Disclaimer: Todos os personagens envolvidos pertencem a J.K Rowling mas a história é minha, com algumas inspirações de outras fanfics e alguns filmes.
A história em si não tem relação com o filme "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado"


I Know What You Did That Summer.

Agindo por impulso - Parte 1.

"Eu sei o que vocês fazem, todos os fins de semana, desde aquele verão."

O pergaminho tremia na mão de Hermione. Ela estava visivelmente apavorada com as palavras escritas naquele pergaminho. A letra firme e inclinada que ela não reconhecia parecia rir da cara dela. Agradecia aos céus por Ron não estar em casa ou ele faria milhões de perguntas sobre seu estado de inércia, olhando fixamente pro papel em suas mãos.

Ela precisava falar com ele. Ele precisava ler aquilo. Eles tinham muito a perder com aquela única frase. Sem pensar muito, vestiu seu sobretudo, pegou a bolsa marrom encima do sofá de mesma cor e saiu pela porta. Aparataria da sua própria casa mas não era possível aparatar ali. Precisava procurar um lugar vazio e achou que o corredor do seu prédio era bastante apropriado. A sensação de ser puxada pelo umbigo foi embora tão rápido quanto veio. Seus pés firmaram no chão e ela viu os grandes portões de ferro da Mansão Malfoy.

Tinha agido por impulso, portanto, esquecera completamente que Astoria devia estar em casa. Draco a mataria se ela aparecesse lá agora. Parou por alguns minutos pra pensar no que faria, o pergaminho em sua mão pesava de uma forma descomunal.

Poderia mandar uma coruja, pedindo pra que se encontrasse com ela no apartamento deles. Poderia tocar a campainha e dizer que precisava falar sobre o trabalho, uma vez que trabalhavam juntos no ministério. Poderia também ligar já que tinha dado um celular pra ele pra que pudessem se comunicar melhor, mas ele nunca usou. Bufou frustrada e desaparatou. A primeira opção era a melhor. Sempre se dava mal por agir por impulso. A primeira vez que tinha agido assim fora no momento em que beijou Draco Malfoy no último ano de Hogwarts. O que a levava à situação atual.

Sentia-se um monstro por trair Ron, por trair seus amigos e todos que a amavam. Mas sentia-se incompleta sem Draco. E agora pensava que era hora de parar.

Escreveu uma simples frase num pergaminho que encontrou, sem se identificar, nem nada. Ele reconhecia sua letra e o lugar que estaria sendo intimado a comparecer. Sua coruja alçou voo e sumiu no céu azul de verão.

Verão. Lembrava-se do verão de cinco anos atrás. A primeira vez que se entregou a um homem, a primeira vez que se entregou à Draco Malfoy. Ela namorava Ron na época e passou semanas se auto-condenando por isso. Evitou Malfoy pelos próximos três meses inteiros. Mas foi só se reencontrarem por acaso pra tudo acontecer de novo. E de novo. E de novo. Não se amavam, mas o desejo era incontrolável. Não havia sentimentos, mas havia dependência de ambos os corpos um no outro. Ela amava Ron, tinha quase certeza, sempre amara. E a vida com ele era maravilhosa.

Sua relação com Malfoy era loucura. Era insanidade. Era errada. Era necessária. Tentou desfazer o laço que os unia a dois anos atrás, quando Ron a pediu em casamento e ela aceitou. Mas acabaram na cama e com o combinado de se encontrarem toda semana. Se ela parava pra pensar, sentia-se suja, mas bastava um toque do loiro pra que seus pensamentos mudassem completamente.

Vinte minutos depois ela já tinha aparatado pro apartamento deles. Eles tinham comprado aquele apartamento num bairro trouxa de Londres, longe de todo mundo, usando nomes que não eram deles. Andava de um lado pro outro quando um estalo alto a fez sobressaltar.

"O que houve, Granger?" mesmo depois de casada, ele nunca tinha deixado de usar seu sobrenome. Ele se recusava a chamá-la de Weasley e ela apreciava isso.

Percebeu que tinha ficado muito tempo parada, sem pronunciar uma palavra. Os olhos cinzas caíram pro pergaminho em sua mão e suas sobrancelhas se juntaram formando um ponto de interrogação.

Ela apenas entregou o papel em sua mãos. Ele pegou e leu. Mas ao contrário das feições de Hermione, Draco sorria ligeiramente.

"Você não acreditou nisso não é, Hermione?" eram poucas as vezes que ele a chamava pelo nome. Ela o olhou apreensiva.

"Claro que acreditei!" ela levou à mão aos cabelos fazendo um coque frouxo, já estava suando de nervoso e ter ele debochando dela não ajudava em nada. "Isso tá ficando perigoso. Já pensou se isso para nas mãos de Ron?"

Só o simples pensamento de seu marido descobrindo tudo dessa forma a fazia ter embrulhos no estômago. Draco a olhou de forma assombrosa. Ele odiava quando ela mencionava Ron em qualquer momento em que estivessem juntos.

"Nós temos que parar com isso, Malfoy." o uso do sobrenome dele o fez olhá-la profundamente. Havia anos que ela não falava tão sério com ele.

"Não temos." ele retrucou.

"Eu não quero magoar ninguém." ela sentou-se na cama de casal de lençóis brancos e bem-arrumada.

"Não pode deixar um idiota qualquer acabar com o que temos." ele já estava se alterando e isso não era bom. Ela sabia que estava sendo precipitada mas a imagem de Ron não sumia de sua cabeça. E a culpa corroía sua alma.

"E o que temos, Draco?" ela sabia que não devia ter feito aquela pergunta, mas não conseguiu evitar. Um silêncio desconfortável caiu sobre eles. Ela baixou os olhos pra seus sapatos mas logo levantou da cama. Pegou sua bolsa e casaco e passou por ele.

"Onde você vai?" ele perguntou. Ela não o olhou mas tinha certeza que sua sobrancelha esquerda estava arqueada. Ela o conhecia tão bem que não precisava de muito pra prever suas reações.

"Vou embora." ela disse simplesmente chegando perto da porta. Mas ela sabia que ele não deixaria, e naquele momento ela queria que ele deixasse.

Seu braço direito foi envolvido pela mão dele a fazendo parar. Ela suspirou ao sentir os braços dele envolverem sua cintura. Ela queria gritar com ele, colocar um ponto final naquela situação e ir embora. Mas não conseguia. Não depois de tantos anos.

Seu pescoço em evidência pelo fato de ter os cabelos presos sentia sua respiração acelerada.

"Não faz isso." a voz dele não passava de um sussurro em seu ouvido. Os pelos da sua nuca se arrepiaram. Seu corpo sempre reagia a ele e ela achava que isso nunca mudaria. "Por favor, Hermione."

Seu cérebro entrou em conflito. Ele nunca dizia por favor, ele nunca implorava, ele nunca dizia seu nome daquela forma. Aquilo a desarmou completamente. Se antes ela queria ir embora, agora ela não queria sair dali.

"Draco..." ela tentou argumentar mas ele mordeu seu pescoço tirando toda sua concentração.

"Eu preciso que você fique." ele implorou de novo e ela se derreteu. Draco Malfoy nunca implorava, quanto mais implorava duas vezes seguidas.

O barulho da bolsa caindo no chão sucedeu o ato seguinte. Hermione girou o corpo de frente pro dele. Sem mais delongas, o puxou pela camisa pra um beijo quente. Fervendo. Ela suspirou quando as mãos dele em sua cintura pressionaram o tecido da blusa. Se separaram por um instante em busca de ar. Hermione balançou a cabeça negativamente, um sorriso no rosto.

"Que porra você faz comigo?" ele apenas riu.

Suas mãos escorregaram pelas suas costas, subindo pela nuca até o coque no alto da cabeça. Seus dedos entraram pelos fios castanhos obrigando o coque a se soltar. Os cabelos longos caíram em cascata pelas costas, os fios menores caindo sobre o rosto.

"Eu já disse o quanto você é linda?" ela suspirou. Aquele era seu Draco Malfoy, unicamente e especialmente dela. Só ela conseguia despertar esse lado dele. E era disso que ela tanto gostava.

Ele a beijou profundamente, prendendo-a em seus braços como se tivesse medo que ela fosse embora. E ele tinha. Era egoísta demais pra deixá-la ir embora.

As mãos dela escorregaram por sua camisa, abrindo os botões com pressa, fazendo alguns se soltarem. Ele riu da pressa dela. Logo a camisa dele estava no chão e a dela já estava quase lá. Ele a levantou pelas coxas e ela enlaçou as pernas em sua cintura, sua saia subindo uns bons centímetros. Ainda perdido um nos lábios do outro, Draco caminhou com ela até a cama, colocando-a sentada cuidadosamente, como se ela fosse uma boneca de porcelana. Tirou seus sapatos e ajudou a tirar os saltos dela.

Deitou o corpo sobre o dela e a beijou. Eles nunca cansavam dos beijos. Eles nunca cansavam de sentir o sabor um do outro. O hálito dele era algo entre menta, whisky e cigarro e ela amava. O dela era doce, como morango e quando se misturava ao dele, entorpecia os sentidos.

As mãos de ambos passeavam livremente pelo corpo um do outro. Eles se conheciam tão bem e ainda sim parecia como se fosse a primeira vez. Draco desceu os beijos para o pescoço, clavícula e logo chegou ao vale entre os seios cobertos pelo sutiã. Depositou um beijo singelo em cada um deles antes de tirar a única peça que impedia que ele tocasse realmente seus seios. Ele ficou feliz ao descobrir que naquele dia o fecho do sutiã era frontal e logo eles estavam livres. Um gemido escapou da boca dela ao sentir os lábios dele contra sua pele sensível. Num gesto involuntário arqueou as costas aumentando o contato entre suas partes íntimas. Draco gemeu. Hermione também.

Ele desceu os beijos pela barriga, umbigo e chegou ao cós da saia. Sem demora, abriu o zíper lateral e ela levantou o quadril pra facilitar a saída. Aproveitando o afastamento, Draco tirou o restante de suas roupas, deixando que seu membro ficasse livre. Hermione acompanhou toda a cena enquanto ele tirava a roupa e aquilo a excitou de uma forma inexplicável. Ele era simplesmente divino. Ela gemeu e mordeu o lábio inferior. Ela precisava dele também. Mas também tinha Ron.

Os pensamentos sobre o ruivo sumiram de sua mente quando ela sentiu os dedos finos e compridos invadirem sua intimidade. Ela se contorceu sobre a mão dele, totalmente extasiada. Três dedos trabalhavam dentro dela enquanto o polegar estimulava seu ponto mais sensível. Ela sentia que seu orgasmo se aproximava de forma intensa. Estava tão próximo que ela sentia seus dedos do pé formigarem, suas mãos agarravam tão forte o lençol que ela poderia rasgá-lo com suas unhas. Mas aí ele parou. Subitamente retirou os dedos de dentro dela e ela choramingou de frustração. Queria xingá-lo mas não sabia como encontrar a voz.

"Ainda não, meu amor." ela sentiu seu coração bater tão forte no peito ao ouvir aquelas palavras que achou que fosse ter um ataque cardíaco. Não era lá uma declaração de amor mas era mais do que ela podia esperar. Se fosse pra morrer, que morresse agora, feliz e nos braços dele.

Ele voltou a deitar o corpo por cima do dela, seus braços apoiados nas laterias de seu corpo. As mãos dela rapidamente se enrolaram nos cabelos loiros dele o puxando pra um beijo desesperado. Uma mão dele agarrou seu seio e apertou, com toda força que tinha. Ela mordeu sua língua ao sentir a dor. O gosto do sangue dele misturado com suas salivas. Ela estava desesperada, seu baixo ventre pulsava descontroladamente. Ela o queria o máximo que pudesse, dentro dela, com força, com carinho, com paixão.

Insano. Errado. Imoral.

Loucura. Necessário. Delicioso.

As pernas bem torneadas agarram-se à cintura dele. Ela tinha pressa, tinha fogo, tinha necessidade. Num movimento rápido, ele escorregou pra dentro dela com facilidade. Ela apertou os olhos ao senti-lo lá dentro. Ele não se movimentou, não se mexeu. Queria que ela olhasse nos olhos dele enquanto fizessem aquilo. Enquanto fizessem amor.

Amor. Amor. Amor.

Ela abriu os olhos e o encarou. Seus olhos de lobo a prendeu, chegou até à sua alma e quase a tocou. Ele se movimentou e ela quebrou o contato visual, fechando os olhos por uns instantes, apreciando o prazer que ele lhe proporcionava.

"Olhe pra mim." ele sussurrou em seu ouvido, a respiração descompassada enquanto voltava a se mover gradativamente.

As orbes castanhas atenderam ao seu pedido. Ele sustentou o olhar dela com uma intensidade que era quase palpável. Havia muita coisa explícita na tempestade de seus olhos e não precisava dizer o que era. Ela entendia.

As estocadas aumentaram de velocidade e ela sentiu seu orgasmo próximo outra vez. E pra seu alívio, ele não parou. Ela gritou o nome dele quando sentiu o corpo tremer e as sensações maravilhosas lhe invadirem. Ainda tinha os últimos espasmos no corpo quando ele enterrou a cabeça na curva de seu pescoço e grunhiu seu nome.

Ela entendia porque também sentia. Ela nunca poderia deixá-lo, por motivo nenhum.

O corpo de Draco caiu pesado por cima do dela. Mas ela não reclamou, envolveu os braços ao redor de seu pescoço e o abraçou. Ele fez o mesmo em sua cintura. Ambos ainda tinham a respiração descontrolada e o coração batia feito louco.

Ele levantou o rosto e a beijou suavemente, delicadamente. Um beijo calmo, terno e cheio de sentimentos. Um beijo que ela nunca imaginou receber dele. Não era pra haver sentimentos, mas depois de tanto tempo, tanta cumplicidade, tinha que haver alguma coisa.

Ela sorriu quando ele se afastou, os lábios a centímetros do dela.

"Eu te amo."

As palavras saíram sem permissão. Ele abriu os olhos a fim de ver a reação dela e encontrou ela sorrindo. Sorrindo pra ele. Seu coração bateu mais forte no peito, bombeando sangue pra suas veias. Ele sentia-se idiota mas feliz. Ali, com ela, tudo era maravilhosamente bom.

"Não me faça repetir isso." ele resmungou e ela riu.

"Não vou." ela parou por um momento, pesando os prós e os contras da situação como sempre fazia. Ele ainda olhava pra ela esperando alguma coisa. Ela amava Ron. Mas sabia que também amava ele. Mas aquilo só piorava tudo. Sacudiu a cabeça jogando esses pensamentos pra longe. Queria pensar apenas naquele momento em que tinha Draco abraçado ao seu corpo dizendo que a amava. "Eu também te amo." ela disse por fim.

Ele voltou a enterrar o rosto na curva de seu pescoço, aspirando seu cheiro, sorrindo contra sua pele. Ele era seu e ela era dele de uma forma que nunca ninguém entenderia.

Dormiram abraçados, esquecendo que era dia de semana, mais precisamente quarta-feira à tarde. Esquecendo que tinham marido e mulher esperando em casa, esquecendo que tinham trabalhos pra terminar.

E esquecendo o que tinha os levado ali. O pedaço de pergaminho ficara esquecido no chão, junto com a bolsa e o casaco de Hermione. Não deviam ter esquecido.


N/A: Oi gente! Sou nova aqui mas já escrevo fics a algum tempo. Eu comecei a escrever essa ontem à noite e resolvi que seria a primeira que eu postaria aqui. Ela vai ter no máximo três capítulos. Espero que vocês gostem! Até.