Rosas Vermelhas & Vinho Tinto
Considerações Iniciais: Série de Song Fics que NÃO se completam. E que serão postadas assim que terminadas xD São todas do cantor e compositor Leoni.
Por que não eu?
Sinopse: James quer saber o porquê da ruiva nunca lhe dar uma chance. Mas Lily nunca quer lhe responder. Numa certa noite em que a ruivinha e suas amigas chegaram tarde, e bêbadas, James acabou cuidando dela, e, na noite seguinte, acabou sabendo todos os seus motivos...
Disclaimer: Lily Evans e James Potter e todos os outros personagens já conhecidos e inventados pela JK não me pertencem. Do contrário, eles não teriam morrido nas mãos do tio Voldie e o Harry ainda teria papai e mamãe XD.
Informações sobre a fic: Uma songfic da música de Leoni, "Por que não eu?" É meio dramática, água com açúcar e há quem ache que tem partes cômicas. Mas a princípio não passa de um negócinho melodramático. XD É narrada em primeira pessoa pelo James, em sua grande maioria ;D
Espero que vocês gostem n.n
Boa Leitura.
Bjins ;3
Por que não eu?
A minha ruivinha entrou no Salão Comunal tarde da noite. Olhei no meu relógio e notei que já passava da meia noite. Balancei a cabeça, em sinal negativo. Esta definitivamente não é a minha Lily. Quero dizer, ela sempre segue as regras, sempre tenta de tudo para ser perfeita – e Mérlin sabe o quanto ela é perfeita para mim. Ok, agora me diga, quem é você, ruivinha linda, e o que fez com a minha Lily?
Pisco os olhos duramente, mas aquela cena é a mais pura verdade. Lily Evans chega tarde da noite e bêbada... Eu não posso acreditar. Mas não é só ela, aquelas três amigas malucas dela também. As quatro riem alto, e Emelina Vance, a mais alta de todas, quase cai, provocando mais risos. Reviro meus olhos. O que, raios, está acontecendo? O que elas fizeram com a minha Lily?
Suspiro longamente, ao vê-las aproximando de nós. Eu, Sirius e Remus estávamos conversando antes da explosão de risadas delas. Sirius dá um sorriso maroto ao ver o estado de Marlene, a única garota, além da Lils, que resiste a ele, bravamente. É, Mérlin, vejo que meu amiguinho está com sorte... Por que não eu? Não, não me refiro à doida da Marlene, e sim à minha Lils.
Note a quantidade de vezes que penso que Lily Evans é minha. Cá entre nós, ainda bem que ela não pode ler meus pensamentos, senão seria capaz de me matar. Tá, eu exagerei, mas eu tenho certeza que eu teria de escutar aqueles milhões de sermões que ela me passa. Tudo bem, eu a amo, mas escutar ela gritando o tempo todo me deixa surdo.
Quando ela cai no sofá
So far away
Eu mal posso acreditar no que estou vendo. Ela está vindo se sentar no mesmo sofá que eu estou sentado. Ah, tá. Isso não é tão surpreendente assim. Eu me esqueci do simples acordo que resolvemos ter, tipo assim, um tratado de paz. Até agora tem dado certo, porque eu sei que eu estou me controlando o suficiente para não agarrá-la todas as vezes que ela vem me cumprimentar.
E ela realmente se sentou no mesmo sofá que eu. Na verdade, meio distante, mas nada muito sério. Quero dizer, NINGUÉM vai se sentar entre nós, vai? Espero que não.
Marlene se sentou no braço da poltrona de Sirius, que está se aproveitando DEMAIS da situação e lançando todas as suas cantadas sedutoras. Moony está virando um pimentão porque a Dorquinhas, o amor da vida dele, está se sentando no seu colo. Preciso dizer que estou me segurando muito para não rir? E Emelina está indo se deitar. Acho que ela é a mais sã das quatro... Ou melhor, a menos bêbada, porque aquela ali está tropeçando nos próprios pés.
Depois de observar tudo ao me redor, passo a observar a Lily, que ri e fala alto, assim como as outras duas. De longe, ela é a mais bêbada. Quero dizer, ela está com os olhos mais vidrados, ela está mais desarrumada e... WOW, LILY EVANS ESTÁ COM TRÊS BOTÕES DE SUA CAMISA ABERTOS! Cara, isso dá uma PLENA visão dos seios dela. Dá até pra ver a cor do sutiã (Rosa, se quer saber). Vejo Pads olhando-a. Tá, eu não fui o único a perceber.
- Sirius, a Marlene vai cair. – eu digo, tentando desviar a atenção que ele mantinha sobre Lily.
- Opa, gata. – ele segurou a garota pela cintura e puxou para o colo dele. – Não cai não. – e piscou.
Tá, atenção desviada. Agora me deixe terminar o exame corporal que eu estava fazendo na Lils. Ela está com os três botões da camisa abertos, a gravata aberta de um jeito charmoso, a saia, que normalmente ela usa perto do joelho, virou mini-saia... E aquelas madeixas ruivas, que me enlouquecem, lhe caíam pela face de um jeito tão bonito, tão sexy... Decididamente, essa não é a Lily que eu acho que conheço tão bem.
Vinho à beça na cabeça
Eu que sei
Enquanto eu a observava, ela sorriu pra mim. Ela tem um sorriso maravilhoso. Os dentes branquinhos, a boca pequenina e doce. Sim, eu sei que é doce, porque lembro-me de ter provado uma única vez. É eu realmente queria repetir a dose.
- James... – ela balbuciou, se aproximando bastante de mim. – Posso... Posso... Fazer uma... Uma... Coisa?
- O que? – eu perguntei, meio bobo. Será que ela vai me beijar?
- Posso deitar no seu colo? – ela perguntou, e, sem esperar a minha resposta, que obviamente seria sim, ela deitou.
- Er... Eu tinha outra escolha? – eu brinquei, mexendo nos cabelos dela.
- Ahn... Acho que não. – ela sorriu, de novo. Mérlin me ajude. Eu vou começar a babar aqui...
Lancei um olhar furtivo a Sirius, que nos observava, divertido, enquanto acariciava o rosto de Marlene. Ele realmente gosta dela... E isso é muito estranho quando se trata de Sirius Black.
- Jimmy? – ela me chamou pelo meu apelido... Ai, ai, ai... Isso não vai prestar.
- Que foi, Lils? – eu passei a mão pela testa dela, afastando os cabelos de seu rosto, num gesto carinhoso. Ela pegou a minha mão e colocou no peito dela.
NÃO PENSEM BESTEIRA! Ela não colocou a minha mão nos seios dela. Eu quis dizer que ela colocou a minha mão onde o coração fica, entende? Ah, dane-se se você não entender. Ah, e com quem eu estou falando? Droga! Lily Evans me enlouquece mesmo! Sirius e Remus nos olharam, com uma expressão engraçada no rosto. Mas eu não vou me aproveitar desta situação, porque ela está completamente bêbada, e não sabe o que está fazendo.
- Por que tá batendo são... não... tão forte? – ela perguntou, quase infantil.
- Eu... Hum... Não sei... – eu respondi, corando fortemente, enquanto tirava, delicadamente, a mão do lugar onde ela tinha colocado.
- Ah, nin-ninguém sabe me dizer... – ela comentou, com a voz meio (leia-se totalmente) embargada.
- Hey, Lils! – PADFOOT! Filho da mãe! Tinha que chamar a minha ruivinha linda logo agora? Mas por outro lado, se ele não resolvesse tirá-la daqui, eu começaria a agarrá-la. Afinal, não é todo dia que Lily Evans se joga nos meus braços.
Bem, mas ele largou Marlene na poltrona em que ele estava, porque ela estava, praticamente, dormindo em seus braços. E ficar de babá como eu estou fazendo com a Lils, não é algo que Sirius faça com muita freqüência, se quer saber. Mas, por que, raios, ele não pode ficar quieto, com Marlene no colo por míseros minutinhos?
- Paddy! – ela respondeu, virando-se no meu colo.
- Levanta daí, garota. – ele sorriu, no que eu pude ver que ela fez o mesmo.
- Ah, Paddy, tá bom aqui. – WOW! ELA DISSE QUE ESTAR NO MEU COLO É BOM!
- Desse jeito você me deixa enciumado! – ele retrucou.
- Você sabe que eu te amo... – ela mandou um beijinho pra ele. Ah, não gostei dessa...
- Vem me dar esse beijo, vem. – e piscou. IDIOTA! LILY EVANS É MINHA!
- Vem cá... – ela disse. AH, MEU MÉRLIN! O que ela pretende fazer deitada no meu colo e chamando o Pads?
- Vem você pra cá, ruivinha... – Sirius é realmente um cachorro!
Ela tentou levantar-se do meu colo uma vez e caiu de volta, rindo. Cara, ela deveria beber mais! Olha como ela fica mais divertida... Bem, em seguida, entre muitos risos, Pads tirou-a de mim. Tive vontade de puxá-la de volta, mas me contive.
Agora eles estavam muito próximos. Eu realmente acho que ele vai beijá-la, ou que ela vai beijá-lo. Eles estão fechando os olhos agora... É melhor eu não ver essa cena. Eu não posso acreditar que meu melhor amigo e minha garota vão se beijar em alguns segundos.
- SIRIUS BLACK! – Marlene grita. MINHA SALVADORA! Eu declaro minha paixão eterna por Marlene McKinnon agora!
- Marlene McKinnon! – ele sorri, enquanto segura minha Lils perto dele, de um jeito que me incomoda, e ela encosta a cabeça no peito dele.
- Nossa... Tá tudo... girando... Uhu... – a minha ruivinha comenta, rindo.
- SIRIUS BLACK, SEU MAL... MALDITO CAFAGESTE! – Marlene berra novamente. Uh, Lils aprendeu com ela... Só pode! A minha ruivinha está tentando se esquivar do Sirius. Isso é um bom sinal não é? – LARGUE A... A... A... MINHA AMIGA AGORA!
- E por que eu deveria? – ele a puxou de volta. Filho da mãe!
- PORQUE EU ESTOU MANDANDO, SEU IDIOTA, CAFAGESTE, MALDITO, FILHO DA P... – ela ia continuar, mas ele a cortou.
- Não xingue a minha santa mãezinha! – Sirius disse, risonho, no que eu não agüentei e comecei a gargalhar. A mãe do Sirius? Santa? Só podia ser piada! – E não começa a gritar, porque eu não sou surdo.
- JAMES, SEU INÚTIL, VOCÊ NÃO VAI TIRAR... TIRAR ELA DOS BRAÇOS DESSE TLOGO... TLOGLO... TROGLODITA? – Marlene estava morta de ciúmes. Era uma cena engraçada, apesar de Sirius estar usando a minha ruivinha.
- Não seja por isso, Marlene... – eu sorri para ela, me recompondo instantaneamente da minha gargalhada, e pegando uma certa ruivinha nos braços, antes que ela apanhasse de uma Marlene MUITO enciumada... e bêbada.
Nós nos sentamos no sofá, e ficamos assistindo a briguinha infantil dos dois. Lily, estranhamente, recostou sua cabeça no meu ombro. Ela é a única garota que consegue me surpreender! É por isso que eu amo essa garota! Enquanto estou aqui devaneando, estou vendo meu amigo Moony levantar-se da poltrona, com sua Dorcas adormecida em seus braços, e se dirigir ao seu quarto de monitor. Nessas horas eu adoraria ser monitor!
Se bem que... a Lily é monitora, oras! Eu posso fazer isso se quiser! Como se Remus tivesse lido meus pensamentos, ele mostrou-me, com a cabeça, uma porta vermelha bem no fundo do Salão Comunal. EU AMO REMUS JOHN MOONY LUPIN! Affe... Não, acho que me empolguei um pouco mais do que eu gostaria. Eu gosto de Remus como meu amigo, mas daí a amar já é demais, né? Ou melhor, eu só amo a Lily. Dos outros eu gosto.
Do nada, vejo Sirius e Marlene se engolindo... Digo, beijando. Ai, ai, Mérlin! Ninguém merece ser vela, tampouco, candelabro de plantão, né? Estupefato, eu me limito a olhar para Lily que está sorrindo bobamente para o casal.
- Você não quer ir se deitar? – eu pergunto, baixinho.
- Não... Essstou bem aqui. – ela ergue a cabeça e me encara. – Isto é, se você não for... se-se deitar, claro... – Lily Evans bêbada é algo realmente divertido. Ela tá até falando enrolado... Huahuahua...
- Não, por mim tudo bem. – eu sorri, e ela voltou a colocar a cabeça sobre o meu ombro.
Poucos minutos depois, Sirius e Marlene saíram do Salão Comunal. Preciso dizer para onde eles foram? É claro que não! Eles foram para a Sala Precisa! Ops... eu já disse. Ah, tudo bem... Eu só pensei, eu não disse.
Olhei para Lily novamente. Não que eu tivesse parado de olhá-la, mas eu me referi ao fato de olhar para o rosto dela. Ah, meu Mérlin, bondoso! Me deixar sozinho com Lily Evans é realmente covardia... Posso me aproveitar dela, só um pouquinho? Quero dizer, eu não vou realmente me aproveitar dela, eu só vou roubar uns beijinhos, que eu tenho certeza que ela não vai sentir a mínima falta...
Mas voltando à minha ruivinha, ela estava quase adormecendo, quando eu encostei minha mão na cabeça dela, numa tentativa de acariciá-la, e ela ergueu a cabeça assustada. Quando ela vê que o ser que tentava acariciá-la sou eu, ela suspira.
- Acho... Acho melhorrr... eu... eu ir me deitar... – Lily comenta, colocando os cabelos para trás da orelha de um jeito muito sexy. Já perceberam que tudo que ela faz, para mim, é sexy?
- Eu te levo até o quarto, então. – eu me apresso a dizer, logo após me levantar.
- Ah, não precisa não, James... – ela começa. – Você deve estar cansado...
- E você está tão bêbada que nem consegue se levantar sozinha desse sofá...
- JAMES!
- Lily!
- Seu... Seu... Idiota! – e ela começa a rir. Mérlin, vê se eu posso mesmo deixar de amar essa garota?
- Ah, vem logo, Lils. – eu a pego no colo. Literalmente. E ela não reclama!
Caminhamos, calmamente, porque eu queria mesmo aproveitar aquele nosso momento... E ela é tão leve, tem uma pele tão macia, um cheiro gostoso quando misturado ao cheiro de vinho que ela está emanando também.
Ai, Mérlin, isso é realmente uma provação, não é? Como não me aproveitar de Lily Evans num momento como este? Como? Ela encosta a cabeça no meu peito, e... Hum... Eu posso sentir o cheiro maravilhoso dos cabelos dela. Algo como um perfume de flores nobres... Lírios! É isso! Ela cheira a lírios.
Quando chegamos à porta, ela procura, dentro do bolso de sua mini-saia a chave. Ah, que pena que nosso momento, assim tão juntinhos, está acabando... Ela encontra a chave e me entrega, enquanto eu a coloco de pé, no chão, ela se apóia em mim. Como eu posso resistir? Abro a porta do quarto e... NOSSA! Isso sim é um quarto! Quero dizer, Remus tem igual, e eu já entrei lá várias vezes, mas o quarto de Lily é realmente MUITO melhor do que o dele!
Certo, pausa para descrever o quarto: O Quarto de Lily Evans é simplesmente o quarto mais lindo de todos! A parede é vermelha, com detalhes dourados, por causa das cores da Casa; os móveis são bem talhados e tem um tom cereja, bem claro mesmo; a cama dela é simplesmente repleta de almofadas e bichinhos de pelúcia. Realmente, muito feminino! A penteadeira tem algumas maquiagens – Que ela não precisa usar para ficar linda -, perfumes – idem -, e jóias... E o perfume que emana do quarto? TOTALMENTE LILY EVANS!
- Vamos, Lils – eu a pego no colo, de novo.
- James, pode me pôr no chão – ela me diz, num tom risonho... – Eu acho que chegar até a minha cama, eu consigo.
- Ah, Lily, pára. Você nem é pesada! Dá para te levar na boa...
- Uh... Um elogio de James Potter? – ela riu consigo mesma, no que eu apenas sorri e a coloquei deitada na cama.
Quando ela insiste beijar seu travesseiro
Eu me viro do avesso
Lily virou-se de bruços e pegou um travesseiro. Ela beijou o travesseiro! Lily Evans é doida como as amigas dela! Ah, meu Mérlin, por quê? Tão bonita – LINDA! -, tão jovem e tão doidinha? Por que ela não beija a mim? Com certeza vai ser recíproco!
- Lily, você tá bem? – eu não resisto em perguntar...
- Aham... – ela responde, se ajeitando na cama e deixando de beijar o travesseiro sortudo...
- Você não quer tomar um banho frio? Só pra curar essa bebedeira, eu... – mas ela me corta.
- Não...
- Tem certeza? – Vai saber se ela bebeu demais? E se der um coma alcoólico nela? Aí eu simplesmente morro!
Sabe, num momento desses, eu gostaria de dizer à ela que eu realmente a amo, e todas aquelas baboseiras que eu imaginei dizer quando estivéssemos sozinhos. Pode parecer loucura, mas é o tipo de momento que você planeja a vida inteira, mas não dá certo.
Eu vou dizer aquelas coisas
Mas na hora esqueço
- Tenho, James... – ela murmura, com os olhos fechados.
- Mas, vai, só para desencargo da minha consciência.
Ela não me responde. Decido ver se ela já está dormindo. E ela está. Ah, droga! Mas e se ela tiver desmaiado? Ah, não, eu não vou conseguir dormir se pensar que essa ruivinha teve alguma coisa e eu não fiz nada para tentar ajudar. Não tem como! Sem pensar duas vezes, eu a pego no colo, e corro para o banheiro que tem por ali. Provavelmente ela divide esse banheiro com o Remus...
Abro o chuveiro, e espero a água ficar fria para colocá-la debaixo da mesma. O que todos diriam se vissem James Potter cuidando de Lily Evans assim... Ai, ai, ai...
- Lils, acorda, meu amor... – eu não resisto. Eu realmente amo essa garota. Mas ela não dá nenhum sinal, então, eu resolvo entrar debaixo do chuveiro junto com ela.
Ela xinga baixinho, quando sente os jatos de água fria, enquanto eu sorrio e a ponho de pé.
- James, o que é isso? – ela pergunta. – Eu tô completamente zonza... – e quase cai no chão. Mas, é claro, que eu, o maravilhoso James Potter, estou aqui e a seguro em meus braços.
- Lils, você realmente precisa ficar debaixo dessa água. – eu digo, colocando-a de pé novamente, e deixando-a encostada na parede.
- Está tão fria... – ela comenta, de olhos fechados, enquanto estremece.
- Você vai sobreviver – eu digo, sorrindo.
- Seu cachorro! – ela sorri.
- Ei, eu sou um cervo! O Sirius que é o cachorro! – falei demais...
- Ah, James, vai arranjar o que fazer... Eu tô zonza demais pra entender esses seus trocadilhos idiotas.
- Sim, srta. Evans! Vou pegar uma toalha e uma roupa para você.
E saí do banheiro, com o coração na mão, morrendo de medo de que a ruivinha caísse e se machucasse. Agora, ó dúvida cruel, onde ela guarda as toalhas e as roupas? Talvez num desses armários? Deixa eu dar uma olhada. Nesse não, nesse também não... Ah, achei a toalha! Jogo-a para cima da cama e me ponho a procurar um pijama. Encontro um azul, simpático, que não mostra muito do corpo dela, mas é legal... Tem mangas curtas e uma calça, que parece que vai deixar o bumbum dela muito realçado... Agora, vou pegar uma calcinha e um sutiã...
Volto para o banheiro, e coloco a toalha e o pijama em cima de uma mesinha qualquer que eu encontro. Olho para Lily, ela está sentada no chão da cabine, com os olhos fechados. Ai, meu Mérlin! Será que aconteceu alguma coisa?
- Lils? – eu me aproximei, nervoso. – Lils? – ela, felizmente, abriu aqueles olhos lindos dela, e eu não pude controlar o impulso de abraçá-la.
- Hum... James?
- Sim, Lily? – eu perguntei, acariciando os cabelos dela.
- Será que você poderia me soltar só um pouco? É que essa água tá muito fria, eu tô começando a ficar congelada debaixo dela e...
- Ah, tá! – eu me levanto rapidamente, enquanto ela esboça um sorriso. Eu estendo-a minha mão para que ela faça o mesmo, e ela aceita. – Melhorou?
- Ah, digamos que eu ainda estou zonza, mas nada parecido com antes. – ela pisca um daqueles olhos maravilhosos para mim, e eu sorrio extremamente idiota.
Eu solto a mão dela, enquanto ela treme.
- Eu peguei um pijama, roupas íntimas e uma toalha. – digo, rápido.
- Ah, James, obrigada! – ela sorri. Ah, esse sorriso já valeu tudo o que eu fiz por você hoje, amor...
- Por nada. – abaixo os olhos, e vou caminhando para a saída do banheiro. – Se precisar de algo, grite, ok?
- Certo.
Bem, agora só me resta esperar. Estou aqui, sentado na cama da minha ruivinha linda, e estou esperando que ela saia daquele banheiro. Ela já está lá há um bom tempo. E eu estou começando a ficar com sono, sabe? Quero dizer, Lily Evans é a única coisa que consegue me manter acordado, ou me acordar durante todos esses anos em que estamos em Hogwarts.
- JAMES!
Oh-oh... Que será que aconteceu? Mérlin, que ela não tenha se machucado! Levanto-me da cama dela, e corro para o banheiro numa velocidade extrema.
- Que foi? – pergunto, exasperado, num tom um pouco alto.
- Shh... Fala baixo... Minha cabeça tá me matando...
Pausa para descrever a situação: Lily Evans sentada na mesinha ao lado da banheira dos monitores – que mais parece uma piscina -, apenas com a blusa do pijama e de calcinha, com as mãos na tempora, e me pedindo para falar baixo. WOW!
- Ok... – eu digo, num tom mais baixo. – Por que você me chamou?
- Ah, porque eu preciso de ajuda para levantar... Tudo parece girar, minha cabeça tá doendo, meus movimentos estão completamente limitados, de modo que eu não consigo sequer me levantar sem pensar que o mundo todo está caindo sobre mim...
- Só você mesmo, Lils – eu a peguei no colo. – Que jeito mais indireto de me pedir colo, hein?
- Ah, James... – ela deu um soquinho no meu peito, no que eu ri e ela parou imediatamente. – Ai, minha cabeça...
- Isso que dá querer me bater... – eu comentei, risonho, enquanto puxava as cobertas da cama dela, e a deitava.
- Você é tão engraçadinho. – ela falou, muito irônica.
- Eu sei – e pisquei para ela, que me encarou sorrido.
- Boa noite, Jimmy...
- Boa noite, Lils... – ela se remexeu na cama, enquanto eu me sentei na beirada, olhando-a adormecer sorrindo para mim.
Por que não eu?
Por que não eu?
É, eu realmente adoro essa garota! Ela é tão incrível quanto eu jamais imaginei que seria. É uma pena que ela realmente não me queira. Mas eu nunca vou desistir dessa garota. Por mais chapada que ela possa ficar, por mais respondona e irônica... Ela sempre vai ser a única garota que invade os meus sonhos. A única garota que eu sempre quis, mas nunca me escolheu... Se ela já escolhera Prewett e Diggory, por que não eu?
- Por que não eu? – eu pensei em voz alta, mas ela não me respondeu, tampouco me escutou. Já deveria estar dormindo...
Dia seguinte ao porre da minha amada ruiva. Caos completo. Quem me acorda é Sirius, com a sua incrível e odiosa curiosidade de um cachorro sarnento. ELE MENTIU PARA MIM! Tá, isso é revoltante. Ainda mais para mim, o cara mais legal do mundo, que ficou segurando toda a vontade que teve de agarrar Lily Evans e cuidou dela durante toda aquela bebedeira.
- Prongs! – Pads, por que você é tão insistente? Eu me reviro na cama, tentando fugir daquela claridade diurna.
- Sirius, deixa ele... – REMUS, MEU POSSÍVEL SALVADOR! Arranque daqui este ser maligno e perturbador de sono de pessoas inocentes como eu.
- Ah, sem essa! Ele vai TER que contar o que andou aprontando com a ruivinha! – Peter, seu rato maldito!
- Prongs, Lily está te esperando. – Padfoot comentou, num tom baixo e eu levantei rapidamente, para depois descobrir que tudo não passava de uma simples invenção dele. Ele ri. Não, ele gargalha... Filho da mãe!
- Seu cachorro sarnento! – eu ri também. Mas é claro que eu não deixei barato. Ninguém mexe com James Potter e sai ileso.
Sem pensar duas vezes, eu taco meu travesseiro na cara dele. Agora sou em quem gargalha, Pads. Eu mando aqui! Huahuahua... Além do mais, eu... Pof... FILHO DA MÃE DELE! Ele me tacou uma almofada! Ah, mas vai ter volta! Pego a mesma almofada e miro nele, só que ele abaixa e acaba pegando em Moony, que tem uma mira bem pior do que a minha e acaba acertando Wormtail, que está encostado na minha cama e parece bem assustado... Ratinho, né? Sabe como eles são.
E... AH, MEU MÉRLIN, O QUE É ISSO? Huahuahua... O... Huahuahua... Worm... Huahuahua... Wormtail... Huahuahua... de cueca... Huahuahua... ursinhos... Huahuahuahuahuahuahua...
Maldita dor de cabeça! Lily Evans, por que, diabos, você teve que beber tanto? Por quê? Não, e o pior, por que você teve de deixar Potter cuidar de você daquele jeito? Ai, meu Mérlin, por que eu sou tão idiota assim? Por quê? Eu nem, ao menos, me lembro de muita coisa que aconteceu ontem... Será que James se aproveitou deste meu pequeno deslize e me agarrou ou beijou?
ELE NÃO PODE TER FEITO ISSO! Mas por que, raios, eu tinha que beber tanto? Eu não podia me contentar com um simples copo de vinho? É claro que não... Lily Evans sempre quer muito mais do que realmente pode ter, ou agüentar, como neste caso. Será que ele fez alguma coisa comigo? Não... James pode ser um grande cafajeste, mas eu tenho certeza de que ele não faria nada que eu não quisesse. MAS E SE EU TIVESSE QUISTO? Ai, ai... Não posso nem gritar em pensamento que a minha cabeça já dói.
Mas, James, o cafajeste, cachorro, galinha, idiota, perseguidor de ruivinhas inocentes, e tudo o mais que eu costumo chamá-lo – que eu simplesmente não consigo me lembrar... –, não faria isso comigo porque agora nós temos um tratado de paz. E até agora, ele vem sendo um bom amigo. Quero dizer, eu não me lembro das últimas horas que estivemos juntos, mas eu tenho certeza que ele não fez nada comigo. Ele simplesmente não pode ter feito nada comigo.
EU O ESFOLO VIVO SE ELE TIVER FEITO ALGO COMIGO! Ai, minha cabeça...
Minha ruivinha ainda não desceu para o café da manhã... Será que ainda não acordou, ou a cabeça dela está realmente matando-a? Quero dizer, aquelas três amigas malucas dela estão acordadas, morrendo de dor de cabeça. Cena realmente cômica... Nada comparado às cenas da Lils, ontem. Cá entre nós, eu, apesar de não ter conseguido rir na hora, porque eu estava bem ocupado, olhando por outro ângulo, percebi que a ruivinha é bem engraçada bêbada.
E lá vem ela, uma beldade sonolenta, praticamente, cambaleante para a mesa da Grifinória. Os cabelos penteados, mas, mesmo assim, bagunçados o suficiente para deixá-la sexy... Ela está vestindo o pijama... Huahua... Lily Evans de pijama, em pleno Salão Principal... Mas, ei! Todos estão olhando para o bumbum dela! Eu disse que aquele pijama realçava...
MAS EU NÃO VOU DEIXAR AQUELES IDIOTAS FICAREM OLHANDO PARA ELA DESTE JEITO! Vou tirar ela dali agora! Levanto muito rápido, e quase derrubo o copo de suco de maçã do Wormtail. Olho para a ruivinha, novamente, e vejo aquele Comensalzinho idiota, Malfoy, se aproximar. EU NÃO VOU DEIXAR AQUELE IDIOTA CHEGAR PERTO DELA!
- Evans, até que para uma Sangue-Ruim, você não é nada feia, sabe? – Malfoy disse, rodeando a minha Lily. Fuinha gay.
- Cala a boca, sua fuinha nojenta. – É por isso que eu amo essa ruiva. Ela sempre responde essas coisas à altura.
- Melhor você guardar essa sua língua grande dentro da boca, Evans. – ele sibilou. Não estou gostando nada disso, melhor eu chegar junto logo.
- Alguma coisa errada, Lily? – eu pergunto, parando ao lado dela e passando uma mão pela cintura dela. Eu tenho certeza que ela vai me xingar por isso...
- Olha, o Potter defendendo a namoradinha sangue-ruim!
- NÃO CHAMA A LILY DE SANGUE-RUIM! – eu gritei, no que senti Lily colocar uma das mãos dela no meu braço.
- Pára, James... – ela pediu.
- Ah, que cena mais tocante! – Narcissa Black. A vadia loira. – A sangue-ruim e o namoradinho quatro-olhos!
- CALA A BOCA, BLACK! – eu juro que não fui eu que gritei isso. Foi a Lily.
- Ora, Evans, cale a boca você! – ela gritou de volta. – Sangue-ruim prepotente! Quem você pensa que é? Não passa de uma vadia, impura, ridícula e metida à sabe-tudo!
- VOCÊ NÃO SABE DE NADA! – Lily berrou, e eu segurei o braço dela. Cara, ela queria dar um tapa na cara da Narcissa, ou foi só impressão?
- Ah, Evans, você é tão tolinha. – ela sibilou. – Até parece que você não sabe que seus pais foram mortos pelo Lorde. – Lils deixou uma lágrima cair, e enxugou no mesmo momento.
Os pais dela foram mortos por Voldemort! Eu não sabia disso... Cara, como a Lily pôde manter isso em segredo? Quero dizer, acho que nem a Marlene, melhor amiga dela, sabe. Ela escondeu isso de todos. Por quê? Eu não iria medir esforços pra tentar consolá-la. Olho ao meu redor. Sirius, Remus e Peter estão atrás de nós dois, junto com Marlene, Alice, Emelina e Dorcas.
- Você não sabe de nada! – minha ruivinha repetiu baixinho. Outra lágrima escorreu.
- Sei muito mais do que você pensa, querida. – Black comentou.
- Como? Como você sabe tanto sobre mim, Black?
- O meu sangue é puro, Evans! Eu tenho meus meios... Além do mais, os que estão do lado do Lorde, sempre são recompensados... – eu larguei a Lily por um momento e ela deu um tapa na cara da Narcissa! UHU! VAI LILY, VAI! Opa... Eu acho melhor segurá-la. – SUA VADIA!
- VOCÊ É A VADIA POR AQUI, BLACK! – Ai, meu Mérlin. Isso não vai dar certo! Agora, aquela outra prima do Sirius, a Bellatrix, chegou.
- EVANS, VOCÊ VAI SE ARREPENDER MUITO POR ISSO! – Narcissa gritou e veio para cima da minha Lily, junto à irmã.
Eu simplesmente não posso deixar a Lily se machucar! Cadê as amigas dela agora? Ai, meu Mérlin! Sem pensar duas vezes, eu me coloco entre elas. Acho que não poderia ter usado a varinha, não é? Quero dizer, as duas, por mais sonserinas e nojentas que sejam, estão desarmadas... Não seria justo, seria?
Marlene se soltou dos braços de Sirius, e ficou ao lado da minha ruivinha, fazendo uma pose e uma cara de malvada. Senti uma vontade de rir muito, muito forte, mas me segurei, porque uma daquelas duas sonserinas me arranhou. E doeu.
Alice apareceu, do nada, e se pôs do outro lado da Lils. Tá, agora, aquelas malditas podem parar de me arranhar, porque eu vou sair do meio delas, e a minha Lily já tem duas amigas para ajudá-la a socar aquelas nojentas.
- Lily, você... Você tá chorando? – eu escutei Marlene perguntar.
- Não. – ela respondeu, seca.
Empurrando as Black para longe de mim, eu me pus ao lado de Sirius, que empunhava a varinha na direção de Malfoy, Crabbe, Goyle e Ranhoso. Cara, como uma única pessoa pode causar tanta confusão assim? Quero dizer, Lily e Malfoy estavam apenas discutindo, quando todos começaram a se aproximar.
E, se quer saber, eu estou prestes a me perguntar onde estão os malditos professores. Eles deveriam tomar café da manhã conosco, como costumam fazer toda manhã. Procuro-os com o olhar, mas nenhum deles está por perto. Muito, muito oportuno! Droga!
Lanço um feitiço em Malfoy, que se protege e me ataca de volta. Desvio do feitiço, que atinge uma das meninas, que estavam duelando atrás de nós. Como eu sei que foi uma garota? Ah, o grito me é familiar. Espera! Eu conheço esse grito. Será que o feitiço atingiu a Lily? Ah, Mérlin!
Me viro, numa tentativa vã de conseguir ver quem está caído no chão e quem está de pé. Malfoy me atinge com um feitiço cortante no supercílio e eu sinto o sangue escorrer. Reviro os olhos. É só o que Comensalzinho sabe fazer? Precisa de muito mais para derrotar James Potter!
Revido, sem pensar, com um tarantalegra. Não tinha nada melhor? Droga! Vou aproveitar essa dancinha ridícula dele para fazer algo melhor. Hum...
- FURNUNCULUS! – Melhorou. Malfoy está cheio de furúnculos, por todo o corpo. Huahuahua... A cena é realmente bizarra, se quer saber.
- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – MIMIE! Droga! Por que, raios, logo quando nós estamos por cima da carne seca, você tem de chegar?
Imediatamente, todos abaixam a varinha. E, livre de qualquer um daqueles idiotas que pudessem me atacar por trás, eu me viro, para ver quem fora atingido pelo feitiço de Malfoy. Ela ainda continua caída no chão. Qual será o feitiço que ele lançou? Caminho até o montinho ao redor da garota, e descubro que ela é a minha Lily.
MALDITO! Eu prometi a mim mesmo que ninguém machucaria Lily, mas fracassei... Me ajoelhei ao lado da ruivinha, afastando todos. Ela estava deitada, graças a Mérlin, acordada, com um grande corte nas costas.
- Está doendo muito? – eu pergunto, fazendo menção de encostar.
- Está... – ela sussurra. – Não encosta.
- Certo. – eu aceno com a cabeça. – Você não vai se levantar?
- Como você quer que eu levante, James? – ela me olhou como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Minhas costas e minha cabeça estão doendo, eu mal posso me mexer...
- Ah. Foi mal, ruivinha. – eu disse, sorrindo. Ela sorriu de volta.
- Srta. Evans! – McGonagall, por que você tem sempre que me atrapalhar? – O que está fazendo de pijama no Salão Principal? E o que é isso nas suas costas?
- Professora, a Lily foi atingida por um feitiço do Malfoy e...
- Daveport! – ela adora cortar meu barato... - CONTROLE OS ALUNOS DA SUA CASA! – ela berrou. – Srta. Evans, vou levá-la até a enfermaria.
- Posso ir? – pergunto, fazendo aquela cara de cachorro pidão, que Sirius me ensinou.
- E eu tenho outra escolha? – Lily perguntou-me, rindo-se e segundos depois, fazendo uma careta de dor.
A Lily já está no nosso Salão Comunal. Graças a Mérlin! Mas, o que eu quero mesmo agora, é terminar de planejar um jantarzinho com ela, esta noite. Pode ser na Sala Precisa, ou até mesmo na Torre de Astronomia, que é mais romântico. Prefiro ficar com a segunda opção.
Tudo pronto! Eu e Sirius arranjamos comida na cozinha, com os elfos, e arrumamos a Torre de Astronomia de um jeito bem legal. Quero dizer, o que eu considero legal, porque se fosse pelo Pads, eu acho que estaria perdido. Ele queria mesmo era trazer tequila e salgadinhos. Acho que isso não é algo romântico, é?
Voltamos ao Salão Comunal, e enquanto eu falo com Lily, Sirius fala com Marlene. Quero dizer, eu ainda preciso convencer aquela ruivinha cabeça-dura a ir comigo até a Torre de Astronomia sem que ela perceba as minhas segundas intenções... E isso não vai ser nada, nada fácil.
- Lily, você... – eu começo, no que ela se mexe no sofá, e me encara. – É... você pode...
- Nossa, James Potter gaguejando! – não acredito que ela está zoando com a minha cara. Eu coro, e ela ri.
- Lily! É sério... – eu sorrio, sem graça. – Você quer... pode... gostaria...
- James, eu sei os sinônimos de querer, não precisa me explicar. – ela resmunga, revirando os olhos. Puxa, você é realmente encorajadora, Lils!
- Quer ficar quieta, Lils? – ela acena com a cabeça. – Certo... Obrigado. – eu pauso, para tomar fôlego. Se eu levar um fora agora, não vão poder dizer que foi por falta de escolha de palavras, não é? – Você gostaria de jantar comigo?
Ela parece sem fala.
- Você não vai tentar nenhuma gracinha, vai? – ela me encara, com uma sombrancelha arqueada.
- Não, Lily. – eu digo, olhando-a nos olhos e tentando passar que estou, realmente, sendo sincero.
- Então, tudo bem. – ela responde, se mexendo no sofá. – Nós somos amigos agora.
- Lily, eu te amo! – digo, espontaneamente, num acesso de empolgação. – Er... Eu...
- Ah, tudo bem, James. – ela ri. Acho que ela ainda está afetada pelo porre de ontem. – Você quis dizer que gosta de mim, não foi? Como amiga?
Na verdade eu quis dizer que te amo mesmo, Lils. Eu realmente amo você. Você é tudo que eu sempre quis para mim. A única garota que eu realmente conheço mais do que a mim mesmo. A única garota pela qual eu morreria. A única garota que eu amo.
- É... Foi isso, sim, Lils. – eu confirmo, baixando os olhos.
- Ahn, certo... – hum... Senti uma nota de desaponto nessa frase?
- Certo, então vai se arrumar. – eu mandei, me levantando do sofá. – A gente se encontra as nove, na Torre de Astronomia, ok?
- Ok... – ela diz, sorrindo.
Eu encomendo um jantar
Só pra nós dois
Eu mal posso acreditar que ela aceitou vir a esse jantar, meu Mérlin! Me diga, quando foi que Lily Evans bateu a cabeça ou bebeu hoje? Será que ela caiu da cama? Bom, só espero que ela não tenha me enganado e venha realmente. Mas e se ela tiver aceitado só pra me humilhar? Ah, a Lily não seria capaz disto... Se ela quisesse, teria feito isso antes, cá entre nós, já que agora nós somos amigos.
Sento-me no parapeito da janela, e fico observando as estrelas. Eu não costumo fazer isso com muita freqüência. Normalmente, quando venho para cá, fico a maior parte do tempo de olhos fechados... Sabe como é, né? A carne é fraca, mesmo eu amando a minha ruivinha.
E, falando em minha ruivinha, ela acaba de chegar. E está muito, muito linda! Os cabelos soltos, daquele jeito que a deixa sexy, e um vestido preto que deixa o corpo dela lindo. Ah, eu não sei descrever a roupa direito, mas Lily Evans é realmente a garota mais linda que eu já vi.
- Lils... – eu caminho até a porta, e pego-a pela mão.
- Jimmy... – ela sorri.
Preciso dizer, novamente, que ela tem o sorriso mais lindo que eu já vi? Bom, ela é a garota mais linda que eu já vi, e, sinceramente, eu diria que eu preciso parar de pensar em todas as qualidades da Lily e parar de repetir, incansavelmente, que eu acho-a a garota mais linda de todas e tudo o mais. Mas, hoje, ela se superou, cara. Esse vestido cai perfeitamente no corpo dela.
Puxo a cadeira, para que ela se sente. – Obrigada... – ela diz. Eu faço que sim com a cabeça, como quem diz "de nada", e me sento de frente a ela. Ela coloca uma mexa do cabelo para trás, e eu nos sirvo de vinho. Huahuahua... Vamos ver se ela vai tomar... Afinal, ontem, ela teve um senhor porre, não é? Logo depois, coloco um pouco de água na outra taça.
Ela sorri, enquanto bebemos um pouco de vinho e conversamos sobres coisas banais. Tipo, como o tempo estava bom hoje e como aquela briguinha idiota aconteceu pela manhã.
- Então, Lily, por que você bebeu tanto ontem? – eu resolvi perguntar.
- Ah, por nada... Eu nunca tinha tomado um porre, então decidi ver como era... E você sabe como aquelas minhas amigas são malucas, não? – ela comentou, risonha.
Eu tinha certeza de que aquele não era o motivo, mas, por hora, eu achei melhor deixar quieto. Afinal, eu e Lily estávamos conversando como dois amigos, que não são tão íntimos, mas, mesmo assim, estavam se entendendo numa boa. E era verdade.
Eu olhei para ela, que encarava o céu, parecendo sonhadora. Sorri involuntariamente. Descobri uma coisa, nesse meio tempo que admiti meu amor pela minha ruivinha, que é a mais pura verdade... Quando me apaixonei pela Lils, eu fiquei tão bobo.
Pouco tempo depois, nós estávamos jantando, e, novamente, conversando sobre banalidades, mas eram banalidades que não nos deixavam cair em um silêncio perturbador. Quero dizer, é infinitamente mais fácil falar com a Lils quando ela está bêbada, porque ela aceita quase tudo o que eu digo.
Logo, já tínhamos terminado de comer. Ela pediu licença, e se levantou da mesa, para ir se sentar ao parapeito da janela da Torre de Astronomia.
Se não tem nada pra depois
Por que não eu?
Eu me aproximo, vagarosamente, e me sento ao lado dela. Ela olha para o céu, e eu a olho. Sinto uma vontade inexplicável de abraçá-la, mas eu tenho que me controlar. Não quero estragar a nossa noite com isso. Não quero, simplesmente, acabar levando um tapa no meio da cara. Essa noite saiu bem melhor do que eu imaginei... Por que não tentar?
- Lils, eu...
- Ah, Jimmy, não vai começar a gaguejar de novo, vai? – ela sorriu, desviando o olhar das estrelas e voltando-se para mim.
Eu ri. E ela pegou na minha mão. Wow! Progresso e tanto, não é? – Você pode me dizer o que quiser, ok? Contanto que não seja uma das suas gracinhas...
- Certo, certo, Lils... – eu disse, sorrindo, e apertando a mão dela. – Você tem algo para fazer, depois de sair daqui?
- Hum... Não... – ela responde.
Eu me calo, e fico olhando para ela. Ela desvia o olhar. Eu me aproximo ainda mais, bem devagar. Nossos rostos estão quase colados, e eu posso sentir a respiração dela, quente, enquanto ela me encara profundamente. Eu tento me afastar, mas não consigo. Aquele olhar penetrante que só ela sabe como me lançar é arrebatador... Eu acabo com o mínimo espaço que existe entre nós e a beijo.
E esse é, simplesmente, o melhor beijo de toda minha vida. Lily, de início, não corresponde, mas, logo depois, sim. Ela beija tão bem. Eu coloco uma das mãos na nuca dela, ela se arrepia, e perpasso, devagar, a outra por sua cintura. As sensações que essa ruivinha provoca em mim são tão mágicas...
Mas, de repente, ela pára, se separa de mim. E eu me culpo, internamente, por não mantê-la perto. Lily se levanta do parapeito e se afasta ainda mais de mim. Será que ela não gostou do beijo? Não. Impossível não gostar de um beijo meu. Eu sou James Potter, lembra? Sou popular, bonito, jogador de quadribol, e tudo o mais. As garotas caem de amores por mim... Mas não Lily Evans.
- Eu... Ah, me desculpe, Lils. – eu abaixei o olhar.
Ela abaixou o olhar também, e não me respondeu. Nós acabamos passando algum tempo assim, mas logo nos sentamos à mesa, novamente, e eu enchi nossas taças de vinho. Bom, minutos se passaram e nós voltamos a conversar, como se absolutamente nada tivesse acontecido, embora eu me sentisse queimar por dentro. Eu queria beijá-la, de novo. Eu queria senti-la perto de mim. Eu a amo.
Você tá nessa rejeitada
Caçando paixão
- Ahn... Lil, você vai me desculpar, mas... – eu sorri, enquanto arqueei uma sombrancelha. – Eu vou perguntar de novo... Por que você tomou aquele porre, ontem?
- Você não desiste mesmo, hein, James? – ela comentou, risonha, enquanto eu apenas dei de ombros e continuei sorrindo, marotamente. – Ok, eu vou contar. Mas você que não se atreva a dizer a todo mundo! – ela terminou, num tom ameaçador.
Eu assenti, com a cabeça, e tomei um gole do vinho, enquanto esperava que ela dissesse alguma coisa. Ela também olhava para mim, provavelmente, travando uma batalha interna, sem ter certeza se deveria me dizer a verdade. Senti vontade de rir, mas fiz força para ficar quieto e respeitar o silêncio da minha ruivinha.
- Certo... – ela começou, olhando para o céu, já não mais tão estrelado. Em breve uma grande tempestade começaria. – Gideão terminou comigo. – eu decidi me calar, vai que eu falo alguma coisa que ela não gosta? Assenti novamente, só para constar que tinha a escutado. Mas que fora uma revelação maravilhosa, ah, fora! – E eu fiquei bastante chateada... – ela não disse triste, o que é bom... Talvez ela nem goste dele. – Aí, as garotas tiveram a brilhante e bela idéia de ir para Hogsmeade à noite, beber qualquer coisa num bar, que eu esqueci o nome, e, bem, o resultado você viu... – ela sorriu.
- O resultado foi bem engraçado, se quer saber... – eu disse, sorrindo para ela. A chuva começou a cair lá fora. – E, quer saber de mais uma coisa? – ela me encarou, com os olhos brilhantes de tão curiosa. – Você precisa se divertir mais vezes... – eu levantei da cadeira, e, logo depois, levantei-a também, puxando-a pela mão.
- James, onde é que você vai me...? – eu não a deixei terminar a frase, e coloquei a minha capa da invisibilidade por cima de nós dois.
Quando saímos da Torre de Astronomia, eu pedi que ela ficasse muito quieta mesmo, porque eu estava sem o Mapa do Maroto, e, apesar de conhecer cada passagem daquele castelo, não tinha como eu saber quem andava pelos corredores durante a noite. Mas, como nem tudo pode ser perfeito, quando nós estávamos bem perto da passagem que nos levaria do segundo andar para fora do castelo, a gata idiota do Filch começou a miar e a nos encarar fixamente. Meleca!
Lily me encarou, com aquelas esmeraldas brilhantes que ela costuma chamar de olhos. Eu tinha completa certeza que dali a pouco, quando pudesse, ela começaria a gritar comigo. E, bem, eu gostaria de pular essa parte, mas, o básico de estar com a Lils, é que você tem de estar preparado para qualquer explosão que ela possa vir a ter. O que acontece quase sempre.
Mas, ao invés de me lançar aqueles olhares fulminantes que costumava, ela aproximou-se ainda mais de mim. WOW! EU DECLARO MEU AMOR PELA GATA DO FILCH NESTE MOMENTO! Ela está bem mais perto, de modo que consigo sentir o perfume que ela está usando – muito bom por sinal. E, agora que ela está bem ciente da situação, eu posso me aproveitar desse momento, não posso, querido e bondoso, Mérlin?
Aperto-a pela cintura, trazendo-a para mais perto de mim, e começamos a nossa caminhada na direção da passagem. Já posso até escutar as falas indignadas do zelador... "Esses alunos... Dumbledore deveria me deixar usar as correntes e algemas! Esses idiotas precisam aprender!" – e todo o discurso de sempre. Momentos depois, nós já estamos dentro da passagem. E, se quer saber, é um ótimo lugar para se estar com Lily Evans! É o tipo básico de passagem: estreito, escuro e cheio de pedras em que uma garota como ela pode tropeçar e cair nos meus braços. Maravilhoso, não é?
- James, eu juro que eu queria te matar àquela hora... – ela comentou, sorrindo, e com uma das mãos na parede do lado dela, para não cair. Mas é claro que era pura precaução... Lily é do tipo que prefere prevenir à remediar.
- Oras, você não confia em mim? – eu perguntei, sorrindo, enquanto caminhava a frente dela.
- E quem confia em James Potter? – ela perguntou, rindo.
- Pô, magoou... – eu fiz cara de coitadinho, embora ela não pudesse ver muito bem, já que a única fonte de iluminação era a minha varinha, que estava um pouco longe.
- Oh, pobrezinho! – ela riu um pouco mais, e eu, fingindo indignação, me distanciei alguns bons passos, numa espécie de estratégia. – Ei, James! – Huahuahua... E não é que a tática funciona?
- Ouvi meu nome? – eu me virei, sorrindo, enquanto a procurava com o olhar. Mas, ué, onde ela está?
Percorri o olhar por todo o caminho que fiz, e até voltei alguns passos. Que maravilhoso, eu tinha conseguido me perder de Lily numa passagem estreita o suficiente para dois não passarem juntos. É o tipo de coisa que acontece com pessoas sortudas como eu. Mérlin, como é que num minuto o senhor está sendo tão bondoso comigo, e no outro está sendo cruel deste modo? Ah, sim, é claro que estou sendo dramático, mas, puxa vida, será que ele não poderia me ajudar ás vezes?
- Lily? – chamei-a. Quem sabe ela responde, não é? Mas ela poderia utilizar aquela inteligência toda que eu sei que ela tem e murmurar um lumus, só para eu saber onde ela está, não?
Como eu já esperava, a ruivinha não me respondeu. Aquela danada está aprontando alguma. Eu tenho certeza disso. Dei uma última olhada no lugar em que ela estava antes, para depois seguir caminho. Eu tenho certeza de que ela vai fazer algo. CERTEZA! Ou pelo menos ela poderia fazer algo, não é, querido Mérlin? Certo... Eu sei que costumo pedir coisas difíceis de se realizar, mas, o que custa tentar? Olha, até rimou. Viu, Mérlin? Poderia me ajudar só um pouquinho... Até rima eu faço!
- PELAS BARBAS DE MÉRLIN! – eu gritei, assustado, enquanto uma Lily, muito engraçadinha, ria as minhas custas.
A ruivinha tinha me dado um susto! E agora rachava de tanto rir da minha cara... Que bonito, Lily Evans, que bonito! Isso é coisa que se faça? Ela quer ficar viúva antes mesmo de casar comigo! É, porque eu, realmente, penso em me casar com Lily. Ela é o amor da minha vida, certo? Minha alma gêmea... Bah, isso soou tão... besteirol romântico? O tipo de coisa que acontece com todo mundo apaixonado, não é? Por favor, diga que sim!
Mas, resumindo, Lily passou a minha frente, sei lá eu como, e quando eu me virei, para continuar o caminho até o lado de fora do castelo, eu a vi, pendurada de ponta cabeça, sorrindo abertamente! É claro que eu tomei um susto! Não é todo dia que Lily Evans se dependura sei lá eu onde, e fica de cabeça para baixo, como uma morceguinha, é?
- Lily, isso foi golpe baixo... – eu sorrio, sem graça, enquanto a ruivinha ainda ri. – Lils, quer fazer o favor de parar de rir? – pedi. Mas é claro que ela nunca me escuta, certo? – LILY EVANS PARE DE RIR! – e quem disse que adianta gritar com ela? A peste ri ainda mais!
- De... desculpe... – ela diz, em meio a muitos risos. – Eu... Hahaha... eu... foi, realmente, engraçado... Hahaha... – e novamente eu sorrio sem graça.
- Tá. Tudo bem. – eu digo, enquanto ela se recupera do ataque de risos. – Mas você não pretende ficar sentada aí e rindo o resto da noite, né? – pergunto, irônico. Claro que a minha intenção é deixá-la sem graça.
Ela cora. ADORO quando ela cora. Parece tão pura quando faz isso. Ela fica ainda mais linda. Eu já disse que ela é a garota mais linda da face terrena? Acho que já... Mas quem se importa? Ela é mesmo.
Lily se levanta, tirando o pó do vestido, e nós continuamos nossa caminhada até os arredores de fora do castelo em completo silêncio. Posso escutar sua respiração curta e rápida, seus passos ecoando enquanto caminha lentamente atrás de mim. E quando finalmente estamos próximos à saída, podemos escutar o barulhinho gostoso que a chuva faz ao se chocar com o chão.
E eu com a cara mais lavada, digo:
Por que não?
E daí o clima vai sendo criado. O silêncio entre nós dois não é mais tão incômodo quanto antes e, bem, eu sinto novamente aquela vontade quase que incontrolável de beijá-la. E como não aproveitar o momento fabuloso em que estamos sozinhos numa passagem secreta? Quero dizer, ninguém vai nos ver, nem nos punir, tampouco querer nos condenar por isso, não é?
- Lily, cuidado com... – e, bem, ela quase cai. Se não fosse por mim, cairia... Eu ia dizer, eu juro que ia dizer que tinha um degrau, mas ela é apressada. Ninguém mandou-a não esperar eu terminar de falar, mandou?
Mas, já que Mérlin está resolvendo me ajudar, não vou desperdiçar a chance, não é? Lily e eu estamos perigosamente perto. Quero dizer, ela está com as mãos no meu peitoral, enquanto eu estou com uma mão na cintura e outra na cabeça dela – porque eu não tinha certeza que conseguiria segurá-la a tempo... E se ela caísse e batesse a cabeça poderia desmaiar... E, ah, estou explicando coisas demais!
Trago-a mais para perto de mim, e me inclino para beijá-la. E, olhem que maravilha, ela não se afasta! Acho que os encantos de James Potter estão, finalmente, surtindo efeito em Lily Evans, minha amada ruivinha. Notem que o vício de chamá-la de minha ainda não desapareceu completamente.
Bem, é o segundo... não, é o terceiro... É o terceiro melhor beijo de toda a minha vida, e, eu não beijei poucas vezes, se quer saber. Mas é que beijar Lily é, realmente, melhor do que beijar qualquer outra garota. Deve ser porque eu a amo. É estranho dizer isso, ou melhor, pensar. É porque, na verdade, ela é a primeira garota por quem eu sinto algo assim. Eu nunca amei ninguém, sem ser a Lily. Ela foi a primeira, e, com certeza, vai ser a única!
Nos separamos lentamente, e eu me puno internamente por deixá-la se afastar de mim. – Eu... desculpe de novo, Lils. – eu digo, rápido e olhando para baixo e, logo depois, empurrando um dos tijolos, com a varinha, para que a parede se transformasse numa porta e nós dois pudéssemos sair do castelo e, quem sabe, dar um passeio?
Mas, de qualquer forma, Lily não respondeu se me desculpava por tê-la beijado. E, novamente, eu tenho vontade de perguntar "Por que não eu?". Mas me resigno a ter duas opções: a) ela me desculpou (o que cá entre eu e os meus botões, eu duvido) ou b) ela ficou furiosa, mas ficou quieta, porque achou que eu poderia largá-la ali sozinha e ir embora... Acho que a segunda alternativa é a mais correta, no momento.
Saímos do castelo. A chuva caía fortemente sobre nossas cabeças. Eu ainda duvidava do fato de Lily Evans estar comigo, debaixo de chuva, sorrindo abertamente para mim. Era esse o momento. Eu tinha de lhe dizer o que sentia por ela. Eu tinha de lhe contar sobre o meu amor.
Por que não eu?
Por que não eu?
- Lils... – eu falei. Ela me olhou nos olhos. – Eu tenho que te dizer algumas coisas.
- Pode dizer, Jimmy – ela sorriu, abrindo os braços e girando, enquanto os pingos da chuva batiam em seu rosto. – Você pode me dizer o que quiser.
- Ahn... Tá legal... Presta atenção, ok? – eu pedi. Ela consentiu e voltou seu olhar para mim. Ela estava linda. Completamente molhada. Os cabelos ruivos despenteados, o vestido preto marcando cada curva perfeita do corpo dela, os sapatos de salto jogados na grama, enquanto ela estava descalça. – No começo de tudo, Lils, você não passava de uma brincadeira idiota entre eu e o Sirius... Nós tínhamos concordado em te conquistar e, quem te conquistasse primeiro, ganharia alguns privilégios idiotas. Coisa de criança, mesmo.
Ela me encarou, incrédula. Eu ainda me lembro de cada careta que ela fazia quando nós enchíamos seu saco. Afinal, eu e Sirius éramos verdadeiras pestes. Infernizávamos a vida dela. Eu me lembro de uma vez que Sirius a enfeitiçou, só para ver se conseguia beijá-la uma vez, e acabou saindo com uma bela marca dos cinco dedos da ruivinha no rosto...
- Aí, você começou a nos dar foras e toda a brincadeira se tornou um desafio. Sirius lançou a aposta: Quem te ganhasse, seria o ganhador de sei-lá-quantos galeões e de todas as garotas que quisesse. Desafio idiota, eu sei. – disse rápido, antes que ela dissesse. - Ele desistiu de você logo nas primeiras vezes em que você lhe disse "não"... Mas eu, mesmo inconsciente, disse a mim mesmo que te conquistaria, que conseguiria sair com você e que você cairia aos meus pés como aqueles montes de garotas. Mas eu quebrei a cara, porque você continuava me dando foras. Quanto mais eu insistia, mais você gritava e brigava comigo. Eu imaginei que poderia te vencer pelo cansaço... Mas, certamente, não consegui.
Lily deu um sorrisinho vitorioso. Ela sabia que me tinha aos seus pés o tempo todo, aquela danada, e nunca quis me dar uma única chance. Mas, eu prefiro assim. É bem melhor do que ter aquelas assanhadas me agarrando e gritando para quem quiser ouvir que me amam e tudo o mais.
- E, o feitiço virou contra o feiticeiro. Eu que queria te conquistar, e você quem me conquistou... – eu sorri. – Toda vez que eu me aproximava de você, você dizia: "Não vou sair com você, Potter", mesmo que eu só fosse lhe cumprimentar... Tudo bem que depois eu ia mesmo pedir para você sair comigo, mas você poderia mesmo ter sido legal e me deixar perguntar, não é? – eu brinquei. – Mas você me encantou, com esse seu gênio terrível, – ela me mostrou a língua, no que eu sorri ainda mais. – com a sua simpatia, o seu sorriso cativante, a sua beleza inebriante, a sua personalidade irrelevante... Você era o que eu queria para mim, ou melhor, o que eu ainda quero. Sabe, quando você tinha algum encontro, ou quando você conversava com as suas amigas, eu sempre ficava te observando. Eu via você sorrir, ficar feliz, chorar, entristecer, se enervar, se acalmar, e todos os seus sentimentos sempre foram tão transparentes que quando você disse que me odiava, pela primeira vez, eu, realmente, pensei que fosse verdade.
Lily me encarou com aquele olhar de quem diz: "quem disse que não é?", mas ficou quieta. Parecia estar gostando de me ouvir lhe contar tudo aquilo. Devia ser bom para ela, mas estava se tornando torturante para mim.
- Mas quando eu vi você beijar outro, sorrir para outro, ser feliz com outro, eu descobri que o que Remus vivia me dizendo era verdade. Eu estava apaixonado por você. Eu sentia ciúmes de você com ele, de você com o seu namorado, de você com o Sirius... Porque, na verdade, eu sabia que nunca teria você tão próxima de mim. Eu tentava me convencer de que você não queria nada comigo. Já que eu sabia que você se encontrava com vários garotos, que você mesma escolhia, e tudo que eu fazia era me perguntar: por que não eu?
Por que não eu?
Por que não eu?
– Eu tentei te esquecer, mas quanto mais eu tentava, mais eu me apaixonava. Porque nosso relacionamento sempre foi cheio de altos e baixos... – ao ouvir a palavra "relacionamento", ela arqueou uma sombrancelha. – Quero dizer, não é algo que se possa chamar de relacionamento profundo, mas ainda assim era. Afinal, nós nos víamos todos os dias, brigávamos todos os dias, sorríamos e nos reconciliávamos e brigávamos, de novo... Era uma rotina... – ela sorriu. – E, bem, eu comecei a perceber que a paixão começou a mudar. Eu percebi que daria qualquer coisa para ganhar um sorriso teu. Eu percebi que o que eu mais queria era a sua felicidade, mesmo que a sua felicidade fosse ficar longe de mim. Eu percebi que tinha chegado a hora de deixar que você fosse feliz, entende? Aí parei com tudo. Parei de tentar fazer você sair comigo, tentar te beijar e te agarrar a força... Mas eu ainda me perguntava: por que não eu?
Por que não eu?
Por que não eu?
- Eu percebi que a paixão adolescente que eu sentia por você, havia se tornado amor. E, consequentemente, percebi que te amava. E que eu ainda te amo.
As últimas frases eu disse de um fôlego só. Era mais fácil. E se ela resolvesse me dar o fora pela enésima vez, ela tinha, pelo menos, me escutado até o fim. Não podia mais mentir para ela. Nem esconder tudo aquilo. A verdade, nua e crua, era aquela. Eu amo Lily Evans e, eu sei que, sempre vou amar. Mas achei melhor não olhar para ela nesse momento...
- James. – ela caminhou até mim, e levantou minha cabeça, na direção dela. - Eu também tenho que te dizer umas coisinhas...
Ela me olhou nos olhos profundamente e eu não pude evitar fazer o mesmo.
- No começo, eu te odiava mesmo. – ela riu, no que eu sorri, sem graça. – Mas depois descobri que você fazia falta... Quero dizer, eu gostava quando você corria o tempo todo atrás de mim, tentando me fazer sair com você, e, cá entre nós, gostava mais ainda de ter o garoto mais desejado de Hogwarts aos meus pés. – ela abaixou a cabeça, enquanto eu ri.
Situação engraçada essa... Enquanto eu corria atrás, ela dava foras, quando eu cansava, ela dava a entender que queria alguma coisa comigo e, como idiota, eu ia atrás dela novamente.
- Você pode achar idiota, mas eu também não gostava quando você saía com outras garotas e ficava tentando me fazer ciúmes...
- Ahá! Eu sabia que conseguia! – eu exclamei, no que ela riu.
- É sério, James. – ela parou de rir, e eu me calei de vez. – Eu gostava da situação, entende? Eu nunca tinha muitas pessoas correndo atrás de mim. Algumas vezes eu até pensava em aceitar os seus convites, mas quando eu dizia não, só para fazer charminho... – OLHA ISSO! Que mancada! -... e você logo corria atrás de outra garota e a beijava, minutos depois. Eu ficava muito brava, não posso negar.
Quer dizer então, que todos os foras eram só fachada, hein?
- Sem contar que eu adorava gritar com você, porque você não gritava de volta e continuava batendo na mesma tecla. – ela sorriu, de novo. Eu amo o sorriso dela... – E a nossa rotina de brigas, sorrisos e brigas era divertida. Eu até que gostava, se você quer saber. Mas eu tinha medo... Aí você decidiu desistir de mim, decidiu que não iria mais correr de uma garota boba que te recusou por anos...
- Você não é boba, Lils... – eu disse, passando uma mão pelo rosto dela, enquanto a acariciava. Ela fechou os olhos.
- Claro que sou... – ela reabriu as esmeraldas, cheias de lágrimas, eu pude ver, mesmo com toda aquela chuva desabando por cima das nossas cabeças. – Eu me senti mal depois de tudo, porque, segundo o Remus, eu te amava. – OPA! - Mas, enfim, eu e você ficamos amigos e eu me envolvi com o Gideão. No início eu achava que nosso relacionamento ia bem, que nós nos entendíamos e tudo o mais. Éramos o casal perfeito... Mas tudo não passava de uma grande mentira. Ele me traía com uma corvinal, e decidiu me trocar por ela de vez quando terminou o namoro.
Como ele poderia ser tão retardado e trocar Lily por uma corvinal? IDIOTA! Mas isso foi bem melhor para mim, se quer saber. Agora eu acho que tenho chances.
- Mas, aí, quando eu tomei aquele porre terrível de ontem, foi você quem cuidou de mim. – ela sorriu e eu também. – Eu percebi que poderia contar contigo sempre que precisasse. Percebi que você era bem mais que um simples amigo e que também te amo.
Depois dessa, eu não deixei que ela dissesse mais nada. Acabei com o espaço que havia entre nós dois e a beijei. Ela correspondeu sem hesitar. Agora eu tenho certeza de que Lily é bem mais do que o amor da minha vida. Ela é minha alma gêmea. Nós dois somos um só. E, eca, isso soou meloso ao extremo!
- Eu te amo... – sussurrei no ouvido da minha (agora eu posso mesmo chamá-la de minha) ruivinha, enquanto senti que ela se arrepiava.
- Eu também. – ela fez o mesmo, perpassando uma mão pela minha nuca, enquanto me aproximava para mais um beijo.
