Série: Harry Potter (J. K. Rowling)
Classificação: Yaoi, Yuri, Lemon, Dark-Lemon, Romance, Angst ( 18)
Advertências: Homossexualismo, Estupro, Referências a Álcool
Escrito Em: 14 de Julho de 2003
História paralela à "Cruéis Intenções".
[Detenção
"Oh, Deus! Como pude ter sido tão estúpido?"
Harry ainda se repreendia. Tinha de admitir que não havia sido o único prejudicado, o outro também ficara em detenção, mas mesmo assim, como pudera ter caído na armadilha do outro? Sorte não ter sido na aula de Poções, ou talvez azar por ter sido na de Herbologia. Nunca vira Sprout tão enfurecida. Não se pode dizer que fosse o aluno favorito dela, nem tinha tais pretensões, contudo chegar a ponto de ser olhado com tanta fúria, como se logo fosse ser engolido pela professora... pareceu-lhe um tanto injusto demais.
"Senhor Potter. Acredito eu que já esteja bem crescido para entender que quando eu digo 'só toquem o que for mandado' só deve 'tocar o que foi mandado'" ela vociferou e ele sentiu gotículas de saliva pulando de sua boca descontrolada sobre sua face.
Ele havia tocado numa pequenina planta cor de fogo com folhas largas e flores azuis pequeninas, que ao ter contato com a pele humana começa a expelir esporos reprodutivos; bem, o que pode ser dito é que muitas outras plantas cor de fogo nasceram nos cabelos e roupas dos colegas e que quando estes ao tentarem se livrar desta pequena "praga", só levaram a uma reação em cadeia que abarrotou a estufa com muitíssimas outras plantas do gênero – oras, estavam todos sem luvas!
É. Potter estava encrencado. Muito encrencado. Sprout o havia visto, não só a ele é claro, mas ainda assim o havia visto e seria responsabilizado.
A detenção. Bem, não era das piores, só deveria buscar uma outra erva capaz de controlar a reprodução descontrolada da outra planta. Ou melhor, talvez não fosse das piores, se a erva em questão não estivesse dentro da Floresta Proibida e se o outro não tivesse que ir junto. Enfim, havia se tornado uma das piores.
A noite chegou e junto a ela, a hora de cumprir a detenção.
Postado aos portões do castelo, Harry esperava o colega retardatário. Filch estava junto e também não demonstrava nenhuma satisfação com o atraso, inclusive devaneava sobre a época em que detenções eram cumpridas de cabeça para baixo prendendo-se o aluno pelos pés a correntes em uma das masmorras... sua cara demente demonstrava que se o outro aluno não chegasse logo, Harry provavelmente receberia uma detenção à antiga.
O Menino-que-sobreviveu não conseguiu conter o ódio ao ver aquele sorriso débil. Além de metê-lo em tal confusão, Draco Malfoy (ora, quem mais faria tal balbúrdia?), ainda se atrasava, e ao chegar, sorria marotamente como quem vai a um passeio primaveril! Se não tivesse a mínima consciência do que ocorreria se atacasse o garoto loiro, com certeza já o teria feito.
"Bem, vamos! – resmungou Filch, com Madame Norra em seus calcanhares – só vou acompanha-los até a orla da Floresta, depois por conta de vocês... – parecia deveras aborrecido – e se voltarem... – mostrou um pequenino sorriso maquiavélico – estarei os esperando – abriu ainda mais o sorriso demente – se voltarem."
Os garotos não se olharam ou cumprimentaram, assim como não responderam às provocações de Filch, ele que continuasse em seus sonhos loucos e doentes!
Depois de abandonados à orla da Floresta, entreolharam-se. Harry, um olhar assassino. Draco, um olhar divertido. Um olhar que, por sinal, acabou com o ínfimo controle que o Menino-que-sobreviveu possuía, provocando uma pancada surda entre os zumbidos da floresta. Um soco que levara o garoto loiro ao chão, mas que, ainda assim, não abandonou o sorriso de pura diversão.
"Qual o seu problema? – Harry analisara sua frase e decidiu reformulá-la, pois a resposta se mostrava muito óbvia – ok, sei que me odeia e esse é seu problema; saiba que a recíproca é verdadeira. Mas por que, em qualquer situação, você se empenha em me foder a paciência?"
"Ora, Potter... que linguajar é esse? Digamos que te ver sofrer me faz muito feliz!" Ainda mantinha o mesmo sorriso, com a mão ainda sobre a face esmurrada a massageando. Harry começava a pensar se aquele sorriso tão persistente se devia somente ao fato de tê-lo posto em detenção, principalmente porque não apenas Harry havia sido prejudicado, então, será que ter o rival em tão péssima situação fazia a Draco tão feliz?
"Você... não presta" limitou-se a dizer como se fosse uma verdadeira ofensa. Seguiu para o interior da floresta atrás da planta, a qual Sprout dissera se tratar de uma farta ramagem rasteira de folhas pequenas e com pequenas flores azuis armadas em cascatas, o nome? Preferia não mais se recordar ou ainda a odiaria. O moreno se questionava se àquelas horas poderia discernir bem as cores das pétalas, mas dependia daquilo para estar livre.
"Nossa... que educação! – Draco dissera alto o bastante para se fazer ouvido ao ter sido abandonado, levantou-se e seguiu o outro. Claro que quando providenciou a entrada de Harry naquela trama, não pensava que o garoto se mostraria tão arredio, mas se suas pesquisas sobre a floresta estavam certas (e os mapas que montara mentalmente), logo mais seu cenário se realizaria – Hei, Cicatriz! É por aqui!" O loiro indicou para o outro uma alameda um tanto suspeita.
"Hn" apenas assentiu seguindo o outro, sem analisar o caminho seguia ou se aquela expressão de puro contentamento velado nas faces de Draco não se tratava de mais uma brincadeira macabra.
Atravessando a alameda, deparou com um amontoado de ramagens rasteiras, também de flores em tons frios, não podia acreditar que tão cedo havia cumprido a tarefa... hei, só então notou. Se fosse realmente tão fácil, por que seria isso uma forma de detenção? Observou mais atentamente as flores e viu, sim, eram tons frios, mas não, não eram azuis... eras... lilases? Harry voltou-se furioso para Draco, querendo explicações, quando viu apenas o vulto do outro indo a sua direção calmamente com várias tiras de couro em seus braços enquanto um leve torpor tomava seu corpo, fazendo ter a visão anuviada e o peso do corpo triplicado. Bem. Nada mais viu.
Continua...
