Título: O Herdeiro de Griffyndor

Autor: Fabri Malfoy

Gênero: geral

Spoillers: todos os livros, principalmente o SEXTO (ATENÇÃO!)

Disclaimer: HP não me pertence, mas eu faço de conta que sim!

Sinopse: Após um perturbador sexto ano em Hogwarts e conseqüentemente, com todas suas implicações e descobertas, Harry inicia sua longa jornada com o objetivo de derrotar Voldemort definitivamente. Mas, como sempre, as aparências enganam e nem tudo é como parece... Segredos, revelações, aventura, coragem e estratégia formarão o elo fundamental para o triunfo sobre a Ordem das Trevas.

N./A: Essa fanfic é uma livre criação a partir do conteúdo da série HP e está parecida ao estilo "Rowling", então nada de drogas, sexo e Rock'ing Roll por aqui, rsrsrs.

Mas leiam, vocês vão gostar! E, claro, TAQUEM REVIEWS em mim, huahuahua.

Beijos,

Fabri Malfoy

Capítulo I

De Volta Para Casa

"Se tudo fosse assim tão simples! Se só houvesse pessoas más em outro lugar, insidiosamente cometendo más ações, se fosse assim, bastava simplesmente separá-las do resto de nós e destruí-las. Mas a linha que separa o bem do mal passa pelo coração de todo ser humano. E quem está disposto a destruir um pedaço do próprio coração?"

(Alexander Solzhenitsyn

Aquele verão de 97 continuava castigando os primorosos jardins bem-cuidados de cada propriedade da Rua dos Alfeneiros. As ruas desertas confirmavam silenciosamente o caráter antipático da grande maioria dos moradores, trancafiados em suas casas, praguejando ora por estar demasiado quente, ora por absoluta falta do que fazer. Ondas de poeira e vento perambulavam de assalto pela paisagem morta e tediosa da tarde, zunindo alto por onde passavam.

Uma idiotice absurda, pensava Harry, caminhando pela rua principal,e se perguntando seriamente como aquelas pessoas podiam viver sempre com o mesmo mal-humor. Se chovia, o dia estava horrível porque chovia. Se um sol de verão inundava o céu, o dia estava igualmente desagradável. Por mais que a natureza se esforçasse nada estava bom.

No pequeno cruzamento a sua frente, que unia três ruas, perambulava Duda Dursley, com a mesma cara de suíno derretido e motivação de quem não tem absolutamente nada para fazer a não ser arranjar briga onde quer que seja. Harry se agradeceu por dobrar a terceira rua em sentido contrário, o tão antigo retorno à casa dos tios, tão acostumado que o fez automaticamente.

Mais alguns passos e sopros de ventos abrasadores, estava em frente à garagem do tio Válter. Se acomodou num cantinho já familiar, na lateral da parede que dava para a sala, no meio das flores plantadas e cultivadas pela tia Petúnia. De certo, esta era a primeira vez que sentia uma espécie de alívio por estar de volta ao convívio dos Dursley, por poder pisar aquela rua poeirenta dos Alfeneiros, por sentar entre as rosas espinhentas da tia, até mesmo, exagerando, por compartilhar da companhia intragável do primo.

Pensou no dia seguinte, quando iria se reunir aos seus amigos na Toca.

Quinze dias conversando pelo correio-coruja com Rony e Hermione era deprimente. Pior ainda eram os assuntos, tinham que tratar todas as vezes de coisas irrelevantes e até ridículas, ou arriscadamente, se servirem de códigos mirabolantes. Tratar de assuntos que interessava era impossível, as interceptações prosseguiam deliberadamente. Basicamente Horcruxe, a estranha palavra que Harry odiava, principalmente quando ela invadia sua mente sem permissão e demorava em sair, era um tipo de assunto proibido.

Não raro se pegava espantando fantasias envolvendo catástrofes, lordes e horcruxes, embora nestas últimas semanas não ouvira uma única notícia trouxa, muito menos bruxa que remetesse a acontecimentos desagradáveis. Era pura calmaria e ele não gostava disso, sabia muito bem o que costumava vir depois de grandes calmarias.

Se recostando mais confortavelmente contra a parede, retirou do bolso a última carta enviada por Rony, abriu o pergaminho pela vigésima vez e fixou a atenção nas assinaturas de muitos nomes familiares, muitos com boas-vindas antecipadas, alguns com pêsames pelas "férias divertidas" com os Dursleys. Mas o que a tornava mesmo interessante era o convite delicado em tons claros num envelope reluzente contrastando com o pergaminho amassado da carta, avisando em letras berrantes o dia da celebração do casamento de Gui e Fleur. Harry não tinha idéia de como eram cerimônias de casamento, portanto sua natural curiosidade aumentava assim como a vontade de estar na Toca.

Ainda pensando em convites e casamentos, ouviu vozes aos poucos se aproximarem. Na porta da sala, em frente, Válter e Petúnia começavam uma leve discussão, aumentando o tom consideravelmente, de forma que Harry se permitiu prestar atenção no que diziam:

- Esse assunto de novo, não! Já conversamos muitas vezes sobre isso - Válter gesticulava, enquanto sua grossa veia do pescoço ia se avolumando - São bobagens! Nós sempre fizemos o melhor por nosso filho, nunca deixamos que nos dissessem o que fazer.

- Mas às vezes... estas coisas me vêm a cabeça...- Petúnia dizia quase histérica - Eu fico preocupada! Mesmo que nosso Duda nunca tenha desconfiado de nada... - e, mais confiante, foi acalmando a voz, sem deixar de tremer ligeiramente - Mas você tem razão, essa gente anormal nunca conseguiu nos convencer.

- E nem conseguirá - Válter mexia impaciente os bigodes - Nós fizemos o que é certo, o que qualquer pessoa normal faria.

Petúnia olhou para o marido enfraquecida, muita insegurança refletida nos olhos. A discussão parou ali.

Houve um silêncio levemente cortado de passos que voltavam para o interior da casa. Harry achou prudente continuar imóvel no mesmo lugar, o dia já estava acalorado o suficiente para não desejar mais confusões. Voltou a olhar para a segunda correspondência do dia anterior, de Hermione. Parecia estar de alguma forma feliz, narrava animada por linhas, a rápida viagem que fizera há semanas atrás com seus pais por cidades trouxas da Inglaterra. Havia uma foto bruxa sua, com um sorriso só não maior que os cabelos esvoaçantes, numa bonita praça turística. Pelos assuntos corriqueiros forçados e pelo estilo da carta era óbvio que Mione falava qualquer coisa para fugir do que realmente gostaria de dizer.

Harry deixou a carta da amiga de lado, para depositar sua atenção no pontinho branco vindo na velocidade de um balaço, à medida que tomava mais e mais a forma de uma coruja, finalizando num pouso cansado sobre seus joelhos. Ele olhou feliz para Edwiges, sua resposta confirmando presença na Toca para o dia seguinte seguramente estava entregue.

A noite veio vagarosa e com ela, a brisa nada refrescante que tipicamente embalava as muitas noites de lua cheia que Harry costumava passar olhando para fora, com esperança de amanhecer novamente e então anoitecer para assim se ver livre de mais um dia.

Certo, havia uma sensação de segurança estar naquele quarto, debruçado sobre a janela, longe de poderes e azarações, vivendo uma vida tipicamente trouxa, uma vida que não mais lhe pertencia. Mas havia momentos onde o tédio, a infelicidade e a certeza de inutilidade falavam mais alto. Era como estar sozinho em um porto seguro e quase noventa por cento inatingível, enquanto os amigos e as pessoas que lhe eram caras estavam no centro do maremoto, ameaçadas de sucumbir a qualquer hora, sem aviso.

Da lua desviou o olhar pelo quarto. Nestas últimas semanas nem para ajeitar a própria cama serviu, dormia e acordava na mesma bagunça de lençóis, jornais, pergaminhos e restos de comida que se confundiam não só pela cama como também pelo chão.

Bagunças a parte, não preocupou-se em desfazer o malão ou em tocar nos livros. Tudo permanecia do jeito que chegou, inclusive a gaiola de Edwiges, suja até a base do poleiro. Na escrivaninha ao lado, uma confusão de penas, tinteiros e cartas. No teto, teias de aranha consideráveis que tirariam o sono de Rony.

Sentou-se novamente na cama e pegou uma carta recebida a dois dias, de Lupin, lembrando-lhe que viriam buscá-lo ainda àquela noite. Desconfiava, porém, que teria longas horas de espera. Conferiu o pequeno relógio da escrivanhia e sufocado com a perspectiva de mais algumas torturantes horas, tomou uma resolução. Ou sairia imediatamente daquele lugar ou poderia ser sufocado pelas paredes.

Mirou a noite tranqüila, quente e repleta de mosquitos lá fora, tendo certeza do que deveria fazer. Quem lhe garantiria que esta noite pacífica estaria simultaneamente se repetindo na Toca?

Trancou a gaiola com Edwiges reclamando por meio de pios agudos e com auxílio de magia reduziu o tamanho do malão. Pé após pé, desceu a escada sem produzir ruídos e alcançou a porta da frente. Testou umas três vezes e confirmou que estava trancada. O velho medo dos Dursley de entrar ladrões ou estranhos sem serem convidados. Dirigiu-se rapidamente até a janela da parede ao lado e com agilidade desceu por ela, vindo a sair no costumeiro canteiro florido. De lá foi fácil alcançar a rua, da rua o cruzamento principal e do cruzamento o acesso pouco mais movimentado que dava para a saída da cidade.

Pensou em fazer sinal para o Nôitibus e logo desistiu. Não estava a fim de responder um interrogatório de Nicolau, embora estivesse esperançoso de vê-lo em merecida liberdade novamente. Pensou em montar na vassoura, mas sua lembrança lhe avisou que apesar de divertido não fora tão fácil chegar a Londres sem ser notado, com o acréscimo de que agora estava sozinho, sem apoio para qualquer incidente mais sério no percurso. Então, decidiu-se pela última alternativa.

Sacando do bolso a varinha, fechou os olhos, se concentrando seriamente no local de destino. Visualizou a residência dos Weasleys com todos seus detalhes e desejou muito ir imediatamente. Com um estalo, a cabeça girando, o corpo rodopiando e uma tontura horrível abriu os olhos e com alívio conferiu que ainda estava inteiro.

Da estradinha cuidadosamente desenhada a sua frente, avistou a porta de entrada da casa, com a grama bem cortada e um barulho de grilos e insetos noturnos cantando. Tudo mergulhado numa quase escuridão. Ainda assim, poderia reconhecer aquela estrada e a casa de olhos fechados. Nada mais familiar que o ressonar dos frangos ou o cantar fora de hora de algum galo.

Ali sim, poderia dizer que estava chegando novamente em casa.

N/B: Olá, sou a beta da Fabri, Ly Anne Black! Sabe, a OHG (O Herdeiro Griffindor, podem ir se acostumando com a sigla...) é o meu baby, tenho muito, muito, muito carinho por essa fic! E vocês bem podem ver o porquê: está maravilhosamente bem escrita, não é? Sinceramente, estou preferindo as fics da Fabri a qualquer coisa que venha da JK, as coisas que a Fá escreve são maravilhosas, completamente empolgantes!

É isso ai, então, a OHG chegou pra abalar geral! Se preparem para grandes revelações, grandes emoções, uma dose extra de humor, coragem grifinória, destreza sonserina e uma completa perfeição em termo de fanfic!

Fora isso, vocês já viram que essa menina de ouro merece reviews caprichados!

Beijos, Ly Anne Black.