Disclamer: Nada me pertence, só essas palavras tortas

Prólogo

Você já se perdeu alguma vez na chuva? E antes que você me diga que é impossível se perder na chuva deixe-me corrigi-lo.

Eu até hoje só me perdi uma vez.

E foi na chuva, na chuva que são os seus olhos.

Olhos demoniacamente cinzas. Ou seriam azuis? Talvez ainda sejam azuis-cinzentos

São azuis-cinzentos. Cristalinos, puros, e com aquele gosto de chuva, sem sabor, sem cor, mas com aquele cheiro... Seria esse cheiro liberdade?

Talvez seja, provavelmente é; para todos os outros, mas não pra mim.

Porque você é chuva.

Seus olhos são chuva.

E é por isso que eu estou perdida. Na chuva.

Porque tudo que eu vejo são seus olhos. Onde quer que eu olhe é você que eu vejo.E você é chuva. Daquelas chuvas que doem, de pingos grossos, fria, e que deixa o céu todo negro mesmo ao meio dia.

Eu queria um pouco de sol.

Mas você não quer ser meu sol, o sol dos seus cabelos não são pra mim, são pra Ela. Pra mim só resta a chuva, e eu preciso dessa chuva porque eu preciso de você, e aceito o que você quer me dar.

E você só quer chuva.

Perdida na chuva, num estado patético que me faz querer ficar. Presa. Ao que passou e o que continua acontecendo, mesmo que isso me faça mais sozinha – Eu nunca estou sozinha porque a chuva me acompanha – Você está sempre comigo, mesmo que na lembrança, ou nas suas falas escassas e frágeis.

Eu queria sair da chuva.

Mas, querer isso é querer me perder, de novo, porque já não conheço uma realidade em que você não esteja sempre no meu pensamento. Então, fico assustada, você se aproveita disso e a chuva só piora.

Eu já estou tão molhada, tão cansada, tão perdida. Eu quero um pouco de sol.

Um pouco de coragem, talvez. Se eu ainda fosse tão grifinória e você menos sonserino.

O céu está tão negro, e isso me empalidece, muito mais por medo do que por falta de sol. Medo de ficar sempre na chuva, uma chuva sem o cheiro de liberdade.

Eu sinto falta da liberdade.

Você não vai me tirar da chuva. E essa é a realidade que me mata.

Porque você não se importa. E dói em mim esse fato óbvio.

Um passo no escuro do céu no meio da chuva. Não tenho bem certeza para onde estou indo, ainda estou perdida. Porém, correr ainda traz um pouco de liberdade então é isso que vou fazer.

Vou correr pra longe da chuva, pra longe de você, mesmo que isso me mate. Porque a chuva é tudo o que eu tenho. E eu não quero mais ser tão molhada, prefiro ser seca.

Cinza e seca, porque a chuva sempre deixa um pouco de si em mim. Você sempre está um pouco em mim.

Para me lembrar da agonia que é estar na chuva, para eu ter medo dela, para eu ser cinza e fria como a sua chuva. Como você. Como o amor.

E quando a chuva finalmente foi embora e eu relembrei como era gostoso estar no sol, percebi que ainda chovia, não no céu que estava tão azul quanto seus olhos, mas em mim.

Dentro de mim, porque seu cinza é sempre molhado. E dói o sentimento da incapacidade.

Você me transformou em chuva, dessas com pingos grossos, fria, sem gosto, sem cor e sem cheiro. Tristes.

Sei que dessa chuva eu não posso me livrar, talvez seja mais simples fingir que ela não existe.

Então não existe.

Hermione Granger


N/Deh:

Guys, esse aqui é o Prólogo de uma fic que, talvez, tenha 5 capítulos (ou 7 – porque números impares rules)

Por favor deixem suas opiniões, se amaram, odiaram, querem uma fic completa, ou ta tão ruim que não devo nem continuar.

Obrigado pela atenção ;D