Capítulo um: Paixão ao primeiro olhar

Por Kami-chan

Ino estava voltando de Suna para Konoha e estava muito triste. Tinha ido a até a vila da areia para visitar seu namorado, o Kazekage. Aquela não seria uma visita rotineira, ela estava decepcionada com o ruivo de olhos verdes. Decepcionada a ponto de desejar o fim do compromisso com o senhor de Suna.

O garoto quieto de expressões misteriosas havia a feito se apaixonar verdadeiramente por aquele garoto. Gaara era atraente e Ino se sentia a pessoa mais especial do mundo toda vez que conseguia arrancar um belo sorriso do rosto sério. A falta comum desse detalhe em seu rosto o tornava ainda mais bonito quando sorria.

Olhares trocados, sorrisos compartilhados e nas mentes jovens a atração nasceu com a mais brilhante força, mas depois de três meses muitas características do ruivo reveladas somente com o tempo passaram a irritar a loira profundamente. Gaara era inseguro e ciumento, tinha crises imprevistas que os faziam brigar por qualquer coisa.

Logo no começo quando as situações desagradáveis começaram a acontecer, Ino culpou a irmã do Kazekage por colocar na cabeça de seu namorado suas próprias neuras. Mas com o passar dos dias Ino percebeu que não era por culpa de Temari. A cunhada com certeza tinha tantos problemas quanto Gaara, mas o ruivo não era uma mente manipulada.

A loira de Konoha passou então a encontrar por desculpas para não ver o namorado até perceber que não era certo e nem justo com Gaara deixar o namoro morrer sem um final concreto. Ino queria ter uma vida tranquila sem correr o risco de pré-julgamentos caso mais para frente a paixão a atingisse novamente.

Talvez aquele fosse um dom desconhecido da dominadora de mentes. Pois mesmo sem se dar de conta Ino parecia estar atendendo corretamente ao instinto que, podia-se dizer, estava prevendo a tormenta próxima.

Yamanaka Ino tinha ido à Suna disposta a terminar tudo naquele dia, não havia mais nada daquele sentimento gostoso, aquela sensação maravilhosa que é se apaixonar. Não havia nada que a prendesse em um romance sem futuro, sem amor.

Mas alguns problemas diplomáticos tinham tirado Gaara da vila justamente naquele dia e a viajem de Ino foi em vão, pois se quer pôde ver o ninja. Para não ter que passar uma noite no palácio que parecia conter a energia pesada dos irmãos Sabaku, Ino simplesmente seguiu em viajem de volta para casa sem descansos.

Poderia ter esperado pelo retorno de Gaara ou tão simplesmente passar pelo menos uma noite lá para então viajar com calma no dia seguinte, mas a ideia de passar horas na companhia de Temari e seu péssimo humor obrigara Ino a seguir de volta para casa imediatamente. Nunca conseguira se dar bem com a loira mais velha da família Sabaku, seu relacionamento com o ruivo nunca foi aceito pela dominadora dos ventos.

Estava tão distraída pensando em todas as coisas que tinham mudado em sua vida naquele curto espaço de tempo em que dividira com Gaara e em como era impressionante a forma como algumas coisas apenas o tempo revela. Jamais teria se envolvido ou se deixado levar pelo belo rosto do deserto se conhecesse um pouquinho melhor aquele homem.

Com a mente aérea, de galho em galho, cada novo impulso sendo dado por seus pés de maneira meramente instintiva, os olhos claros pouco viam da imensidão verde que passava por si em alta velocidade. Tão ausente em si que nem viu o homem em seu caminho.

Tão rápido e distraído quanto Ino. Aparentemente, a loira também não havia sido percebida pelo ninja que seguia na mesma rota que ela, mas em sentido oposto. O impacto era eminente e os corpos chocaram-se abruptamente fazendo com que os dois caíssem da árvore devido ao impacto.

– Itai... – Gemeu Ino – Não olha por onde anda não, hem? – Reclamou sem olhar para quem atropelara, ou a atropelou, e nem a situação em que se encontravam.

Uma situação constrangedora na verdade. Ino caiu sobre o desconhecido, tendo sua queda amortecida pelo corpo do mesmo. Ele estava de barriga pra cima e ela entre suas pernas com o rosto enterrado no largo peitoral que lhe acomodava.

– Acho que posso falar mesmo de você, un.. - Falou levando suas mãos até a cintura da loira, mais por reflexo do que por qualquer outro motivo.

Ao ouvir a voz do homem uma onda de eletricidade passou pelo corpo da Yamanaka, fazendo todos os pelos de seu corpo se arrepiar. Mesmo sem olhar era possível detectar o tom jovial e masculino, com um sotaque levemente cantado como se o deboche estivesse colado em cada palavra singular.

Mesmo sem saber o que naquele som lhe atraía tanto, Ino achou que aquela voz parecia ser cantada por anjos. A única coisa que conseguiu fazer foi levantar a cabeça para procurar a imagem daquele devaneio melodioso e encará-lo.

Sabia que as mãos dele estavam em sua cintura, o certo seria levantar e mandar aquele "erro" idiota pra baixo da terra. De fato já fizera grandes escândalos por motivos bem menores que esse, mas aquela voz a desarmara completamente. Tão estupidamente, seduzida por um completo desconhecido.

Para piorar ainda mais sua situação, se Ino estava surpresa por constatar como a voz dele a abalou daquela forma, quando o encarou então involuntariamente parou de respirar por alguns segundos. Lindo. Tal Narciso ante sua bela figura reluzida sobre o reflexo do rio. Em cada detalhe, em cada contorno.

Sentiu seu coração batendo dentro de si como se estivesse prestes a arrebentar todas suas estruturas e explodir sua caixa torácica. Algo realmente novo e irreconhecível era sentido por Ino, uma mistura de sentimentos estranhos e bizarros.

Atração, vergonha, admiração. A estúpida certeza da incapacidade de formular até mesmo a mais primária frase de seu vocabulário. Olhando para aquele belo desconhecido, Ino só pode pensar que mais uma vez estava caindo na mesma miséria, atraída por uma aprência.

Mas em um ato falho digno do ser humano, foi incapaz de por este pensamento racional acima das sensações vividas à flor da pele. E mais uma vez daquela forma, Yamanaka Ino se deixou cair.

À Kami-sama a loira perguntou quantas vezes seria tolerável para um ninja abrir mão de sua racionalidade para dar vazão aquela sensação aquecida que tomava conta de todo seu corpo. Grata pelo fato de que perguntas direcionadas às santidades fossem respondidas com sinais e não com palavras, pois não gostaria da resposta.

Mesmo que com vergonha, tenha que admitir estar encantada e disposta a ideias insanas que lhe dominavam a mente diante de um desconhecido em um lugar indevido. A loira já estava ficando tonta com tantos pensamentos que circulavam sua mente em alta velocidade, talvez, só talvez fosse melhor parar de pensar e se deixar levar.

E nos olhos refletidos aos seus tantas dúvidas e pensamentos muito semelhantes também se acumulavam na cabeça daquele homem sob si. Para aquele narcisista, havia também a certeza de que estava diante da mais bela e perfeita obra que poderia existir no mundo.

Para aquele que via a beleza nas coisas efêmeras, a triste constatação de que uma beleza como aquela deveria ser imortalizada em uma obra de arte, fazendo jus ao que lhe dizia seu dana. Havia encontrado, sim, o ponto de contradição às suas regras. A beleza diante de seus olhos deveria ser uma arte imortal.

Deidara não sentia mais seu corpo nem o chão sob si, ou a floresta onde estavam. A única coisa que existia ou importava era ela. Ele queria agir racionalmente e perguntar seu nome, desculpar-se de forma educada e tentar conhecê-la devidamente, mas não conseguiu. Estava hipnotizado pelas safiras nos olhos dela, consciente somente diante ao fato de que estava prestes absorvido pela maior loucura de sua vida.

Só tomou conhecimento do que o impulso de sua reação estava fazendo quando viu aqueles belos orbes na sua frente se fechando lentamente. Sentiu os lábios daquela que fora descoberta por ele como a mulher mais bela de todo país do Fogo. Ino parecia muito confusa, mas logo correspondeu àquele beijo entreabrindo sua boca e permitindo que a língua alheia a invadisse e explorasse cada canto. Logo ela mesma se permitiu fazer o mesmo.

As mãos que estavam na cintura da loira agora exploravam o corpo bem trabalhado da kunoichi. Separaram por falta de ar, mas inebriados e bêbados, sedentos pelo gosto do outro, logo retornaram à deliciosa exploração mútua de seus corpos.

Incapaz de pensar e muito menos precisar quanto tempo havia se passado, obedecendo à sua personalidade instintiva Deidara inverteu suas posições fazendo Ino ficar com uma perna flexionada e a outra estendida. Uma das pernas do loiro ficou entre as dela e a outra ao lado do pequeno corpo que descobria.

Aquela seria uma loucura sem hesitações. Um delírio alucinógeno causado pela mesma droga desconhecida por ambos.

Da maneira errada, em um lugar não propício. Dois completos desconhecidos atraídos pela beleza superficial.

Deveria ser apenas uma forte atração que viria e iria embora sem culpa. Mas quem disse que nada mais pode surgir do primeiro encontro entre dois olhares desconhecidos?

Deidara desceu os beijos até o pescoço de Ino arrancando um gemido destemido da mesma. As mãos hábeis e apressadas passaram pelo zíper do top que ela usava e sem hesitar permitiu que uma de suas mãos passeasse livre pelo tronco exposto enquanto tornava a beijá-la.

Mais gemidos foram emitidos entre o beijo quando, surpresa, a loira sentiu sobre sua pele a presença de pequenas estruturas úmidas centralizadas uma em cada palma da mão do amante. Desconhecido amante. Ino ainda era tomada pela excitação da ideia de que iria fazer sexo com um desconhecido em um lugar no mínimo inadequado.

A pequena boca na palma de Deidara deixava uma fina trilha de saliva por onde passava, a brisa da floresta que alcançava sua pele fazia com que essas partes se arrepiassem com a diferença de temperatura. Simplesmente não havia espaço para pensão no tamanho de perigo que havia naquela sandice.

Ino estava longe, além da sanidade. Aquele homem e aquela situação estavam a levando a loucura. Incapaz de raciocinar direito limitou-se apenas a levar uma das mãos ao zíper da capa que ele vestia sem prestar atenção na mesma, preocupada apenas em libertá-lo daquele tecido pesado.

Ele terminou de tirar a capa para ela sem deixar de lhe beijar a boca. Logo que o loiro se livrou da peça pesada, Ino levou as mãos à barra da regata que ele vestia para erguê-la. De repente se sentia tão apressada quanto ele que parou de beijá-la e elevou o tronco para terminar de tirar a peça de roupa.

Ao elevar o tronco deixou o peitoral ao alcance da boca da loira e ela não perdeu tempo, distribuiu beijos por todo peitoral dele enquanto seus dedos contornavam os músculos bem desenvolvidos de seu abdome. Tão perdida naquele torpor que experimentava que se quer reparou outra boca sobre o peito do estranho.

Por outro lado, os ínfimos e tão simples carinhos que lhe eram oferecidos de forma mansa estava o tirando de si. Ino que ainda distribuía beijos pelo peitoral do loiro, começou uma trilha lenta de beijos que subia pelo pescoço, experimento todo o gosto daquela pele até alcançar sua boca.

Ele inverteu a posição de ambos mais uma vez, sem deixar nenhuma vez de tocar o corpo dela, tirou lentamente o top que destramente havia sido aberto por ele mesmo antes e livrou-a do sutiã que usava. Sem nenhum aviso abriu o short dela e começou a descê-lo, sentia a pele macia da loira em contato com a sua e o volume dos seios fartos roçando em seu peitoral, queria experimentá-los. Terminou de tirar o short e inverteu a posição mais uma vez, deixando a loira novamente sob si.

Levou os lábios a um dos seios e o sugou. Brincando, mudava o movimento e a intensidade a cada gemido de prazer emitido por ela.

Com uma das mãos ele acarinhou o outro seio, a língua que tinha na mão começou a lamber o mamilo fazendo a loira se contorcer sob si. Prevendo que o estímulo duplo seria inesperado, o gemido de Ino foi alto, tendo como consequência um amplo sorriso de contentamento nos lábios de Deidara. Aquele som em especial o fez desejar a imagem de sua beldade contorcida em um orgasmo.

Sem desconcentrar a atenção que dava aos seus seios desceu a mão que ainda estava livre pelo corpo de Ino. A língua em seu centro não cansava de fazer a pele alva ser realçada pelas bolinhas de arrepio, descobrindo suas curvas, brincando com seu umbigo e logo, sem cerimônia alguma, para dentro da calcinha da loira.

Com lentidão massageou o clitóris com um dos dedos sentindo a umidade que já inundava o órgão aflito, ele poderia fazer com que ela atingisse o orgasmo sendo estimulada daquela forma, tendo três de seus mais sensíveis pontos tocados ao mesmo tempo. E não iria perder a oportunidade de ver sua imagem perfeita perdida em prazeres.

Sem delongas trocou o dedo pela língua que brincava com o pequeno clitóris sem ligar para os tremores que invadia as pernas e abdome de Ino. Os dedos livres buscaram o conforto e calor do órgão que exploravam e Deidara invadiu a cavidade inundada com dois dedos sem nenhuma dificuldade

A respiração da loira era falha, quase não encontrando mais forças para liberar os gemidos que fugiam exigentes de seus lábios. A penetração não era profunda, mas ritmada e sincronizada estimulando cada partícula da superfície de sua pele deixando a menina vários níveis mais sensível.

Ondas elétricas percorriam todo seu corpo, as costas do estranho foram maldosamente arranhadas enquanto Ino buscava por algum ponto de controle e forças. Já não conseguia parar de gemer. Era estímulo demais para um sistema só e apenas com seus toques, Ino se desmanchou.

Os gemidos dela sendo música da loucura deles. Ele estava tão alucinado quanto a loira, mas unia todas suas forças para dar todo prazer que podia para ela. Mesmo sem conhecê-la, sem saber que futuro ou consequências aquela loucura traria, havia algo a mais, algo além de qualquer compreensão que os guiava.

Efêmero como um orgasmo. Mesmo a beleza que o fazia desejar a arte eterna, tinha seu auge em algo finito e intangível.

Ela queria retribuir todo prazer que ele estava lhe dando, mas não era capaz. Simplesmente não tinha mais forças. Ainda assim puxou o rosto do ninja para si tomando mais um beijo dele, as mãos dele voltaram a percorrer suas curvas e Ino abriu o zíper da calça dele para então tira-la em um único movimento de desespero.

– Perfeito. – Perdida, jogada de qualquer jeito sob a alta grama nada lhe pareceu mais adequado que o elogio quando ele se levantou para tirar as últimas peças de roupa.

Ele pode ouvir e não escondeu a felicidade, nem o riso cheio de malícia que lhe invadiu a face antes de voltar ao corpo de sua musa, deitou-se sobre a mesma logo a sentindo enroscar as pernas em sua cintura. Deidara brincou com seu membro na entrada da cavidade encharcada, depois de tudo ainda contendo seus mais insanos instintos.

Aquilo não era apenas para provocar, de repente a gravidade que as consequências por seus atos poderiam ter passou por sua mente ao mirar a loira tão entregue quanto ele. Encarou Ino antes de por um fim aquela brincadeira torturante em sua entrada, como que pedindo permissão para continuar.

Ela sustentou o olhar com intensidade e puxou-o para dentro de si. Deidara começou a movimentar-se dentro dela sem deixar de encará-la, ela pode ver os olhos azuis que a admiravam ficarem turvos em prazer.

Cada vez que os gemidos dela mudavam ele mudava a velocidade e intensidade do ato. Ele não gemia, mas sua respiração alterava de forma descontrolada, e vez ou outra não aguentava e murmurava monossílabos sem sentido algum.

A loira jogava seu corpo contra o de Deidara com a mesma intensidade que lhe era oferecido o ato, parando por vezes para ondular o quadril, rebolando em seu ato brusco. Cada vez mais errático e sem padrão, os corpos sensíveis demais não exigiam um padrão, obedeciam apenas os gemidos e o prazer sentido.

Chegaram ao clímax juntos, naquele momento não pareciam ser desconhecidos. A paixão os atingiu em cheio, não sentiam vergonha um do outro. Ele escorregou para o lado e puxou-a para si, pegou sua capa e os cobriu.

Cansada demais, ela não queria que aquilo acabasse. Já havia perdido sua virgindade com Gaara, mas nunca havia sentindo com o ruivo a que sentiu com o loiro. Em um último pensamento são, Ino imaginou que o pensamento anterior nada tinha haver com o fato do estranho ter bocas nas palmas das mãos.

Não queria dormir nos braços dele e acordar sem ele. Mas ele parecia tão cansado quanto ela

– Descanse, un – Foi tudo que ele disse, beijou sua testa com carinho, puxou- a ainda mais para si e adormeceram exaustos ali mesmo.

Uma loucura demasiada. Rápida por intensidade, intensa pela razão do desconhecido.

Antes de adormecer a última coisa que pensaram secretamente foi que nenhum dos dois queria permanecer desconhecido um para o outro.