Olá de novo ^^ Dessa vez eu venho com uma fic curtinha de BBC Sherlock. HALP, I'M IN PAIN OH GOD T.T Essa eu fiz para a minha daddy, Chrizes ^^ Espero que ela goste o.o' Feliz dia dos pais, daddy *u*


Mycroft pousou sua xícara de chá na pequena mesa à sua frente, batendo os dedos de leve no cabo de seu inseparável guarda-chuvas. O silêncio ao seu redor era reconfortante, mas ao mesmo tempo o fazia pensar em sua mágoa e o ressentimento por suas escolhas para capturar Jim Moriarty.

Mas não importava mais. Já estava feito, e não havia modo de reparar aquele erro que resultou no suicídio de John dois anos depois da morte de Sherlock. O doutor Watson casara-se com Sarah e tivera um filho, mas mesmo assim nada o impedira de uma noite pegar sua arma e estourar a própria cabeça.

O Holmes mais velho erguera seus olhos momentaneamente ao ouvir passos leves no assoalho. – Você demorou. – Disse num tom baixo e desinteressado, voltando a bebericar seu chá como se não percebesse a presença do morto Sherlock Holmes parado à pouca distância de si com um olhar vago e levemente entristecido.

- Faz quanto tempo? – Sherlock perguntou em voz baixa, olhando para a figura engomada de Mycroft sentado em uma poltrona vermelha e macia.

- Dois anos. – Respondeu o Holmes mais velho. – O filho dele se chama Hamish. Ainda é um bebê, pelo que sei. – Mycroft disse calmamente, observando o grosso lábio de seu irmão tremer de leve. Os olhos claros estavam fixos num ponto na estante atrás da poltrona, caçando por alguma poeira que apenas ele podia ver.

Sherlock nada disse, puxando o ar profundamente por suas narinas e boca. – Adeus, Mycroft. – Murmurou após lamber os lábios, afastando uma lágrima que saíra teimosa do canto direito de seu olho, escorrendo livremente por seu rosto alvo e inexpressivo. Com uma mão, O detetive consultor cobriu a boca com seu cachecol e dera as costas ao irmão mais velho.

Mycroft soltara o ar, abandonando sua xícara pela última vez ao ouvir o clique suave da porta sendo fechada e os passos leves de Sherlock ecoando pelo corredor.

- Adeus, Sherlock.

[...]

Sherlock seguira em silêncio pelo longo e verdejante cemitério, dando pouca atenção ao céu cinza típico de Londres que se mostrava um tanto escuro devido ao fim da tarde. As lápides negras muito bem cuidadas refletiam sua aparência cansada e ausente, e vez ou outra, o Holmes mais jovem não se incomodava em amassar as flores coloridas que se colocavam em seu caminho.

Era estranho ver seu próprio nome numa lápide. E mais estranho ainda era saber que a pedra ao lado daquele mármore possuía o nome de seu melhor e único amigo. Ambas pareciam extremamente bem cuidadas, talvez a Senhora Hudson ou até mesmo Mycroft tomassem conta para que não fossem totalmente esquecidas.

O nome de John fez os olhos de Sherlock arder, seus lábios se abrirem e um soluço escapasse por eles.

- John... Eu... – O detetive provou das próprias lágrimas. – Sinto muito. E-eu... Nunca pensei que faria algo assim... P-por minha causa... E-eu... – Sherlock se ajoelhou diante da lápide, tocando-a com a ponta dos dedos longos e brancos. – Me perdoe.

Sherlock se levantara, mordendo os próprios lábios antes de enrolar-se em seu sobretudo e rumar solitário pelo cemitério, ainda mais frio que sua amada Londres.

FIM.