Então… Esta fic pequenina nasceu do projecto Amigo Secreto da casa Slytherin no Aliança 3 Vassouras e é uma prenda para a Dita Von Teese.
Espero que gostes da fic! Um Feliz Natal para ti e todos aqueles que amas e desejo-te muita sorte ao longo da tua vida toda :D
Muitos beijinhos!
Briga Natalícia
por Lauh Malfoy
Quando Draco acordou nos seus lençóis de seda brancos, deu-se conta de que estava sozinho. O seu sonho com Harry havia sido tão real que a sensação de o ter por perto ainda persistia. Contudo, fora apenas um sonho criado pela sua mente fértil de mais que ainda revia a discussão do dia anterior.
Olhou para o relógio e viu que já passava das nove horas, por isso, levantou-se, tomou banho e vestiu-se com roupas quentes, tendo em conta a neve que caía lá fora.
Desceu para tomar o pequeno-almoço e encontrou o seu pai e a sua mãe já sentados, sendo que a mulher passava geleia numa tosta e o homem lia o jornal enquanto bebericava o seu café.
- Bom dia. – o loiro disse, enquanto se sentava à mesa e pegava no bule de chá.
- Bom dia, querido. – respondeu-lhe Narcissa com um sorriso afável – Dormiste bem? – Draco resmungou qualquer coisa imperceptível, fazendo com que Lucius desviasse a sua atenção do jornal.
- Já percebi que estás muito animado para a ceia de Natal. – ironizou o homem.
- É. – respondeu-lhe monotonamente, parecendo mais preocupado em mexer o açúcar com a sua colher de inox.
Narcissa e Lucius trocaram um olhar significativo, sendo que depois cada um voltou para a sua tarefa de comer tostas ou ler o jornal.
Passados uns minutos em silêncio, em que Draco já mexera o seu chá mais de sete vezes, Narcissa pousou a sua tosta no prato e limpou delicadamente a boca ao guardanapo, dirigindo-se depois ao filho com alguma preocupação.
- Discutiste com o Harry? – Draco olhou disfarçadamente para a mulher e mexeu o seu chá mais algumas vezes antes de responder.
- A culpa foi dele. – queixou-se, o que o impediu de ver Lucius girar os olhos – E além disso eu nunca gostei de ceias de Natal.
- Eu e a tua mãe não diríamos isso… - Draco fuzilou o homem com o olhar – Quando eras pequeno fazias-nos levantar às seis da manhã na véspera de Natal para prepararmos tudo para a ceia e só paravas às três da manhã do dia seguinte, depois de comeres o Tronco de Natal todo e abrires as prendas.
- Mas, tal como disseste, eu era pequeno.
- Draco – brincou Narcissa -, fizeste isso no ano passado. Excluindo a parte de nos acordares, é claro… E deitámo-nos mais cedo, definitivamente.
- Mas este ano não gosto, pronto. – e deu uma dentada na torrada para disfarçar a cor rosa que lhe tingiu as bochechas.
- Isso é tudo tensão sexual não resolvida, filho. – Draco engasgou-se com a torrada.
- Lucius!
- Que foi, querida? – perguntou, encolhendo os ombros – O nosso filho está com problemas e precisa de ajuda, é uma função nossa como pais ajudá-lo a escolher o melhor caminho na sua vida amorosa.
- Oh, Lucius! Queres aconselhar o teu filho sexualmente?
- Não. – voltou ao seu jornal – Mas alguém tem de lhe tirar esse mau humor…
- Eu não estou com tensão sexual não resolvida, okay? – gritou; Lucius girou os olhos e Narcissa fez um sinal com a cabeça que indicava exasperação.
- Bom, numa coisa eu concordo. – a mulher disse, olhando para Lucius – Deverias falar com ele, Draco. O teu humor está mau e vai ficar péssimo se não resolveres essa questão. – este bufou e saiu da mesa.
A última vez que Draco esteve ali, tinha sido er… ontem.
Mas se não fosse por culpa do Potter, ele não estaria ali (pelo menos, não sozinho).
Encostou-se ao tronco da árvore e observou todo o parque.
Algumas crianças brincavam na neve, a fazer anjos e guerras com bolas enormes e as faces coradas. Haviam alguns casais que acompanhavam os filhos e haviam outros que se abraçavam para combater o frio enquanto namoravam em bancos ou encostados a uma árvore.
Ele também deveria estar a namorar debaixo da árvore em que se encontrava, mas o Potter, aquele acéfalo, resolveu discutir e estragar-lhe o Natal.
- Hey, Draco? – perguntou o moreno enquanto o loiro dormitava no seu colo.
- Hum?
- Onde vais passar o Natal?
- Em casa, com os meus pais. E tu?
- Com os Weasley's. – Draco sentou-se no chão e olhou para Harry, que tentava aquecer os pés na lareira.
- Vocês costumam fazer ceia, e essas coisas? – Harry acenou e Draco levantou-se para esticar os seus músculos.
- Porquê o interesse nisso? – o loiro deu de ombros e sentou-se de novo no chão para agarrar os pés de Harry, tentando aquecê-los.
- Ainda estou a tentar perceber como consegues ter os pés completamente gelados quando tens meias de lã calçadas e estás em frente à lareira. – disse-lhe, enquanto o olhava nos olhos.
- Sempre tem um lado positivo.
- Qual? Perderes uns dedos? – ironizou e Harry gargalhou.
- Sempre que eles estão gelados tu aqueces-mos.
- Claro! Draco Malfoy, o aquecedor nómada. – e sorriu de lado.
Encararam-se durante alguns minutos em que o loiro continuou a tentar aquecer os pés do moreno.
Aquele apartamento onde estavam tinha sido comprado assim que a guerra acabara por Harry, quer para manter a sua independência quer para estar com o loiro. Ele podia simplesmente ter ido para casa dos Weasley's, mas isso não iria permitir encontros a horas impróprias e muito menos passar a noite com ele (havia sempre o risco de Draco acordar amordaçado no sótão com a companhia do vampiro).
- Podias passar o Natal lá em casa, comigo. – Draco falou, parecendo desinteressado, olhando para os pés de Harry. Este arregalou os olhos.
- Contigo? Então… e os teus pais?
- Passam-no connosco também. – o moreno arregalou ainda mais os olhos, se é que isso era possível.
- Passar o Natal contigo e com os teus pais? – o outro girou os olhos.
- Já te disse mais que uma vez que os meus pais te aceitam e nenhum deles tem ideias assassinas em relação à tua pessoa.
- Mas, Draco… Bom, Natal é em família e… É melhor não. Eles não iam gostar.
- Porque não? – irritou-se o loiro, franzindo o cenho – És o meu namorado. Se eles aceitaram isso porque não podem aceitar que passes o Natal connosco?
- Talvez porque eu não sou da família? – Draco fez um barulho de incredulidade.
- Os Weasley's também não são a tua família!
- Mas é como se fossem! – refutou com tom óbvio.
- Então e se os Weasley's podem ser tua família por empréstimo porque é que a minha não pode?
- Draco, é diferente! – disse, exasperado – E porque tenho de ser eu a passar o Natal na tua casa? Porque é que não vens passar o Natal a casa dos Weasley's?
- Estás louco, Potter?! Não vou deixar os meus pais sozinhos no Natal!
- Ah! – respondeu-lhe o outro, agora também irado – Mas eu posso deixar os Weasley's sozinhos, não é? – o loiro olhou para ele irado.
- Tu não queres é passar o Natal comigo! – e atirou os pés de Harry para o lado, enquanto se levantava em direcção aos seus sapatos, perto da porta do apartamento.
- Não, Draco! – o moreno levantou-se e foi atrás dele – Eu quero passar o Natal contigo, mas não vou deixar os Weasley's! – o loiro ignorou-o enquanto se calçava – Argh, Draco, pára de ser teimoso! – este levantou-se e foi buscar o seu casaco ao quarto – Porra, Malfoy, será que não percebes?!
- Feliz Natal, Potter. – disse ironicamente, antes de Aparatar.i
Como seria possível de constatar, a culpa era toda do Potter. Rachado imbecil.
Draco olhou para o lado vendo um casal agarrado e fez uma careta, iniciando o caminho para fora do parque.
Montes de criancinhas continuavam a brincar com bolas de neve, fazendo com que Draco se afastasse o máximo possível delas para não levar com nenhuma. Estava demasiado frio e o humor para aturar aqueles pigmeus era tão pouco que, o mais provável, era agarrar neles e enterrá-lo na neve se levasse com alguma coisa em cima.
Harry achava, simplesmente, que elas eram adoráveis.
- Oh, que engraçado! – disse Harry sobre uma criancinha que fazia um boneco de neve tão torto como a Torre da Pizza.
- Não é engraçado, é idiota. – Harry fuzilou o loiro com o olhar.
- Não gostas de crianças? – perguntou.
- Não. Olha para elas! São assustadoras, partem tudo, riscam paredes, são malcriadas e irritantes. – o moreno gargalhou.
- Deixa-me imaginar: eras assim em pequeno e só te apercebeste agora que eras insuportável.
- Eu não era assim! – gritou, indignado – Eu era adorável – Harry gargalhou e abraço-o.
- Acredito que sim. – ironizou, fazendo Draco girar os olhos e cruzar os braços – Draco?
- O quê, Potty? – Harry ignorou o insulto.
- Não gostavas de ter filhos? – o loiro virou a cabeça repentinamente para o outro.
- Filhos?
- Sim.
Encararam-se durante uns segundos, nos quais Harry mordeu o lábio inferior e Draco franziu o cenho. Por fim, respondeu:
- Nunca pensei muito nesse aspecto. – Harry sorriu de forma tensa, mas acabou por o beijar.
Maldito Potter. Estragara-lhe o Natal, fazia-o reflectir sobre o futuro, tornava-o num criado de aquecer pés…
Draco continuou o seu caminho longe de crianças assustadoras ponderando sobre quais deveriam ser os seus próximos passos assim que saísse do parque.
Contudo, foi obrigado a parar quando uma gigantesca bola de neve lhe acertou na cara, fazendo-o cambalear. Uns miúdos começaram a rir enquanto ele olhava na direcção deles com instintos assassinos. Quando terminou essa tarefa, dirigiu-se a eles completamente furiosos, fazendo-os, automaticamente, parar de rir.
Estacou em frente a eles e, com a voz carregada de ira perguntou:
- Quem foi o idiota? – todos eles arregalaram os olhos e uma miúda que tinha a boca aberta deixou cair a sua bola de neve – Quem foi?!
- Não fomos nós, senhor! – gritou um deles, de forma audaz.
- Então quem-
- Fui eu, Draco! – disse uma voz perto dele, que logo reconheceu como sendo a de Harry. Este virou-se para as crianças e sussurrou – Ele não tem um espírito guerreiro. – o loiro girou os olhos e as criancinhas riram.
- És patético, Potter. – e começou a andar para longe dali. Quem é que ele se achava para lhe mandar uma bola de neve à cara?
- Hey! – o moreno gritou, segundos antes de agarrar o seu braço.
- O que estás a fazer?! – bradou quando começou a perceber que era arrastado para perto das crianças de novo. Harry colocou-o em frente a elas e, depois, com a maior cara de idiota sorridente do mundo, disse:
- Meninos, o Draco voltou para vos pedir desculpa! – o loiro arregalou os olhos.
- O quê?!
- Oh, vá lá, Draco! Eles não fizeram nada e tu gritastes com eles… - este bufou.
- Eu não vou pedir desculpa a crianças! – contudo, quando voltou a olhar para elas, estas faziam beicinhos.
- Vês? – disse Harry – Coitadinhos deles! Tu-
- Okay, okay! – exasperou; depois, focou os seus olhos nas criancinhas e com um ar sarcástico falou: - Desculpem meninos. – estes, em resposta, deram sorrisos de orelha a orelha, alguns mostrando buracos onde faltavam dentes. – Feliz? – ironizou, voltando-se para Harry.
- Muito. – e agarrou-o pelo braço, depois de ter acenado aos miúdos em despedida. - Tomei uma decisão.
- Isso é fantástico…
- Estou a falar a sério, Draco. – fez uma curta pausa na qual o loiro nada disse – Eu vou cear contigo a tua casa. – Draco parou e olhou para ele com os olhos a brilhar.
- A sério?
- Com duas condições. – o sorriso do loiro desapareceu imediatamente, o que fez Harry rir – Passamos a noite juntos no meu apartamento e almoçamos com os Weasley's.
- Eu sabia que ias fazer chantagem. Uma atitude nada Gryffindor, sabes?
- Isso é "sim" ou "não"? – o loiro girou os olhos.
- Okay.
- Óptimo! – e agarrou a face do Draco para o beijar demoradamente – Sabes… - começou, quando se afastou o suficiente dos lábios do loiro para proferir alguma coisa - …os meus pés estão frios. – Draco riu.
Fim
Então... É uma coisinha simples e um pouco fluffy demais, mas eu espero que a Dita tenha gostado. Feliz Natal, tudo de bom para você e muito beijinhos e abraços!
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