Once upon a Rachel

Once upon a Rachel

Para Raquel, que vive um conto de fadas.

Era uma vez uma linda garotinha loura chamada Rachel. Ela era muito inteligente e nunca acreditou em contos de fadas.

Mas, um dia, tudo mudou.

A pequena Rachel estava indo em direção a saída do colégio, quando avistou um cachorrinho branco correndo, apressado, falando:

-É tarde! E tarde! Estou atrasado!

A pequena Rachel respondeu-lhe:

-O que é tarde?

-Estou atrasado para a Festa do Chá! –respondeu-lhe o cachorrinho, que continuou correndo.

Peraí, cachorros não falam! , pensou a pequena Rachel, que saiu correndo atrás do cachorrinho.

Ela o seguiu até o meio do mato, até que o viu entrar em um buraco dentro de uma árvore. Rachel nem pensou: pulou para dentro do buraco.

E saiu em um castelo, com uma roupa linda de baile. Ela estava toda arrumada e em seu pé repousava um sapatinho de cristal.

Olha só! Eu sou a Cinderela!, pensou a garota, descendo devagar da carruagem de abóbora.

Mas logo ela avistou o cachorrinho branco correndo e grudou em seus calcanhares.

Correram para dentro do castelo e Rachel sentiu um de seus maravilhosos sapatinhos se perderem na escadaria.

Os dois atravessaram o salão até encontrarem uma armadura. O pequeno cachorrinho arrancou o elmo daquilo e pulou para dentro. Rachel o seguiu mais uma vez.

E saiu em uma floresta. O vestido diminuiu, mas ela continuava sem sapato.

Andando um pouco mais naquela floresta assustadora, Rachel encontrou uma casinha. Tudo ali era pequenininho, como se anões ali vivessem.

Anões? Floresta? Eu devo ser a Branca de Neve..., pensou a pequena Rachel.

E ela era. Estava com os cabelos negros.

A pequena Rachel foi até a casinha, a fim de procurar um sapato. Afinal, não poderia ser feliz para sempre sem sapato.

Rachel nunca fora a mais alta dos amigos, mas quando entrou ali, sentiu-se gigante.

Os sete anões estavam comendo quando ela chegou.

-Oi –disse Rachel, assustando-os- Será que podem me emprestar um sapato? Perdi o meu no palácio da Cinderela...

Eles não entenderam nada sobre a Cinderela, mas lhe emprestaram de bom grado um sapato.

-E vocês viram um cachorrinho branco correndo por aí? –perguntou a pequena Rachel, de boca cheia, visto que havia aceitado um pouquinho da comida dos anões.

-É claro –disse Mestre.

-Ele está no quarto, dormindo na minha cama –completou Zangado, aborrecido.

Rachel foi até lá e assim que acordou o cachorrinho, ele continuou sua corrida, alegando que estava ainda mais atrasado.

Ela foi atrás dele, gritando um obrigada para os anões logo que pulou a janela.

E agora ela se via diante de uma torre.

-O que eu faço agora? –perguntou-se ela.

Uma longa trança loura caiu em sua frente.

-Acho que entendi.

E a pequena Rachel pôs-se a escalar a torre.

Quando finalmente chegou ao topo, encontrou Rapunzel tomando chá com o cachorrinho branco. E, cantando ao fundo, estavam o Chapeleiro Maluco e a Lebre.

-Alice! Quer chá? –perguntou o Chapeleiro para Rachel.

-Só meia xícara, por favor –respondeu a menina.

A Lebre cortou uma xícara ao meio, encheu de chá e a entregou para Rachel. A menina achou estranho, mas conseguiu dar uns golinhos na bebida.

-Rachel? Depois do chá, você deve voltar para casa –disse-lhe Rapunzel.

-Pode deixar que eu a levo –ofereceu-se o cachorrinho.

Rachel assentiu e, quando terminou, viu o cachorrinho pular da janela. Ela foi atrás e...

...saiu de dentro da árvore. O cachorrinho estava ali ao lado. Sorriu e piscou um olho para a lourinha. Ela entendeu o que ele quis dizer.

E a pequena Rachel, carregando seu material e usando os sapatos dos anões, voltou para casa e viveu feliz para sempre.

Por Olívia Mattiazzo.