Política de spoiler - Esta fanfic contém spoiler até o Naruto Shipuuden ANIME até o episódio 97, que foi até onde eu assisti :p

Conteúdo: M (16+)

Coments da autora:

Aí está minha "novela" de Konoha! Espero que gostem do primeiro capítulo!

A história é posterior a Naruto Shipuuden, com o passar dos capítulos vocês vão pegando o "timing" da história.

Kisses!


Konoha. Campo de corações palpitando, encontros e desencontros, ódio e amor. Uma vila. Um povo. Muitas histórias. E é aqui onde essas histórias começam...


Barracos de Konoha *placa provisória*

Ato 1 – O Noivado

O dia fora cansativo. Tsunade gastara chakra em excesso em uma operação complicada num shinobi da vila que estava muito ferido depois de uma missão complexa. Oficial da ANBU, ele estava escoltando um importante membro da família real do País do Mel, quando foi atacado por um grupo de ninjas com bandanas negras, e, por sorte, um enxame de abelhas apareceu inesperadamente, bem quando o shinobi de Konoha iria sofrer o golpe final. Bem, era isso que estava escrito num pergaminho atado à roupa do shinobi. Ele foi encontrado na porta da Vila da folha, um vulto simplesmente o deixou ali e se foi. Os guardas da entrada da Vila logo levaram o ferido para o hospital ninja. Tsunade não teve tempo de fazer perguntas, tinha que pensar sobre esta missão do País do Mel, entretanto, precisava ajudar o shinobi e ela era a única que estava habilitada pra tal. Foi difícil, mas ela estava satisfeita. A operação fora um sucesso, longa, mas um sucesso e agora estava tudo sob controle com o paciente. Tsunade seguia agora para casa, tranquila, no meio da noite.

A mulher chega em sua casa, onde era seu trabalho: o centro administrativo de Konoha. Ela abre a porta lateral do prédio e sobe um pequeno lance de escadas, trancando a porta por trás de si. Enquanto andava, retirava os sapatos, e depois as meias. Foi retirando seu casaco, famoso, que lhe gravava a palavra "aposta" nas costas. Antigamente as pessoas comentavam sobre aquilo, chamavam-na de pata e tudo o mais, mas, com o tempo, aquela palavra ganhara outra conotação. As pessoas começaram a dar outro significado àquela palavra. Era Tsunade quem apostava a própria vida por Konoha: A Hokage.

Após se livrar dos tecidos que guarneciam seu belo e jovem corpo, Tsunade entra no box do chuveiro de seu quarto, de vidro fumê, o que permitia que ela visse o restante do recinto: bem limpo, chão e paredes com pequenos azulejos quadradinhos azuis em várias tonalidades, uma banheira ao canto, perto do chuveiro, algumas toalhas muito brancas e fofas organizadas em duas prateleiras próximas ao box, provavelmente arrumadas por sua ajudante, Shizune, que morava há algumas quadras dali e cuidava de Tsunade como se membro de sua família fosse. Tsunade pega uma das toalhas e a dependura no box, entrando ali.

Os barulhos do chuveiro e da água batendo no chão tomaram conta do local, a água quente produzia um vapor grosso que começava a embaçar o espelho oval logo acima da pia branca. Ela solta os cabelos, coloca as duas "chiquinhas" ao lado do xampu, que começa a passar nos cabelos loiros.

'Ahhhh... Finalmente vou poder descansar... Essas 18 horas de cirurgia foram cansativas... ' – pensou Tsunade, o rosto voltado para cima, deixando a água cair ali, sobre os respingos de sangue do paciente que ainda estavam em sua face. Tsunade recusou a remoção do sangue no seu rosto pelo seu ajudante, ela tinha mesmo se recuperado de sua fraqueza, mas este não era o caso: Tsunade não queria apenas se provar deixando sangue ali, estava desesperada para ir para casa...

Ela não sabia exatamente o porquê, mas naquele dia ela apenas queria ir para casa o mais rápido possível... Enquanto a água caía em seus cabelos, levando o xampu consigo à medida que escorregava gostosamente nas curvas da mulher, a imagem de Jiraya lhe vem forte à mente. Tsunade abre os olhos e vê o teto branco acima dela. Seu olhar fixa-se ali e ela lembra do que ele havia feito no dia anterior: no horário do almoço, ele havia lhe levado comida. Ele mesmo tinha feito sushi, bolinhos de arroz e uma gororoba estranha que disse ser um busto de Tsunade esculpido na comida, mas, como ele mesmo tinha dito, "os ovos ficaram perfeitos ali: são idênticos aos seios!". Ela cruza os braços e sua sobrancelha treme freneticamente por causa de um ódio intenso que a consumiu só pela lembrança da situação. Seu rosto estava vermelho e ela segurou seus próprios seios.

'Eles... Eles não parecem com ovos... Parecem?' – pensa ela, e começou a examiná-los com o rosto bem vermelho de vergonha e raiva.

Logo em seguida, de repente, um homem grande, de cabelos brancos - mal penteados - e com duas faixas vermelhas desenhadas na face aparece na janela do banheiro que dava para o box onde estava a bela mulher examinando o tamanho de seus próprios seios. Ele estava em uma posição estranha, como se fosse um sapo, apertado no pequeno vão da janela estreita.

- Olá-ÁÁÁ! – diz o homem, sorrindo, com uma expressão muito calma no rosto, como se aquilo fosse normal, falava como quem estivesse comprando nabo na feira da esquina.

Tsunade, com os cabelos ainda segurando um pouco do xampu, se esmagou contra o vidro fumê do box, assustada, segurando e puxando uma toalha para esconder do ninja pervertido o corpo escultural que Deus lhe dera *digo isso no passado pelos motivos que todos já conhecem*.

- JI-RA-y-aaaa! – diz Tsunade, que no início da frase quase gritou, não gritou, pois se deu conta de que era tarde da noite, não queria acordar as pessoas e segurou-se no grito mais ainda quando Jiraya fez sinal de "Shhhh!" para ela. Então ela começa a sussurrar, bem irritada – O que você está fazendo aqui??

Jiraya rezou mentalmente para que ela não desse um soco na parede logo abaixo dele, então desceu da mini-janela direto para dentro do box. Ele desce e fecha a torneira com um movimento rápido. Estava descalço, já havia deixado seus sapatos na porta da casa dela. Ele iria entrar normalmente atrás dela, forçou o trinco do jeito que só ele sabia fazer e, quando viu as roupas da mulher espalhadas pelo chão do caminho do banheiro, logo pensou em fazer uma visita mais íntima: ele sabia que ela não agüentava ficar sem tomar banho depois de atender qualquer paciente, ainda mais depois de uma operação tão complicada como aquela.

- Eu vim te ver... – diz ele, pausadamente, aproximando-se devagar, envolvendo-a com os braços sorrateiramente, colando seu tornozelo no dela, fazendo um movimento que abre as pernas de Tsunade, onde ele tem uma oportunidade para encaixar seus quadris. Ele o faz, encaixa-se a ela, tentando fazer alguma coisa ali com um movimento um tanto brusco, beijando seu pescoço, sem perguntar muito. Então, ele sussurra no seu ouvido – e te ter...

- Ji... Jiraya... JiRAya... – diz Tsunade, tentando segurar o prazer avassalador que sentiu com a investida do homem, tentando segurar a vontade violenta de corresponder aos movimentos do sennin. Jiraya ultimamente estava investindo pesado. Apesar de às vezes ele se mostrar um completo idiota atrapalhado, por outras vezes ele a conquistava com seus atos e ela estava prestes a se render.

Tsunade não sabia bem o que fazer, ela até que gostava dele, ultimamente ele deixou de ser mulherengo e só queria ficar com ela, perto dela, já estava até irritando, mas ela gostava. Ela gostava do modo como Jiraya a galanteava, da posição casual de seu corpo quando encostava o cotovelo na parede, das palavras de carinho que ele dispensava a ela, gostava até da maneira que ele conversava e falava coisas do trabalho com seriedade. Quando ele não estava por perto, sentia até um pouquinho de falta, e realmente pensava o que diabos ele estaria fazendo, mas... Sempre que pensava em Jiraya... Mesmo querendo ficar com ele... Ela tinha outro homem cujo nome estava gravado em seu coração: Dan. Estava tão gravado que chegava a sangrar. Apertava o peito dela, era como se ela estivesse o traindo, mas ela sabia: ele estava morto, por mais que a idéia a irritasse e a deixasse com um sentimento vazio profundo e de fraqueza. Mesmo com um amor ausente em corpo e sempre presente em pensamento, mesmo com o coração tão desesperado pela necessidade de viver um amor de verdade, ela tinha que se decidir... Tinha que escolher...

Jiraya de repente investiu em um movimento mais sexy, ele gingou masculinamente seus quadris para os lados. Eles ainda não estavam conectados, mas as pernas de Tsunade trepidavam. Ela não conseguiu fechá-las, não conseguiu segurar a onda arrepiante que se espalhava por todo o seu corpo, seu instinto estava quase tomando conta da razão, ela precisava de um homem, ela queria um homem, seus olhos se fecharam novamente e por um instante ela desejou que ele começasse logo com aquilo, senão explodiria. Ao abrir os olhos novamente, ela dá de cara com o rosto de Jiraya bem próximo, os lábios quentes dele iam na direção dos molhados dela, para beijá-la na boca. Ela cora mais ainda, ele se aproxima mais um pouco, e ela queria aquilo, tinha desistido de se segurar, mas... Tsunade pisca os olhos. Ela vê Dan ali na frente dela e seu coração suspende os batimentos por alguns momentos. Ela viu Dan tentando beijá-la, e se esquivou. Ela... A situação... Pensar em Dan... Não era... Não era justo com Jiraya e... Espera aí! Não era justo com ela que esse pervertido a atrapalhasse no seu banho e...

'O QUÊ?' – pensa Tsunade e neste mesmo momento a mulher olha para os lados ao desviar do beijo.

Surpreendentemente, ela se vê deitada na sua própria cama, com Jiraya pesada e gostosamente sobre ela, abafando-a, aquecendo-a, tirando sua respiração e somente a toalha mal enrolada na frente do corpo dela e as roupas finas dele separando seus corpos.

'Isso foi um jutsu, só pode ser...!' – pensa Tsunade, as bochechas úmidas coradas como dois tomates recém lavados.

- Jiraya, eu já falei... – diz Tsunade. Ela fecha os olhos, respira fundo, delicadamente coloca Jiraya para o lado e se levanta da cama: uma jogada brilhante para quem estava tão cansada como ela.

- E eu já disse que você tem que se decidir – diz Jiraya enquanto ela se desvencilhava pesadamente dele e se enrolava na toalha depois de se levantar, assentando-se na beirada da cama de casal da Hokage, dando de cara com a foto de Dan no criado mudo próximo a ele. – Eu também já te disse motivos para te ajudar a...

*Tlec!* - ouve-se um barulho de algo leve como vidro batendo na madeira, sem se quebrar.

Jiraya não acreditou no que viu: o barulho vinha de onde ele estava olhando... Tsunade empurrara o porta-retrato com a face virada para baixo, escondendo Dan. Por todo o corpo, os pêlos de Jiraya ficaram em pé e ele olha para Tsunade, que, enrolada na toalha, com os cabelos soltos e molhados, mantinha um rosto determinado olhando na direção do homem, as bochechas ainda um tanto coradas.

- Tsunade... – diz Jiraya, um pouco desconcertado, o rosto querendo corar, mas sua pele não sabia se ficava branca ou vermelha devido à atitude tão inesperada de Tsunade – E-eu... Eu estou orgulhoso, principalmente muito feliz, mas, sabe... – ele leva seu olhar em direção à lareira, do lado esquerdo do quarto, buscando o mesmo efeito: que ela virasse todas as fotos de Dan que havia naquele recinto. Não só que virasse, mas também que as jogasse todas naquela lareira e que ateasse fogo. Então, concluiu sua frase – mas Dan está impregnado aqui...

Tsunade fica apreensiva. Seu olhar, antes determinado, treme. Ela olha amplamente à sua volta. Suas coisas estavam todas ali, mas ela sabia que não eram apenas coisas suas. A bandana de Dan estava numa prateleira, suas luvas logo ao lado. Dentro do armário estavam as botas e algumas roupas de seu antigo amor, e, finalmente, seus olhos sobem de encontro a mais fotos que estavam em cima da lareira. Jiraya se levanta da cama e vai até Tsunade, ficando em frente à mulher. Ele pega delicadamente as mãos dela, depois lhe toca o queixo com a ponta dos dedos, fazendo com que o olhar de ambos se encontrasse.

- Tsunade, entenda... Não me importa se o Dan estiver aqui – diz ele, tocando com o dedo indicador a testa da mulher – ou aqui – ele toca o peito dela, indicando o coração – mas eu também quero estar nestes lugares... Mesmo que não seja por completo, mesmo que não seja unicamente eu. Eu me preocupo com você, escute isso... Não é bom para você ficar guardando esse sentimento por tanto tempo. Vocês nem sequer chegaram a ficar juntos, Tsunade, encare os fatos... Sim, vocês tinham um relacionamento muito bom, mas não passava de amizade.

As palavras de Jiraya trespassam o coração de Tsunade como facas. E o pior: ela sabia que eram facas fabricadas com verdade, a matéria prima que ela não queria que existisse ali.

- Eu gostaria de merecer você, Tsunade... Levaria você agora mesmo para casa e faria de você a pessoa mais feliz do mundo... Se é que alguém poderia ser mais feliz do que eu, se estivesse ao seu lado – diz ele, encarando Tsunade, olhando mais profundamente para os olhos dela, voltando a tocar levemente a ponta de seus dedos no queixo dela. – E posso oferecer um amor concreto, pra você não ficar mais vivendo de fantasias, memórias, fotos...

Jiraya parecia muito determinado em suas palavras. Tsunade ficou tocada, emocionada, lágrimas surgiram em seus olhos e estacionaram-se em suas pestanas. Aquelas palavras eram muito persuasivas... Ainda mais por quem as pronunciava: um homem que sabia como tratar uma mulher, um homem que sabia como usar sua sensualidade, um homem com experiência e, principalmente, um homem com sentimentos bons por ela. A Hokage já estava mesmo pensando em fazer alguma coisa sobre o assunto, mas agora que alguém lhe falara sobre aquilo de forma mais direta, as coisas ficaram mais claras. Jiraya lhe abrira os olhos como jamais antes fizera e Tsunade concordou: ela precisava de alguém ao lado dela, alguém de carne e osso. Uma lágrima desliza por sua bochecha e Tsunade chega perto dele, vagarosamente, para beijá-lo. Ela não queria mais viver de lembranças. Os rostos de Jiraya e de Tsunade ficam um pouco mais próximos. Ela fecha seus olhos, inclina o rosto um pouquinho, chega seus lábios mais próximos dos dele... Ela iria beijá-lo, iria beijar Jiraya... Mas ele a impede, segurando-a pelos ombros despidos. A feição de Jiraya era séria, Tsunade deu de ombros, sem entender, abriu os olhos assustada, ficou com um ponto de interrogação estampado na testa, e muito envergonhada. Que diabos ele estava fazendo? Logo veio a resposta ao questionamento de Tsunade.

- Não conseguirei fazer nada aqui, sinto muito... Venha, vamos para a minha casa... Aliás... – Jiraya revirou seus bolsos de uma forma atrapalhada, o que fez Tsunade soltar um sorriso breve e rápido, era um tanto engraçado para a ocasião. – Eu estava esperando tanto por este momento! – murmura ele, para si mesmo, ainda revirando os bolsos. – Onde está... Onde está! – reclamou, procurando inclusive dentro de suas meias, até que acha dentro de um compartimento em seu quimono uma pequena caixinha envolvida com um tecido de seda preto. – Achei! – então ele se ajoelha perante Tsunade, retira com delicadeza o tecido de seda preto e abre a caixinha, revelando seu conteúdo que obviamente qualquer um que olhasse de fora já saberia: Dois anéis de noivado, bem dourados, pesados e grossos. – Tsunade, quer se casar comigo?

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A mão úmida de Tsunade fecha a torneira do chuveiro e depois aperta delicadamente seus cabelos, retirando o excesso de água que ali estava. Ela terminou de tomar seu banho e se trocou. Jiraya, do lado de fora do quarto dela, ficou esperando-a. Eles saíram pelas ruas escuras na noite de Konoha, as mãos atadas uma na outra, os dois estavam com as alianças nos dedos das mãos direitas. Tsunade não tivera escolha: rendera-se ao pedido de Jiraya. Não era um simples pedido, era um pedido cheio de emoção, um resultado de uma perseguição incansável de Jiraya pela mão e, principalmente, pelo coração de Tsunade, que parecia feliz e determinada, e Jiraya confiava naquela determinação, que era a fina corda onde ele teria de se agarrar na conquista plena de sua desejada Tsunade... E como ele a amava! Era algo simplesmente desconexo a ele, descontrolado. Aquilo era mais que amor, era também impulso, vontade, instinto.

O comércio estava fechado, os habitantes da vila também já deviam estar dormindo e o casal andava tranquilamente na rua quando, de repente, Tsunade se alarma, Jiraya também. Eles param seus passos amorosos, agora ambos olhavam para um ponto fixo à frente deles e se colocam em posição de batalha imediatamente: um ninja com bandana negra estava em posição de batalha também, bem ali na frente deles. O ninja tinha uma estatura mediana, os cabelos eram negros e cresciam até os ombros, eram lisos e o brilho dos fios era fascinante. Seu rosto estava encoberto, os olhos possuíam um óculos estranho, negro, de curvas leves e design muito fino. Ele estava com uma kunai na mão.

- Que sorte a minha, Quinta... Você, andando pelas ruas, nessa hora... – diz ele, em tom de gozação. Sua voz era turva, com certeza estava sendo modificada por algum dispositivo na boca ou por algum jutsu. – Alvo fácil, certamente... – ele ri, se mostrando superior.


Continua...

Espero que tenham gostado ^.~ Comentem! =D