Título – A Carta Sagrada

Autor – Maylene (Maylene Angel)

Personagens – Sakura, Syaoran, Kero, Tomoyo, Touya, Yukito, Sr. Kinomoto, Uéy

Copyright – Personagens do anime Card Captor Sakura

Descrição – Ficção constituída por 3 partes

Música – Purachina (Platinum)

Atenção – Esta é uma Fic que tem lugar a seguir à partida de Li Syaoran para Hong Kong, logo após ter confessado os seus sentimentos a Sakura. Vou dedicar esta Fic a todos aqueles que não gostaram do final da série – como eu! Ora bolas… Nem toda a gente tem acesso aos Movies de Card Captor Sakura para saberem como termina as coisas entre eles os dois…

Mas já agora aviso-vos que esta Fic foi escrita antes de ver os Movies e por isso escrevi-a para tentar colmatar aquele final ridículo! Mas agora que vi os Movies aconselho a verem porque de facto o final é mesmo lindo e merece a pena ser visto…

Espero que gostem!

1ª Parte – O Regresso de Li Syaoran

Amanhecia em Tomoeda. O canto dos pássaros cortava o silêncio da atmosfera ainda fria e húmida da Primavera que apenas despertara há escassos dias. Um som inconfundível de alguém a bater numa porta, misturou-se com os outros sons que vagarosamente iam despertando. Tomoyo batia levemente à porta de uma das casas de um quarteirão da cidade e Tomoeda.

Tomoyo era uma rapariga atraente, bonita e tinha 15 anos. Os seus cabelos eram cinzentos e muito compridos, ficando-lhe pela cintura. Normalmente usava-os soltos com uma fita na cabeça, mas nesta manhã trazia-os entrelaçados numa comprida trança presa por uma fita azul clara. Os seus olhos eram azuis-escuros e trajava uma combinação de saia e camisola igualmente azul clara.

A primavera começara ainda nem uma semana passar e era Sábado.

Alguém veio abrir a porta. Era um rapaz muito alto, já com os seus 20 anos, tinha os cabelos castanhos curtos, os olhos eram escuros e tinha na sua face uma expressão de enfado. Tratava-se de Touya, o irmão de Sakura.

- Bom dia Tomoyo.

- Olá! Vinha ver como a Sakura está…

- Ela está lá em cima. Ainda não desceu e aposto que nem se vestiu. Ultimamente tem estado assim. Vê o que consegues fazer.

Tomoyo entrou e avistou o Sr. Kinomoto a arrumar a sala.

- Olá Tomoyo! Já aqui tão cedo?

- Bom dia! – cumprimentou a rapariga.

- A Sakura está lá em cima. Vai ter com ela.

Tomoyo subiu as escadas que sabia que iriam dar ao quarto da sua amiga. Bateu à porta mas antes que ouvisse uma resposta, entrou.

- Olá Sakura! – disse toda sorridente mas logo perdeu o sorriso quando avistou a outra rapariga, ainda de pijama, sentada na cadeira com a cabeça poisada sobre os seus braços em cima da secretária. Estava a soluçar, o que mostrava que estivera a chorar. Junto dela, pairava no ar o que parecia um boneco de peluche amarelo, com um par de asas brancas pequenas e que não era mais ninguém a não ser Keroberos, a quem elas tratavam por Kero. Foi ele que respondeu à rapariga.

- Olá Tomoyo! Trouxeste o bolo?

- É claro que não me ia esquecer de ti. – Tomoyo tirou do seu saco uma caixa, a qual o animal agarrou logo.

- Bolinho! Que bom!

Kero era um glutão e um comilão. Tentem imaginar o que ele seria capaz de fazer só por uma fatia de pudim, se tal é possível!

- O Kero é sempre assim. – sorriu a Tomoyo aproximando-se da Sakura, que ainda nem se mexera.

- Ela continua assim. – disse o Kero enquanto comia um "bocadão" de bolo. – Passa o dia todo sem sorrir e quando o faz é porque é forçada.

- Mas hoje isso vai mudar! Vais-te vestir e vamos dar uma voltinha…

Sakura limpou as lágrimas com a manga do seu pijama rosa e disse:

- Não quero sair! Deixem-me sozinha. Sinto tanto a falta dele!

Sakura era uma menina com 14 anos. Tinha os olhos verdes e que contrastavam com os seus cabelos castanhos-claros, que lhe ficavam acima dos ombros. Normalmente prendia parte do cabelo em dois totós no cimo da sua cabeça, mas agora este encontrava-se completamente desalinhado. Era uma rapariga especial, pois tinham lhe sido concedidos poderes especiais. Certo dia, quando limpava a biblioteca que tinha na cave, tinha liberto várias cartas mágicas e Keroberos. A partir desse dia, a sua vida mudara. Juntamente com o Kero, tivera de recolher todas as Cartas Mágicas, criadas por um feiticeiro chamado Mestre Clow.

Quando finalmente recolhera todas as Cartas, fora confrontada com um novo desafio. Após ter passado no teste do Julgamento do segundo guardião das Cartas – Yue, tivera de enfrentar novos perigos para transformar todas as Cartas de Clow em Cartas Sakura. Tivera sempre a seu lado, a Tomoyo e um rapaz que no início tinha sido seu rival, por se tratar de um descendente de Clow e que desejava igualmente as Cartas Mágicas. Mas ela tinha sido a única a passar no Julgamento de Yue e a partir desse momento, ele ajudara-a em tudo. Estivera a seu lado e aprendera a amá-la. Seu nome era Li Syaoran e às vezes conseguia ser bastante desagradável e humilhante. Mas Sakura tinha descoberto o lado sensível dentro dele e a sua vida começara a mudar.

Ela sempre achara que amara o amigo do seu irmão, Yukito, que não era senão a forma humano de Yue e não tinha consciência deste facto. Mas o amor não era recíproco! Yukito amava outra pessoa também muito importante para Sakura, ele amava o seu irmão que lhe retribuía o sentimento. Yukito fizera Sakura perceber que afinal aquilo que ele nutria por ele, era o mesmo que sentia pelo seu pai e irmão.

No dia em que transformara as últimas Carta de Clow em Cartas Sakura, Syaoran confessara-lhe o seu amor e logo de seguida voltara para Hong Kong. Sakura tinha ido despedir-se ao aeroporto e ele dera-lhe o ursinho de peluche com a promessa de que voltariam a encontrar-se. Mas isso não acontecera!

Sakura criara a sua primeira Carta nesse dia e já passara um ano sem a mais remota notícia de Syaoran. Durante este tempo todo, ela tinha vivido triste e deprimida. Nunca mais sorrira como fazia antigamente e todo o tempo que estava sozinha, chorava. Finalmente descobrira que sentia algo mais que amizade pelo rapaz.

- Vá Sakura! Não vais ficar hoje aqui a lamentares. Vens comigo e ponto final!

Tomoyo obrigou a Sakura a vestir-se e mesmo arrastando-a, conseguiu que ela saísse de casa.

- Ainda bem que a Tomoyo conseguiu que ela saísse um pouco. Há já algum tempo que tenho andado preocupado com ela! Já não parece a nossa Sakura! – declarou o Sr. Kinomoto após ver as raparigas saírem.

- É! – concordou o Touya e pensou para si – "E tudo por causa daquele Ranhoso! Se o apanhar…"

Entretanto, alguém bateu à porta. Touya foi abrir e exclamou: – Yukito!

- Olá Touya! Bom dia! – cumprimentou um jovem rapaz de cabelos cinzentos claros.

- Bom dia Yukito! Podem ir os dois lá para cima que eu acabo a sala num instante.

Touya e Yukito subiram para o quarto de Touya, enquanto o homem ficou a terminar de arrumar a sala.

- Está um bonito dia hoje, não está?

Tomoyo tentava animar Sakura mas sem grande resultado. O antigo sorriso da sua face parecia não querer voltar.

Deram uma volta pela cidade até à hora do almoço. Mas fosse por que sítios passassem, havia sempre algum meio de Sakura recordar Syaoran. Quer fosse por ali terem combatido uma Carta de Clow, quer por simplesmente passarem à frente da escola ou qualquer outro lugar.

Tomoyo levou a sua amiga para casa de novo. Não adiantava nada do que ela e o Kero fizessem para animar a rapariga.

- Sakura! Assim não tem piada… Estás uma chata.

- Vai com a Tomoyo. Desta maneira não precisas de me aturar…

Sakura fechou a porta de casa e subiu para o seu quarto sem sequer falar ao pai, ao irmão e até a Yukito, frente ao qual corava antigamente. Fechou a sua porta e atirou-se para cima da cama a chorar novamente. Agora sabia que amava realmente o Syaoran e sentia a sua falta mais do que nunca. Um ano sem qualquer noticia… uma carta… um telefonema… era demasiado!

- Se eu apanho aquele Ranhoso! Aquele estúpido que pôs a Sakura assim… Vou matá-lo! Vou esfolá-lo vivo e depois atirar o seu corpo ao fogo!

- Aclama-te Kero! Ele deve ter um motivo muito fort… – tomoyo parou de repente, o que fez o Kero ir contra ela.

- Que te passou pela cabeça para parares assim? – mas Kero também arregalou os olhos.

À frente deles encontrava-se nada mais, nada menos que Li Syaoran.

Fim da 1ª Parte