Começo por falar da chuva

Começo por falar da chuva.

Porque a chuva é algo simples e real...e a minha história já é bastante complicada e inverosímil. Além disso, a chuva turva as coisas sem mentir... E eu já nem sei se a minha história é inteiramente real...ou se é em parte um produto da minha imaginação.

Meu nome é Kagome...

Até há bem pouco tempo, eu costumava sentir-me como uma mosca que vi uma vez durante uma aula.A mosca embatia uma e outra vez contra a barreira invisivel.Zumbia...desesperada por se libertar.

Ansiosa por algo novo...e ninguém reparava nela.

Também eu era pequena...E invisível.Não. Invisível, não. Ser invisível até teria graça.

Eu era apenas insegnificante.

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-Isto é incrivel! Acabaste de chegar a casa e já estamos a discutir um com o outro!!

-Porque tu móis-me a paciência!! Queres que passe mais tempo em casa, mas ando oucupado, demasiado oucupado!...

Lá estavam outa vez os meus pais a discutir...como sempre, sempre que chego da escola, é sempre assim... Nem os cumprimentei, nem boa noite, nada...já não existo para eles, de todas as maneiras... segui para o meu quarto e me tranquei lá, começando a imaginar ao lado do Inuyasha, o meu amigo(imaginário) super famoso estrela de rock...Nós faziamso tudo!

Ouçam, eu não sou louca...não achava que ele realmente estivesse ali, nem nada do género...

Mas a música dele era real.

E sempre estivera presente na minha vida, embora parecesse vir de muito longe... Essa música atingia-me directamente...

Como um míssisl!!

A música dele fazia-me sentir viva.

E fazia me sentir menos só.

No dia seguinte...

Me encontrava na escola, escrevendo besteras no meu caderno, e ai, olho pela janela...

A mosca havia morrido...sem poder ter a sua devida liberdade.

-Ok meninos, já classifiquei os vossos contos.Na proxima semana, vão lê-los em voz alta, durante a aula.-Falou a professora Kaede, começando a entregar os contos.-Exelente, Houjo.Muito criativo.

Certa vez, a Sra. Kaede, a nossa professora de literatura, leu-nos um poema que dizia que as pessoas eram como oceanos. A maioria dos meus colegas não percebia o que isso significava, mas eu julgava compreender.

Quem me der poder escrever assim tão bem...

-E como de costume, o texto da...hum...Kagome, não satisfaz nada. Nota negativa de novo, Kagome.-disse a professora, com ar de pena.

Pouco me importa. Não quero saber disso na mesma, não. Se aquelas pessoas fossem oceanos, eu estaria nadando entre elas.

Descobri a professora Kaede num site de encontros e decidi responder-lhe ao anuncio dela. Mandei-lhe uma foto do meu tio e disse-lhe que adorava ler classicos.

A foto que ela me mandou devia ser uns bons 10 anos ou coisa assim...

No primeiro email que lhe escrevi disse-lhe que andava a ler o Moby Dick. Esse email não tinha mais que duas frases... Ella respondeu-me com uma longae demorada analíse do Moby Dick.

As pessoas solitárias são as mais facies de enganar.

OoOoOoOoOoOoOoOoOoO

Quanto á kikyo, encontrei-a num site de sobre Hip-Hop, ao fem de algumas buscas no Google.

Usava o nick de " DJ Plastic Tags" e apresentava-se como uma mulher holandesa de 25 anos, corpo esbelto, olhos vermelhos e cabelo loiro...nada a ver com a realidade...Gorda, feia como tudo, olhos pretos e cabelo preto também, até eu era mais bonita.

Mas nós costumavamos trocar emails de música com muita frequência. Ela estava convencida de que eu tambémera uma pessoa mais velha.

O sinal da campainha tocou. Era hora de sair daquela sala horrivel, com gente desprezivel. Fui a andar pelo corredor, quando oiço alguém me chamando, me fazendo virar para ela e para logo na esquina onde eu ia virar, para ir para o refeitório.

-Kagome...huff, finalmente peguei voçê...ai desculpa.-falou Houjo, que veio meio atrapalhado, me fazendo corar, pois estava praticamente em cima de mim.

-Desculpa porquê?- perguntei, já me preparam-do para virar, mas ele me impede, fazendo olhar nos seus olhos castanhos, que eram lindos.

-Pelo do de outro dia, te empurrei e nem me desculpei.-Falou ele, se encostando á parede da esquina, arfando...deve ter corrido muito.

-Tá bom, xau.-apenas disse eu, dando-lhe um fora, eu não quero nada com ele não...ele é mulherengo demais.

Mas, quanto á indentidade dele, eu lhe encontrei num site de video-jogos. E eu lhe mandava mensagens sobre a falsa identidade sobre um rapaz que queria ser progamador de video-jogos.

E depois havia a Kagura, a melhor amiga da Kikyo.

A essa, eu lhe fui encontrar num chat religioso, depois de a ter visto a dizer uma oração no refeitório, antes do almoço.Ela está convencida de que sou um milionário que perdeu a fé em Deus e que está á beira do suicidio.Aqui à uns tempos, enviava-me emails a toda a hora, dizendo-me o quanto boa era a vida...

Costumava concluir cada mensagem com a frase: « o mundo está cheio de amor». Por fim, disse-lhe que tinha perdido toda a minha fortuna e ela deixou de me contactar.

Estão a ver o que quero dizer?

Eu nadava nos oceanos daquelas pessoas. Conhecias. Mas elas não me conheciam a mim.

Até ser demasiado tarde.