Título: É
uma linha tênue
Autor: Magalud
Censura: Essa versão
da fic é imprópria para menores de 12 anos. A versão
NC-17 está apenas no meu site e na
Angst, Romance
Spoilers: Todos os 5 livros, todos os 3 filmes –
um bombom para quem achar a referência à capa do 6°
livro!
Resumo: Snape tem uma noite de prazer com a professora que
mais odeia em Hogwarts.
Notas: Peço desculpas se alguns dos
nomes estiverem no original e não na tradução
brasileira. Eu não acredito em traduzir nomes, embora eu
conscientemente acredite em alienígenas como um exercício
de estatística.
Nota 2: Essa fic é uma resposta ao
desafio 26 do SnapeFest: "Fim da guerra. Snape se excede nas
comemorações e vai para cama com a professora de DCAT,
com quem ele vivia brigando. Ela fica grávida e Snape tem de
lidar com o fato de que vai ser pai. Ele odeia a idéia. Ele
odeia a mãe do filho dele. Na realidade, ela o odeia também.
Pelo menos a princípio, mas as coisas mudam muito em 1 ano.
Bônus para uma cena onde Snape fique sozinho pela primeira vez
com um bebê de meses e tiver probleminhas com as fraldas."
Agradecimentos: Jana,
minha beta querida.
Disclaimer: Todos esses personagens são
de J.K. Rowling. Por favor, não me processe, porque eu não
estou ganhando nenhum dinheiro com isso.
NOTA DESTA PUBLICAÇÃO: Você pode notar alguma discrepância com relação ao número dos capítulos. Não se assuste: é assim mesmo. É que essa versão da fic é especial para a A versão original, em NC-17, está no meu site, que consta da minha página de perfil.
É uma linha tênue
Capítulo 1
Severus Snape flutuava num mundo líquido cinza muito confortável. Ele simplesmente existia, absorvendo sua existência e seu ambiente monocromático numa atmosfera de profundo contentamento. Não havia noção de tempo ou espaço, um aqui-agora constante e imutável permeava seu ser de maneira prazerosa.
Até que um grito agudo infernal o arrancou de seu idílio.
– AAAAAHHHHH!
Num reflexo, ele se sentou na cama. A primeira sensação que o assolou foi uma monumental dor de cabeça, que o fez fechar os olhos com uma careta. Então ele se deu conta de onde estava.
Ao contrário de sua cama com postes nus, essa tinha dosséis cor de vinho, e estava instalado num quarto muito diferente do seu: havia fotos bruxas, bibelôs, caixinhas, perfumes, bijuteria, penteadeira comum espelho de dimensões consideráveis, uma discreta prateleira de livros, abajur com renda. Enfim, um típico quarto de mulher.
A dona do quarto estava de pé, seu corpo nu envolto num lençol, olhando-o com um misto de horror, repulsa e surpresa, os olhos azuis faiscando.
Miranda Montgomery, atual professora de Defesa contra as Artes das Trevas na Escola de Hogwarts.
Severus quase gemeu de desespero.
Flashes da noite anterior espocaram em imagens esparsas na mente do Mestre de Poções. A solenidade no Ministério da Magia. O firewhisky. O vinho. Mais firewhisky. Um ardor que o percorreu dos pés à cabeça. O corpo em brasa com outro corpo em brasa.
Não era difícil deduzir o que tinha acontecido. Mas ele suprimiu um gemido ao ver o estado da mulher que o encarava, as sobrancelhas franzidas em ódio.
– O que significa isso! – A voz dela era ainda mais aguda do que o normal, e ele sentiu redobrados os efeitos da ressaca, uma dorzinha aguda entrando pelos olhos e invadindo-lhe a cabeça.
– Parece óbvio, não?
– Não seja sarcástico, Snape! Você... você... você se aproveitou de mim!
Ele se incensou:
– Não mais do que a senhorita se aproveitou de mim, tenho certeza. Ambos estávamos sob efeito do álcool.
Os olhos azuis de Miranda brilharam ainda mais intensos:
– Você me embebedou!
Aquilo já era demais.
– Escute aqui, sua mulherzinha histérica – ele se levantou, aparentemente ignorando o fato de estar nu em pêlo, fazendo-a arregalar os olhos e desviar o olhar. – Não me venha com essa! Eu não forcei ninguém a coisa nenhuma! Pare de insinuar mentiras!
Ela ergueu a voz:
– Eu jamais o convidaria para meu quarto em meu juízo perfeito!
– Acredite: eu também não estava em meu juízo perfeito quando decidi aceitar seu convite! Se eu tivesse adivinhado que a senhorita era uma harpia descontrolada como a que eu estou vendo agora, eu teria me sentado em outra mesa!
– Seu... seu... seu homenzinho mesquinho e pequeno...
Ele a interrompeu:
– Pequeno? Não era isso que gritava há pouco tempo, lembra-se?
Aparentemente, ela se lembrava muito bem, porque ficou vermelha e se descontrolou ainda mais:
– Fora daqui! Fora!
– Não precisa repetir! – Ele já estava catando suas roupas, vestindo-se apressadamente.
– Eu nunca mais quero vê-lo de novo! Vá embora!
– A recíproca é verdadeira!
Severus apressou-se ainda mais quando ela, ainda aos gritos, começou a atirar contra a ele tudo em que podia colocar as mãos: sapatos, escova de cabelo, bibelôs.
"A mulher é doida", pensou ele, batendo a porta do quarto. "Só o que eu fiz foi dormir com ela. Que tipo de reação é essa?"
Virando o corredor, desceu as escadas até a masmorra, notando que o dia começava a amanhecer em Hogwarts.
