Nome da fic: X-Men e o Renascimento da Fênix
Autor: Roxane Norris
Beta-reader: Natércia Araújo
Pares: Wolverine/O.C.
Censura: Rated T
Gênero: Romance/ Drama/ Aventura
Spoilers: do último filme.
Resumo: A Mansão X ainda está sob os efeitos de suas perdas recentes, quando há uma reviravolta, e o destino atira uma bela mulher nos braços de Wolverine... O passado irá voltar, em tons escuros, mas o presente não poderá ser subjugado.
Agradecimentos: à Natércia, minha filha fofa, que aceitou betar a fic com muito carinho!
Dedicatória: à minha cunhada, Marcia, a quem eu devo não só o incentivo a escrever essa fic, como também, o carinho com que ela me ouve! Te amo!
Disclaimer: X -men e seus personagens são de propriedade da Marvel, entre outros, ou seja, quase o mundo todo, menos eu. Só os uso para entretenimento e prazer pessoal.
Capítulo 1
Westchester – Nova Iorque
Ororo Munroe estava sentada à frente da escrivaninha no lugar tantas vezes ocupado por Charles Xavier, onde uma pilha de papéis esperava por sua apreciação. Juntamente com Logan, ela havia assumido a direção da escola para jovens superdotados. Entretanto, as coisas não caminhavam tão bem quanto ambos gostariam, muito menos como Wolverine gostaria, e esse simples fato explicava sua ausência no Instituto Xavier naquele momento. Ororo soltou um longo suspiro, e puxou para sua frente a edição do "Clarim Diário", focalizando de imediato a manchete: Criminosos em potencial ou prisioneiros políticos? Sua expressão se contraiu num muxoxo de irritação e continuou a folhear as páginas do jornal. Uma matéria em especial, no entanto, chamou-lhe atenção: Superpoderes não trazem superprevilégios. Ela correu os olhos sobre as linhas escritas em letra de forma, onde uma advogada de Direito Super-Humano, a Dra. Jennifer Walters, defendia a aprovação da Lei de Registro de Super-Humanos como forma de reintegração desse grupo a sociedade num todo, porém tomando o cuidado para que não ocorra discriminação, já que isso seria inconstitucional. O fato de que temos agentes que promovem a justiça e a ordem utilizando-se de seus superpoderes, não os capacitam a continuar mantendo essa mesma postura sem que o façam por canais adequados. - disse a Dra. Walters ao repórter do Clarim – Imagine quantas vidas a mais poderiam ser salvas se tivéssemos bombeiros superpoderosos e bem treinados?
Ororo fechou o jornal e jogou-o displicente sobre a mesa. Talvez Logan estivesse certo, e essa maldita lei só fosse servir para dividir a população mutante restante, já que pessoas como eles, os X-Men, não seriam afetados por ela. Não havia dúvidas de quem eram, o que faziam e seus nomes verdadeiros, nem tampouco, onde residiam, e essa confiança depositada pelo governo sobre eles, estava gerando um mal-estar muito grande entre os outros mutantes. O olhar dela se perdeu além das colinas que completavam a paisagem dos jardins da Mansão Xavier, para além daqueles muros havia um acampamento de mutantes, guardado por sentinelas e tido como um lugar de proteção para eles até sua inserção na sociedade. Ao entrar no acampamento, todos os mutantes assinam um documento que os compromete a cumprir os regulamentos de segurança da recente reformada Lei de Segurança Interna. Isso inclui, como era de ser esperar, severas restrições á sua liberdade de movimento. Na prática, eles eram prisioneiros, e isso ia de encontro aos interesses do Instituto, que atuava junto ao governo, através de Henry "Hank" McCoy, recém nomeado Ministro das Relações Sociais junto aos Mutantes, para que essa lei fosse alterada.
O Dia M, como ficara conhecido o dia em que mais de 90 por cento da população mutante perdeu seu gene X e se tornaram-se normalmente humanas, tornara-se também um divisor de águas. Não que a escola dependesse da verba doada pelo governo para se manter, haviam várias outras doações muito mais importantes, mas esse fato servia como elo, um compromisso velado de que o governo reconhecia a existência dos mutantes e os incentivava a serem inseridos na sociedade como um todo. A reviravolta causada pela Lei de Registro de Super-humanos, atingiu também o Instituto, pois ele começou a funcionar como um centro de re-locação para mutantes, numa tentativa clara de seus diretores de se aproximar o máximo possível daqueles estavam sendo segregados pela mesma sociedade que inventara a cura para tantos que a desejavam, mas não respeitavam a escolha de outros tantos.
Ororo sabia, assim como Xavier, que não era um passo fácil a ser dado por ambos os lados, mas até aquele momento esses passos não haviam sido dados como esperavam, e cada vez menos pessoas se esforçavam para isso. Os papéis sobre a mesa voltaram ser o foco da atenção dos olhos castanhos, e por alguns instantes sua mente vagou. A lembrança do antigo diretor preenchendo cada lacuna vazia de seus pensamentos, a forma como ele havia morrido e as perdas de Jean e Scott. Tudo isso ainda formava um quebra-cabeça extremamente confuso em sua mente, como se alguma peça destoasse do todo, ou estivesse fora de seu lugar. E cada vez que pensava sobre isso, só chegava a uma resposta, a peça mal encaixada na história era Jean Grey?
Ela se levantou e caminhou calmamente até a enormes vidraças, que cobriam toda a extensão de parede a sua frente, fitando os jardins da mansão mais de perto.
- A saudade é um sentimento estranho, nos corrói em segundos, deixando um grande vazio em seu lugar. - sussurrou para si mesma.
Tempestade cruzou os braços vendo o céu tomar cores alaranjadas anunciando o crepúsculo. Fechou os olhos e respirou fundo, intimamente pedia para que Logan voltasse em segurança, mas nunca se sabe o que realmente se passa na cabeça de Wolverine. Ororo fitou o céu mais uma vez antes de tomar a direção da porta do escritório e sair para o corredor.
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Longe dali, Logan acelerava a motocicleta que fora de Scott ao máximo. A paisagem da estrada corria ao seu lado como borrões coloridos. O vento batia em seu rosto fazendo-o esboçar um leve sorriso. Há dois anos Jean e Charles haviam partido, e apesar de tentar não pensar nisso, a imagem da ruiva vinha como ondas em sua mente, se propagando em direção ao infinito. Desde aquele maldito dia em que a matara, James Hewett era assombrado por essas lembranças, e o que mais o irritava era o fato de que nas tórridas cenas em seus sonhos, a Jean que ele via era, na realidade, a Fênix. Junto com esses problemas que atormentavam sua mente, havia ainda a maldita Lei de Registro de Super-humanos, algo que ele, Logan, via como uma fonte contínua de preocupação. Não acreditava na bondade da sociedade a sua volta, muito menos a que vinha dos poderosos, mesmo sabendo que havia muita gente decente entre eles, mas em sua maioria, omissa. Suas têmporas latejaram, a veia estufou numa demonstração clara de que seu sangue borbulhava ao pensar sobre isso.
Afastou esses pensamentos, deixando que seu olhar vagasse pela estrada, onde os últimos raios de sol jogavam sua luz pálida sobre o asfalto. Em frações de segundo, como um flash, um vulto surgiu na frente da motocicleta saído do nada e atravessou a estrada. Sem ter muito tempo para reagir, Logan jogou a motocicleta para o lado, desviando do que quer que fosse que cruzara seu caminho, e derrapando alguns metros pelo acostamento. Foi projetado para fora da motocicleta, embolando-se ao chão de terra batido. O rosto foi arrastado contra o chão, assim como os braços e os joelhos, até que o atrito provocado pelo peso de seu corpo o fizesse parar, desacordado.
Não levou muito tempo para recobrar a consciência, mas a cabeça doía uma enormidade. Tentou erguer o corpo, mas ao apoiar o cotovelo no chão percebeu o quanto a jaqueta que mais gostava estava danificada, e trincando os dentes irritado, se levantou, limpando alguns grãos de areia de cima dela. As lesões que deveriam existir devido a queda, haviam desaparecido por completo, e tudo o que restara era a maldita dor de cabeça que alfinetava suas têmporas enquanto se dirigia até a motocicleta caída sobre a areia. Com o olhar aborrecido, avaliou as condições gerais da motocicleta, colocou-a de pé e andou mais um pouco adiante.
Ainda estava intrigado sobre o que se colocara a sua frente na estrada. Há uns cinqüenta metros a frente, encontrou um corpo estirado na pista. Ele estreitou os olhos para cena preocupado, não tinha acertado ninguém, desviara em tempo, mas era óbvio que alguma estava errada. Andou mais apressado e alcançou o suposto lugar do acidente, onde o corpo jazia coberto por uma capa escura, imóvel. Seu coração acelerou e ele se ajoelhou ao lado do corpo para verificar a respiração.
A capa estava extremamente molhada, diria-se até mesmo, que estava encharcada. Logan tomou-lhe o pulso, estava fraco, mas não aparentava ser algo grave, talvez apenas um desmaio, e com a outra mão virou o rosto para si. O capuz caiu para o lado, surpreendendo-o e deixando a mostra as feições delicadas de uma mulher com seus trinta e poucos anos, os lábios estavam esmaecidos, respirando devagar. Os olhos castanhos a fitaram por alguns momentos, e ele afastou totalmente o capuz do rosto dela. Aparentemente não havia nenhum hematoma na cabeça que revelasse algum ferimento mais profundo, e por minutos, Logan deixou-se admirar a mulher diante de seus olhos com mais atenção. Os cabelos castanhos com reflexos loiros e curtos, caíam-lhe na altura do pescoço, e formavam, juntamente com a pele morena do colo e os ombros delicados, um quadro bem atraente. Logan abriu mais um pouco a capa, vendo o corpo esguio aparecer envolto no que parecia ser uma camisola. O tecido fino assentava perfeitamente sobre as formas sinuosas do corpo feminino em seus braços, e ele não pode deixar de dar um assobio e sorrir, murmurando cínico: - Que belezinha - Entretanto, voltando a realidade da situação de ambos, e com uma certa preocupação pelo bem estar da moça, tornou a fechar o tecido mais grosso envolta dela. Com as coisas do jeito que iam, não seria bom deixá-la caída na estrada para que qualquer um achasse e tirasse suas próprias conclusões de algum relato que porventura ela visse a fazer do acidente.
Logan se levantou, erguendo-a nos braços. Olhou para os lados e constatou também, que não haveria ajuda num raio de quilômetro, afinal, quando ele decidia ficar sozinho, ele ficava sozinho. Bufou e tomou a direção da moto praguejando baixinho consigo mesmo. Trouxe-a para perto do corpo, colocando-a sentada junto a ele na motocicleta. Aninhou-a gentilmente entre seus braços, a cabeça dela pendeu para lado, escorando-se em seu tórax, e sem pensar duas vezes, acelerou a motocicleta na direção contrária a que estava indo. Uma nuvem de poeira flutuou atrás deles, nublando a noite.
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Instituto Xavier – 21:30
Ororo estava de volta aos seus afazeres no escritório, queria deixar tudo em ordem para o dia seguinte e não tencionava esperar por Logan para fazê-lo, mas foi tirada deles pela luz que irradiava de um farol que vinha na direção da mansão. Ela encarou a escuridão vendo o ponto brilhante se aproximar e pensou: - Desta vez ele voltou mais cedo – mas seus devaneios foram interrompidos aí. Assim que a imagem tomou contornos mais definidos, ela pode verificar que Logan não estava sozinho e seus olhos se arregalaram. Em passos rápidos tomou a direção da garagem.
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N/A: Bom, esse é o primeiro capítulo, ainda tem mais 14... Ou seja, adoraria saber o que acharam, ok? Muito obrigada pelo carinho de quem chegou até aqui! Bjs.
