Disclaimer: Naruto pertence a Masashi Kishimoto

-


-

Mau Hábito

Capítulo 1 - Divagações

Passei boa parte de minha carreira como kunoichi na busca por um aperfeiçoamento pessoal. Entretanto, não em seu sentido literal, mas no sentido de "pessoal externo", o que é representada na conhecida expressão "Sempre sorrindo, mas nem sempre feliz", pois bem, esse é o meu lema.

Apesar das dificuldades enfrentadas em campos de batalha, dou o meu melhor sempre a fim de superar as habilidades de meus companheiros de Konoha. Alguns, podem julgar essa linhagem de pensamento como uma ambição; realmente não há como dizer que não exista uma gota de ambição, mas prefiro chamá-la de superação pessoal.

Raramente, as coisas ocorrem exatamente como planejamos e, felizmente, pra alguns e infelizmente para outros, há inúmeras intempéries no decorrer da vida. Hoje, com 23 anos, começo a refletir sobre os sacrifícios que optei para chegar onde estou, na ANBU.

Precisei reduzir meus treinos com a equipe Gai e deixei de sair com as meninas.

Ino e Sakura não encaravam muito bem minhas ações, me chamavam de doida, que deveria parar pra respirar um pouco, namorar e coisas afins, mas, no fundo, sempre soube que elas torciam por mim. Na realidade, "namorar e coisas afins" nunca entraram em minha lista de prioridades, não que eu não as quisesse, pois admito que, às vezes, sentia falta de ser amada carinhosa e sexualmente por alguém do sexo oposto.

Contudo, não conseguia encontrar tempo e quem se interessasse por mim, uma menina que estava sempre a treinar e estudar. Embora o ditado pareça clichê, é verídico o fato de que se eu quiser ser alguém de verdade tenho que estudar e batalhar muito por aquilo que almejo. De certa forma, aprendi essa lição da maneira mais cruel, com a ausência de meus pais.

Mesmo sem tê-los conhecido, soube, por outras pessoas, o quão esforçados foram para construir uma carreira em Konoha e para que eu pudesse ser criada da melhor forma. No final dessa história, eles morreram, porém cumpriram sua promessa.

Até que um dia, chegou meu momento de cumprir a promessa. Aos 17 anos comecei a correr atrás de meus sonhos. Mas, como citei anteriormente, quase nada ocorre como planejamos. A esse mau hábito que me acompanhou até hoje, dou o nome de Amor.

.

.

.

.

- Mais uma prova em que não passo – reclamava enquanto ia para casa - Lee passou, Neji também...E mais uma vez, eu fiquei pra trás.

- Tenten!!!! – chamava Lee - Como foi na prova?

- Não foi dessa vez, Lee...- respondi sorrindo

- Não liga pra isso,Tenten. Você ainda é nova e sua primavera da juventude é estonteante! Aproveite pra viver bem e, quantas vezes for necessário, refazer o exame! – ele respondeu em uma, frustrada, tentativa de me animar, como sempre.

- Arigatou - preferi agradecer a fim de, o mais rápido possível, terminar essa conversa .

Poucas são as coisas que me atormentam. Falar sobre derrotas, definitivamente, é uma dessas coisas.

- Bom ,Tenten, já vou! Gai sensei e eu temos um super treino e, ainda, quero me preparar! Tchau!

- Tchau! – continuei minha caminhada até em casa, onde poderia ligar o chuveiro e derramar, em silêncio, algumas lágrimas enquanto a água lavava meu corpo e abafava o choro. Quem sabe, a água corrente, também, lavaria minha alma.

Quando abri o portão de casa agradeci por não ter encontrado ninguém no caminho, pois pior seria se um dos que eu esbarrasse na rua fosse o gênio dos Hyuuga, Neji. Apenas sua presença tornaria, mais do que, insuportável a minha condição .

Deixei meu par de sapatilhas próximo à porta, fui à cozinha lavar as mãos e beber um copo d'água para, em seguida, me dirigir ao banheiro. Chegando neste, molhei as mãos e enxagüei o rosto, tentando me encontrar no espelho que estava defronte, mais de duas vezes .

Não resisti. Ri de mim enquanto me perguntava o que estava acontecendo em minha vida. De fato, ao invés de chorar, melhor rir enquanto se consegue.

Ao retirar o kimono, me dirigi ao Box, liguei o chuveiro e deixei que a água, aos poucos, escorresse por minha pele. Tentei, ao máximo, sentir cada gotícula que caía, pois, quem sabe, alguma delas poderia me ajudar a descobrir a resposta de meus problemas.

Uma pena. A tentativa foi em vão e, em poucos segundos, já me encontrava sentada e chorando.

A noite rendeu em lágrimas, mas consegui dormir quando a madrugada se aproximava...

.

.

.

- Mais um dia que começa - ralhei enquanto despertava-me para iniciar todo meu processo de higiene matinal - Mas...O que? - detive-me ao ouvir batidas em minha janela

- Teme...Quem é a infeliz alma que me atormenta a essa hora?! – resmunguei baixinho enquanto caminhava pra abri-la.

- Ten...ten? – falou o Hyuuga enquanto me olhava espantado.

- Neji? – foi então que percebi os trajes em que me encontrava, um blusão de pano que mal cobriam minhas pernas. Espero que ele não tenha ativado o byakugan.

- Vim para treinarmos – Ele falou enquanto, tentando disfarçar seu incomodo,olhava para o outro lado e eu , neuroticamente, tentava alongar o blusão com as mãos.

- Já vou...- respondi sem ânimo - Enquanto tomo banho e me troco, aguarde-me na sala e...Me desculpe pelos trajes, nunca imaginei te encontrar em minha janela às 6h da manhã.

Rumei ao banheiro sem nem mesmo aguardar por uma resposta do gênio.

- Você não deveria estudar tanto, Tenten. - ele começou

- Disse alguma coisa? - virei-me para situar-me nessa conversa

- Sim, apesar de não ter a obrigação de te ajudar, mas aconselho que você saia dessa clausura de estudo e tente viver de vez em quando. - falou enquanto direcionava o olhar aos livros espalhados sobre minha escrivaninha - Aliás, deve ser por isso que você não passou no exame.

- Realmente, não é sua obrigação. Já volto – respondi secamente, como se não bastassem todos os meus conflitos psicológicos, ainda tinha que ser analisada por esse...esse....Convencido!

- Tenten, eu estou falando com você.

- Eu sei, deu pra perceber que a única pessoa que não passou no exame está nessa sala, então, não fica muito difícil notar que você está falando comigo. – respondi enquanto entrava no banheiro.

- Tenten! - ele vociferou

E essa foi a última coisa que escutei antes de fechar a porta e abrir a água do chuveiro, embora eu não tenha tirado a roupa, a água foi apenas um pretexto para não ter de escutar sua, tão irritante, voz. Sentei sobre a pia, escorei a cabeça na parede e fechei os olhos na tentativa de relaxar, o que, definitivamente, teria sido um sono bom, se não fosse por algumas batidas na porta...

- Tenten, está tudo bem aí dentro?

- Vai me controlar, agora? - sim, eu não estava com um humor agradável

- Não demore, onegai - essa última, pude escutar como um sussuro

- Tudo bem, já vou sair do banheiro pra me trocar, te encontro lá embaixo!

Finalmente, terminei o banho mais rápido do mundo, me enrolei na toalha e saí do banheiro rumo ao meu quarto. Foi quando, assim que entrei, atrás de mim pude escutar a porta bater e ser trancada

- Mas que diabos está aconte...- quando virei, deparei-me com o Hyuuga, de braços cruzados e e cenho franzido, escorado na porta trancada - Neji!

- Agora, você vai me escutar.

- Neji, caso não tenha reparado, estou enrolada em uma toalha.

.

.

.


Chuchus, espero,de coração, que gostem! \o/

Agora, algo que não fere e nem mata ninguém! Reviews?

Próximo capítulo: Ponto de equilíbrio