PV Aria
Dois anos se passaram desde que fui levada da minha família, dois anos em cativeiro sem ver a luz do sol, dois anos entre seringas e soro, dois anos fechada como um animal numa jaula. A minha esperança de conseguir fugir já tinha desaparecido há muito tempo.
Quase não como, nem durmo eu nem sei se é dia ou noite as luzes florescentes estão ligadas 24 horas por dia. Normalmente estou presa a uma maca ou uma cadeira para que possam fazer o que quiserem de mim.
No inicio tinha muito medo, mas agora quase que se tornou doentiamente normal. Habitualmente faziam-me testes de laboratório para testar medicamentos, retiram-me várias amostras de sangue e injectam uma série de substâncias, esta é a rotina habitual. Também abusaram sexualmente de mim no inicio, mas agora felizmente perderam o interesse.
Às vezes falava com outras pessoas que estavam presas aqui quando estava na jaula, mas era raro porque eles desapareciam e nunca mais voltavam. Eu sou a mais antiga aqui. Os outros não sei, mas acho que estão mortos.
PV Ezra
Fui sair com uns amigos e quando dei por mim estava dentro de uma carrinha eu não conseguia ver ninguém, mas sabia que estava em movimento. Fui drogado e agora não sei onde estou… Quando alguém me tira da carrinha percebo que ainda não consigo ver, a droga que me deram estava a interferir com a minha visão.
Empurram-me para dentro de uma sala para me tirarem a roupa enquanto eu resisto sem sucesso. Puxam-me para um cubículo que parece uma jaula. Começo a entrar em pânico e grito para me libertarem novamente sem sucesso. Agora estava numa jaula, despido e sozinho.
Continuo-o a gritar para me tirarem daqui, mas ninguém responde.
"É melhor parares." Oiço uma voz feminina, mas a maldita droga não me deixava ver de uma forma clara.
"Onde estou?" Pergunto.
"Aqui é o laboratório. Tens de parar de gritar senão eles voltam e vão-te dar uma tareia."
"Como te chamas? Estás aqui há quanto tempo? Porque me trouxeram para aqui?"
"Tem calma. O meu nome é Aria, estou aqui há cerca de 2 anos acho eu. Eu sei que eles trazem pessoas para fazer experiências como se fossemos ratos de laboratório. Só existe uma forma de sair e é morto." Ela diz sem emoção.
"Qual é a última data que te lembras?"
"10 de Abril de 2013"
"Estamos a 14 de Julho de 2015, já estás aqui há mais de 2 anos."
"Eu perdi um pouco a noção do tempo."
"Tem de haver uma forma de sair daqui."
"Não existe, tu vais sair daqui para o laboratório e do laboratório para aqui é uma rotina."
"Eu prometo Aria eu vou tirar-nos daqui."
PV Aria
Ele caiu no sono. A palavras dele continuaram na minha cabeça, ele tinha sido a primeira pessoa a prometer tirar-me daqui.
Um cientista volta para me vir buscar para mais testes. "Quando é que isto vai acabar?"
"Até tu aguentares." Ele responde com desdém.
"E porque não acabam já com isto?"
"Tu és preciosa, foste a única a sobreviver a um dos nossos vírus. Queremos a cura!"
"E vão testar com o rapaz?"
"O rapaz é para outra coisa. Queres saber o quê?" Diz ele com malícia.
"Não." Eu não quero saber que maldades vão fazer com ele.
O cientista sorri para mim. "Vocês vão ter um bebé."
Não…
PV Ezra
Isto não parece uma jaula como na noite passada parece um quarto de hotel eu levanto-me e entro na casa de banho. Será que tive um sonho a noite passada? Tomo um banho e visto as roupas limpas que estavam na cadeira tento abrir a porta do quarto para sair, mas está trancada.
Afinal não foi um sonho!
Aquela rapariga. Aria! Estava presa há mais de 2 anos, sabe-se lá o que fizeram com ela. Ando pelo quarto à procura de outra saída, mas não encontro nada.
A porta abre e entra uma rapariga muito magra apenas com um simples vestido que praticamente não cobre nada do seu corpo. Outro homem atrás dela entra com uma arma na mão.
"Vocês têm 3 dias para se conhecerem, a partir daí quero resultados."
"Que resultados?" Eu pergunto com algum medo da resposta.
"Ela tem de ficar grávida se isso não acontecer vais ser substituído, mas isso não vai acontecer vocês são totalmente saudáveis. Tens 2 meses para a engravidar."
O homem sai e eu olho para a rapariga. Como é que eu posso fazer isto com uma estranha?
"Qual é o teu nome?" eu pergunto-lhe.
"Aria. Já não te lembras de mim?" ela pergunta docemente.
"Eu não te vi ontem."
"Drogaram-te?"
"Sim" Digo eu. "Eu não quero fazer nada do que ele disse."
"Vamos ter de fazer." Ela senta-se na cama.
"Como podes dizer isso tão friamente?"
"Ou fazes, ou morres! Isto é um jogo de sobrevivência e eu estou a dar-te a oportunidade de viver." Ela diz olhando-me nos olhos.
"E depois o que vão fazer quando tiverem o que querem? Como sabes que não me vão matar?"
"Não sei, mas nunca é bom desafiar o cientista eu estou aqui há 2 anos por uma razão eu tenho a cura para um vírus e tenho de fazer o que eles querem."
"E porque não fizeram inseminação artificial?"
"Dizem que tem de ser de forma natural para que seja saudável e nas condições mais próximas do normal possível."
"Normal para ti é estar fechada num quarto?"
"É melhor que uma jaula, mas tu nem sabes o que isso é." Ela diz com frieza.
"Desculpa! Eu sei que deve ser difícil para ti estar presa neste lugar há 2 anos, eu só estou há algumas horas e já me estou a passar."
"Como te chamas?"
"Ezra."
"Quantos anos tens?"
"21 e tu?"
"18. Qual é o teu passatempo preferido?"
"Eu adoro ler e escrever. Estava a acabar a faculdade em inglês." Digo eu.
"Eu também gostava de inglês… mas nem cheguei a saber o que é a faculdade." Ela diz triste, foi o primeiro sentimento que ela transmitiu. Algumas lágrimas correm pelo seu rosto magro.
"Aria…" Eu queria confortá-la e dizer-lhe que está tudo bem, mas ia estar a mentir.
"Eu vou morrer aqui." Ela diz totalmente sem força. Ela esconde o rosto nas mãos e continua a chorar. Eu sento-me ao lado dela para a abraçar, mas ela foge do meu toque com medo escrito no seu rosto. Ela não estava habituada a sentimentos de afecto nos últimos 2 anos, como é que ela queria que nós tivéssemos relações sexual? Provavelmente ela é virgem.
"Aria, eu prefiro morrer a fazer isto."
"O quê?" ela parece chocada.
"Eu prefiro respeitar-te."
Ela parece muito perturbada com o que eu lhe disse. "Não podes estar a falar a sério… O que vamos fazer não é nada comparado com o que eles me fizeram." Mais lágrimas saem dos lindos olhos dela. "Eles violaram-me. Foi o pior de tudo o que já me fizeram aqui, doeu tanto."
Eu não tinha palavras. "Desculpa Aria, eu não te posso fazer isso."
"Se não fores tu, pode ser alguém muito pior. Por favor Ezra, não me deixes."
Ela tinha razão, eu posso ser gentil com ela.
"Eu só vou fazer isso se for o que tu quiseres." Eu sorrio para ela. "Na verdade, eu só te posso tirar daqui se estiver vivo."
"Obrigado Ezra." Ela abraça-me.
"Obrigado pelo quê?" pergunto-lhe.
"És a única pessoa que me prometeu tirar daqui e por me respeitares." Ela diz com a cabeça encostada do meu peito. Será que a devo abraçar de volta? Que se lixe…
Os meus braços dão a volta à sua fina cintura e só então eu noto o quão magra ela é.
"Há quanto tempo não comes?"
"Antes de vir para aqui deram-me soro, mas ele disse que eu tinha de me habituar a comer outra vez." Diz ela. "Eu acho que eles vão transferir o comer por aquela abertura." Ela aponta para a pequena abertura que está no fundo da porta.
Nesse momento a abertura da porta abre e entra um tabuleiro com duas taças de cereais. "Muito bem, vejo que estão a fazer progressos. Isto é o pequeno-almoço, daqui a 3 horas vem o almoço." O homem diz espreitando por uma abertura para os olhos e vai embora.
Eu não sei se me vou sair bem em escrever uma história com esta classificação, mas estou a fazer um esforço. Não estou a pensar fazer esta história muito longa... Espero que gostem. Actualizo amanhã. ;)
Sobre a série... A SÉRIO? 7x10 foi um desastre para os fãs de Ezria. Spencer e Toby beijaram-se, Hanna e Caleb beijaram-se e Emily e Alison beijaram-se! E EZRA BEIJOU A RAPARIGA ERRADA...
Eu vou chorar até Abril... :'(
