Antes da história : A mãe do Hodges é encontrada desmaiada na casa dela. Ela vai para o hospital. Hodges descobre que ela caiu de um banco quando tentava alcançar um armário, nada grave. Mas ele fica preocupado.

Hodges não conseguia acreditar que aquilo tinha acontecido. Sua mãe não podia ter um final como aquele. Eles estavam no hospital. Ela dormia profundamente enquanto ele estava sentado em uma cadeira ao lado da cama, segurando sua mão direita nas suas. Sua cabeça estava abaixada, apoiada na cama.

Ele ouviu um barulho, levantou a cabeça rapidamente para ver se fora em algum dos aparelhos ligados a ela.

"Me desculpe, interromper" A voz hesitou da porta. O coração de Hodges disparou e tudo ficou congelado. Ele conhecia aquela voz, mas já não a ouvia fazia dois anos.

Ele olhou na direção de onde ela viera e seu estômago deu um salto.

"Wendy?"

Ela sorriu, sem graça. Ele se lembrava dela, afinal, e não parecia zangado com ela. Isso fez com que seu coração se acalmasse um pouco. Mas o fato de rever David fazia as borboletas no seu estÔmago saltarem sem parar.

"Hey" ela disse, sorrindo, deu uns passos tímidos para frente e colocou as mãos nos bolsos. " Como ela está ?" disse, sem tirar os olhos dele.

"Hmm, ela deslocou o tornozelo, mas ainda precisa fazer alguns exames, por conta da pancada"

"Ela vai ficar bem" Ela tirou uma mão do bolso e tocou o braço dele.

Ela olhou para a mão dela e no mesmo instante sentiu seu estômago cair.

"E como vocẽ está ?" Ela perguntou sem retirar a mão, provavelmente não percebera a reação que a aquele gesto causara em David.

Ele ia falar que estava tudo bem, mas só conseguiu fazer um barulho estranho com a garganta.

"Eu preciso de um café" ele disse, se levantando.

"Eu.. hmm.. preciso voltar para o laboratório. Porque vocÊ não vem junto ? Podemos conversar no caminho" Ela sorriu para ele.

Ele soltou o ar que prendia nos pulmões e lhe retribuiu o sorriso, como um sim.

Cap 2

Nenhum dos dois falou no caminho. Hodges dirigia sem olhar para os lados. Wendy percebeu que não era uma boa hora para conversar, ainda, e preferiu recostar a cabeça no banco e admirar a paisagem lá fora, que há tempo ela não via.

"Eu senti sua falta" Hodges disse, mais falando para ele mesmo do que para ela.

Wendy o olhou perplexa.

"Sabe, eu não devia ter deixado você ir." ele continuou, sem olhar para ela "Eu errei."

"Eu acabei de fazer vocÊ admitir um erro, devo me parabenizar por isso ?" Ela riu.

Ela a olhou e também riu.

"É só uma das coisas que vocÊ mudou em mim" Ele sorriu de lado, para ele mesmo, olhando para a rua afrente.

Lágrimas começaram a marejar os olhos dela, que foram rapidamente limpas com a manga da blusa.

"Eu ainda me pergunto se Portland foi a melhor escolha" disse, com a voz pastosa" Porque durante meses, eu chegava ao laboratório e ficava me perguntando que horas vocẽ iria aparecer." As lágrimas foram caindo, sem que ela as conseguisse deter.

Hodges parou o carro no estacionamento do LVPD e olhou para ela, sem sabe ro que fazer. Sempre fora ruim em consolar as pessoas.

"Eu ficava imaginando que você ia abrir a porta e me buscar. Até que eu percebi..." Ela hesitou" Que você nunca ia aparecer."

David sentiu que seu coação tentava sair empurrando seu peito e num ato totalmente instintivo ela a abraçou. Queria fazer com que ela parasse de chorar, queria ficar daquele jeito para sempre. Ele sentiu seus corações baterem mais rápido. Enquanto o choro ia diminuindo e ele lhe ia acariciando os cabelos; sentindo cada fio e cada onda passar pelos seus dedos. Uma sensação de calmaria tomava conta dele.

"Tá tudo bem, ok ?" Ele lhe beijou a testa delicadamente e ela limpou as lágrimas com a manga da blusa.