Olá pessoas! Essa é minha primeira fanfic depois de séculos sem escrever. Eu tive esse idéia depois de ler uma fanfic em inglês (que agora me fugiu o nome) que o final me deixou a desejar. Então eu resolvi escrever essa daqui.
Eu espero que vocês gostem.
Observação: o anime/manga Naruto não me pertence.
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Ela
Capítulo I
O caos que se instalou na vila era assustador. Em questão de segundos, o centro da cidade estava completamente destruído. Não havia distinção entre casas, lojas e restaurantes. Até onde o raio de visão ia, a única coisa vista era estilhaços e poeira. O ar denso pesava nos ombros dos ninjas presentes. A sensação de impotência não precisava ser dita, cada pessoa presente podia senti-la. A vila sendo destruída através de batalhas devastadoras e a única coisa que eles podiam fazer era socorrer os feridos e evitar o campo de batalha. Os mais fracos se distanciavam cada vez mais e mais das lutas, esperando somente pelo fim das mesmas. E silenciosamente almejando que no final, tudo ficasse bem, mesmo sabendo que esse desejo era quase impossível.
Num ataque surpresa, Akatsuki finalmente invadiu Konoha, com o único objetivo de capturar a besta de nove caudas. O inusitado ataque despertou curiosidades do porque um movimento tão arriscado do grupo de nukenins. Mas a vila, sendo pega desprevenida, não estava com suas defesas bem preparadas, causando certo furor inicial. Com a desordem logo controlada pelos jounnins presentes, a invasão dos nukenins era agora, lastimosamente, um dos menores problemas a ser resolvido. Enquanto lutas mortais eram travadas entre ninjas de Konoha e os Akatsuki, outra luta não muito distante também causava problemas.
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O pior temor de todos estava prestes a se realizar. O Jinchuuriki estava a ponto de perder por completo o controle de sua consciência. Encurralado pela Akatsuki, o ódio de sua vila sendo destruída e sua vida sendo ameaçada dominava seu corpo, o chakra maligno da raposa, mais uma vez, tentava sobrepor o seu. O loiro sofria em uma intensa luta de autocontrole. A cor vermelha ofuscando seus olhos azuis e a sobrealma negra invadindo seu corpo, causando sequenciais explosões de chakra.
Apesar do pavor de ter o demônio tentando domar seu corpo, o shinobi não negava que, naquele momento, sua única chance de luta seria com a ajuda da raposa. Infelizmente, seu treinamento para controlar a Kyuubi ainda não havia terminado, e ele se sentia um fraco por isso. Fraco por não poder controlar seu próprio ser.
Com o decorrer da batalha, e vários ataques vindos dos nukenins, o descontrole de sua mente aumentava. O ódio e o pânico invadindo cada célula de seu corpo, seus pensamentos se tornando cada vez mais turvos. Com sua visão sendo progressivamente dominada, o garoto já começava a não conseguir mais distinguir inimigos de amigos.
O bijuu começou a tomar forma. A repressão da energia maligna se esvaia por completo. Já quase não possuindo mais características humanas, o ser, agora revestido de chakra negro atacava a todos e a tudo que cruzava seu caminho. O selo em seu abdômen pulsava e brilhava como se estivesse lutando para ser quebrado.
Akatsukis, vendo o descontrole da situação perceberam que não poderiam continuar com seu plano. A criatura estava muito arisca para ser capturada, o poder do demônio estava muito além de seus limites. Aparentemente, o julgamento inicial dos nukenins sobre o Jinchuuriki estava errado. Eles não esperavam encontrar um garoto que pudesse resistir a tanto poder que a Kyuubi exercia.
O plano mal formulado, que era simplesmente constituído de um ataque surpresa na vila havia tomado proporções erradas. A pressa lhes havia impedido de cogitarem melhor e a imprudência havia tomado conta do grupo.
Levemente arrependidos da falta de cautela, os nikenins tentaram bater em retirada, mas antes de pensarem em se mover, foram atingidos pelas caudas do bijuu. Espalhados pelo chão, sofrendo com as ulcerações do chakra massivo da besta, eles se levantaram com dificuldade e iniciaram seu caminho apressado para longe da vila.
Ao longo de sua corrida para longe da batalha, ponderando sobre o resultado de seus ataques, todos os membros do grupo estavam com uma mesma linha de pensamento em sua mente. A ideia inicial havia escapado do planejado, mas eles estavam satisfeitos com o resultado. Um ataque da Kyuubi iria enfraquecer ainda mais a vila. E a descoberta do grande poder que o demônio de nove caudas possuía, eles não imaginavam ser tanto, também os surpreenderam. Tudo pode não ter ocorrido como eles haviam presumido, mas o resultado final os agradaram. Afinal de contas, a Akatsuki não cometia erros.
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Perto dali, uma história paralela acontecia sem que ninguém soubesse. Um shinobi havia retornado à sua cidade natal. Mas não com o objetivo que todos esperariam, e sim para assassinar uma das pessoas que haviam destruído sua família. O vingador mirava seus olhos frios no homem a sua frente. Os dois ofegantes, sabiam que essa era a batalha final. Um dos dois iria morrer, ali e agora. Uma explosão de chakra demoníaco foi ouvida pelos dois. Aproveitando o segundo de descuido que o homem teve, o vingador, num golpe de sorte, terminou sua batalha. Logo em seguida desmoronando exausto no chão.
Seus companheiros, que também estavam envolvidos em batalhas, se apressaram em socorrê-lo. Um deles o envolveu pelo braço, levantando-o lentamente. Ao abrir seus olhos, a única coisa que pode ver foi à destruição e o denso chakra vermelho. Mas rapidamente tampando sua visão, um braço estava na sua frente. Sua companheira de equipe o oferecia para que ele o abocanhasse e aproveitasse o poder da ruiva para curar seus ferimentos. Infelizmente, devido à falta de chakra da garota, ela só pôde curar alguns poucos ferimentos. O suficiente para mantê-lo consciente.
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Longe dali, em uma colina, uma rosada observava a guerra a sua frente com olhos cansados e pesarosos. O desejo de que tudo não passasse de um pesadelo não deixava sua cabeça. Ela já havia fechado suas pestanas várias vezes na tentativa de acordar. Mas todas as vezes que abria seus olhos, a decepção tomava conta de sua face. Sua visão fixa em certo pedaço da vila, onde ela sabia que seu antigo amigo de equipe, e conseqüentemente Jinchuuriki, estava.
Ela testemunhava de longe a raposa de nove caudas, que enlouquecida pelo ódio e descontrole destruía tudo que via a sua frente sem nenhum receio. Uma tristeza imensa dominava o coração da garota, que sabia que o loiro iria ficar devastado quando descobrisse que a devastação da vila estava carregada em suas mãos.
Lembranças de vários momentos em que passou junto de seu amigo, várias vezes em que ele a protegeu e protegeu a vila com sua vida cruzavam em sua mente. Sua visão começando a ficar turva pela incessante vontade de chorar e seu corpo pesado pela missão que havia acabado de receber.
"Você sabe que não precisa fazer isso, Sakura."
Ela estava errada ―em todas as maneiras. As duas sabiam que não havia mais ninguém que poderia fazer o que ela estava prestes a fazer. Havia pouco tempo restante, e se realmente houve alguém mais que poderia fazer isso, ela era a única agora. O som agudo de um rugido dominou seus ouvidos.
"Não...eu preciso."
Tsunade olhou para ela rapidamente, antes de entregar-lhe uma kunai. A garota olhou para a arma que possuía inscrições reluzentes que pulsavam. Ouvindo sua mentora suspirar, ela a mira em sua visão.
"Quando você se aproximar dele, para poder sobreviver ao seu chakra, terá que usar o jutsu que te ensinei." Os olhos petrificados permaneciam em sua estudante.
Sakura sabia exatamente sobre o que ela estava falando. O jutsu proibido. O jutsu de restauração que forçava todas as suas células a trabalharem dez vezes mais rápido que o normal, para que seu corpo se curasse rapidamente. O jutsu que, ao mesmo tempo em que curava seu corpo, o forçava tanto que poderia entrar em colapso.
Sem esse jutsu, seria quase impossível de se aproximar do bijuu agora. O chakra da raposa estava tão destruidor, que qualquer pessoa que se aproximasse, teria seu corpo retalhado. Sua missão dependia de sua sobrevivência agora.
Com o olhar vidrado no chão, a kunoichi permaneceu pensativa por um tempo, perdida em seus próprios devaneios enquanto sua mentora a observava. E com um sorriso fraco, voltou seus olhos para sua mentora.
"Adeus, Shishou."
Tsunade acenou com sua cabeça. As palavras que queria dizer morrendo em sua boca. O que ela poderia dizer? Restava alguma coisa que poderia ser dita? Estava ela certa em mandar sua pupila para uma missão tão arriscada? Sua aluna mais promissora, sua amiga, sua filha, Sakura . E quando ela viu a rósea se virar para partir, agarrou seu pulso.
"Você sabe que se houvesse qualquer outra pessoa para fazer isso, eu não pediria para você fazê-lo." A voz levemente tremula invadindo seus ouvidos. O barulho de metal contra metal nunca acabando. "Você sabe, não sabe?"
Eram somente elas nesse momento. Os olhos fixos uma na outra. Não havia mais nenhum som. Não havia ninguém no radio. Não havia mais nenhum contato. Somente elas.
"Você sabe que só uma pessoa em que ele confia, que possuí um forte vínculo com ele, pode fazer isso." A voz chorosa novamente. "Kakashi está desaparecido e Jiraya..." Os olhos já marejados por suas palavras. "A Kyuubi ainda não o dominou por completo, mas irá. Quando você se aproximar dele, introduza a kunai em seu selo. A..." Ela pareceu pausar por um momento para juntar forças para dizer essas palavras. "A força do chakra será tão imensa que poderá te matar."
Sakura sabia que as chances de sobreviver eram remotas. Uma batalha contra o chakra da raposa era uma batalha perdida. Mesmo usando o jutsu de restauração, seria preciso um golpe do destino para que ela sobrevivesse.
"Mas você é a única que pode fazer isso. "Tsunade falou novamente, como que se tentasse consolar a si mesma. "Naruto irá sobreviver..." Espero que isso seja o suficiente para você. Palavras não ditas, mas implícitas em seu olhar.
Sakura baixou sua cabeça. Sua franja tapando seus olhos levemente úmidos e avermelhados. Tsunade sentiu uma dor atingir seu âmago ao assistir a triste cena. Mas a garota levantou sua cabeça no segundo seguinte, com um largo sorriso em seu rosto. A rosada alargou um pouco mais seu sorriso, mas seus olhos brilhavam resignação e angústia.
"Eu aceito minha última missão, Hokage-sama."
Ao som das palavras de sua aluna, uma dor percorreu seu estômago. Mas logo limpando seu rosto de qualquer emoção, ela retorna o olhar para a rosada.
"Você irá direto ao seu objetivo. Você não irá parar para curar ninguém, não importa se for sua própria mãe que estiver morrendo. Você não é mais uma médica-nin, pelo menos não hoje. Você é uma Kunoichi de Konohogakure com uma missão em mãos. Você irá eliminar qualquer obstáculo. A Akatsuki bateu em retirada, mas parece que eles ainda não saíram da vila. Use qualquer coisa para terminar isso ― proibido ou não.
"Hai!" Sakura aceitou em um sussurro.
A kunai que estava em suas mãos foi guardada em sua bolsa. Olhando uma ultima vez para os olhos âmbares de sua tutora, ela caminhou e parou no final do penhasco observando a desordem em sua volta.
"Eu irei mandar reforços para você, Shishou." Sakura mal tentou esconder a finalidade em sua voz. Não viu utilidade, já que sabia que esse provavelmente seria seu momento final. Ela hesitou, mas decidiu contra mais palavras, e pulou direto contra a destruição.
Continua...
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