Não, eu não possuo Naruto, eu possuo todo o resto do universo, dominando espaço e tempo, mas Naruto não me pertence, ainda...

É mais uma das fic da Li, isso é: Yaoi. Se não gosta, não leia, possivelmente haverá relações entre pessoas do mesmo sexo, possivelmente um pervertido Itachi corrompendo um puro e inocente Naru-chan. Por isso, se não curte, não continue.

Não escrevo por lucro, meu único ganho é os elogios ou críticas daqueles que comentam ou não, mas que igualmente apreciam o trabalho que realizo, por isso, se não estiver pensando em fazer nenhuma crítica construtiva, não continue. E aqueles que adoram pegar idéias ou partes de fics, mesmo que eu não receba nada por isso, é meu e o uso parcial ou integral de qualquer parte dele é plágio e o pode vir a punir essa infração.

É uma fic UA ( Universo Alternativo)

Para aqueles que continuam conosco, en joy...

Naru-chan

Uchiha Itachi estava de volta a Konoha, depois de cinco anos em Suna, se dedicando única e exclusivamente aos negócios, arrumando a bagunça que o pai deles deixara em vida, ele estava de volta. Sua vida, desde a morte dos pais, fora para os bens Uchiha, e seu irmãozinho sabia que fazia isso por eles, não por si mesmo. Quanto mais se dedicava, mais liberdade dava ao irmãozinho para seguir seu próprio caminho, o caminho que escolhera sozinho. Tanto que nem mesmo se preocupara em encontrar uma casa para si em Suna, de onde dirigira os negócios por cinco anos, arrumando a bagunça que seu pai e parentes tão incapazes quanto o mesmo tinham causado.

Para alguns fora uma tragédia a morte da família Uchiha em um acidente aéreo que vitimara quase todos os membros do clã, poupando apenas os dois herdeiros principais, os filhos de Uchiha Fugaku e Mikoto, que não estavam no avião por ainda estarem respectivamente na faculdade e escola. Para muitos, os dois órfãos tinham se tornado desolados com a morte de seus pais e praticamente todos os parentes, mas Sasuke e Itachi tinham se sentindo finalmente livres. Livres da pressão, livres dos parentes inúteis e prepotentes, livres da soberba de Fugaku. O único pesar real para os dois irmãos fora a morte de Mikoto, a mãe deles, que era realmente uma pessoa gentil e amorosa, uma boa mãe.

Mas não tinham qualquer pesar pelo resto da família, nenhum deles iria sentir falta do pai e parentes que jogavam um contra o outro, que forçavam seus ideais distorcidos sobre os dois e exigiam muito mais do que podiam conseguir nos dois. Fora a questão sexual, Itachi era bissexual, e não achava que casamentos de conveniência pudessem dar certo, ou desejava um assim para si. Já Sasuke era gay, completamente gay, a única mulher que suportava próxima a ele era a mãe. Nenhum dos parentes parecia considerar isso, ou aceitar isso, estavam melhor mortos, na opinião dos irmãos.

Sasuke, logo depois dos funerais, fora para o apartamento que Itachi usara próximo a faculdade, disposto a seguir sua vida, como sua mãe teria desejado, Itachi seguira para Suna, onde os maiores desfalques da administração de seu pai, que confiava demais nos parentes, estavam. Nenhum dos dois tinha muito tempo para se verem naqueles anos, mas se viam às vezes e o relacionamento dele, se não voltara ao fraternal que tiveram na infância de Sasuke, pelo menos se tornou amigável.

O único problema era que Sasuke não queria o receber em sua casa pelos meses em que o apartamento que Itachi comprara para si em Konoha terminava a reforma e decoração. Sasuke dera todas as desculpas furadas, mas Itachi não desejava mais viver em quartos de hotéis, e a casa onde tinham vivido com os pais tinha sido convertida em um museu da Sociedade Histórica da cidade.

Itachi aceitava, e até gostava muito, de Sabaku no Gaara, que sabia estar morando com seu irmãozinho desde a faculdade. Faziam quatro anos que o nome Gaara começara a ser ouvido nas conversas entre os irmãos, e isso dissera a Itachi que Sasuke tinha seu coração tomado pelo calado ruivo que nascera em Suna, onde tinha finalmente conhecido Gaara. Filho de uma abastada família de políticos, o jovem tinha se inscrito na faculdade de Konoha para entrar no anonimato, assim como os dois irmãos mais velhos, que viviam muito bem em Konoha agora, longe do clima inclemente do deserto e dos anseios daqueles que tinham apoiado o pai dos mesmos. Nenhum deles queria se dedicar a política, e queriam viver o mais longe possível da imagem do pai, por isso viver em Suna, era impossível para eles.

Gaara era ruivo, com cabelos cor de sangue fresco, lisos e macios, que caiam entorno do rosto redondo. Dono de uma pele marfim que desdenhava de todos os demais ruivos, que normalmente tinham sardas ou tendências a tê-las, a pele de Gaara não continha mácula alguma, lisa e perfeita, por todo o corpo pequeno. Os olhos verdes exoticamente claros eram marcados por pintura negra, como era normal ver em Suna naqueles que descendiam de clãs nômades. Itachi gostara realmente de Gaara ao conhecê-lo, sua aparência era divina, mas sabia que não fora apenas isso que cativara Sasuke. Não, Gaara era pequeno, jamais andrógeno, apenas lindo, como Sasuke também era, embora mais alto e muito mais másculo. Era a voz de Gaara, e seu temperamento, que seduzira de vez Sasuke e Itachi se via atraído pelo ruivo calado, com voz rouca e poucas, mas francas, palavras.

E fora exatamente Gaara quem decretara que Itachi ficaria no amplo apartamento em que vivia com Sasuke. Não iria negar hospitalidade a um parente, dissera Gaara sucintamente. Por isso Itachi estava ali, com uma mala contendo tudo que poderia precisar para um ou dois meses, se precisasse de mais, poderia facilmente comprar, batendo na porta do apartamento de seu irmãozinho, sabendo que seria bem recebido, ou pelo menos recebido.

Foi Gaara quem abriu a porta, dando espaço para que entrasse no bem decorado apartamento. Aquele ali era um lar, sentiu Itachi ao entrar, notando as notas da decoração que caracterizavam seu irmãozinho, a mostra nos móveis escuros, misturados com os toques de Gaara, em tons terrosos e areia. Notou também os detalhes mais exóticos e vivos naquela decoração, sabendo no mesmo momento que alguém muito exuberante tinha dado aquelas peças como presente, alguém que ambos os moradores dali gostavam, senão não deixariam em exposição. Eram quadros, arte moderna, normalmente Itachi não apreciaria, mas os tons eram lindos e falavam de paixão, de amor, de determinação. Notando o olhar de Itachi, Gaara falou.

- Meu primo, Naruto, os fez para nós – a voz de Gaara, rouca e baixa, como que provocando um homem a fazer-lhe gritar, soou calma, até mesmo serena e Itachi o olhou sorrindo um pouco – temos um outro, em nosso quarto, mais clássico.

- São lindos – Itachi comentou estudando novamente os dois quadros, colocados lado a lado na maior parede da sala, com iluminação propicia sobre eles – seu primo tem muito talento.

- Inúmeros talentos – Gaara corrigiu enquanto guiava Itachi pela casa até o quarto em que o hospedariam – esse é seu quarto.

- Por que Sasuke não me queria aqui? – Itachi resolveu ser tão franco quanto o ruivo era e perguntar logo de uma vez.

Gaara o olhou demoradamente, não era algo desconfortável, Itachi tinha um amigo de Suna que se portava exatamente assim, também era muito parecido fisicamente com Gaara, mas Sasori fazia questão de fazer suas vítimas desconfortáveis quando os olhava demoradamente, em silêncio, sem piscar. O olhar de Gaara, ao contrário do de Sasori, era apenas para avaliar seu alvo, como que dissecando seus pensamentos e sentimentos, suas motivações para questioná-lo. Itachi gostava cada vez mais de Gaara.

- Sua presença nos restringirá um pouco – Gaara falou, indicando com a cabeça que Itachi deveria entrar no quarto – coisas que nos são comuns, costumeiras, não poderão acontecer por causa de sua presença aqui. Sasuke se ressente por isso, mas ao mesmo tempo, deseja ajudá-lo e tê-lo por perto.

- Não quero ser um inconveniente – Itachi falou com um pequeno sorriso malicioso no canto dos lábios, algo que Gaara registrou.

- Eu arrumei o quarto e banheiro – Gaara indicou sucinto – há mais toalhas no armário do banheiro, lençóis, travesseiros e cobertores aqui. Os armários estão vazios, assim como a cômoda, pode se instalar completamente.

Itachi concordou, colocando a mala sobre o baú aos pés da linda cama esculpida em madeira escura com meias-colunas. O quarto era amplo arejado, e quase delicado demais para a personalidade dos dois donos daquele lar, o que dizia a Itachi que ou aquele quarto tinha sido decorado por outra pessoa, ou tinha sido feito para alguém especifico, alguém que combinava com os tons azuis que cobriam a cama.

- Esse era o quarto de Naruto, quando ele vivia conosco – Gaara falou, como que lendo os pensamentos de Itachi, que se voltou para ele para vê-lo na porta, de voltando para partir – e se pensa que o que sua presença restringirá é alguma vontade de dançar tango na horizontal no tapete da sala, se engana, por isso, não seja silencioso ao andar.

Itachi riu daquilo, realmente riu, porque obviamente o ruivo já podia lê-lo muito bem, provavelmente aprendera com Sasuke. Eram muito parecidos, tanto fisicamente, quanto sua personalidade. Sasuke apenas era mais revoltoso e instável do que ele, que preferia usar uma máscara de serenidade que o tornava implacável nos negócios.

Sozinho no quarto que ocuparia enquanto o seu próprio apartamento ficava pronto, ele se viu imaginando uma pequena modificação no quarto que teria, a decoração que usariam era limpa demais, monocromática demais. Poderia usar alguns dos elementos daquele quarto, onde já estava se sentindo muito bem, muito acomodado. Arrumou com cuidado suas coisas, usando o amplo espaço disponível e então foi ao banheiro deixar seus artigos de higiene, mas parou na porta, olhando espantado e invejoso. Se o quarto usava elementos antigos com modernos, misturados e harmônicos, era apenas um ensaio do banheiro.

Apaixonou-se pela banheira com pés de garra modernizada e mais ampla, onde poderia facilmente se esticar e relaxar, aproveitando a hidromassagem que fora instalada na mesma. Por fora, apesar de seu tamanho, ela parecia normal, uma antiguidade, mas não era, era uma recriação feita sobre medida e encomenda. Os metais dela eram imitações das antiguidades antigas, com peças modernas no mesmo tom de bronze usado na torneira e registros. Ao lado dela, estava um boxe de vidro claro, mostrando a ducha moderna. As linhas das demais porcelanas, como o vaso sanitário e a cuba da pia, eram trabalhados, como antiguidades seriam, no tom branco neve, completamente puro. O piso era de pedra negra, polida, mas não lisa. As paredes eram do mesmo branco neve, o espelho era amplo, com iluminação oculta. O banheiro, até mais do que o quarto, era uma obra de arte e Itachi desejava agora ligar para seu arquiteto e mudar completamente os desenhos do banheiro de sua suíte. Também imaginou como seria o quarto de Sasuke e Gaara, já que aquele era o quarto de hóspedes deles.

Arrumou suas coisas, dispersando-as pelo lindo banheiro e então voltou ao quarto. Sentindo como se alguém tivesse acabado de sair dali, embora a porta estivesse fechada desde que Gaara o deixara se acomodar. Mas o cheiro, e Itachi era muito bom para eles, era o perfume pessoal de alguém, um cheiro quente, limpo, de mel e caramelo, pensou Itachi. Estranhando aquilo, pois Gaara, pensando agora, tinha o cheiro de sândalo e areia, e Sasuke tinha naturalmente um cheiro muito parecido com o dele, mais puxado para ozônio, como o que se sente depois que um grande raio.

Deixando isso de lado, apesar de saber que aquele não era um cheiro sintético, como o usado para aromatizar ambientes, cosméticos ou perfumes. Sabia reconhecer muito bem esses, e não gostava muito, apreciava mais o cheiro natural de um corpo limpo. Acabarei descobrindo, pensou enquanto tirava seu laptop da pasta e o acomodava sobre a delicada escrivaninha que obviamente fazia par com a cama. Ligou o computador enquanto puxava a cadeira que lhe fazia conjunto, se açodando também e começando a ver o que acontecera enquanto estava viajando.

Naru-chan

Já faziam duas semanas que Itachi estava acomodado ali, e ainda não encontrara a origem de tal aroma, mas ainda o sentia algumas vezes. Na semana passada, ouvira Gaara resmungando na cozinha, o encontrara sozinho ali, mas o cheiro, como no dia em que chegara, estava entorno dele antes que o ruivo se movesse para observá-lo enquanto preparava o jantar. Já sentira Sasuke saindo do quarto do casal, onde estivera sozinho, sendo envolvido em uma nuvem daquele mesmo cheiro, com um sorriso verdadeiro que era muito raro de adornar seus belos lábios.

Sasuke estava mais tranqüilo com sua presença ali, depois de um ou dois dias de irritação e revolta, onde Sasuke quase não o olhava e quando o olhava havia um que de magoa nos olhos negros de seu irmãozinho. Mas então, de um segundo para outro, enquanto Sasuke ia lavar-se para o jantar, aquela postura toda se fora e quando se acomodaram para jantar, era o irmãozinho que amava novamente, mostrando o quanto estava feliz vivendo com seu amante e levando a vida que desejava. Sasuke tinha se tornado escritor, podia trabalhar em casa, por isso quase sempre estava escondido no terceiro quarto do apartamento, convertido em um escritório e biblioteca. Gaara tinha uma galeria de arte, trabalhava com uma ampla quantidade de artistas, dentre eles, estavam Sasori e Deidara, amigos de Itachi da época da faculdade.

Naquela noite, Sasuke Gaara recebiam o estranho casal de artistas para o jantar, por isso Itachi chegara mais cedo em casa, para ajudar. Já notara que Gaara e Sasuke dividiam as tarefas da casa, uma empregada vinha duas vezes na semana para a limpeza mais pesada, mas ambos eram organizados e cuidadosos com suas coisas, e Itachi admirava a independência deles. Ele e Sasuke tinham sido criados com exércitos de empregados, assim como Gaara, mas sabia que os dois primavam por sua intimidade e por isso preferiam fazer as tarefas cotidianas eles mesmos. Sasuke e Gaara tinham uma rotina, quem fizesse a comida não limpava a cozinha e cuidava da louça, desde que não deixasse muita bagunça para trás. Ambos eram ótimos cozinheiros, e Itachi tinha algum talento para isso também, por isso se oferecera para ajudar, sendo expulso da cozinha por seu irmão, felizmente a campainha acabara de soar, indicando que os convidados também tinham chegado.

- Dobro minha última oferta – Sasori falou e Itachi entendeu que aquela era a forma do ruivo cumprimentar Sasuke, que recebia o beijo de Deidara muito incomodado antes de estender a mão ao sofá, para que ele fosse se acomodar.

- E eu recuso, como fiz da última vez – Sasuke falou bem humorado – não estão à venda.

- Mas eu os quero – Sasori falou parando diante de um dos quadros e o analisando mais uma vez, sempre aceitava os convites de Sasuke e Gaara exatamente para poder ver aquelas obras. Não eram as melhores do pintor, mas estavam entre elas.

- Gaara disse que você anda colocando as mãos em todas as telas que encontra dele – Sasuke falou em tom de acusação e Sasori se voltou para ele, o olhou longamente e então concordou com a cabeça.

- O dana é fascinado pelo trabalho de Naru-chan – Deidara falou batendo na perna de Itachi, que se acomodara na poltrona ao lado do sofá – temos toda a fase moderna dele, menos esses dois quadros aqui.

- E o nu – Sasori falou indo até o outro quadro e o analisando completamente.

- O nu do quarto, un – Deidara concordou – deve ser lindo.

- Não o conhece? – Itachi perguntou, embora ele também jamais tivesse visto tal quadro. Tinha entrado no quarto de Sasuke e Gaara, é claro, para ver a decoração e a encontrara perfeita para o casal, o banheiro também era grandioso, mas não vira o tal quadro, que obviamente ficava no closet, onde não fora permitido entrar.

- Nenhum dos dois permite – Sasori informou – mas vi quando estava sendo feito, apenas os traços, ainda sem as cores. A parte mais bela dos quadros de Naru são justamente as cores que ele usa, notar cada pequena gama de tons que ele mistura para criar uma cor única. São apenas quatro os nus que ele fez, os dois que eu tenho, os de vocês e o de Haku e Neji.

- Neji entrou com uma ordem de restrição, un – Deidara informou parecendo feliz com aquilo, o que espantou até mesmo Itachi, que o conhecia muito bem – nem eu, nem o dana, podemos nos comunicar ou nos aproximar dele ou de Haku-kun.

- Bem feito – Gaara falou sorrindo na porta da cozinha, fazendo Deidara se erguer em um pulo e ir beijar o dono da casa – quem foi que vendeu um nu para você?

- Sai – Sasori deu um pequeno sorriso – Menma não queria que ele vendesse, mas não queria continuar com ele na sala.

- Maldito exibicionista – Sasuke resmungou, mas estava rindo – mas eu entendo Menma, ninguém merece ver seu amante nu ao lado do ex-namorado.

- É o único auto-retrato de Naru – Sasori lembrou e Sasuke lhe lançou um olhar invejoso – e eu o possuo agora. Está em meu estúdio, para me dar criatividade.

- O nosso nu está no quarto, só que não escondido no closet e sim sobre a cama, un – Deidara falou faceiro, e então notou que Itachi parecia confuso sobre isso – Naru-chan fez quatro nus, presentes para seus amigos mais íntimos. Gaara e Sasuke, eu e o dana, Neji e Haku e a si mesmo e seu amante na época, Sai. Fez todos eles de memória e cada um é único, parece retratar o íntimo de seus modelos, pelo menos esse é o caso do nosso nu e do de Sai e Naru-chan. Não pudemos analisar bem o quadro de Neji e Haku, o Hyuuga não deixou, un. Mas agora o de Naru-chan e Sai é nosso, e podemos analisar os traços.

- Nenhum de nós é bom com pincéis – Sasori falou andando até o sofá e se acomodando tranquilamente – Sai é o melhor dentro nós neles, mas seu estilo em nus é mais erótico, o de Naru sempre foi mais emotivo.

- Emotivo? Um nu? – Itachi questionou serenamente, estava ficando cada momento mais curioso sobre os tais quadros.

- Conhece o trabalho de Naru? – Sasori perguntou e Itachi negou.

- Não, ele jamais produziu o suficiente para chegar a Suna – Sasori suspirou – os conhecedores de arte em Konoha não permitiriam que saíssem, e aqueles poucos que contavam com o apreço de Naru e ganharam um dos quadros feitos por ele jamais o divulgariam levianamente. Naru é um desses pintores que não se vende a mídia, não produz em massa, não se deixa seduzir pelo sucesso de uma exposição, embora Gaara tenha tentado.

- Eu fiz a exposição dele – Gaara lembrou cruzando os braços sobre o peito.

- E por esse catálogo eu sei quem ameaçar – Sasori falou tranquilamente, e todos ali sabiam que ele estava sendo franco – ele tem um talento único. Você, que prefere a escola clássica, Itachi, apreciaria mais os quadros de Shimura Sai, o ex-namorado de Naru. Mas eu, assim como Gaara, apreciamos os traços modernos de Naruto, as formas inusitadas de seu traçado, a mistura de cores que transmite a emoção que ele está retratando. Por isso os nus de Naru são diferentes de todos os demais nus, ele não os cria para chocar ou seduzir, é apenas uma forma dele descrever o sentimento que viu ou percebeu em um casal. O que ele fez para nós, depois daquele feriado na onsen dos Hyuuga, quando ainda éramos bem recebidos por Neji, ele teve a idéia de usar nossas linhas corporais para criar um presente único a cada um dos amigos que estava lá para comemorar com ele seu aniversário.

- Todos os pintores usam paisagem para transcrever sentimentos, un – Deidara falou, sorrindo ao se acomodar ao lado de Sasori, eram amantes a muitos anos, desde a faculdade – Naru-chan usa cores.

- Como o conheceram? – Itachi perguntou finalmente – que eu saiba, não confraternizam com outros artistas.

- Os desprezamos, un – Deidara riu ao falar, era verdade e todos ali sabiam, mas havia respeito e afeição na forma como os dois falavam de Naruto e de seu trabalho.

- Eu sou primo de Gaara por parte de pai – Sasori indicou e Itachi concordou, sempre os achara parecido fisicamente, agora sabia por que – Naruto e Gaara são primos por parte de mãe. Gaara nos pediu ajuda ao abrir a Shukaku, a galeria dele. Foi assim que acabamos nos mudando para Konoha, Deidara gostou da cidade.

Aquilo não era verdade, Itachi sabia que Sasori jamais se mudaria por causa de Deidara, mas deixou que o amigo continuasse, jamais vira Sasori falando tanto em sua vida.

- O dana se apaixonou por Naru-chan assim que o viu, un – desmentiu Deidara rindo, mas Sasori não replicou o olhou friamente, como seria normal – ele estava ajudando Gaara com os engradados.

- Semi-nu – lembrou Sasori com um sorriso e Deidara, Gaara e Sasuke sorriram também, todos eles com uma certa nostalgia nos olhos – usando apenas aquela bermuda jeans puída e desfiada. Usei aquele corpo como modelo para muitas de minhas marionetes desde então.

- Ele é lindo mesmo, un – Deidara falou sorrindo – e tão pequeno.

- Mas com um cruzado poderoso – Sasuke falou e Deidara riu concordando, assim como Sasori e até mesmo Gaara concordou solene – ele gostava de ajudar Gaara com a distribuição das peças na galeria.

- O gosto de Naruto para isso sempre foi soberbo – Gaara falou calmamente.

- Vocês jamais gostaram de Sai – Sasori provocou.

- Nem vocês – Sasuke replicou no mesmo tom – tanto que o despreza por ter vendido o quadro de Naruto para você. Não negue, não precisa. Você queria o quadro sim, mas eu percebo que parece pensar que somente aqueles que se negam a vender uma obra de Naruto merecem possuir uma.

- E é verdade – Sasori concedeu finalmente – ele não merecia Naru e não merece Menma, pelo menos não como amante. Não nego que Sai é bonito, seria o mesmo que dizer que Sasuke ou Itachi não são esteticamente atraentes, mas ele não só agora parece estar desenvolvendo o necessário para fazer um amante feliz. Agora, com Menma, enquanto Naru está...

Sasori não continuou, parecia não conseguir dizer o que Naruto estava e Itachi o olhou intrigado.

- Ele está morto? – Itachi perguntou e foi automaticamente fulminado por quatro pares de olhos em cores diferentes, já que Gaara tinha olhos verdes claros, Deidara olhos azuis claros, Sasuke com seus olhos negros como os dele e Sasori com seus olhos cinzentos como tempestade.

- Está louco? – Sasuke esbravejou ameaçadoramente, como se só pensar em tal coisa fosse uma afronta, e Itachi percebeu que todos se sentiam da mesma forma, em menores graus, mas da mesma forma.

- Naruto está em coma – foi Gaara quem falou – mas tem grandes chances de acordar a qualquer hora.

- E vai, un – Deidara falou cruzando os braços e amuando – não conheci ninguém mais determinado, teimoso mesmo, do que nosso Naru-chan.

- Com certeza – Sasuke falou, mas seu humor ainda não tinha abrandado.

- Achei que soubesse como Gaara e Sasuke tinham se conhecido – Sasori falou ainda fulminando Itachi, que negou com a cabeça – Gaara fazia Administração, Sasuke estava fazendo Literatura, os prédios são completamente opostos.

- Sim, isso eu sei – Itachi falou calmo – pensei que tinham se conhecido em algum evento.

- O evento foi Uzumaki Naruto – Sasori falou e aqueles simples nome o fez sorrir finalmente – como seu nome, ele é um redemoinho. Naruto estava no mesmo prédio que Sasuke, eles tinham aulas em comum, já que Naru estava fazendo História da Arte. Como Gaara morava com ele na época, foi absolutamente normal conhecer o novo rival de Naru.

- Eu – Sasuke sorriu com a lembrança – e como deve imaginar, eu e Gaara nos odiamos.

- Você queria dormir com Naruto – Gaara falou simplesmente e Sasuke riu negando com a cabeça – ou pelo menos pareceu.

- Meus amigos eram pessoas como Neji – Sasuke falou – e éramos mais conhecidos que andavam juntos por segurança do que amigos. Naruto foi o primeiro amigo real que eu tive, e só depois que ele passou dias me perseguindo e irritante, tentando ser meu amigo.

- Depois que ele perguntou seu sobrenome? – Sasori perguntou.

- Sim, dias e dias depois e quando o ouviu perguntou o se isso me dava uma coroa ou algo assim – Sasuke riu ao dizer aquilo – não fazia a mínima idéia do que Uchiha queria dizer, para ele era mais um sobrenome qualquer.

Itachi olhou com mais interesse seu irmãozinho, pensava que Gaara o tinha tornado mais aberto, mas aparentemente, não tinha sido ele. Uchiha era um nome mundialmente conhecido, temido ou respeitado, não importava. Alguém que não sabia, ou não se interessava pelo sobrenome deles era algo único.

- Ele fez o mesmo com Neji – lembrou Gaara.

- Pois é – Sasuke fez um gesto com a mão, como se quisesse perguntar em que mundo Naruto vivia e Deidara riu divertido.

- Naru-chan jamais se importou com essas coisas, un – Deidara falou ainda rindo.

- Não, não Naru – Sasori concordou deixando o amante entrelaçar seus dedos com os dele – dinheiro, posição social, prestigio, nada disso diz qualquer coisa a ele. Ele respeita as pessoas ou não pelo que elas são, ou pelo que elas podem ser.

- Exato, mas foi a primeira vez que eu me deparei com alguém assim – Sasuke sorriu novamente – aquele dobe, inocente como um bebê em uma hora e malicioso como o próprio pecado na outra. Uma caixinha de surpresas, e o melhor amigo que alguém pode ter.

- Ou irmão – Gaara falou baixo, sorrindo enquanto trocava um olhar com Sasuke.

- Eu, é claro, tive uma atração por Naruto, mas qualquer homem com sangue nas veias e pelo menos um grama de atração pelo mesmo sexo teria – Sasuke falou ainda sorrindo para Gaara – e eu confessei isso, jamais neguei, mas enquanto conhecia mais Naruto, me apaixonei por você, meu ruivo marrento.

Gaara corou levemente, com um movimento de cabeça, concordou e concedeu diante da verdade.

- Naru é extremamente atrativo – Sasori concordou com Sasuke – não apenas fisicamente, mas sua personalidade é tão exuberante quanto sua aparência. Se eu estivesse disponível quando o conheci, com certeza o levaria para a cama.

- Em seus sonhos – Gaara e Sasuke falaram juntos.

- Dana, reconheço que o Naru-chan é lindo, e muito fofo, un – Deidara falou sorrindo – mas ruivos não parecem fazer o tipo dele.

- Morenos – Sasuke sorriu prepotente para Sasori – ele prefere os morenos.

- E eu os loiros – Sasori replicou no mesmo tom – fora que de todos os que estão presentes aqui, eu fui o único que recebeu declaração de aprovação do homem em questão.

- Verdade, un – Deidara reconheceu sorrindo feliz – Naru-chan me disse que me invejava por ter o dana só para mim, un.

Itachi observava o diálogo, ou melhor, o duelo entre os dois casais, divertindo-se realmente em apenas observar a dinâmica entre eles, estava de fora, é claro, era o único ali que não conhecia o tão afamado Uzumaki Naruto, e aparentemente, não teria a sorte de conhecê-lo tão logo.

- Mas era conosco que ele vivia – Gaara arrematou competitivo.

Sasori lançou um olhar rancoroso a Gaara, mas concedeu, não tinha argumentos contra aquilo.

- Nós convidamos Naru-chan, un – Deidara falou para Itachi, parecendo desolado – tínhamos um quarto lindo para ele, e poderíamos criar um lindo estúdio no sótão.

- Ele fez um lindo projeto para nós, o que ajudou muito na reforma e decoração, mas se recusou, estava bem instalado aqui e no estúdio que Gaara fez para ele nos fundos da Shukaku – Sasori complementou indiferente.

Sasuke deu mais um de seus sorrisos superiores antes de ir com Gaara para a cozinha terminar o jantar. Aquele duelo estava terminado, outro começaria e Itachi estava ansioso para vê-lo.

Naru-chan

Hoshikage Kisame odiava os poucos dias no ano em que ficava sem seu carro. Não porque fosse apegado aos seus bens materiais, não era, mas achava terrível ter que contar com um desses serviços de chofer nos dias em que seu carro ficava na revisão.

Não melhorava seu humor, em absolutamente nada, que naquele dia contasse com a carona de Uchiha Itachi, já que sua última reunião oficial do dia seria com ele e ele estava vivendo, por enquanto, no lugar onde trataria de sua última tarefa do dia.

Era uma tarefa desagradável, algo em que tinha esbarrado enquanto defendia uma causa sua com um dos juízes que conhecia em Konoha. Um processo, que ainda estava esperando ser lido por alguém da equipe desse juiz, esperava sobre a mesa onde ele fora se acomodar para esperar ser atendido. Lera por curiosidade, para matar o tempo odioso e desde então estava fumigando de fúria. Por isso fora meio rude ao pedir a Itachi uma carona, ou melhor, comunicá-lo que lhe daria uma carona. Esperava que quando soubesse do assunto que estava indo tratar com Gaara amenizasse o impacto que causara no amigo de faculdade.

Itachi estava silencioso no carro, gostava do fato de Itachi, por mais dinheiro que tivesse, sempre insistisse em dirigir seu próprio carro, usando os ditos choferes quando não tinha outra alternativa viável.

Quando chegaram, doeu em seu coração ver Itachi estacionando na vaga que era normalmente usada por Naruto, sabia que o conversível antigo laranja estava estacionado na galeria de Gaara, onde um dos funcionários mantinha o carro em perfeito funcionamento. Normalmente Naruto cuidava da manutenção do carro antigo, assim como dava uma olhada nos carros de todos os amigos quando podia, por isso, desde que conhecera Naruto em uma festa na casa de Sasori e Deidara, não precisava ficar sem seu carro, o loiro pequeno e angelical demais sabia tudo sobre motores e carros, embora parecesse um adolescente e pintasse como um mestre.

Seguiu com Itachi pelo elevador espelhado, ignorando seu próprio reflexo, ainda mais quando estava ao lado de pessoas como Itachi, cuja beleza física desafiava toda a crítica. Mais uma coisa que devia a Naruto, fora o lindo e desbocado loiro que o fizera com que parasse de se preocupar com sua aparência e criasse um pouco mais de auto-estima. Passara anos se dedicando apenas a seu sucesso profissional, usando de serviços pagos para satisfazer seus desejos sexuais, pensando que jamais conseguiria ser amado, mas isso acabara depois de umas boas verdades e insultos da parte de Naruto, exatamente por isso lutaria por ele. Contra tudo e todos se fosse necessário.

Entrou atrás de Itachi no apartamento e viu Sasuke e Gaara agarrados em uma poltrona. Muitas vezes viera ali se reunir com Gaara, trazendo contratos para funcionários, compra e venda de imóveis ou peças de sua galeria, cuidava de toda a parte jurídica da Shukaku, assim como era o advogado pessoal de Uchiha Sasuke e Sabaku no Gaara, algo que apreciava, mas não estava ali como advogado deles, nem como amigo, estava ali para convocá-los a luta.

- Kisame? – Sasuke foi o primeiro a notá-lo, obviamente tinha apenas espiado para ver o irmão, sem romper o beijo, mas quando o vira, se separara levemente de Gaara, mas não o rejeitara, pois sua mão estava firme entorno da cintura do ruivo em seu colo.

- Não tenho boas notícias – Kisame falou se sentando no sofá sem qualquer cerimônia, simplesmente deixando seu corpo cair e não se importando nem um pouco quando o sofá se arrastara para trás pelo peso extra – os bastardos do conselho do Hospital Konoha entraram com uma ação para desligar as máquinas do nanico.

Gaara rosnou ameaçadoramente, enquanto a mão de Sasuke se fechava em um aperto doloroso, não a mão sobre o corpo de Gaara, e sim a outra, notou Itachi. Um aperto tão forte que fez as unhas curtas de Sasuke romperem a pele da palma, mas o moreno ignorava a dor que aquilo tinha gerado, assim como ignorava o pequeno filete de sangue que agora escorria pela pele pálida.

- Malditos – Sasuke falou entre dentes.

- Estava na sala do juiz Azuma e li um processo que foi protocolado há dois dias – Kisame continuou, tão revoltado quanto Sasuke e Gaara – ainda não foi apreciado, mas eu, no momento em que me reuni com ele, acabei entrando como advogado da outra parte. Estou defendendo o nanico e o direito dele de continuar com as máquinas. Por isso eu preciso de uma procuração sua, Gaara.

- Por que de Gaara? – Sasuke perguntou curioso.

- Preciso de uma sua também – Kisame olhou Sasuke por sobre a tampa de sua maleta de couro negra, tirando dali às procurações que já mandara redigirem e estendendo aos dois junto com sua caneta de ouro – são os herdeiros de Naruto caso ele venha a morrer e maiores interessados.

- Naruto fez um testamento? – Sasuke perguntou surpreso – quando?

- Quando nos conhecemos – Kisame falou incomodado – ele foi me procurar uns dias depois, queria deixar as coisas em ordem, por assim dizer. Já tinha uma idéia bem definida do que queria. Vocês ficam com tudo, absolutamente tudo, dividido entre os dois. Nada para ninguém mais, apenas alguns recados e umas lembrancinhas de pouco valor monetário.

- Por que o conselho quer desligar as máquinas? – Sasuke perguntou então.

- Bla, bla, bla, o leito poderia ser usado por alguém que realmente precisasse – Kisame rosnou irritado – um jovem tão orgulhoso e altruísta não gostaria de ter sua vida mantida artificialmente, egoísmo da família em deixar seu amado ir. Essas besteiras.

- O que não estão dizendo? – Gaara perguntou assim que Kisame parou de falar.

- Senju Tsunade – Kisame rosnou, espantando Gaara e Sasuke, assim como Itachi, que observava mais uma vez uma faceta de um de seus antigos amigos que não conhecia – Naruto é parente dela também, por parte de pai. Eles eram primos em algum grau, isso faz de Naruto o último parente de sangue de Tsunade e herdeiro universal dela em caso de morte, além de ser o maior favorecido no testamento da ilustre dama em questão. Mas o fato é, se Tsunade morrer sem um herdeiro universal ligado a ela geneticamente, o Hospital vai para as mãos do conselho diretamente, assim como todo o patrimônio médico de Tsunade. E é isso que eu estou usando para destruir essa merda de ação.

- Malditos bastardos, vou matá-los, todos eles – Sasuke rosnou vingativo – mas antes, vou matar todos que eles amam, vou matá-los na frente deles e então...

- Não vai fazer isso – Gaara ordenou, impedindo Sasuke de continuar com seus planos de vingança – vamos sim nos vingar deles, discretamente, usando os meios que temos. Uma afronta como essa não será deixada impune, mas não vai se sujar diretamente e não vamos matar ninguém, nenhum inocente principalmente. Vamos fazer esses malditos desejarem ter morrido antes de se meterem com Uzumaki Naruto.

- Quando ele acordar, não iria gostar de saber que vocês, ou melhor, você, está preso ou sendo processado por assassinato – Kisame lembrou, embora tivesse gostado de brincar um pouco mais com a idéia de Sasuke – assinem, eu apressei as coisas, agora preciso do apoio legal de vocês ou não tenho poderes de argumentação nessa questão. Não sou parente, não sou responsável ou herdeiro, não sou amante de Naruto, sou apenas um amigo dele e isso, infelizmente, não me dá direito algum de lutar pela vida dele.

Gaara não leu, apenas assinou, Naruto confiava em Kisame como advogado, ele mesmo confiava, já que usava os serviços do homem. Sasuke leu cuidadosamente, não por não confiar em Kisame, mas por ser mais metódico do que Gaara, ainda mais diante de seu irmão. Mesmo assim, assinou assim que terminou de ler, sabendo que agora a vida de Naruto estava nas melhores mãos possíveis.

- Agora, só para que eu possa relaxar um pouco – Kisame falou olhando Gaara enquanto guardava ambas as procurações, que seriam enviadas ao cartório na primeira hora amanhã para terem as firmas reconhecidas – Gaara, exponha seu plano, talvez eu possa ajudar.

- Ah, você pode – Gaara falou e sua voz rouca mostrava toda a sua viciosidade e isso fez Sasuke dar seu sorriso vingativo e poderoso, enquanto os olhos negros brilhavam em com uma luz vermelha cheia de ira e deleite – você, Sasori, Deidara, Nagato, Zetsu, Konan, Yahiko, Tsunade e é claro, Madara.

- Gosto do som disso – Kisame falou encostando finalmente suas costas no apoio do confortável sofá da sala de Gaara e Sasuke – continue.

- Fora os inúmeros amigos de escola e faculdade de Naruto – Sasuke falou prontamente – ninguém iria perdoar se os deixássemos de fora.

- Ninguém ficará – Gaara garantiu – claro que estamos falando...

- Nara, Aburame, Yamanaka, Inuzuka, Aburame, Hyuuga, Mitsashi, Rock – Kisame citou quase lambendo os lábios – fora Umino e Hatake, não?

- Não se esqueça o jovem Konohamaru, kouhai de Naruto e seu grande adorador – Gaara falou com um brilho sádico nos olhos verdes – citei que o sobrenome dele é Sarutobi? Que por acaso, ele é sobrinho, ou melhor, o sobrinho querido de Azuma? Que Kurenai, a esposa de Azuma, é muito ligada a Hinata, Kiba e Shino? Além, é claro, da jovem e bela Yakumo, do clã Kurama, que deve sua vida a Naruto?

- Puta que pariu – Kisame falou excitado – quem de poder nessa cidade de merda que o nanico não conhece?

- Ninguém – Sasuke sorriu – e isso que não estamos pensando nos amigos estrangeiros do dobe.

- Espere, seu primo Gaara, conhece mais gente importante? – Itachi perguntou curioso e surpreso, como é que todos, até mesmo Madara, um tio deles que saíra da família muitos anos antes, por isso não morrera no acidente que eliminara o peso morto de sua família, conhecia Uzumaki Naruto e ele não? Como é que nunca ouvira falar desse homem?

Sasuke deu um riso desdenhoso e Gaara um sorriso de escárnio.

- Tazuna de Onda, Haruna de Verdejante, Toki de Pássaro, os Fuuma de Arroz, Shion de Oni, Sumaru de Hoshi, Shibuki de Taki, Hikaru de Mikazuki, entre outros – os nomes saiam quase que saboreados pela língua do ruivo, algo que fez Sasuke beijar-lhe o pescoço de forma quase erótica – Naruto passou a adolescência viajando com o padrinho nas férias escolares. Entre os amigos temos uma piada pessoal, todos nós sabemos que Naruto não procura confusão, mas ela sempre o acha. E por incrível que pareça, quase sempre o acha junto de alguém importante com um problema, pelo menos até Naruto aparecer e salvar o dia.

Itachi estava impressionado, Gaara estava citando os governantes de muitas nações que ele conhecia pessoalmente, outros que jamais tivera acesso, mas que aparentemente eram ligados, e muito, a Uzumaki Naruto.

- Bem, não sei quanto a vocês – Kisame falou sorrindo de orelha a orelha, um sorriso muito, mas muito sádico de premeditação – mas eu adoraria avisar a todos esses bons amigos sobre o que está acontecendo. Aqueles bastardos do conselho do hospital têm dedos fincados em muitos bolos por ai, gostam muito de poder e dinheiro, e poderia ser bom usar uma certa influência internacional em nossa pequena retaliação.

- Retaliação? – Itachi perguntou começando a gostar e muito de participar daquele conselho de guerra – será uma carnificina, eles nem saberão como caíram.

- Nós estaremos aqui para avisar – Sasuke falou para o irmão.

- Sim, eu acho que eles têm que saber – Gaara falou sorrindo cruelmente – depois que seus mundos caírem.

- Você é mal, Gaara, muito mal, e é por isso que eu amo você – Sasuke falou mordiscando a orelha do ruivo em seu colo.

- E você é muito insensato quando odeia – Gaara falou olhando nos olhos de Sasuke – mas eu amo até mesmo isso em você.

Sasuke beijou aqueles lábios rosados, sem se importar nem um pouco com a platéia que tinham. Kisame olhou Itachi no mesmo momento, sabendo muito bem que não queria invadir aquele momento do casal, conhecia Gaara e Sasuke e sabia que eles não transariam diante deles, se fosse Sai, não colocaria sua mão no fogo, mas Sasuke e Gaara eram exclusivistas demais, ciumentos demais para deixar qualquer outra pessoa ver o amante nu. Pelo que sabia, apenas Naruto tinha visto ambos nus, e em momentos íntimos e sobrevivido para contar vantagem. Mas também sabia que o loiro só sobrevivera porque o casal amava o loiro, e sabia que ele jamais representaria perigo para eles.

- E então, como se sente a respeito de um encontro de família nesse fim-de-semana? – perguntou olhando Itachi, que o olhou divertido – ou melhor, um encontro de família no meio de um barulhento churrasco? Conhecendo nossos amigos, e os amigos do anãozinho, será mais fácil reunir todos em um lugar onde tenha comida. Muita comida.

- Não me incomodo – Itachi falou serenamente – o que me está intrigando, e irritando, é não ter ouvido o nome de Naruto-kun até chegar aqui, apesar de todos os meus diletos amigos o conhecerem, e conviverem com ele e meu irmãozinho as minhas costas.

Kisame olhou temeroso para Itachi e então decidiu ser sincero com ele.

- Cara, você vivia para o trabalho, Itachi – Kisame falou rapidamente – estava em Suna e fulminava qualquer um que pensasse em sugerir que voltasse a Konoha. Fora que todo mundo pensa que você se ligaria o baixinho assim que o visse, e como ninguém queria você destruindo Sai para conquistar os despojos na época que ele estava com o nanico, nunca o citamos na sua presença, para não instigar sua curiosidade.

- Fora que você tem uma péssima fama de conquistador – Gaara falou, tinha interrompido o beijo, prometendo-se continuar quando estivessem sozinhos, quando Itachi fizera a pergunta. Agora observava Itachi com cautela.

- Ninguém queria você fungando no pescoço do dobe e o abandonando depois de tê-lo levado para a cama, aniki – Sasuke completou – amamos Naruto demais para isso.

- E teríamos que matar você – Kisame falou parecendo cheio de pesar.

- Então ele é tão especial assim – não foi uma pergunta, foi uma afirmação, mesmo assim, os três homens concordaram com a cabeça enquanto olhavam para Itachi.

Interessante, pensou Itachi com um sorriso oculto. Muito interessante, queria mais do que nunca conhecer esse Naruto, e se prometia ir visitá-lo no hospital assim que possível, afinal, sabia onde ele estava internado agora.

Naru-chan

Gaara não estranhou ao sair do banheiro, onde tivera um revigorante banho com seu amante, e ver alguém já ocupando a ampla cama que dividia com o moreno que estava beijando sua nuca nessa mesma hora, começando a desejar uma nova rodada de sexo apaixonado.

Sabia que o homem sobre sua cama não poderia ficar muito, não enquanto Itachi estivesse no apartamento, mas mesmo que tivesse pedido que não viesse enquanto isso, ele continuava aparecendo, sempre com aquele sorriso acanhado de quem é pego fazendo uma traquinagem. Por amá-lo demais, não conseguia se irritar e sabia que sua sanidade se dava as pequenas visitas que o loiro fazia. Não conseguiria suportar o homem que amava se Naruto não viesse visitá-los, mesmo que por pouco tempo.

- Naruto – Sasuke sussurrou empurrando Gaara para a cama, sem se importar com o fato dos dois estarem nus.

O loiro se sentou na cama sorrindo amplamente, e por alguns segundos, ficou mais vívido para poder abraçar Sasuke e Gaara, salpicando um beijo estalado e rápido sobre os lábios deles antes de rir e se afastar, voltando a se tornar quase transparente.

- Já sabe da novidade? – Gaara perguntou enquanto se aninhava entre as pernas de Sasuke e usava um travesseiro para ocultar suas genitálias. Não tinha pudores com Naruto, apenas não apreciava ficar exposto a ninguém além de seu amante, assim como não gostava dele exposto a ninguém que não ele. Não que Naruto fosse olhar para qualquer um deles ou pensar em trair um deles, jamais, podia confiar a Naruto sua própria vida e sabia que o loiro jamais o decepcionaria.

Naruto concordou com a cabeça e Sasuke estendeu a mão, que passou através da bochecha marcada de Naruto antes de se afastar novamente, esperando que o loiro voltasse a parecer mais sólido para afagar-lhe o rosto.

- Sinto falta de sua voz, dobe – Sasuke falou ternamente – quem diria, não? Eu vivia pedindo para você calar a boca e agora quero que você volte a falar.

Naruto sorriu triste para Sasuke e então olhou para Gaara, que afastou a mão do amante do primo.

- Sabe que ele gasta mais energia quando fica sólido – Gaara sussurrou e Sasuke concordou deixando sua mão cair quase que de forma derrotada ao lado do corpo pálido – o que você pensa?

Naruto deu de ombros, voltando a ficar quase transparente. Sentia a falta do loiro também, de sua voz, de sua presença quente, mesmo que não estivesse completamente sem Naruto, sentia falta do corpo dele. Queria todo Naruto ali com eles novamente, e não apenas sua projeção astral dele.

- Não está preocupado? – Sasuke perguntou em dúvida e Naruto negou com a cabeça – mas, e se eles desligarem suas máquinas?

Naruto riu enquanto dava de ombros novamente.

- Deseja morrer, Naruto? – Gaara perguntou desolado – quer desistir?

Naruto negou veemente com a cabeça, enquanto parecia falar, mas parou por saber que nenhum deles o entenderia.

- O que quer dizer? – Sasuke perguntou surpreso, mas sentindo a esperança voltando a aparecer em seu peito – que não importam as máquinas? Que não precisa delas para sobreviver?

Naruto concordou prontamente com a cabeça, o peito estufado com orgulho, tão Naruto que Sasuke teve que se segurar, e a Gaara, para não se atirarem sobre o loiro o abraçando.

- Não precisa mais delas? – Gaara perguntou excitado – isso quer dizer que se eles desligarem você vai continuar respirando, seu coração vai continuar batendo e vai acordar quando tiver que acordar?

Naruto concordou com a cabeça, dando um de seus verdadeiros e luminosos sorrisos para os dois.

- É a melhor notícia que recebemos desde que você apareceu depois de entrar em coma, dobe – Sasuke falou feliz – mesmo assim, vamos chutar a bunda daqueles malditos por pensarem em matar você.

O sorriso de Naruto diminuiu até que ele olhasse seriamente para o casal e então ele concordou com a cabeça, dando novamente de ombros, mas havia um brilho pernicioso em seus olhos azuis, algo que indicava ao casal de amigos mais íntimos o que ele verdadeiramente pensava.

- Vai ficar olhando e se divertindo, não é? – Gaara traduziu o brilho e Naruto concordou sorrindo novamente – e nós vamos, Naruto, não podemos ficar parados depois de saber o que eles queriam fazer. Se fosse por amor a você, poderíamos tentar entender, tentar perdoar, mas é por ganância e isso não perdoaremos jamais.

Naruto concordou com a cabeça e então ficou sólido novamente, erguendo os braços e acariciando com as mãos a bochecha de cada um deles antes de desaparecer, deixando para trás o cheiro de caramelo e mel que o caracterizava.

Sasuke abraçou Gaara com mais força, procurando os lábios do amado com olhos fechados, sabia que Gaara estava com seus olhos igualmente fechando e ambos lutavam contra as lágrimas, lágrimas de júbilo, pois Naruto logo acordaria. Podia não ser amanhã, nem nesse mês, mas ele acordaria e agora sabia disso com certeza. Ele já podia até mesmo respirar sozinho, logo acordaria e então tudo voltaria ao normal, ou o mais normal possível quando se vivia com Uzumaki Naruto.

Naru-chan

Nota da Li:

Depois de muita deliberação enquanto trabalhava com alguns projetos, resolvi arriscar com essa fic e espero quem apreciem.

Para todos que leram até aqui,

Beijos da Li