joelhos no chão.
A duas portas dali, o ruído baixo das máquinas de lavar ligadas reinava.
Dentro delas, membros decepados rodavam, despedaçando-se mais, até não passarem de uma gelatina vermelha gosmenta.
O homem aproximou-se, segurando pelo rabo-de-cavalo a cabeça decepada de sua mais nova vítima. Abriu a tampa de uma das máquinas e jogou-a dentro.
As suas bochechas sujas de sangue esticaram-se em um sorriso.
Era uma brincadeira divertida, afinal...
Segunda fic posta aqui num dia só, OHOHOHOHOHO. 3 Gente, eu não odeio a Hyuuga não, tá? Aliás, ela é a minha personagem mais amada de Naruto, mas é que deu vontade de meter ela nisso. '-' Pode mandar review xingando a autora, tá legal, eu aceito isso e meu coração continua aberto, mas MANDEM review, tá? *-*
Kisu kisu.
