Título: Shadow Boy

Autora: Lady Anúbis

Beta: Yume Vy

Banda: Hey!Say!JUMP/ Kis-My-Ft2

Casais: TakakixTakamori, entre muitos outros

Classificação: + 18

Gênero: Yaoi/ Ação/ Drama/ Violência/ Lemon/ Sobrenatural

Status: Em andamento

Direitos Autorais: Infelizmente Hey!Say!JUMP e Kis-My-Ft2 não me pertencem, mas a imagem deles pertence à Johnny's Entertainment. Essa fanfic não tem fins lucrativos e foi feita apenas para diversão.

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Essa fanfic surgiu do Desafio das Bruxas, feito entre um grupo de amigas que desejava se animar e voltar a escrever. A sinopse escolhida foi a da minha amiga, filha e amada beta Yume Vy. Ela é em sua homenagem e a todas as nossas queridas.

"Sua existência sombria me chamou a atenção... E eu fui capturado por aquele garoto silencioso, que despertava em mim sentimentos tão contraditórios. Tentei, juro que tentei, lutar e fugir de suas doces garras, mas não havia escapatória... Eu já estava cativo!"

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SHADOW BOY

Capítulo 1 - Vestígios do Expurgo.

O Festival da Primavera talvez seja a única comemoração que mantinham desde que o rei tirânico assumiu o poder há quatorze anos. O povo ainda se reúne diante de uma tradição de mil e quatrocentos anos, mas não há felicidade nos rostos que vivem na cidadela. E apesar de toda a tecnologia presente no ano de 2012, tudo é monitorado e vigiado... Homens e mulheres, sempre com medo, tentam manter a festa que parece tirada de um livro de contos de fadas. Mas ali não existe nenhuma esperança que alguém possa surgir e salvar a todos, apenas o terror de um reinado coberto de sangue.

Essa é uma ocasião especial para o rei, pois raramente sai em público, ainda mais depois da série de atentados que sofreu no início do seu governo. Só que a resistência não esperava a reação que ele teve, prendendo líderes da comunidade e executando-os em praça pública. Inocentes ou culpados, isso pouco importava, eram apenas exemplos do seu poder e do que acontecia com aqueles que o desafiassem. E funcionou, a comunidade se isolou do mundo, permanecendo triste, mas pacífica.

Ryuu é um rei pomposo e exigente, conquistando a coroa após assassinar toda a família real e seus fiéis servidores. O exército o teme tanto quanto a comunidade, obedecendo-o cegamente em suas ações, mas ele sabiamente não deixa vazar sua crueldade na internet ou outros meios de comunicação com o mundo exterior. Vivem numa bolha parada no tempo, onde o rei é todo poderoso. Mas mesmo ele precisa de guarda-costas e estes estão presentes em todos os lugares em que vai. São jovens, bonitos, mas tão terríveis que ninguém se atreveria a atacá-lo. Os dois mais velhos estão com ele desde o início, fiéis como cachorrinhos e mortais como uma cobra, porém o mais jovem Ryuu cria como um filho, preparando-o para ser seu herdeiro e sucessor, ensinando ao garoto como ser um ditador tão tirânico quanto ele.

"Ah... Se ele só imaginasse a verdade!" – Esse pensamento sempre vem à mente do rei e o faz rir da ironia.

No entanto, enquanto caminham entre as barracas iluminadas de jogos, brincadeiras e comidas típicas, olhos jovens acompanham seus movimentos. Os mais velhos podem ter se retraído, mas eles, alimentados pelo ódio e ressentimento, alguns perdendo a família inteira para a crueldade do rei... Preparam-se há muito tempo para esse dia. Ainda são apenas dez adolescentes, mas esperam que, seja qual for o resultado desse ataque, outros se juntarão a eles ao perceber que a resistência não está morta.

O ataque foi muito bem ensaiado, os oito garotos presentes se dividindo em quatro grupos, cercando o rei e seu séquito por todos os lados, apenas aguardando o momento certo. O líder, que ainda não tem sequer vinte e um anos, teme pela segurança dos demais, mas sabe que esse é um risco que precisam correr. Dá o sinal para os outros, que avançam sorrateiramente, sem pressa, pois a precisão é fundamental. Afinal, não basta ter conseguido as armas ilegalmente, é preciso evitar fazer vítimas inocentes, o que apenas atrairia a antipatia do povo, coisa pior do que a derrota. E é com esse pensamento que eles se aproximam, cada vez mais perto, os corações pulando e a respiração presa no peito... O sangue borbulhando com a expectativa de conseguir a vingança.

Os fogos de artifício começam a colorir a escuridão da noite sem lua, o ruído ensurdecedor das explosões dando lugar à beleza da chuva de cores caindo sobre a cidadela. O brandir de uma espada deixando sua bainha alerta o rei e seus guarda-costas, nitidamente sentindo o odor de medo misturado ao ódio, como se entre todas aquelas pessoas que comemoram existisse um perigo real. O reflexo é rápido conforme a lâmina desce sobre sua cabeça, um garoto alto, de cabelos castanhos empunhando-a decidido, surge da multidão como um espectro, capuz negro tentando ocultar seu rosto. Instintivamente Ryuu leva a mão à garganta de seu atacante, desejando matá-lo ali mesmo, esmagando-o como um inseto, mas uma faca lhe corta o braço, fazendo-o recuar. A lâmina curta está nas mãos de outro garoto, pequeno, mas tenaz, que tenta um novo ataque, mas se vê preso pelos braços de Hiromitsu, o mais velho de seus seguidores.

Rapidamente eles ficam cientes de que este não é um ataque solitário, outros seis garotos saem do meio das pessoas da cidade, que já fogem diante dos ruídos de luta. Ryuu percebe que todos os atacantes tem algo em comum, são jovens e resolutos, movidos por uma resistência que apenas a pura raiva produz. Empurra mais um pequeno que cai sobre ele como um gigante, seguido de outros dois mais altos, tão selvagens em seu ataque quanto os primeiros.

Entre os atacantes um se destaca, seus movimentos são frios e certeiros, somente a fidelidade de 'seu filho' o impedindo de chegar ao objetivo. Yuta engalfinha-se com o provável líder do grupo, vislumbrando apenas os olhos repletos de algo que reconhece, o rosto oculto por uma máscara negra de tecido. Apesar da sua força superior, seu garoto é derrubado pelo oponente, que está pronto para desferir um golpe, mas então para. Os orbes de ambos se cruzam como se houvesse... Algo inexplicável.

Taisuke empurra o atacante, libertando o 'príncipe', no mesmo instante em que este corre na direção de um garoto alto e moreno que empunha uma metralhadora armada para desferir quantos tiros fossem necessários para matar a todos. O líder segura a arma, um desentendimento rápido entre eles e o sinal para recuarem. Eles correm para se misturarem às barracas espalhadas pela praça da cidadela, ocultando-se nas sombras, o frio rapaz de máscara negra permanecendo até que o último dos outros deixa o local. Hiromitsu e Taisuke tentam segui-los, enquanto Yuta se posiciona a fim de proteger o rei.

– Eles não vão pegá-los. – Ryuu está nervoso, mas interessado, pois nem no início de seu governo se deparou com um ataque tão feroz e bem arquitetado.

Yuta olha para o rei e pai, pensando em dizer alguma coisa, mas desiste. Observa ao redor, confirmando que não há mais perigo, no entanto, não consegue se manter totalmente em foco, a imagem daqueles olhos assombrando suas lembranças. Ryuu permanece parado, em silêncio e logo seus dois guardas voltam ofegantes, possessos por serem incapazes de capturar oito adolescentes

– Eles são muitos rápidos. – Taisuke diz frustrado.

– Mas... – Hiromitsu abre um sorriso, os caninos salientes sobressaindo por entre seus lábios rubros. – Eu mordi um deles.

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Cuidadosamente os jovens rebeldes aproximam-se da mansão, usando do refúgio que o jardim vasto localizado nos fundos da casa majestosa representa. Estão cansados de correr, vencidos pelo cansaço e pelo medo... Afinal deram uma cartada decisiva e essa falhou, expondo a existência do novo grupo de resistência.

– Avancem, mas... – Yuya diz aos demais, ainda em uma posição de alerta a fim de evitar surpresas. – Tenham cuidado!

E um a um os garotos se aproximam da porta dos fundos, ocultos pelos arbustos de rododendros que criam uma barreira natural para os olhares curiosos da rua. Assim que o líder se junta a eles, viram a maçaneta devagar, entrando no mais absoluto silêncio.

– Vocês! – Os olhos de Hikaru se voltam na direção deles, surpreso e apreensivo.

– Sim. – O rapaz que tem a responsabilidade do grupo sobre si fala desanimado. – E ainda estamos todos vivos.

– E como foi? – O jovem duque deseja saber se conseguiram seu intento.

– Fugimos com o rabinho entre as pernas... – Yuto, o moreno que carrega a metralhadora, caminha em sua direção, tirando o capuz que lhe oculta o rosto. – E o maldito ainda está vivo.

– E você queria o quê? – Yuya não pode se conter, pois é nítido que aquela crítica é feita a ele. – Que deixasse você matar todos nós só pra satisfazer seu desejo de vingança?

– Mas ele estaria morto! – Não consegue entender a lógica do que ouviu, pois só existe um objetivo em sua cabeça, custe o que custar.

– Ele não morreria assim e você sabe disso. – Pretende encerrar o assunto ali, pois se sente exausto. – E nós teríamos morrido em vão.

– O Taka-chan tem razão. – Yabu, o mais velho e o mais alto, aquele que carrega a katana que devia ter cortado a cabeça do rei, senta-se na primeira cadeira que encontra na cozinha. – Eu falhei, mas ainda estamos vivos para continuar lutando.

– Agora ele sabe da nossa existência! – Yuto se sente mais incomodado com o provável sorrisinho vitorioso do maldito do que com a falha em si. – Da próxima vez eu me incumbo da espada.

– Não haverá uma próxima vez. – Takaki fala categórico, como se fosse uma decisão sem volta.

– O quê? – Hikaru pergunta, expressando a surpresa de todos. – Vamos simplesmente desistir?

– Eu não disse 'desistir'. – Seu pensamento parece perdido no que viu naqueles olhos tristes do jovem príncipe. – Só precisamos usar mais da inteligência, pois vimos que um ataque direto não funciona.

– Agora é melhor descansarmos. – Daiki tenta mudar o rumo da conversa, pois conhece bem os motivos de todos e essa discussão seria interminável. – Todo mundo bem? Alguém ferido?

Diante da negativa de todos, ele sai da cozinha na direção da escada que leva ao andar de cima, quase arrastando o casaco que tirou. Os demais o seguem, igualmente cansados e frustrados com o resultado dessa noite. Apenas Chinen permanece na cozinha com o irmão, entendendo toda a preocupação dele com os outros.

– Eu deveria ter ido. – Insiste no assunto que os levou a discutir antes da partida de Yuya. – O Morimoto é mais novo que eu e estava lá.

– Contra a minha vontade, pois poderiam descobrir quem ele era e seria o fim. – Takaki não tem muita vontade de voltar a essa conversa. – Você é a única família que me restou e preciso te proteger. Não adianta discutir comigo.

Sai, deixando o irmão mais novo contrariado, mas antes que suba as escadas sente dedos pequenos tocando sua mão. Olha para trás e vê Yamada, algo estranho em seu olhar o deixando em alerta, preocupando-o de imediato, embora não deixe que tal emoção fique expressa em sua face.

– Podemos conversar em particular, Taka-chan? – A voz do mais jovem sai trêmula, o rosto pálido, o aspecto diferente do garoto que conhece.

– Aconteceu alguma... – Então nota sangue escorrendo pelo outro braço de Yama-chan. – Você está ferido?

– Por favor... Não quero que os outros vejam. – Fala apreensivo, enquanto ambos se encaminham para a biblioteca da mansão.

– Mas por que...? – Percebe que a quantidade de sangue não é muita, mas o medo naqueles olhos escuros o assusta.

– Eu... Fui... Mordido. – Sabe muito bem o que isso significa, levando a mão ao ombro. – Não quero que ninguém... Se precisar eu vou embora.

– Não! – Ryosuke é um dos que o acompanham há mais tempo. – Deve haver uma cura e... Vamos encontrá-la. Vou limpar a ferida e fazer um curativo.

– Mas eu... Vou me tornar um deles! – Seus olhos se enchem de lágrimas. – Como pude deixar aquele miserável me morder?

– Fica calmo. – Coloca a mão sobre o ombro são, querendo dar um consolo ao garoto. – Se começar a chorar os outros vão perceber que há algo errado.

– Ok... – Tenta conter o desespero que se apossa de sua alma, pois Takaki está certo.

Ambos sobem as escadas em silêncio, em passos quase apressados, mas Chinen os alcança, também notando o sangue nas mãos do amigo, aproximando-se assustado, temendo que o ferimento de Yamada seja grave.

– Yama-chan... Você foi ferido? – Procura tocar a mão pequena, mas Ryosuke evita o toque, ainda sem saber se pode contaminar alguém com seu sangue.

– Foi um corte no ombro... Nada demais. – Diz em um tom tão baixo que mais parece um sussurro.

Takaki entra com ele no banheiro e fecha a porta, impedindo que o irmão os acompanhe. Tira do armário as luvas de látex e a caixa de curativos, item imprescindível para eles. Ajuda o garoto a tirar o casaco, percebendo como somente ele impediu que a poderosa mordida fizesse estrago maior. Logo expõe a pele branca, marcada pelos dois furos dos caninos, sangue coagulado nas bordas do ferimento, apesar de um fino fio do líquido vermelho ainda escorrer pelo braço. Limpa com cuidado, percebendo que a coagulação é normal nesses casos, mas aquele sangue vivo denuncia que o atacante não havia apenas mordido, mas o sugara, o que explicava sua palidez extrema.

– Não está tão feio. – Passa uma boa quantidade de antisséptico no local, fazendo o garoto gemer baixo. – Se eu der uns pontinhos... Acho que paro a hemorragia.

Yamada permanece calado, ciente de que o amigo apenas tenta animá-lo, mas que a terrível realidade está clara. Foi mordido por um vampiro e ele lhe transmitiu o vírus. Procura não chorar, mesmo que sinta bastante dor.

– Vou dar os pontos, mas não tenho anestésico. – Isso é difícil de conseguir, muito mais que as armas. – Comece a citar o grupo... Comece por mim.

– Yuya Takaki... Seu pai era o chefe da guarda da antiga família real e se sacrificou pra salvar os filhos. – Sua voz sai trêmula, a dor transparecendo, mas ainda tentando se concentrar na memória que todos eles aprenderam a citar, a fim de evitar que um dia fossem esquecidos. – Yuri Chinen... Seu irmão mais jovem, perdeu a mãe durante o ataque. Uhm... Ai... Arioka Daiki... Veio de longe, seu pai era membro da resistência. Yuto... Nakajima... Kami!... O pai dele era o prefeito da cidadela e morreu como exemplo, suas irmãs são escravas no palácio. Taka-chan... Não posso mais...

– Yamada... Respira fundo e continua. – Para o que faz por alguns instantes, vendo as lágrimas correrem pelo rosto triste do garoto. – Falta pouco.

– Hikaru Yaotome... O duque que nos esconde, seu pai foi o único nobre poupado, mas enlouqueceu na presença do maldito. Ryutaro Morimoto... Esse se arrisca muito... Ajudante de cozinha no palácio, o nosso espião, o avô dele era um líder no campo. – Sua voz quase não sai, embargada pelo desespero que o domina. – Keito... Okamoto... Órfão do expurgo perambulava pelas ruas, vivendo de pequenos roubos.

– Terminei os pontos, vou apenas limpar e fazer o curativo. – Passa a mão sobre a cabeça do amigo, confortando-o, mesmo que não haja muito a dizer. – Continua a citar a memória do grupo.

– Eu... Não... – Sente um nó na garganta, temendo que todos ouçam seu choro, então decide continuar. – Kei Inoo... Sempre viveu nas ruas, nunca conheceu os pais, deseja uma vida melhor. Kota... Yabu... Não conheceu o pai, o maior espadachim do reino, morto pelo maldito antes de se tornar rei.

– Falta um. – Takaki senta-se na privada, a frente dele, segurando-lhe firme as mãos. – Ryosuke Yamada... Mantido no palácio como 'animal de estimação' dos cinco aos sete anos, salvo por criados que se sacrificaram. Valente e destemido, jurou vingar a família morta.

– Taka-chan... – O apelido sai em tom baixo, a dor e o medo aumentando.

– Esqueceu o mais importante! Coragem, Yama-chan. Juro que vou descobrir como impedir isso. – Yuya diz determinado.

– Mas... Se eu me tornar um deles... – Não consegue dizer mais nada.

– Eu mesmo acabo com seu sofrimento... – Fala, mas o peito lhe dói ao pensar nessa possibilidade. – Dou minha palavra de honra.

Yamada assente e Takaki se ergue, beijando a testa do amigo.

– Melhor se deitar e descansar. – Tenta manter o tom calmo em sua voz, mas também está aflito com esse problema. – Amanhã temos que nos comportar como se fossemos inocentes adolescentes movidos apenas por fome e hormônios.

– Só você pra me fazer rir nessas horas. – Sorri para Yuya, lembrando-se de como ele o acolheu e fez sorrir quando fugiu do palácio, se dando conta que não lhe restara nada mais. – Prometo descansar.

Ambos deixam o banheiro, Chinen ainda postado diante da porta à espera de respostas.

– E aí? – O garoto moreno o observa preocupado. – Como você está?

– Dói, mas vai passar. – Yama-chan tenta falar o mínimo possível.

– Agora quero os dois na cama. – Conhece bem Yuri para saber que o garoto não desistiria até saber o que houve, então apela para seu lado protetor. – Chii... Acompanha ele e o ajuda a se trocar pra dormir?

– Claro! – Passa o braço pelas costas de Ryosuke, conduzindo-o até o quarto que dividem na mansão. – Boa noite, Yuya.

– Boa noite... Irmão. – Sente um aperto no peito pela situação de Yamada, mas também por sempre mentir para a pessoa que jurou proteger.

Continua...

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Confesso para vocês, pessoas lindas que eu amo tanto... Odeio escrever essas Notas Finais, pois nunca sei o que dizer, sempre acho que esqueci de agradecer para alguém importante ou que posso ser mal interpretada. Portanto, vou resumir em poucas palavras: OBRIGADA POR ME AJUDAR, APOIAR OU LER ESSA NOVA FIC. Espero que tenham gostado do novo fandom e que continuam lendo.

03 de Maio de 2012

01:00 PM

Lady Anúbis