Autor: RoonilWazlib
Título: Serpentes de Algodão
Capa: (em construção. obg x.O)
Shipper: Luna Lovegood e Bellatrix Black Lestrange.
Itens utilizados:
mordida
machucado inflamado (bônus: se estiver associado à mordida)
cor-de-rosa
chapéu
gato
vento (bônus: ele leva/arrasta/arranca alguma coisa)
esmalte de unha
qualquer pessoa da família Black (bônus: se for uma das três irmãs, Bella, Andie, Cissa)
amor impossível/não consumado/o casal não termina junto (não vou considerar se o triangulo se desfizer mas o casal femmeslash principal chega junto ao fim)
- NC-17
- Luna Lovegood
Classificação: NC-17.UA.
Gênero: ROmance/Drama.
Observação:
- Os lugares citados na fic existem REALMENTE (encontrados com a ajauda do google Earth). As músicas e as personalidades também.
- As palavras estrangeiras foram traduzidas em francês pela ferramenta tradutor do google.
- Falar a língua das cobras ou ser 'ofídioglota' nunca foi comprovado cientificamente existir. Mas existe muitos registros datados do norte do continente Africano e boa parte da Ásia (mais precisamente Líbia e Egito) que afirmam que a técnica é perfeitamente natural entre os andarilhos e viajantes.
- Harley Davidson é uma motocicleta linda de morrer! Jogue o nome dela no google imagens e babem. Totalmente Bellatrix.
- Apesar de a história se passar num Universo Alternativo, os personagens foram, na medida do possível, adaptados d ahistória original. Datas de nascimento estão diferentes pois a fic se passa em 1991 (como se fosse um pouco mais atrasado), mas a diferença de idade entre os personagens confere com os registros no HPLexicon.
- Não. A fic definitivamente não apoia/induz á pedofilia e muito menos o autor. A personagem Luna tem 17 anos, a maioridade na Inglaterra. E lendo percebe-se que não houve abuso nenhum da mulher de mais idade, muito pelo contrário.
- Essa fic expressa entre outras coisas, um amor puro. Entre meninas. E contém cenas de sexo, nudez e violência.
- E claro, os personagens não são meus, são da grande véia slashera Tia Jo (a.k.a. J K Rowling).
Amanda Moraes de Assunção foi a Beta Reader dessa fic. A fic praticamente existe por causa dela, está arrumadinha por causa dela e principalmente, a idéia da confeitaria é dela. Por isso devo parte dos créditos á ela. E cansei de tantos elas.
Enfim, agradeço á Moraes com M e S floreados. Te adoro.
Capítulo 1
O felino e o espetáculo – Crowhurst, Battle, East Sussex, UK. Primavera de 1991.
-... E não tentei argumentar por que me pareceu burrice na hora. Sinceramente, às vezes eu acho que fico muito sozinha. As pessoas tendem a vir falar comigo e conversar, mas eu vejo que elas têm pena no olhar e isso me deixa encabulada por que, afinal, de quem elas têm pena? Eu sou perfeitamente normal, não achas?
O gato inclinou a cabeça e continuou encarando-a com seus olhos felinos marcados por fendas misteriosas, onde a imagem da menina refletia-se. Não sentia pena, nem dor, ele sentia fome. A menina olhou mais uma vez para o horizonte e suspirou. O gato permanecia imóvel desde o momento que a ela chegara. Ele estava abandonado e sozinho, a espera de alguém para lhe alimentar, por que já não conseguia mais procurar sua própria comida.
A garota entrou na casa saltitando. Os empregados estavam batendo tapetes na varanda. Entrou em seu quarto e observou as caixas coloridas em cima de seu guarda-roupa. Apanhou uma caixa verde escuro, abriu-a e retirou um chapéu de dentro. Eram chapeis antigos de alguma geração passada da família, mas a menina nunca se importara. Retirou o chapéu alaranjado com uma pena de pavão preta e com alguns tons de laranja também. Colocou-o na cabeça e observou-se no espelho. As cores não entravam em harmonia, definitivamente. A menina vestia um vestido branco fresco com um casaquinho lilás de lã largado nos ombros. Sua bota vermelha parecia ter sido tirada de algum uniforme de bombeiro e complementando o arco-íris, o chapéu laranja. Não era uma imagem muito agradável de se ver, principalmente no corpo de uma menina de família, do interior de Battle.
Agarrou sua bolsa bege na saída do quarto e desceu correndo as escadas, encaminhando-se para a cozinha. Parou em frente da geladeira. Sempre tivera medo que alguma coisa, ou alguém, criasse vida dentro do refrigerador e resolvesse atacá-la. Sabe-se lá que truque aquele trambolho branco e retangular poderia ter escondido na manga. Resolveu não arriscar e lentamente abriu a porta da geladeira. Espiou, apanhou um pedaço de carne crua no congelador e uma garrafa de leite. Com um estrondo, fechou a porta. Sorriu para as panelas. Tinha sido fácil.
- Luna! Onde você pensa que vai? – A governanta gritou para a menina que, atravessando a sala e o vestíbulo, correu porta afora.
- Oi, Mafalda. Eu vou alimentar um gato perdido que...
- Nada disso. Esqueceu-se que você precisa se arrumar para sair com seu pai?
- Mas eu já estou pronta e...
- Menina Luna, olhe só pra você.
Luna estava parada no primeiro degrau da calçada, alguns fios de cabelo sob seus olhos, várias mechas espaventadas saindo do chapéu e cobrindo-lhe as orelhas, o resto do longo cabelo loiro maltratado estava embaraçado em uma trança desconjuntada que lhe descia pelas costas.
- Eu estou ótima, Mafalda. Já sei me arrumar muito bem! – espantou alguns fios que lhe atrapalhavam a visão.
- Está sim, minha filha. Está linda.
- Obrigada papai. – Luna sorriu.
Era isso que aquele indistinto senhor que acabara de aparecer ao lado de Mafalda, no topo da escada, precisava. O sorriso de sua filha. Uma das mais belas provas de pureza e beleza. Arrependeu-se de ter marcado a viagem mais cedo, arrependeu-se de ficar fora de casa tantos dias, arrependeu-se de não poder ir ao circo com Luna. Não estava sendo tão presente para sua filha nos últimos meses, talvez fosse pelo bom negócio que acabara de realizar, ou até por parte de Luna e sua adolescência carregada de mudanças. Prometeu para si mesmo que quando as escavações terminassem, ele iria dedicar-se mais a Luna, como sempre fizera, como sempre fora. Precisava do sorriso dela.
- Bem, então me deixe terminar aqui e já lhe acompanho - disse Mafalda.
- Mafalda, eu tenho dezessete anos. Dezessete. Espero que seja o suficiente para caminhar alguns metros até o circo e voltar sã e salva - falou Luna calmamente.
- Não demore muito. Viajarei daqui algumas horas.
- Tudo bem, vou pedir pro gato me lembrar.– Piscou, sorriu e saiu saltitando na direção da árvore onde estava sentada antes.
O gato permanecia imóvel, deitado na raiz grossa da árvore. Fraco. Luna sentou-se ao seu lado e deu-lhe de comer. Alguns minutos e o gato já marchava para todo lado na ânsia de beber todo o leite. Por fim, sentou-se nas pernas de Luna e descansou. Satisfeito.
- Já lhe contei muita coisa sobre mim e sobre minha vida. Mas você não me contou nada sobre você. Aliás, como é seu nome? Sempre achei Gato um nome lindo. Gato é muito bonito.
Como era de se esperar, o gato não se mexeu, continuou encarando os orbes azuis profundos e curiosos que fitavam seu pelo cinza-escuro. Alguém que visse a garota logo a chamaria de louca, lunática, como costumeiramente faziam naquela cidade. Mas Luna descobriu muito mais do que se possa imaginar, apenas com esse contato visual com o gato. Muito mais.
Juntos tomaram a estradinha cercada de árvores e forrada de folhas, e desataram a caminhar lentamente, enquanto os raios de sol que penetravam nas pequenas brechas entre as árvores tentavam dourar a pele branca de Luna.
Vários minutos depois, depararam-se com um grande campo. Ao lado, visualizava-se uma estrada principal que se dividia em dois outros caminhos. Um levava à casa de fazenda dos Lovegood por onde Luna acabara de chegar e o outro, à cidadezinha de Crowhurts, onde funcionava o escritório de Construções e Escavações Neomodernas e Pré-Históricas de Xenofílio Lovegood.
Luna olhou para o campo, antes vazio e limpo, onde agora se erguia uma lustrosa lona azul e amarela, servindo de cobertor para o grande espetáculo que estava para começar. Sentiu a euforia tomar-lhe conta, mas, na paciência de sempre, encaminhou-se acompanhada do gato, à bilheteria do pequeno circo. Várias meninas da cidade, que eram suas colegas de escola, estavam chegando também. Na sua maioria meninas entre quinze e dezoito anos, todas, ou praticamente todas, iguais. Trajavam calças jeans, blusas cheias de badulaques e de cores berrantes, tênis ou sapatilhas de marcas famosas vindos dos Estados Unidos, e cabelo amarrado no topo da cabeça com um elástico colorido.
Sua colega ruiva, Gina, foi a única que a cumprimentou. Na verdade, acenou brevemente de longe, mas Luna realmente não se importava com aquele afastamento dos colegas, da displicência dos meninos, de sua vida solitária justamente quando estava despertando para o desejo e a paixão. Ela realmente não ligava, sabia que era diferente em vários aspectos, talvez fosse diferente em relação a eles também. Tinha seu pai que era seu melhor amigo, tinha a natureza e tinha um gato chamado Gato, o que mais ela poderia querer?
Comprou seu bilhete e entrou. Sentiu o ar abafado invadir-lhe o corpo. As arquibancadas feitas de madeira mal pregada estendiam-se ao longo da lona. O picadeiro era adornado com um tapete coberto de estrelas e cercado de caixotes coloridos. Acima, Luna avistou as cordas e cabos, provavelmente de trapezistas. O ambiente estava temperado com sons de risadas e mastigar de pipoca. Luna amava o circo, amava espetáculos, mas principalmente, amava algodão doce. E tirando uma moeda do bolso, logo comprou um, grande e cor-de-rosa. Sentou-se na primeira fila, perto dos caixotes do picadeiro e desatou a comer seu algodão doce. Sorriu para o gato que a observava curioso do caixote. Luna feliz lembrava-lhe uma grande bola de lã colorida e vermelha, esperando para brincar com Gato, enchendo-o de euforia e alegria.
As pessoas que sentaram ao lado dela seguidamente olhavam cautelosas do gato para Luna e de Luna para o algodão-doce em sua mão.
O espetáculo começara com rufos de tambores, com músicas, buzinas e com chuvas de papel picado. Palhaços entraram atiçando o público. Gritando. Fazendo micagens. Tudo estava alegremente nos conformes quando, de repente, um dos palhaços chamou três pessoas da platéia. Vários meninos e meninas, crianças, de dez a doze anos ergueram suas mãos, os adolescentes mais velhos afundaram-se na cadeira, não querendo ser vistos. Luna estufou o peito, jogou o palito do algodão-doce longe e arregalou os olhos, esperando calmamente.
O palhaço escolheu dois meninos do fundo da platéia, pelas carinhas "angelicais" percebia-se o quanto bagunceiros eram.
- Você! – apontou – Moça do chapéu...Chapéu bonito. – Piscou para o público sarcasticamente, arrancando algumas risadinhas debochadas.
Luna encaminhou-se exultante ao centro do picadeiro e observou as pessoas das arquibancadas, as luzes dos archotes em péssimo estado quase a cegando.
- Atenção. O palhaço Parafuseta irá soltar um filhote de porco, um leitãozinho assustado, pelo picadeiro e vocês tentarão pegá-lo. Aquele que conseguir imobilizar o porquinho primeiro poderá visitar nosso camarim agora, enquanto os artistas se preparam para as apresentações.
Luna sentiu uma leve pontada de ansiedade no peito. Os meninos ao seu lado esfregaram ás mãos e lançaram olhares diabólicos, um para o outro e depois, juntos, para Luna.
- Preparados? – perguntou o palhaço. E sem esperar a resposta disse: - Então... Já!
Um porquinho desembestou da fenda da cortina atrás do picadeiro, por onde entravam os artistas e velozmente começou a correr em círculos pelo picadeiro. Os meninos dispararam atrás dele. Luna permaneceu imóvel apenas observando. Quando o filhote fez sua décima volta em torno do picadeiro, Luna pulou perto dos caixotes e empurrou os meninos longe, saindo correndo concentrada no porquinho. Seu vestido esvoaçava, seu casaco caia-lhe dos braços, seu chapéu não havia voado ainda por que ela segurava-lhe com uma mão. Quando viu que o porquinho já havia cansado e os meninos estavam sem fôlego, atirou-se contra o filhote, mergulhou no ar, saltou com as mãos abertas e caiu de peito no chão, fechando seus dedos pálidos na perna traseira do porquinho.
A platéia ria da menina abobalhada. Todos riam, menos os meninos que perderam para ela. O palhaço apareceu rindo e ajudou Luna a levantar-se.
- Temos uma vencedora! – Toda platéia ria e aplaudia, Luna estava divertindo-se, mas permanecia séria. Seu vestido estava enrolado, deixando aparecer uma parte das coxas grossas e o peito arfante destacava seu decote bondoso para uma menina de dezessete anos. – Antes de ir para o camarim, conte-nos. O que você faz pra ser tão ativa? Esfrega pimenta lá?
A platéia em polvorosa, ria cada vez mais. Luna também rindo, levou o microfone das mãos do palhaço até sua boca e disse:
- Sim! – E riu também.
O palhaço parou subitamente, encarou-a e disse:
- Agora sério, menina. Qual é sua receita?
- Eu passo pimenta lá! – E riu cobrindo seu rosto envergonhado.
O público calou-se. O palhaço calou-se. O silêncio apenas era atordoado pela risada envergonhada de Luna. O palhaço fez um sinal pra música começar, já iniciaria outra apresentação. Um outro palhaço puxou Luna pelo braço e encaminhou-a ao camarim. Gato pulou do caixote e foi atrás da menina.
Luna maravilhava-se com cada detalhe dos bastidores do espetáculo. Divisórias feitas de lençóis, bancadas e manequins, cabides e animais domésticos, cozinhas improvisadas e caixotes de enfeites, cordas e equipamentos. Não eram muito organizados, por isso, Luna achava coisas perdidas no chão de serragem e capim. Apanhou um tubo de esmalte de unha verde-limão, afundado na terra e guardou em sua bolsa. Assim como Gato, achado não era roubado, pensou. Apesar de que, Gato não é de ninguém, nunca fora. Gato era livre, ela sabia. Após ver que sua teoria de "achado não é roubado" nem sempre é verdadeira, resolveu procurar a dona do esmalte. Logo achou uma simpática contorcionista que vendo que Luna o achara e tentara devolver, deu o esmalte a ela. A garota estava feliz. Realmente feliz. Caminhou ainda alguns minutos, parando aqui e ali, admirando-se com aquele universo.
Um barulho de tiros. Todos acharam que fazia parte do espetáculo, então...
BAM!
Um estrondo ensurdecedor. Uma explosão. Silêncio.
Quando Luna virou-se para perguntar ao trapezista ao seu lado, o que acontecera, um irromper de gritos desesperados ecoou pela lona puída.
Eram gritos, bater de madeira, gritos mais altos, pessoas correndo pelos camarins desesperadas, ensangüentadas.Um barulho de rasgo. Alguém empurrou Luna no chão. Gato se enlaçou em suas pernas. Pela fenda recém feita em um lençol branco, em frente á Luna, deslizou-se um corpo escuro. Luna ficou estática vendo aquela aparição penetrar no camarim, até que a pessoa deu meia volta e Luna pode ver seu rosto.
As botas cheias de fivelas, pretas e ligeiramente empoeiradas, deram um passo juntamente com as pernas enfiadas em uma calça jeans preta e tão justa quanto a jaqueta de couro que marcavam todo corpo da pessoa. Luna pode constatar que era uma mulher, por causa dos seios fartos e da silhueta feminina. Logo encarou seu rosto debochado, seu pescoço pálido adornado com uma espécie de coleira preta, os lábios carnudos pintados de rosa choque, os olhos contornados de preto não apenas nos cílios, mas em toda pálpebra. Os cabelos puxados para trás formando um tufo no topo da cabeça, algumas mechas cobrindo-lhe um olho e uma vasta cabeleira sob os ombros e costas. Se não fosse pela pele e pelos lábios, a mulher seria feita praticamente da cor preta. Suas mãos estavam cobertas por uma luva de couro igualmente preta. Dando-a um ar de rainha assassina.
Luna sentiu o olhar da mulher percorrendo o camarim e encontrando com os seus próprios olhos azuis. O coração da menina deu um salto. A mulher correu até a bancada ao lado de Luna e começou a vasculhar gavetas, várias pessoas ainda passavam pelos lençóis, atordoadas. Um palhaço tentou interromper o trabalho da mulher, levando um soco no olho e uma joelhada no estômago, o palhaço caiu aos pés de uma Luna imóvel. Enquanto a mulher vasculhava as gavetas à procura, talvez, de dinheiro e bens valiosos, lançava olhares de rabo de olho para a menina loira apavorada no canto da repartição.
Até que por fim, a mulher não encontrou nada e esbravejando, num último olhar pra menina, saiu pela mesma fenda que entrou.
Luna respirou fundo, Gato saiu em disparada atrás da mulher. A menina permaneceu estupefata. Gato não poderia ir atrás da mulher, ela acabaria matando-o. Em um acesso de insanidade, Luna saiu atrás de Gato, passou pela fenda, andou por um corredor e encontrou a abertura na lona. Saiu correndo pelo campo ensolarado e logo avistou a mulher encaminhando-se a um grupo de pessoas vestidas de preto. Todas pessoas do circo corriam desesperadas na direção da estrada que levava à cidade. Dois homens de preto saíram do circo carregando bolsas recheadas, Luna presumiu, de dinheiro. Gato estava nos calcanhares da mulher quando ela parou e observou o animal. O coração de Luna encolheu-se dentro do peito, correu mais depressa. A mulher chutou Gato com toda força bem na hora em que Luna aproximou-se. Gato atravessou a frente da mulher que retomara sua caminhada. A mulher agarrou o gato pela nuca e levantou-o pronta para atirá-lo longe com toda sua força.
- Não! Não faça isso, por favor! – Luna encarou a mulher com aqueles olhos magnificamente azuis, ainda mais agora que estavam marejados. A mulher oscilou por alguns segundos, mas logo sua face cobriu-se com aquela sombra vilanesca costumeira.
- Olha só! O que temos aqui? – A mulher lançou um sorrisinho debochado para Luna e olhou diabolicamente para Gato, seus cabelos tremeluzindo ao vento e ao sol.
Um barulho de sirene irrompeu pelo ar, carros da polícia cercaram o campo vindos da estrada e da parte de trás do circo, aonde se localizava uma estradinha abandonada. A mulher soltou o gato (que correu até Luna) e olhou atordoada para os companheiros que não tiveram tempo nem de pegar as motocicletas que estavam estacionadas na estrada, esperando-os para a fuga.
- Parados! Vocês estão cercados! Larguem o dinheiro e encaminhem-se, com as mãos na cabeça, até o veículo da polícia. Este assalto foi um fracasso, Lord Harley ou seria, Tom Riddle? – O policial moreno sorriu. - Sua gangue está presa. – Um homem com feições demoníacas, pálido e alto bradou alguns palavrões aos policiais que se aproximavam para capturá-los. O policial ligou seu auto-falante móvel e direcionou-se à multidão. - Está tudo sob nosso controle agora. Acalmem-se, por favor.
Num movimento brusco, a mulher tirou uma faca da bota e agarrou o cabelo de Luna (que já se encaminhava pra longe dos saqueadores), agachou-se e encostou a faca no pescoço branco da menina.
- Um passo perto dos meus colegas e a gostosinha morre! – A mulher olhou para os polícias lívida de fúria, os olhos arregalados, a boca escancarada em uma risada maligna.
Os amigos da mulher afastaram-se dos policiais e caminharam lentamente até as motocicletas na estrada. A mulher levantou-se com Luna e começou a caminhar também. O homem a quem o policial chamou de Lord Harley agarrou um policial que tentou surpreendê-lo pelas costas. Acabou arrancando seu cassetete e seu revólver. Apontou a arma para os outros policiais. A mulher agarrada em Luna soltou mais um risinho enquanto chegava à estrada ofegante.
Luna soltou um gemido baixinho. A mulher subiu em sua moto e colocou Luna sentada de lado na sua frente, passando os braços em torno da menina e agarrando-se ao guidão da motocicleta. Gato enfiou-se na bolsa aberta na lateral da moto. Todos fizeram a mesma coisa, subindo em suas motos e encaminhando-se para fugirem, os carros da polícia na frente.
- Vamos partir logo, queridos amigos – Lorde Harley encarou os policiais que apontavam suas armas para a gangue. – Mas antes, precisamos que vocês coloquem suas armas nesse saco. – Pegou um saco de pano em sua bolsa na moto e jogou-o para os policiais. – Ou minha linda Bella destripa a menininha, não é mesmo Bella?
A mulher acenou com a cabeça, uma sobrancelha levantada, os lábios rosa-choque contorcidos em um sorriso malicioso. Luna gemeu baixinho novamente.
- Calma doçura, seja boazinha e não vai ser castigada. – Sussurrou no ouvido de Luna e depois lhe deu um beijo estalado na face.
Luna tremeu. Tremera não de medo, muito menos de nojo. Ela tinha muita raiva daquela mulher, daquela gangue, daqueles bandidos horríveis que estavam usando-a para cometerem atos maldosos, vilanias. Mas não era só por isso que Luna tremia. Ela tremia por que, apesar de sentir repulsa por aquelas pessoas de preto, estava gostando da situação. Estava se divertindo com a cara abobalhada dos policiais, com a mulher, com o beijo estalado. E com esses pensamentos, odiou-se.
Todos colocaram seus capacetes, Bellatrix com um pouco de dificuldade por causa de seu grande tufo de cabelo.
- Adeus, babacas – Alguém da gangue gritou enquanto fugiam.
Alguns policiais que possuíam armas escondidas nas botas atiraram nas costas dos motoqueiros, como a mulher e Luna estavam à frente, não foram atingidas, mas um homem ao fim do grupo de motos levou uma bala nas costas e caiu na estrada, a moto rodopiou e embrenhou-se no meio das árvores próximas.
O barulho dos motores era ensurdecedor e a única coisa que Luna conseguia escutar era os vivas da mulher que ria com vontade enquanto Luna, encolhida, lembrava de seu pai, seu gato, suas coisas. Arfava o peito, segurando o choro. Enfim, a realidade caiu sob sua cabeça antes adornada com o chapéu que, depois de voar com o vento, jazia imóvel no campo onde de onde afastavam-se. Estava perdida. Desesperadamente perdida.
Continua...
Okey. Não pensem que sou completamente doente por escrever ISSO.
Tá, eu sou MUITO doente, mas enfim...
Créditos especiais á Mandy(a melhor beta do mundo, obg.) que, como os parênteses dizem, me ajudou a lot. E também homenageio através dessa fic, AndromedaBlack que lançou um chall lhéeeeendo e me inspirou infinitamente.
Semelhanças físicas de Bellatrix Lestrange com Amy Winehouse são mentiras deslavadas e calúnias do oposição. Eu JAMAIS espelharia um personagem de HP naquela drogadinha doente :roll: cof cof
Reviews são o biotônico que me faz ter forças pra postar mais. u.u
Por isso, espero-os. Abraços e cagaços e até o/
