Disclaimer: Saint Seiya pertence ao tio Kurumada e eu não lucro nada com a fic. Só reviews, se tiver sorte. Se me pertencesse, Aiolia e Mu estariam dando uns pegas nervosos antes dos Bronze Saints chegarem nas Doze Casas...
N/A: Olha quem saiu das trevas do fundo do poço e voltou a escrever~ Essa fic já tinha sido rascunhada há um bom tempo. Por acaso reencontrei e pareceu mais promissora agora. Ela pretende ser leve e curta. E, bem, como não adianta justificar meu sumiço, espero que quem gosta do ship Aiolia x Mu, tanto quanto eu e meu carneiro-beta, aproveite a leitura!
Momento Oscar 2016: Eu queria agradecer muito ao Orphelin, meu carneiro-beta, que me pressionou, ameaçou e tudo mais pra voltar a escrever e, além de tudo, revisou a fic! :3
Encounter
An unexpected or casual meeting with someone or something.
Capítulo I
Everybody have-have-have have a lot of fun, I know!
I can tell you they're feeling good
Gotta try the feeling baby
Combination Of The Two - Janis Joplin
Havia um rapaz de cabelos compridos, uma praça movimentada à noite e um rapaz de olhos azuis que talvez fossem verdes.
— Tem fogo?
O rapaz de cabelos compridos levantou a cabeça, o rosto confuso por um segundo antes de notar o cigarro apagado entre os dedos da mão que se agitava à sua frente. Sorriu educadamente:
— Desculpa, não fumo.
O rapaz de olhos azuis, que também podiam ser verdes, piscou com surpresa. Era tão raro encontrar alguém por ali que não fumasse que, dentre dezenas de fumantes, foi escolher perguntar justo para o não fumante? Quase riu de si mesmo.
— E por que escolheu a mim? – perguntou, a voz baixa e suave, sem se incomodar ao vê-lo se sentar ao seu lado, no banco de madeira.
— Seu cabelo chamou minha atenção.
A praça era meio pequena. Uns bancos aqui, outros acolá, mas todos ocupados por gente meio estranha. Algumas árvores. Tinha, inclusive, um bar do outro lado da rua, desses meio decadentes, que tocava rock bem alto. Porque, mesmo sendo noite, ainda era sexta-feira, então tudo bem. As pessoas eram quase sempre as mesmas – roupas escuras, muitas tatuagens e piercings –, toda semana, por isso meio que se conheciam, se não por nome pelos feitos absurdos realizados quando estavam bêbadas demais, ou algo assim.
E o rapaz de olhos meio azuis, meio verdes, não se lembrava de já ter visto aquele não-fumante exótico por aquelas bandas.
— Eu não venho muito... e, quando venho, fico pouco – explicou o rapaz de cabelos compridos, virando-se no banco para observá-lo.
Ele tinha os cabelos bem bagunçados, caindo em tons de ouro e bronze pelo pescoço – e só Deus sabe como vislumbrou as tonalidades sob a luz precária dos postes da praça. Ainda girava o cigarro inútil entre os dedos enquanto a outra mão segurava um copo meio cheio, ou meio vazio, de alguma bebida alcoólica suspeita.
— E eu costumo chegar mais tarde – disse num tom de então é por isso. Colocou o cigarro atrás da orelha e estendeu a mão para o rapaz de cabelos compridos, apresentando-se com uma piscadela: – Aiolia.
— Oh...
— Oh soa ruim.
— É que você é meio famoso. Desculpa... – Balançou a cabeça, os fios do cabelo liso se espalhando pelos ombros, e apertou a mão dele. A palma era fria e um pouco áspera, em contraste com a sua, morna e suave. Exibiu um sorriso discreto: – Mu.
— Mu... – repetiu, como se estivesse saboreando a palavra. Ou talvez fosse só a bebida que acabara de tomar num gole só. – Tão curto, parece um apelido.
Mu concordou, afastando uma mecha de cabelo, que insistia em cobrir seu rosto pálido, para trás da orelha – pelo menos três brincos prateados cintilaram com o movimento –, e exibiu um sorriso um pouco maior.
— E por que tenho alguma fama, Mu? – quis saber, inclinando-se na direção dele com um ar conspiratório. O olfato captou a fragrância daqueles cabelos. Alguma coisa floral? Pensou em lavanda só porque eram dessa cor. – O Milo tem algo a ver com isso, não tem?
Tinha um piercing de argola no lábio inferior de Aiolia, o rapaz de cabelos compridos reparou. Uma boca bem avermelhada... aí, arregalou um pouco os olhos, num misto de curiosidade e surpresa, ao reparar em outra coisa:
— Você conhece o Milo?
Aiolia revirou os olhos azuis quase verdes. Freddie Mercury cantava seus clássicos bar afora, por cima da fumaça dos cigarros, e ele lá, sem fogo para acender o seu. Agora tinha acabado seu álcool também, constatou ao jogar o copo no lixo mais próximo – sempre tem aquelas latas de lixo nas praças, com mensagens incentivadoras para ninguém ferrar o planeta ainda mais. Mas, ora, quem não conhecia o Milo?
— Verdade – disse Mu, pensando vagamente que, talvez, Milo se daria bem se entrasse para a carreira política um dia. Conhecia tanta gente.
Tinha a pele muito pálida mesmo e dois sinais vermelhos na testa, Aiolia reparou, olhando-o com curiosidade. Mas não considerou oportuno questionar, nem tinha bebido o bastante para tocá-los sem sequer pedir permissão para isso. Só tinha bebido o suficiente para deixar a história da fama de lado.
— Você está usando maquiagem? – Aiolia perguntou de repente, com um sorrisinho enviesado, observando os traços negros que delineavam aqueles olhos claros de cílios longos.
— Só lápis, porque o Afrodite insistiu que ficaria bonito. – Mu encolheu um pouco os ombros, como se fosse algo inevitável. E era mesmo. – Veja bem, não dá pra discutir com o Afrodite nessas coisas sobre beleza.
— Ah, não mesmo – concordou, indicando que também conhecia Afrodite e pensando que era estranho eles terem certas amizades em comum, mas não se conhecerem. – Ele está sempre certo.
Havia um copo de bebida nas mãos do rapaz de cabelos compridos, Janis Joplin cantando do bar e um cigarro aceso entre os lábios do rapaz de olhos azuis-ou-verdes.
— Obrigado, Aiolia, mas eu não sou muito de beber – disse enquanto o observava voltar e se sentar ao seu lado, depois de uma rápida ida ao bar.
Aiolia era alto e parecia ter um corpo forte. Não que a camisa de flanela em xadrez preto e cinzento, que usava aberta sobre uma camiseta preta, com as mangas arregaçadas, deixasse ver muito além dos antebraços.
Tendo bebido o conteúdo de seu copo rapidamente e mais dois ou três antes de voltar para a praça, Aiolia começou a rir. Que tipo raro por ali! Não fumava, não bebia...
— Você faz sexo?
Mu bebericou do copo que lhe foi entregue só para disfarçar o rubor nas faces. Quem sabe não devesse ter concordado quando Aiolia disse que ia buscar bebidas e um isqueiro no bar. Bem, o que poderia ter feito para impedi-lo e para mantê-lo tranquilo, ainda sóbrio ao seu lado?
Esperou que o rapaz de cabelos compridos dissesse alguma coisa, qualquer coisa, mas ele não disse nada. A blusa negra que Mu usava o fazia parecer menor do que era, pois era longa demais nas mangas e na barra, o tecido sobrando nas mãos e quadris.
Mu sorveu outro gole da bebida. Aiolia tragou o cigarro longamente, fechando os olhos.
— Devo interpretar seu silêncio como um não?
O rapaz de olhos azuis bem verdes soprava círculos de fumaça para cima, na direção do céu escuro estrelado. Era uma noite bonita. Mu não gostava de beber, mas estava bebendo. Não gostava do cheiro de cigarro, mas não se importava que Aiolia fumasse ao seu lado. Só porque a brisa não levava a fumaça em sua direção, é claro. Não tinha nada a ver com o modo como ele movia os lábios, envolvendo o cigarro...
— Meninas... ou meninos?
E Mu quase engasgou com a pergunta. Menos de duas horas na praça, pouco mais de uma hora conversando com o famoso Aiolia e... aquela pergunta pessoal. Pensando bem, quem dera que o cara que chegou nele uma vez, já tentando beijá-lo e arrastá-lo para irem num canto, tivesse perguntado algo assim primeiro. A moça que já chegara se jogando no seu colo, certa vez, poderia ter perguntado antes também. Situações embaraçosas, relembrou, a boca cheia do gosto forte e adocicado da bebida que diminuía em seu copo.
— Meninos...? – sussurrou enfim, esperando que o rapaz não resolvesse se afastar por isso, depois de interpretar como alguma indireta. Se bem que... talvez fosse.
Aiolia resmungou qualquer coisa, o cigarro preso entre os lábios, quase derrubando cinzas na própria calça jeans surrada. Tinha levantado uma das pernas para cima do banco a fim de amarrar o cadarço do coturno desgastado, mas parecia estar tendo dificuldades com o nó que se formara.
— E você? – Mu perguntou após um breve silêncio, afastando as mãos de Aiolia do próprio calçado para ajudá-lo. Não porque não tivesse paciência para esperar vê-lo conseguindo sozinho. Foi só para que ele voltasse a atenção para si.
— Eu o quê? – Aiolia replicou em confusão genuína, observando os dedos pálidos livrarem seu cadarço do nó e amarrarem-no de novo com agilidade.
— Ahn... meninas ou meninos?
Aiolia retirou as cinzas do cigarro e piscou por detrás da fumaça cinzenta:
— Meninas... e meninos.
Havia um rapaz de cabelos compridos em dúvida, um rapaz de olhos azuis-e-verdes despreocupado, cinco pessoas em graus variados de embriaguez e mais um carro em que não caberia confortavelmente todos eles dentro.
— De quem é o aniversário mesmo, Milo? – Mu perguntou por perguntar, adivinhando a resposta só de olhar para aquele rosto sorridente e um tanto ébrio.
Milo olhou para cima, franzindo as sobrancelhas. Ele nem sabia onde estava a própria camiseta, mas pensou na questão por um segundo de qualquer forma. Sob seus longos cachos dourados era possível vislumbrar partes da tatuagem de um escorpião que possuía no alto das costas, tinta negra sobre a escápula direita.
— Não lembro – desistiu, estalando os dedos com bom humor. – Isso é o de menos, tem bebidas e todo mundo está indo pra lá mesmo. Festa é festa, Mu!
É, tanto faz, Mu pensou, olhando de soslaio para a garota de saia escocesa pendurada nas costas de Aiolia, pressionando um beijo na parte de trás do pescoço dele. As pontas das botas cheias de fivelas dela não tocavam o chão, mas Aiolia não parecia incomodado com o peso. Era mesmo forte. Também não parecia afetado pela proximidade, aquilo acontecia direto, normal. Ou, ao menos, foi o que Milo comentou, sem muita clareza, ao ser questionado, baixinho, sobre a tal garota.
O importante é que coube todo mundo no carro. Bem apertado, mas coube. Mu se viu no banco de trás, no meio, tendo Aiolia ao seu lado direito e Milo ao seu lado esquerdo. Uma garota sentada no colo de cada um dos dois, ambas com as pernas bonitas pousadas nas pernas de Mu, que eram as únicas livres. Onde mais caberiam, não é?
Mu não se lembrava do motivo para concordar em ir, mas ficou sentado ali quietinho enquanto os demais conversavam coisas sem sentido – que faziam ainda menos sentido porque tinham ligado o rádio e a música estava num volume ensurdecedor. Sentiu uma vaga vontade de rir. Os males de ser fraco para bebidas alcoólicas.
Teve um pouco de dificuldade para pegar o celular no bolso de trás da calça e, quando conseguiu, mandou uma mensagem para Afrodite avisando que estava indo com Milo e Aiolia para uma festa de aniversário de algum desconhecido. Ficou um pouco surpreso quando Afrodite respondeu que sabia onde era – afinal, nem Milo soube dizer isso – e que passaria lá depois.
Distraído, Mu levou um susto quando a garota sentada no colo de Aiolia dobrou-se em sua direção e estalou um beijo em seu rosto. Ela tinha olhos verdes tão claros que o faziam pensar em gatos, a maquiagem acentuando o efeito, e suas unhas longas tamborilavam no ombro de Aiolia.
— Quantos anos você tem? – perguntou ela, tendo que erguer a voz para se fazer ouvir em meio às conversas e à música alta demais.
— Dezenove.
— O quê?! – exclamou Aiolia, soando muito espantado enquanto a garota ria como quem tinha acabado de escutar uma piada incrível. – Você parece ter menos. Dezesseis, no máximo. – E encostou a cabeça na janela, resmungando qualquer coisa sobre injustiça.
— E quantos anos você tem? – Mu quis saber, mas Aiolia não quis responder ou talvez não tivesse escutado. Só continuou olhando emburrado pela janela.
A garota voltou a rir e a se inclinar sobre Mu, seus cabelos verdes roçando na face dele quando ela explicou em seu ouvido:
— Ele tem dezoito. É o pirralho da turma.
Não era possível que Aiolia tivesse escutado, mas ele deve ter adivinhado porque afundou os dedos na coxa dela, logo acima do joelho, de um jeito que deve ter doído pelo gemido que ela soltou – e pelas marcas vermelhas que ficaram na carne branca – antes de começar a xingá-lo de tudo quanto é nome.
Mu se encolheu como pôde, esperando não ser atingido por um chute conforme ela se agitava. Em seguida, se encolheu um pouco mais, no susto, quando Milo passou um braço sobre seus ombros. A garota ruiva no colo dele observava a briga em silêncio e Mu se pegou pensando que Aiolia também parecia muito mais novo.
Ainda bem que não era.
Havia um rapaz de cabelos compridos chamando atenção demais, um rapaz de olhos verdes muito azuis achando graça enquanto o observava um pouco afastado e diversas garotas entre eles.
O lugar da festa era uma casa muito pequena para a quantidade de gente que resolveu aparecer. Não tinha nada para comer, só bebidas. Mu nunca saberia o nome do aniversariante, sequer o veria. As pessoas se espalhavam como podiam em todos os cantos disponíveis, o que se resumia ao chão ou sobre os poucos móveis da casa, conversando ou se agarrando. A música era alta, as conversas gritadas, as garrafas tilintavam e a fumaça dos cigarros dava um ar de sonho ao ambiente mal iluminado.
Mu não sabia mesmo porque tinha concordado em ir.
E ainda havia as admiradoras reunidas em volta dele. Elas mexiam com seus brincos e puxavam seus longos cabelos, fazendo tantas perguntas que Mu não tinha tempo, nem vontade, para responder. Então, ele apenas sorria como sempre fazia, e, às vezes, lançava a Aiolia olhares cheios de dúvidas – Elas são sempre assim? O problema sou eu? Dá pra você me ajudar aqui?
Os olhos tão verdes quanto azuis cintilavam em meio à fumaça, mas o rapaz não se moveu enquanto a bebida que tomava não acabou. Quando enfim resolveu se aproximar foi a passos lentos, tentando não pisar em ninguém e desviando dos que cruzavam seu caminho. Não tinha pressa porque já tinha estado no lugar de Mu. Aquelas garotas eram daquele jeito mesmo e Mu teria que aprender a lidar com elas.
Além do mais, era interessante observar as expressões que ele fazia.
— Hey, mulherada!
Elas voltaram a atenção para Aiolia, mas não deram um mísero passo para longe de Mu.
— Eu detesto não ser o centro das atenções, sabiam? – disse Aiolia, alto, fazendo beicinho.
Elas o cercaram soltando awns e owns e dizendo bobagens aduladoras e clichês, mas o recriminaram por não se aproximar delas primeiro também. Ele sorriu de lado, claramente orgulhoso de si mesmo, mas tratou de dispensar os elogios e as reprimendas, alcançando a cintura de Mu com uma das mãos.
O contato inesperado fez o rapaz de cabelos compridos retrair os músculos. Aiolia mordeu o lábio inferior ao senti-lo reagir àquele toque tão sutil.
— Não me referi às atenções de vocês – concluiu, com um sorriso lindo e falso, piscando para elas à medida que levava Mu consigo para longe dali.
Foi sob uma onda de uhhs extasiados que Mu se viu guiado para fora da casa abafada. Dava para sentir o quanto a mão em sua cintura estava gelada, mesmo com o tecido da blusa evitando o toque direto. Para o seu infortúnio, o jardim estava tão cheio de gente quanto a casa, de modo que eles foram parar na calçada, perto do portão. Não que não tivesse gente por lá também, mas ao menos as pessoas conseguiam ficar mais afastados umas das outras, espalhadas pela calçada ou encostadas aos carros estacionados. A fumaça dispersava melhor também.
Os dedos de Aiolia deslizaram calmamente sobre sua cintura, alcançando a barra da blusa em seu quadril antes de soltá-lo de vez. Mu quase lamentou não poder sentir o toque de forma mais direta.
Os Beatles estavam cantando alto enquanto o rapaz de cabelos compridos se perguntava se deveria agradecer pelo resgate ou dar uma bronca em Aiolia, por ele ter demorado em vir ao seu socorro. E o que tinha sido aquilo sobre ser o centro das atenções? Ele queria mesmo toda a sua atenção ou foi só uma desculpa qualquer para o tirar de lá?
— Você é leonino, por acaso? – perguntou Mu sem pensar, arrependendo-se no instante seguinte. Quem era o esquisito que saía falando de signos logo que conhecia alguém?
Aiolia tinha acabado de pegar um cigarro novo e o isqueiro, aquele que comprara no bar antes, mas interrompeu-se para olhar o rapaz de cabelos compridos com certa estranheza.
— Está pensando se meu signo combina com o seu?
Ah, isso era o pior. Mu não tinha pensado nada daquilo, mas sentiu as faces esquentarem do mesmo jeito. Poxa, só tinha lhe ocorrido que ele parecia ser de Leão...
O rapaz de olhos verdes-ou-azuis – impossível se resolver quanto a isso – riu, sentando-se na calçada e jogando o corpo para trás, até as suas costas se apoiarem no portão de ferro.
— Então você gosta dessas paradas de astrologia, é?
— Não exatamente – disse Mu, dando de ombros e sentando-se ao lado dele, as pernas cruzadas como se fosse meditar.
— Ainda assim, entende do assunto. Ao menos o suficiente pra conseguir deduzir o signo de alguém.
Mu tornou a dar de ombros. Não era nada muito impressionante. Um monte de gente sabia um mínimo sobre astrologia, nem que fosse só o bastante para dizer que tal pessoa só podia ser de um determinado jeito por causa do signo. Mu não se identificava muito com o que era senso-comum de seu próprio signo, Áries, mas sabia que existia uma coisa chamada mapa astral que ajudava a explicar. Não comentou essa última parte com Aiolia. Ao invés disso, tomou o isqueiro da mão dele e o acendeu.
Aiolia colocou o cigarro na boca e aproximou a ponta da chama, aqueles olhos tão lindos semicerrados.
— Acertei? – perguntou Mu, por fim. Já que tinha começado o assunto, pelo menos queria saber se estava certo.
Ele tragou longamente, o olhar perdido na rua, sem prestar atenção aos carros ou às pessoas. Cruzou um braço atrás da cabeça, quase deitado sobre o portão e a calçada, e fez que sim.
— Mas a tatuagem não tem nada a ver com isso.
O comentário ficou para a imaginação, pois Aiolia não mostrou nem contou em que parte do corpo estava sua tatuagem. Tampouco descreveu como era. Mu se perguntou se teria chance de vê-la.
— E aí, combina?
Combinava? O quê? Seus signos? Ah. Mu sentiu o rosto mais quente do que antes e soube que tinha atingido um tom lamentável de vermelho. Respondeu que não sabia. Porque realmente não sabia. Mas, de certa forma, achava que sim.
Continua...
Nota do carneiro-beta: Olá, pessoas! Tudo bem com vocês? Tio Orph, vulgo carneiro-beta, espera que estejam todos ótimos e, principalmente, que leiam esta nota até o final, porque ele fez com muito carinho e pensando em cada um dos leitores.
Pois bem... Como nossa querida Sak. Hokuto-chan não é muito diplomática, mal de caprinos (eu acho), decidi assumir o posto de porta-voz dela e falar sobre um assunto sempre tão polêmico e chato, embora, de suma importância: os comentários. Sei que a maioria das pessoas tem dificuldades – por N motivos - na hora de elaborar suas impressões pós-leitura, tanto que acontece comigo mesmo e com mais frequência do que vocês podem imaginar, mas é sempre bom nos lembrarmos de que o único retorno que as pessoas que escrevem têm é aquele deixado por quem lê.
Assim, apenas gostaria de chamar a atenção de vocês para esse assunto que, sei eu, não é novidade para ninguém, por mais que muitas pessoas continuem fazendo vista grossa para ele. Ninguém é obrigado a nada e essa questão dos comentários não foge à regra; deixa quem quer e da forma como quer. A minha intenção, vindo até aqui, é apenas sensibilizar as pessoas a quem essa mensagem chegar, uma vez que eu, enquanto beta, percebo como tudo isso influencia a pessoa que vos escreve.
E... eu posso dar exemplos, pois são muitos projetos para fanfictions que ficam guardados dentro da gaveta, ou que se chegam a ganhar vida não amadurecem pelo receio da ficwriter (olá, Hokuto-chan :3) de não ter os frutos do seu trabalho colhidos. Sim, tem muita coisa para ser postada, creiam-me, mas eu sozinho não consigo lidar com isso. Já atazano ela dia e noite e, mesmo assim, vejam a que ponto chegamos... Mais de ano sem nenhuma postagem nova. Portanto, estou contando com a ajuda de todos vocês. =)
