Notas Iniciais:

Esta história se inspira no anime, como uma continuação de seu final. Guerreiras Mágicas de Rayearth não é de minha propriedade e não ganho nada com isto.

Para Vane, por seu aniversário.

Enredo inspirado em um dos temas do Coculto 4, evento semestral de troca de fanfics organizado pela comunidade Saint Seiya Superfics.

Capítulo 1 - De Volta a Zefir

A sensação tão familiar invadiu o corpo das guerreiras mágicas no encontro de quatro anos desde a primeira vez que foram a Zefir.

Estavam no topo da Torre de Tóquio observando a paisagem quando aquela luz tão forte lhes queimou os olhos, envolvendo-as. Após irem tantas vezes ali, elas apenas esperavam pelo milagre de uma vez em que lhes foi possível ver a vista aérea daquele mundo de magia, guiado pelo poder do pensamento. Agora, algo muito maior acontecia e elas estavam em queda livre, apenas para serem amparadas por uma das criaturas fantásticas que lá habitavam.

Era inacreditável, mas estavam mesmo sendo levadas para o palácio de Zefir. Se antes elas se olharam receosas de haverem parado em outro mundo, agora se sentiam em casa, como se dali nunca houvessem saído.

E o primeiro a recebê-las foi ninguém menos que Mokona, vindo pulando e gritando para o colo de Lucy, quem já estava com os braços abertos para segurá-lo. Marine reclamou sobre o susto que aquele bicho surgir do nada gritando como se alguém fosse morrer lhe dera. Anne apenas sorriu. Era a sensação de estar em casa após uma longa jornada que tomava conta de seu corpo.

- E onde está Clef? – perguntou Lucy à pequena coisa peluda, que voltou ao chão e pareceu guiar-lhes pelos nostálgicos corredores do palácio real de Zefir.

Atrás de portas gigantescas, no fundo de uma sala ampla e iluminada pela luz do sol, estava um pequeno homem de quem ninguém poderia dizer a real idade.

Anne sentiu seu coração encher-se de calor, como se visse um ente da família após muitos anos que foram afastados contra suas vontades e teve que segurar a ânsia de abraçá-lo forte. Seria embaraçoso fazê-lo, já que não era de sua personalidade ou mesmo da de Guru Clef, e provavelmente contra o protocolo daquele mundo já que não conseguia imaginá-lo abraçando nem mesmo Mokona.

- Meninas! – exclamou o homem, sem esconder a surpresa, - O que fazem aqui?

- Você sabe, né, Clef? Uma luz veio nos deixou ceguinhas e, de repente, quase viramos omelete... O de sempre! – Marine passou a mão pelos longos cabelos.

- Enfim, pudemos voltar! – disse Lucy, acompanhada de "pu-pu"s de Mokona.

- Espero não incomodarmos... Iremos ajudar com o que for necessário enquanto não voltarmos a nosso mundo, Clef. – Anne sentiu o rosto corar. Elas nunca chegavam na melhor hora e não tinham como avisar antes de aparecerem no palácio, por isso, acabavam sendo sempre visitas incômodas atrapalhando o dia-a-dia de todos sem poder dar muito em troca.

- Do que está falando, Anne? É um prazer tê-las entre nós mais uma vez. Que tal levá-las até seus quartos? Decidimos mantê-los, tínhamos certeza de que as veríamos novamente.

Elas sorriram entre si, deixando-se guiar pelo homem.

Agora que a surpresa de retornar perdia efeito, Anne sentia-se mal por nem ouvir direito a conversa entusiasmada de suas amigas com Clef. Seus olhos checavam a todos os que aparecessem em seu campo de visão, em busca de certos cabelos verdes. Inconscientemente, sua mão foi ao seu bolso, apertando forte a jóia recebida tantos anos antes, querendo que ela fosse mesmo algo que realizasse desejos, pois não queria esperar nem mais um segundo para ver Ferio.


Após se ajustarem em seus quartos, as guerreiras começaram a procurar as pessoas do palácio. Anne se esforçava para conversar como estava a vida de cada um e cumprimentar aqueles que ela não conhecia; contudo, seus olhos continuavam atentos a qualquer pista de Ferio.

Sabia que ele ainda morava ali, Caldina havia falado por alto do nome dele. Rafaga, em um momento, também revelou que o rapaz era parte do corpo militar de Zefir, que não era muito extenso já que o planeta estava em paz e, por isso, costumava ser apenas usado para ajudar vilas mais distantes a se recuperarem.

Devido às mudanças climáticas ocorridas naquele mundo, desastres naturais, ainda que não frequentes, passaram a ocorrer e muitos lugares que viviam da agricultura viram suas terras ficarem improdutivas para certos produtos. Os militares não podiam plantar por eles ou lhes dar comida, mas garantiam que ninguém morresse por falta de alimentos, caminhando por todo o mundo e verificando cada problema.

Os monstros também não deixaram de aparecer, ainda que fossem raros os casos em que representassem risco aos habitantes. Havia lugares povoados por criaturas perigosas e era a missão dos militares evitar que pessoas entrassem ali. Outra missão desses homens do palácio era assegurar que criaturas mágicas como as fadas não seriam perturbadas em suas florestas, principalmente pelos visitantes que passaram a vir para Zefir de outros planetas ou alguns nativos que voltaram a fazer viagens turísticas após o caos de anos antes e estavam ávidos por ver e tocar o que há de exótico de cada região.

- É, há muito ainda a se resolver, né...? – Marine parecia cansada só de ouvir aquilo tudo.

- Mas muitos habitantes passaram a pedir para virarem soldados, também! – disse Caldina, - Todos entendem que para termos um mundo melhor, precisamos lutar por isso.

- Então, por que os monstros ainda estão aparecendo? – perguntou Marine, levando a mão ao queixo.

- Eles são habitantes de Zefir tanto quanto nós, - respondeu Rafaga.

- E não quer dizer que nossos corações estejam sempre bem, né? Às vezes, acontece de uma vila ficar muito mal por ter perdido sua plantação para uma chuva forte, ou coisas assim. Os monstros ficam ainda mais fortes e só vem problema daí. É aí que entra o Rafaga! – Ela pôs a mão no marido, como se ele sozinho protegesse todo o mundo.

- Bem, agora que estamos aqui, é só nos dizer que damos um pontapé em qualquer monstro que decidir fazer gracinha! – disse Marine, demonstrando um golpe.

E todos riram:

- Não creio que haja necessidade, guerreiras mágicas. Apenas aproveitem o breve tempo para descansar.

- Sim, sim! Esqueçam essas brigas, vamos fazer um pouco de barulho! – Caldina agarrou o ombro de Lucy e pulou, balançando-a. – Chega de carinhas tristes, ouviram?

Nesse momento, Anne sentiu que havia algo errado. Ainda assim, forçou um sorriso enquanto assentia para a mulher à sua frente.


Continuará!


Notas:

O que estão achando? Pretendo pôr alguma aventura no próximo capítulo ou no seguinte... Não sou boa com aventuras, mas é o que tentarei fazer :D E a próxima cena contará com o retorno no Ascot. Quem mais o acha um fofo! Não tá no topo dos meus favoritos, mas ele é irresistivelmente fofo, é inegável :X

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