-Havaí, Lea?- Cory indagou distraído, enquanto a namorada fazia uma massagem nos ombros deliciosamente sardentos dele.

-Hum, sim. Eu adoro! É tão lindo lá!- Lea comentou alegre, pegando um pouco de óleo e passando nos ombros dele com mais determinação.

Cory ficou em silêncio por uns minutos, o que preocupou a atriz:

-Você não quer ir? Eu... acho que posso ligar pros meus pais...anh... eles tinham sugerido o Havaí também, mas...

-Não, Lea!- Cory virou-se para ela. Não estava em seus propósitos melar a viagem que ela e ele estavam planejando fazer com seus pais, não era isso.- Bem, é que você já foi lá com o Theo e eu pensei...

Ela tomou o rosto dele em suas mãos e o beijou rigidamente:

-Deixe de ser bobo. Eu vou com você, estou com você. Vamos construir nossas próprias lembranças lá!

{...}

Viajar no final do ano com os sogros não era nenhum sacrifício para Cory, ao contrário; ele adorava conversar com Marc, e Edith era também bastante divertida. Na companhia deles, ele podia constatar bem a quem a namorada tinha puxado o bom-humor e o jeito expansivo e franco.

Após passar uns dias de Natal nas baixas temperaturas canadenses, junto com a sua família, Cory se juntou aos Sarfati para o que prometia serem férias de ano novo bem divertidas.

- Eu não queria que você visse isso como se fosse só um passeio com a família da sua namorada, Cory.- segredou Marc, enquanto a filha e a mulher estavam num spa. – Nós somos uma família, todos, entendeu?

O ator sorriu, um pouco surpreso e lisonjeado com as palavras do pai de Lea.

-Aliás.- continuou Marc. – Se você quiser oficializar alguma coisa, tipo, só para mim e a mãe dela...

-QUÊ?! – Cory tossiu, aturdido.

-Ah, tipo... um noivado. – Marc explicou.

-Olá, meninos, o que fizeram? – eles ouviram Edith falar atrás deles, acompanhada por Lea.

Cory suspirou, aliviado.

{...}

O quarto de Lea e Cory tinha uma varanda com uma vista incrível, que dava para o mar que parecia encostar e fundir-se com o oceano.

Cory amou de cara o quarto e sentou-se numa confortável poltrona lá, tomando um coquetel que tinha pedido no serviço de quarto do hotel, enquanto Lea colocava seu biquiní para curtir a praia.

-Então, como estou? – ela perguntou, dando uma volta para que ele pudesse apreciar todos os seus atributos dentro daquele minúsculo e quase indecente de tão bonito traje de banho azul escuro.

- Linda, como sempre.- ele afirmou, puxando-o para seu colo.

Ela riu:

- Amor, olha para a forma como estou... não quero te deixar alerta com este frágil calção.

Ele riu também, mas ignorou o pedido da namorada. Posicionou Lea de forma que ela ficasse de frente para ele, as pernas de cada lado, o peito dela subindo e descendo pela surpresa e porque um fogo que vinha imediatamente das profundezas dela começava a arder e a deixá-la excitada. Ela simplesmente adorava quando ele agia assim, tão seguro e sexy:

- Cory... a praia... – ela ainda gemeu, porém, indefesa e impotente demais para escapar das habilidosas mãos dele.

Sem nenhuma capacidade de reação, Lea deixou-se levar pelo beijo arrebatador de Cory, a língua dele pedindo passagem para rodopiar junto com a sua, as mãos atrevidas apalpando seus seios sob a pequena proteção do sutiã do biquiní...

-LEA! CORY!- eles ouviram a voz de Edith ecoar na entrada do quarto, ambos afogueados, Cory puxando a blusa o máximo que podia para esconder sua notável ereção, Lea pulando do colo dele e ajeitando o biquiní, perguntando gaguejante:

- Mãe, como você entrou?

- Ah, a porta estava entreaberta... vocês estão prontos pra ir à praia?

-Ahn, sim, só um instantinho, mãe, já estamos indo.

{...}

Estender-se ao sol.

Sentir cada molécula do seu corpo ser irradiada, esquentada, deixar a mente vaguear relaxada enquanto o corpo era bronzeado.

- Amor, você passou o protetor?

- Sim, Lea.- Cory deitou-se ao lado dela, que lia um livro, um romance bastante interessante.

- Fator 50?

-Fator 50.

-Você é muito branquinho, não pode descuidar.

- Eu não me descuido!- Cory sorriu, sua cara aparecendo sobre as páginas do livro que ela estava lendo.

- Ah, não? Lembro-me bem de cabo de San Lucas. Gastei um vidro todo de hidratante nas suas costas e outras partes do corpo.

- Vai dizer que não gostou de como aquelas massagens terminaram?... – ele indagou voltando a deitar-se preguiçosamente ao lado dela.

Lea fechou os olhos, lembrando de como... bem... como era delicioso passar hidratante no corpo de seu namorado.

Às vezes, ela achava isso meio louco. Seu namorado. Durante três anos, ele tinha sido o amigão, o irmão, seu colega de trabalho, par romântico, o Finn da sua Rachel, e tudo o que demonstrava afetividade e ligação entre eles, menos namorado. Mas, quando eles ficaram pela primeira vez, foi uma libertação: não era mais preciso mentir pros outros e para si próprios para justificarem aquelas borboletas no estômago, as mãos dadas, os flertes. Eles se amavam, e estarem juntos era tão óbvio e tão certo, que eles se perguntavam por que tinham passado três anos fugindo do inevitável.

- Eu te amo.- ela disse depois de minutos refletindo, desviando a atenção do livro e olhando pra ele.

- Eu também te amo.- ele respondeu de pronto, sorrindo com o canto do lábio, calmamente.

E a paz parecia palpável sob o céu e o mar do Havaí.

{...}

Ano Novo. Vida nova. Novos planos.

Mas, a única coisa que Lea não queria de diferente neste ano que viria e nos outros, de preferência, era ficar sem Cory.

Ele também pensava a mesma coisa. Assim como ela dissera que nem lembrava como era sua vida antes de ele ser seu namorado, ele também não conseguia lembrar da sua vida sem tê-la ao seu lado. E isso ele não queria mudar.

Depois de muitas fotos, algumas indo parar no twitter, felicitações, champanhe, abraços, beijos, eles ficaram à sós, tendo Marc e Edith ido caminhar sob as estrelas e a lua na beira da praia, enquanto o jovem casal pegou uma manta, algumas coisas para comer e beber e se deitou em um ponto mais calmo da praia, onde só de quando em quando eles ainda escutavam um rimbombar de fogos mais distante.

Lea deitou-se e encostou sua cabeça no peito de Cory, apenas o som da respiração de ambos ressoando, além das ondas mais ao longe.

- Seu pai me perguntou se eu te pediria em noivado nesta viagem.- Cory disse de repente, acariciando o cabelo dela.

-O que você respondeu?- ela perguntou, cautelosa.

- Eu não soube o que dizer. – ele suspirou.

Continuaram naquele silêncio, em que Cory se debateu com a possibilidade de Lea simplesmente levantar e esbravejar contra ele, ou algo do tipo, mas ela permaneceu ali, aconchegada a ele, calada, serena.

- Amor, você não vai dizer nada?- ele perguntou, por fim.

- Cory... eu não estava esperando um anel seu agora.- ela disse, ajeitando o corpo para encará-lo.- Na verdade, eu me sinto tão conectada a você que não me importo com estas formalidades. Quantas luas-de-mel nós já tivemos, huh? México, Canadá, Europa, Havaí, agora...

Ele passava as mãos para cima e para baixo em seus braços:

- Mas é o sonho de toda mulher.

- E é meu sonho, com certeza. – ela sorriu. – Mas eu sei que, um dia, você vai passar em frente uma joalheria e terá vontade de entrar. Vai pedir um anel em especial, apreciá-lo e achá-lo parecido comigo. Vai organizar um jantar, ou um outro programa íntimo, e dizer que quer se casar e ter filhos, e que eu sou a pessoa certa para isso.

Os olhos do rapaz se encheram de lágrimas, e ele a trouxe lentamente para mais próximo de si, até beijá-la com delicadeza nos lábios, segurando o cabelo dela.

Lea deu passagem e suas línguas intensificaram os movimentos, lábios se deliciando, as respirações cada vez mais descompassadas, os pelos se eriçando. Uma vontade de se derreter ali nos braços dele fez a artista suspirar, Cory agora beijava seu pescoço, a clavícula, suas grandes mãos percorrendo seu corpo por baixo da blusa.

- Eu não tenho palavras para descrever o que sinto por você. – ele sussurrou, rouco, fazendo Lea estremecer. – Eu quero te beijar inteira... quero impregnar você com meu amor.

- Eu sou toda sua.- ela disse, antes de Cory voltar a beijá-la com mais paixão ainda, tendo como testemunhas apenas as estrelas, a lua e o mar do Havaí naquele ótimo início de ano novo.

#K2: Monwaii, amados! Espero que curtam!