Prólogo

A metade do mundo está dormindo quando se é uma da manhã de uma quinta feira, a menos que você tenha insônia. Algumas pessoas solitárias levam a vida de maneira que possam aplacar a solidão, seja ela com festas e bebedeiras ou até mesmo sexo pago. E foi isso que o levou a perder a cabeça.

A mansão luxuosa se destacou na estrada, era a maior. Branca bonita e iluminada, ninguém diria que ali ocorreram cenas perturbadoras para qualquer pessoa, até mesmo para mim. Que já viu todos os tipos de crime. Dois corpos ocupando a mesma cama, enroscados nos lençóis de cetim do quarto do casal.

A típica cena de um casal após uma noite de amor. Seria assim, se um dos corpos não estivesse decapitado. A principal suspeita desse crime seria sua esposa, se essa ao menos estivesse em casa quando o homicídio ocorreu. Agora a principal suspeita é aquela que serviu de inspiração para minhas fantasias, um rosto que eu conhecia muito bem. Na cama ao lado do corpo Isabella Swan a stripper. Que eu aprendi a desejar.

Eu fiz tudo isso por mim. Puramente egoísta. Adorei a arte e o ato da morte repetidamente. Simples assim. Depois foi tudo confusão sexual, simbolismo, exaltação ao "caído". Eu estava exaltando a mim mesmo. Odiei a decadência e a dissecação. Não houve prazer sádico em matar. Eu os assassinei como eu mesmo gostaria de ser morto, aproveitando a extremidade do próprio ato da morte. Se eu fizesse isso comigo, experimentaria apenas uma vez. Se eu fizesse isso com os outros, provaria do ato da morte várias vezes.

Dennis Nilsen