5 de Setembro de 1972,

Eu me chamou Severus Snape, tenho 12 anos. Minha amiga Lily me chama de 'Sev'. Eu não sou uma garoto particularmente bonito o que faz com que eu odeie minha aparência e com que nenhuma garota goste de mim, só a Lily, mas eu sei que ela só gosta de mim como seu amigo. É, eu decidi começar um diário. Eu sei que isso costuma ser coisa de menina e só elas escrevem diários e dado que eu sou um garoto, não deveria estar fazendo isto, mas a verdade é que eu estou.

E eu decidi finalmente desabafar com alguém sobre minha mãe.

Humpft.. 'alguém'.. um diário não é propriamente uma pessoa, mas bem..

Seu nome era Eileen Prince Snape.. ela era a mulher que eu mais amava em minha vida. Ela era a minha mãe. A mulher que sempre me deu amor.. carinho.. sempre se dedicou em me fazer feliz.. quando niguém mais o fez.

E agora.. morreu. Eu ainda não consigo encaixar isso em minha cabeça. É tanta dor.. demasiada dor.

Se não fosse por minha mãe.. talvez eu estivesse morto nessa hora.

É, ela morreu por mim.

Meu pai a matou.

Meu pai, Tobias Snape era um bêbado. Ele me bateu diversas vezes, por vezes, duas ou três em um dia só.

Ele batia em minha mãe também, mais que em mim até. De noite, em meu quarto eu ouvia os gritos de minha mãe enquanto ele lhe batia e a estuprava.

E aí, eu chorava. Chorava desalmadamente por minha mãe, a única pessoa que me amava realmente no mundo, e que estava sofrendo.

Eu me lembro como se fosse ontem. Foi em uma sexta feira à noite. Meu pai chegou a casa, como sempre bêbedo, de garrafa vazia em sua mão.

Minha mãe, quando ouviu o barulho forte da porta a bater, se virou para mim, me ordenando para me esconder dentro do armário.

Sempre olhando para a porta do quarto, com medo que ele entrasse, ela me falou que me amava, que eu era a pessoa mais importante e que ela mais amava nesse mundo.

'Eu também mamãe.' Eu respondi.

Lágrimas já escorriam por minha face quando ela beijou minha testa e fechou a porta do armário.

Alguns segundos depois, meu pai entrou no quarto.

A partir desse momento eles discutiram por pelo menos 15 minutos.

Até que meu pai começou a bater nela. Ele deferia bofetadas na face de minha mãe e a pontapeava enquanto eu, tentava controlar o barulho de meu choro e fechava os olhos algumas vezes, para não ver a cena.

Por último ele partiu a garrafa na cabeça dela, e ela caiu no chão, uma poça de sangue se formando a seu lado.

Meu pai saiu do quarto sem dizer nada.

E a última coisa que eu vi antes de desmaiar naquele mesmo armário foram os olhos já sem luz de minha mãe, olharem fixamente para mim.