Castle acorda num sítio bem calmo. Tudo parece muito claro, branco, com crianças a correr pelo enorme jardim com a relva mais verde que ele alguma vez vira. Todos estão vestidos de branco e ninguém parece ter preocupações, todos felizes, desde homens, mulheres a crianças. Ele, de qualquer forma, acha que os seus jeans escuro, a camisa e o casaco, ambos azuis estão mais do que bem, se bem que ele não se sente igual aos outros.

Ele começa a andar quando uma bola de basebol lhe cai aos pés. Ele verga-se para a apanhar e quando levanta a cabeça um rapazinho loiro, e com olhos azuis reluzentes dos seus seis, sete anos, lhe estende a mão para receber a bola. Castle dá-lhe a bola ao que ele agradece: "Muito obrigado senhor." Aí Castle pensou: "Este sítio é esquisito! Desde quando é que os miúdos agradecem assim?"

Castle continua estático assim como o miúdo, que ainda está na frente dele. "Venha, eu vou ajudá-lo!" Diz o pequeno da mesma forma de como todas as crianças falam, meiga e docemente. De sorriso estampado no rosto, o miúdo, pega-lhe na mão e puxa-o apontando para o horizonte. "É para ali que o senhor vai." O dedo pequeno e esguio do menino aponta para uma luz tão, tão longe que estava desfocada. "Mas, eu vou acompanhá-lo para não se sentir sozinho." Ele concluiu, e ao gargalhar, Castle vê que o menino não tem um dente, na parte superior.

"Os teus pais?" Castle pára a criança. Ele não sabe que sítio era aquele, o que é que está ali a fazer e muito menos quem é aquele garoto. "Os meus pais não estão aqui, e ainda bem! Eles têm de cuidar da minha irmãzinha que é pequenina!" "E não sabes onde é que eles estão?" "Estão longe. Disseram-me que a minha casa fica muito, muito, muito longe daqui." "E se eu te levasse a casa?" "Não. Eu não posso ir mais para casa." "Porque não?" "Disseram-me que estou aqui há muito tempo e que não posso voltar." "Quem? Quem é que te disse isso?" Castle ajoelhou-se e agarra-lhe nas mãos, temendo o que terão dito ou feito ao rapazinho. "Disseram-me que sou um anjinho…"