Título: O preço de amar
Autora: Kaline Bogard
Fandon: Naruto
Spoiler: -x-
Casal: ShinoKiba
Classificação: +18
Gênero: angst, lemon, romance, amizade
Direitos Autorais: Naruto é um manga que foi adaptado e virou anime. Ou seja, não me pertence. Se pertencesse a classificação seria +18 e o gênero seria lemon... E eu seria linda, rica e conhecida no mundo todo. Okay, talvez não tão linda assim...


Importante: Presente para o Leitor. Por que ele divide meus gostos exóticos por OTP. Está comigo em Hannigram e apóia ShinoKiba. Essa foi a forma que eu encontrei de retribuir o carinho. Espero não ter errado na escolha do plot! Obrigada por tudo, gatinho. Feita de coração.


O preço de amar

Kaline Bogard

Parte 01

Konoha já estava em paz há certo tempo, mas aprendera sua lição. Desde os últimos conflitos o treinamento dos ninjas e pretendentes a ninja eram cada vez mais rigorosos e exigentes. Afinal, o passado provava que podiam ser pegos de surpresa. E as conseqüências seriam sempre altas e dolorosas de encarar.

Para evitar qualquer situação inesperada não havia limites. E Kurenai acabou sendo uma das mais exigentes com seus alunos.

Era gratificante ver como as crianças que recebera para treinar desabrocharam e se tornaram adolescentes fortes e dedicados. Ainda preservavam características marcantes de suas personalidades, porém com mais maturidade e experiência. Heranças adquiridas na guerra.

Hinata, de longe, era a que ganhara mais, desde os exames de graduação. Fato que não diminuía em nada as conquistas de Shino e Kiba. É. Kurenai podia encher o peito de orgulho por seu time.

E foi com essa sensação gratificante que ela deu o treino por encerrado. A noite de quinta-feira estava iluminada e radiante, com o frescor de começo de novembro, no auge do outono. No dia seguinte os três teriam aula. E exigiria mais deles durante o final de semana.

– Por hoje chega, garotos – ela decretou – Foram muito bem.

– Ahhhh, que bom – Kiba exclamou caindo sentado no chão – Kurenai sensei quer arrancar a pele da gente.

– Q-que exagero, Kiba kun – Hinata tinha um sorriso no rosto.

A mulher ignorou o rapaz e acenou com a mão.

– Podem ir embora. Não quero desculpas para atrasos amanhã na academia. E já se preparem que no final de semana vamos treinar a sério – ameaçou. Quando viu que Inuzuka ia reclamar, tratou se cortá-lo – Não me faça piorar os exercícios, Kiba kun.

Na mesma hora o moreninho cerrou os lábios e calou-se, o que fez Hinata rir baixinho e Shino menear a cabeça.

– Boa noite, meninos – o cumprimento encerrou os treinos do dia.

– B-boa noite, Kiba kun. B-boa noite, Shino kun – Hinata foi se despedindo.

– Ne, quer companhia para ir embora? – Inuzuka perguntou.

A jovem apenas balançou a cabeça. Sabia que moravam em direções diferentes e, apesar de ser noite, a floresta em que estavam treinando não era perigosa. Podia ir embora sozinha.

Depois disso os quatro se separaram e foram embora.

Kiba cruzou as mãos atrás da cabeça e seguiu pensativo pelo caminho de volta, sem pressa. Apesar de distraído estava bem consciente de tudo ao seu redor, o ar frio da noite que arrepiava a pele de leve, o som dos insetos compondo sua orquestra noturna. Não era época de cigarras, mas os grilos faziam igual barulho. Além disso, o céu estava lindo, com as estrelas parecendo milhares de respingos prateados em um tecido preto.

Akamaru não estava ali com ele, por que Kurenai queria que treinasse mais sozinho e dependesse menos de técnicas que usassem o cachorro. Isso podia ser questão de vida ou morte em uma luta e Inuzuka compreendia o ponto. Queria ficar mais forte por si só, mesmo que seu amiguinho peludo fosse um apoio extra, quanto menos o expusesse ao perigo, melhor.

Quebrando os pensamentos, os olhos singulares acompanharam o vôo de um vaga-lume e Kiba quase não resistiu a correr atrás do bichinho. As vezes seus instintos animais eram fortes! Mas ele acabou desistindo. Estava exausto demais por causa do treinamento para ficar correndo atrás de insetos.

Teve que recusar a diversão por mais que adorasse interagir assim com a natureza. Algo marcante em seu clã era essa proximidade com as plantas e outros animais, uma sintonia quase perfeita.

Não poucas vezes Kiba quase esquecia que era humano, tão profundamente se deixava levar pelo instinto. Crescera e fora educado assim, tal qual sua irmã e sua mãe e todos da família antes dele. Não seria um Inuzuka caso agisse diferente.

E por essa característica tão animalesca, ou talvez pelo rígido treinamento ninja, logo sentiu que não estava sozinho. Farejou o ar de leve e não captou cheiro algum, conhecido ou não. Seus sentidos apurados tinham certos limites. Porém mesmo sem conseguir notar o cheiro sabia que não estava sozinho.

Diminuiu o passo e ficou em alerta. Relaxou em seguida ao ver quem chegava.

– Yo, Shino! – parou por completo para esperar que o companheiro de time lhe alcançasse – Não foi pra casa ainda?

Estranhou que Aburame estivesse indo por ali. Ele morava do outro lado, próximo de Kurenai. Faria mais sentido se fosse embora com a sensei.

– Queria falar com você – o mais alto respondeu. As mãos estavam no bolso do casaco e a expressão facial era tranqüila. Ou melhor, Kiba achava que era tranqüila pelo pouco que podia ver do rosto do outro. Qual era o sentido de usar óculos escuros a noite?! Cara esquisito... esquisito que conquistara uma parte especial do coração de Inuzuka. O pensamento desconcertou o garoto, que meneou a cabeça encabulado.

– Que foi? – soou curioso disfarçando.

Shino parou em frente ao moreninho, invadindo o espaço pessoal dele. Ficou tão próximo que Kiba se segurou para não dar um passo para trás. Foi um tanto incomodo ter o parceiro tão perto assim. Justamente ele...

– Naruto me contou tudo – afirmou misterioso.

– Não entendi... – Kiba franziu as sobrancelhas. O olhar fixo de Aburame era tão perfurante, apesar dos óculos, que pouco a pouco as coisas começaram a fazer sentido. O rosto esquentou e o moreninho soube que estava corando. Cerrou os punhos irritado. Como Naruto podia ter-lhe apunhalado pelas costas assim?!

– Kiba...?

– Tudo...? – o menino perguntou baixinho, desviando os olhos.

– Tudo que era importante. Escapou sem querer, eu garanto.

Ah, nisso Kiba acreditava. Naruto era impulsivo, nunca conseguiria guardar um segredo. Mas tinha que contar logo para Shino?!

Aburame ergueu a mão e por um segundo Kiba achou que fosse levar um tapa, chegando a encolher-se em antecipação. Para sua surpresa mais alto levou a mão até a curva do seu pescoço e acariciou de leve.

– S-Shino?

– Eu queria fazer isso há muito tempo – confessou num tom de voz baixo, meio inseguro que não combinava com Aburame – Gosto de você, Kiba.

Um sorriso enorme desenhou-se nos lábios do menino-cão. Ele não coube em si de alegria e incredulidade pelo que tinha ouvido.

– Eu também! Gosto muito de você, Shino!

– Acho que não entendeu. Não digo gostar de amigos...

Então o outro pegou a mão que o acariciava e segurou com carinho. Agradeceu intimamente Naruto pelo amigo ter deixado o segredo vazar.

– Nem eu, Shino – levou a mão do mais alto até o próprio corpo e o deixou tocar sobre seu coração – Gosto tanto de você que aqui dói...

Por um segundo ficaram silenciosos, como se não pudessem acreditar no que estava acontecendo. Parecia um sonho, principalmente por ter sufocado o sentimento com todas as suas forças, por medo de perder a amizade conquistada a duras penas.

Aburame respirou fundo e abraçou o moreninho, puxando-o para bem perto de si.

– Quero... quero você, Kiba.

O moreninho estremeceu diante da intensidade do desejo que captou nas palavras do companheiro de equipe. Shino não estava brincando. Não era um sonho. Apesar de incrivelmente feliz, ele achou que talvez estivessem adiantando as coisas.

– Eu...

A voz saiu insegura e baixa. Isso fez com que Shino se afastasse um pouco e tentasse mirá-lo direto nos olhos inquietos, mas Kiba manteve a cabeça baixa, envergonhado.

– Sinto muito – o mais alto falou – Não quero forçar nada, mas sonhei tanto com esse momento... talvez não seja a hora...

Fez menção de se afastar, porém Kiba segurou-lhe a blusa e o manteve no lugar. Os pensamentos entraram em conflito. Alguma coisa instintiva em si o alertava para o perigo da situação. Não entendia por que aquele receio. Sonhava há tempos com a atenção e o carinho de Shino. Agora descobria que o amigo sentia o mesmo. Por que não aproveitar? Por que não ceder?

Parecia um jeito errado de começar o envolvimento entre eles. Todavia era um começo. Kiba não era uma garota para sonhar com... besteiras de garota. Também não era mais criança para ter medo de ir mais a fundo com alguém que estava a fim.

Decidindo-se segurou a presilha da blusa de Shino e puxou para baixo, abrindo-a. Então esticou-se um pouco e colou os lábios de ambos, tomando a iniciativa e deixando claro que queria seguir em frente.

Para Aburame o simples roçar de lábios não foi suficiente. Ele apertou ainda mais aquele corpo em seus braços antes de forçar passagem com a língua e oferecer ao moreninho o beijo mais ávido e profundo que ele jamais provaria na vida.

Kiba nunca se sentiu tão desejado antes. Os toques de Shino eram firmes e meio desesperados, como alguém que quis algo por muito tempo e agora podia experimentar e satisfazer seus desejos.

Primeiro foram as roupas de Inuzuka a parar no chão. Depois os óculos e as vestimentas de Aburame, formando um montinho confortável sobre a grama. Então o mais baixo sentiu seu corpo sendo forçado, até que estivesse deitado com as costas no chão.

Os beijos retornaram, e as mãos seguiam com a exploração. Quase sem querer Kiba acabou esbarrando no pênis do companheiro. Ele já estava duro e gotejante. Por instinto envolveu-o com os dedos e começou movimentos de vai e vem, que arrancaram um gemido abafado de Shino.

Numa forma de conter os ímpetos Aburame abocanhou o pescoço do garoto deitado abaixo de si, sugando e lambendo da pele, mordiscando ora de leve ora com força, para marcar. Queria que a tez amorenada levasse sua assinatura e que todos soubessem que o menino-cão tinha sido domado naquela noite.

Kiba já tinha se aliviado com as mãos antes, pensando justamente naquele rapaz que o tomava, por isso sabia o que fazer com os dedos, apesar de ser meio atrapalhado, por que uma coisa é se masturbar e outra bem diferente é dar prazer ao parceiro. Sabia que ia no caminho certo pelas reações de Shino.

Quando sentiu que ia gozar, Aburame impediu que o moreninho continuasse os movimentos. Ao invés disso concentrou-se em continuar brincando com o corpo dele. Usava os dentes e as unhas curtas para provocar e arrepiar a pele sensível. Descobriu, satisfeito, pontos fracos no menino que fizeram os pelinhos eriçarem e Kiba gemer mais alto, esquecido do pudor.

Com os toques cuidadosos e gentis afastou o receio de Kiba. Ele imaginava como seria bom estar nos braços de Shino, mas nem todo seu devaneio seria suficiente para se aproximar da realidade. Aburame era forte, decidido, porém deixara transparecer no contato pele a pele que Kiba era alguém importante e especial. Havia reverência em cada toque.

O moreninho sentiu-se adorado.

– Posso ir até o fim? – Shino ainda perguntou ofegando de leve. Se o parceiro negasse estaria em maus bocados, com aquela ereção dolorida.

No entanto Kiba também estava excitado demais para desistir. Seu corpo quente queria o alívio que apenas a consumação do ato traria.

– Pode – gemeu – Eu quero...

– Quer o que? – o mais alto provocou.

– Quero você... em mim... – ondulo o quadril ilustrando o que queria dizer – Todinho... Shino! Por favor.

A oferenda rompeu alguma barreira na mente de Shino. O rapaz acomodou-se melhor sobre o moreninho, obrigando-o a abrir mais as pernas. Segurou o pênis com uma das mãos e o guiou para a entradinha que o receberia. Com cuidado forçou a invasão, por que não tinham nada para preparar e amenizar a dor que seu moreninho sentiria.

Kiba apertou os olhos. Já sabia que seria doloroso, por que apesar de nunca ter feito aquilo com ninguém já conversara e ouvira outros garotos falando sobre o assunto. Naruto já tinha lhe dito que as vezes Sasuke ficava um tempo sem poder sentar direito.

Não pode evitar arranhar as costas de Shino, conforme ele forçava passagem e se enfiava por completo no canal apertado. Gotas de suor se juntaram na fronte dos amantes. Em um, motivadas pela dor. No outro, pelo mais puro prazer.

Finalmente os corpos se encontraram e Shino parou um instante, para que o moreninho se acostumasse com o volume que o possuía. Admirou a face morena, cujos olhos cerrados denunciavam a dor. Passou uma das mãos de leve pelos fios de cabelo grudados na testa de Kiba, querendo demonstrar que estava ali por ele. O carinho foi compreendido, pois o moreninho voltou a entreabrir os olhos e incentivou Shino com um gesto de cabeça.

Só então Aburame arriscou um movimento. Tímido e lento a princípio, cada vez mais rápido e mais forte. As vozes ganharam novos tons, transformando-se em gemidos e ofegos confusos e misturados. Um gemia clamando o nome do outro.

– Shino... isso... assim... – o moreninho pedia sentindo o corpo em brasas. As mãos deslizavam pelas costas daquele homem incrível que o possuía, acariciando, marcando.

Os gemidos deixaram de ser tímidos e controlados e viraram gritos quando Shino acertou sua próstata. O prazer imediato fez Kiba apertar o corpo cada vez mais e aumentar as sensações deliciosas que tinham princípio no pênis de Aburame e percorriam todo seu ser.

O controlador de insetos gozou primeiro, liberando todo o sêmen acumulado em seu amante, conseguindo com isso que Kiba chegasse ao clímax também, ejaculando forte no ventre de ambos e lambuzando-os.

Ainda trocaram um último beijo antes que Aburame rolasse para o lado, a respiração descompassada, e puxasse Kiba para que se ajeitasse em seu peito.

– Você está bem...? – perguntou baixo.

– Hn – o moreninho respondeu maravilhado, ainda sob efeito do orgasmo. Tinha sido bom, fantástico na verdade. E Shino era tudo que imaginara dele, extremamente viril, porém carinhoso e preocupado com o prazer de seu parceiro.

Relaxado, o mais alto começou a passar a mão pelos cabelos castanhos, fazendo cafuné.

– Obrigado por isso, Kiba.

O rapaz respirou fundo, ajeitou-se no calor dos braços de Shino, depositando um beijo suave sobre o tórax firme, juvenil. Estava satisfeito. Nunca fizera aquilo antes e seu corpo sofria os efeitos do prazer intenso. Como um ser de instinto, Inuzuka sentia as fibras de seu corpo respondendo positivamente ao que acontecera e fora bom para ambos.

– Gosto de você, Shino! Mas... – hesitou – E agora?

– Não se preocupe – ele respondeu – Tudo vai dar certo. Amanhã é um novo dia.

Kiba não podia ter ficado mais feliz com uma promessa. E ele descobriria na manhã seguinte como aquelas palavras eram vazias.

Continua...

Inuzuka entrou no refeitório já com o bento aberto. Não resistira ao cheiro delicioso da comida que sua mãe preparava. Colheu um pedaço de salmão com o hashi e levou a boca, mastigando com voracidade.

Os olhos inquietos analisavam todos os jovens e senseis espalhados pelo lugar no horário do almoço. A parte da manhã na academia fora pesada. A hora do almoço, mais que bem vinda.

Finalmente notou Shino parado em frente a Ino. Os dois conversavam alguma coisa, ou melhor, Yamanaka falava com empolgação e o rapaz a sua frente apenas ouvia.

A cena trouxe um sorriso aos lábios de Kiba e ele marchou na direção do amante. Queria conversar com ele a respeito da noite anterior, pois não tinham tido tempo ou privacidade para falar sobre o assunto. E o moreninho sentia que poderia explodir se não conversassem logo. Quem sabe trocassem um ou dois beijos...

A medida que se aproximava pode compreender a voz de Ino animada, falando sem parar. A compreensão veio a mente de Kiba devagar, todavia de forma fulminante.

Ino estava dizendo que...

Estava dizendo que...

Não! Não era possível! Confuso, Kiba quis gritar e chamar Yamanaka de mentirosa. Porém ofegou enquanto uma palavrinha bailou em sua cabeça. O bento escapou das mãos e caiu, esparramando comida pelo chão. O som atraiu a atenção de algumas pessoas. Inuzuka não se importou. Sequer notou.

Aquela simples palavrinha adquiriu proporções assustadoras e ele quis morrer.

Uma única palavra.

E destruiu-lhe o coração.


Nota da autora:

Então, então! Qual será essa palavra? Alguém arrisca um palpite? Ninguem sabe? Então, nem eu... *apanha muito* que isso, jovens. Eu sei sim, to brincando. Agora uma duoshot mais elaboradinha. Essa fic é um kinder ovo. Talvez o brinquedo que venha dentro não agrade... enfim...

Vou tentar postar a última parte sábado que vem! Se eu terminar o capitulo antes, já posto.

Abraços e até a próxima!