N/A: Eu acredito no ressurgimento da fênix. E assim como ela, quando tudo acaba em cinzas, tudo se inicia da mesma. É um ciclo. Um ciclo deve ser fechado nas cinzas, e das cinzas ressurgir. E, assim como todo ciclo, volto às minhas cinzas. O meu início e o meu fim sempre será o meu primeiro amor: Cavaleiros do Zodíaco. E por mais que eu NUNCA tenha escrito nesse fandom ou ao menos LIDO algo – eu até tentei, mas achar fics completas me broxaram. D: - eu digo que das cinzas comecei, e às cinzas voltarei. Então, para fechar um ciclo (Centésima fanfic), eu escrevo uma fanfic do meu início. É algo bobinho, é algo pequeno. Mas é a minha fênix.


Smile at me

O pequeno garoto de cabelos verdes corria, sorrindo, pelo enorme quintal do orfanato. Hyoga, que estava sentado à sombre de uma árvore, apenas observava o mais novo brincar de pega-pega com as outras crianças. Ikki estava dentro do orfanato – provavelmente treinando –, então Hyoga não se impediu de ficar observando o outro garoto.

Era incrível como Shun parecia ser a pessoa mais pura que Hyoga conhecera, e, graças a isso, o loiro não conseguia tirar o pequeno sorriso do rosto – ver Shun brincar era a coisa mais bela do mundo.

Contudo, parecendo ser em câmera lenta, Hyoga viu Shun tropeçando e caindo no chão. E logo, o choro do menor invadiu seus ouvidos. O mais novo se sentou, e mesmo de longe, Hyoga pôde ver o machucado que tinha no joelho dele.

O loiro viu quando as crianças começaram a rodear Shun, enquanto duas entraram para chamar algum adulto ou até mesmo Ikki.

Mas ouvindo o choro do garoto, Hyoga correu até onde ele estava e se ajoelhou a seu lado. Preocupado, ele olhou para o machucado e depois para as grandes lágrimas que deixavam os olhos verdes.

Sem pensar duas vezes, o mais velho se curvou sobre Shun e beijou-lhe o joelho que sangrava. Hyoga limpou a boca com as costas da mão e, virando-se para Shun – que parara de chorar –, beijou-lhe a testa. Shun tinha os olhos bem abertos, e olhava fundo nos olhos cinza de Hyoga.

Alguns segundos depois – segundos que pareceram eras –, Ikki chegou, ajoelhando-se ao lado do irmão, preocupado.

"Shun? O que foi?" Shun pareceu notar o irmão apenas naquele momento, e virou-se para poder vê-lo.

"Eu caí, oniichan." Shun falou, um pouco rouco por ter chorado.

"Vamos, deixe eu cuidar do seu machucado..." E Ikki tentou pegar o irmão no colo, mas Shun o impediu, voltando sua atenção para Hyoga – que agora estava tenso por temer que Ikki fizesse algo com ele por ter tocado em seu irmão.

"Eu sou um menino." Shun falou encabulado. Suas bochechas estavam vermelhas de vergonha, e o rosto ainda molhado pelas lágrimas.

"Eu sei..." Hyoga falou, sentindo as bochechas corarem também.

"Então... Por quê fez aquilo?" Ikki não estava entendendo a conversa, mas estava começando a sentir-se irritado, pois achava que Hyoga fizera algo para seu irmão.

"Porque..." Hyoga começou. Ele encarava fundo nos olhos verdes, mas sua voz não passava de um sussurro – alto o suficiente para apenas Shun ouvir. "Porque eu gosto de ver você sorrindo. Então... Quando você começou a chorar, eu só... Eu só queria acabar com a sua dor... Para você voltar a sorrir pra mim."

O loiro notou o quão egoísta aquela frase soou e, envergonhado, desviou o olhar. Mas o que aconteceu a seguir fez com que ele e Ikki arregalassem os olhos. Shun beijara a ponta de seu nariz, e quando se afastou, tinha um sorriso imenso nos lábios. Sem dizer nada, ele se apoiou no irmão e Ikki o levou para dentro do orfanato para poderem cuidar de seu machucado, enquanto Hyoga permaneceu ajoelhado no chão, atônito.

x.x.x

Anos depois, quando Shun viu Hyoga congelado pelo ataque de Camus, ele lembrou-se daquele dia. E, desejando que Hyoga ficasse bem, que ele pudesse voltar a sorrir para si, Shun dividiu seu cosmo com Hyoga.