Nota da Autora: Espero que gostem da fic, inspirada no mundo de Eragon. Apenas a personagem Maraya pertence-me. Contém spoilers.
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Capítulo I – Regresso a Gil'ead
Eragon afagou o pescoço de Saphira, após apagar a fogueira que ela acendera, horas antes. Estava completamente exausto: tinha viajado durante horas a fio, sem descansar. Mas era necessário que assim fosse.
Tinham passado dois meses desde a grande batalha nas Planícies Flamejantes, em que as tropas do Império tinham sido chacinadas e em que descobrira a traição de Murtagh e a verdadeira identidade do seu pai.
Cerrou os dentes, tal como fazia sempre que este pensamento o invadia, coisa que ocorria demasiadas vezes.
Vamos, pequeno, não penses mais nisso. Tu não és o teu pai nem o teu irmão. E não te esqueças que o teu verdadeiro irmão é Roran.
Eragon não pode deixar de sorrir ao lembrar-se da viagem que empreendera com Roran, cujo objectivo foi libertar Katrina. E a lembrança da missão cumprida com sucesso, assim como os olhares de amor e felicidade do par e a expressão de gratidão do primo animaram-no.
Boa noite, Saphira. Dorme bem, hoje, que amanhã vamos para Gil'ead. É o nosso último destino. Eragon enroscou-se perto do dragão, para se manter quente.
Saphira acordou estremunhada, certa de ter ouvido um barulho estranho. Ao olhar para a entrada da gruta que lhes servira de abrigo durante a noite, pensou ter visto um vulto. No entanto, não pôde confirmar, uma vez que aquela visão não durou mais que um momento.
Eragon. Eragon. Chamou, carinhosamente. Cuidadosamente, esfregou o seu focinho na face do jovem Cavaleiro, para o acordar. Acorda, pequeno. Temos um longo dia de viagem pela frente, até Gil'ead. Além disso, acho que estamos a ser seguidos.
Esta última declaração fez com que o jovem despertasse definitivamente. Pondo-se de pé rapidamente, levou a mão ao cinto, procurando o cabo de Za'roc, para a desembainhar. Só depois se lembrou que Murtagh lha roubara.
Cautelosamente, aproximou-se da entrada e observou a paisagem envolvente, procurando algo ou alguém. Como não descobriu nada de anormal, voltou para junto de Saphira, pensando: Deve ter sido só um sonho.
Quem me dera ter tanta certeza como tu. Replicou a criatura, com uma fungadela.
Meia hora depois, ambos voavam a uma altitude considerável, para evitar serem apanhados pelos lacaios de Galbatorix. Passaram o resto do dia assim, voando e mantendo uma conversa telepática.
Ao pôr-do-sol, aterraram num planalto perto da cidade de Gil'ead e procuraram uma gruta onde pudessem passar a noite. Saphira estava bastante cansada, apesar de tentar mostrar o contrário.
Saphira, ficamos aqui. Daqui a dez minutos vou partir para a cidade e tu ficas aqui, a descansar. Escusas de negar que estás cansada, não vale a pena tentares. Além disso, preciso de recolher algumas informações.
Não acho que seja uma boa ideia. A tua cabeça – e a minha, já agora – estão a prémio e podes ser facilmente reconhecido. Galbatorix tem tropas em todas as cidades, como certamente sabes.
Não insistas, Saphira. Precisamos de saber o que se tem passado. Temos de saber o que o Império anda a tramar. E como tu chamas demasiado a atenção, eu vou. Fica descansada, eu não me vou passear em frente dos Urgals nem gritar aos quatro ventos quem sou.
Mas, Eragon, mesmo assim é perigoso. Mas eu não digo mais nada. Com essa tua cabeça dura, nada que eu te diga pode fazer-te mudar de ideias.
O jovem sorriu, triunfante. Antes que o dragão arranjasse mais algum argumento para o tentar impedir de ir, vestiu uma longa capa andrajosa, de modo a assemelhar-se a um mendigo.
Até já. E tem cuidado.
Tem tu cuidado! Saphira rosnou amorosamente e começou a tratar da sua higiene pessoal.
Eragon já saíra da gruta e encaminhara-se para as portas da cidade. Um pouco surpreendido, conseguiu transpô-las facilmente, sem nenhum problema.
Isto não me cheira bem.
