Retratação: Naruto não me pertence!!!
E essa fic também não. É uma versão traduzida de "Diplomatic Relations" da Maldoror.
Atenção: não digam que eu não avisei! Contém YAOI!
SANDSTORM
Capítulo 1 - A incrivelmente diplomática besta verde de Konoha se apresenta!
ooo
- Quem você disse que é? - o guarda de Suna perguntou descrente.
Lee limpou a garganta, ajeitou a mochila sobre o ombro e o saudou (pela enézima vez):
- Rock Lee, a incrível besta verde de Konoha!!! Se apresentando na Vila Oculta da Areia como oficial militar enviado pela Vila Oculta da Folha!
O guarda olhou fixamente para ele por alguns segundos. A luz da tocha que empunhava dissipava a noite ao redor de Lee, e o guarda podia ver que aquele sujeito, fosse quem fosse, estava completamente estafado, suado e... bem-disposto . Em seguida o olhar do Chunnin se voltou para os pesos nas pernas de Lee mais uma vez, sem dúvida era uma criatura intrigante.
- Tem certeza? - ele perguntou. Atrás de si, outro Chunnin que guardava o prédio da administração de Suna se surpreendeu com a cena diante de seus olhos: ele próprio e o companheiro com as mãos sobre as armas, em uma postura defensiva que não se justificava. Lee não parecia, definitivamente, com um líder de forças invasoras ou qualquer outra coisa que se aproximasse disso.
- Tenho certeza de quê? - Lee rebateu.
- Nada... eu acho. Eu vou perguntar para o... Ah, Capitão! Ótimo que está aqui. Este... rapaz apraceu aqui e...
- Eu já sei - o Jounin de Suna disse, aproximando-se deles a passos largos. O homem devia estar beirando os 40 anos, um pouco velho para ninja ainda em atividade.
- Sabe? - o guarda perguntou, tentado soar sério e profissional. Sem muito sucesso.
O Capitão lançou um olhar de reprovação para os dois homens que estavam de serviço, logo em seguida saudou Lee, muito educadamente.
- Bem-vindo à Suna. Me desculpe por não tê-lo recebido pessoalmente na entrada da Vila, Senhor, mas nós esperávamos que chegasse só amanhã à noite...
Lee sorriu orgulhoso, equelas palavras soaram como a mais bela das melodias em seus ouvidos. Normalmente a viagem até a Vila da Areia durava três dias, entretanto conseguira fazer o percurso em pouco mais de dois dias!!! Isso era ótimo! Significava que ele não precisaria, já na manhã seguinte, dar 200 voltas em torno de Suna.
- Este é o prédio da administração - o Capitão continuou, apontando para a porta atrás de si - mas não é aqui que você vai morar. Vamos, eu vou lhe mostrar a sua residência, não é muito distante daqui...
- Eu já estive lá, eu tenho o endereço - Lee disse sacudindo um pedaço de papel entre os dedos - Mas o guarda que estava de serviço disse que eu não poderia entrar lá por algum motivo...
- Bem, são três horas da manhã - o Capitão respondeu demonstrando uma imensa paciência - Mas tudo bem, eu vou com você e falo com o segurança... Ou talvez você prefira ir para um hotel...
- Não precisa! Hokage-sama me disse que haveria um escritório para mim aqui no edifício da administração, então eu pensei em ficar por aqui mesmo para estar pronto para comçar amanhã bem cedo.
O Capitão olhou para Lee supreso
- Você não quer descansar um pouco?
Até que não seria uma má idéia tirar uma soneca, mas Lee estava demasiadamente excitado para iniciar em seu novo posto pela manhã.
- Não precisa! - ele exclamou com o punho erguido e os olhos brilhando - Eu sou forte e determinado. Dois dias correndo em velocidade máxima sem dormir e com pouca comida não são suficientes para derrotar alguém que realmente acredita em si mesmo. Por favor, me mostre o meu escritório que eu quero começar imediatamente!
O Capitão olhava fixamente para Lee com os olhos quase tão arregalados quanto os do Jounin de Konoha. Mas ordens eram ordens... E, a despeito de toda a surpresa provocada por aquelas últimas palavras do forasteiro, o Capitão apenas assentiu e fez um sinal para que Lee o seguisse.
ooo
- O escritório do Kazekage é no final desse corredor, à direita - o Capitão apontou - Terá uma audiência com ele amanhã, para a apresentação oficial. E aqui é o seu escritório.
- Tem certeza? - Lee perguntou enquanto espiava através da porta que o Jounin abriu para ele. O aposento era maior do que o seu apartamento em Konoha.
- Sim, Rock-sama.
Lee olhou de relance ao redor para ver com quem o Capitão estava falando. E logo se deu conta de que Rock-sama era ele mesmo.
- Não... apenas Lee - corrigiu.
O Capitão olhou para ele firmemente e depois concordou com a cabeça.
- Muito bem, Lee-san. Se você precisar de alguma coisa, peça aos guardas.
Um dos guardas, aquele que impediu Lee de entrar à princípio, os seguira escadarias acima, até o hall dos escritórios. Naquele exato momento encarava o convidado com demasiado interesse, então o Capitão olhou para ele por sobre os ombros, outro daqueles olhares reprovadores. O guarda concordou imediatamente, balançando a cabeça.
- Eu ficarei bem - Lee disse. E provavelmente ficaria, assim que conseguisse um mapa e uma bússola para se orientar dentro daquele imenso escritório. O que imaginavam que ele faria com todo aquele espaço??? Bem, talvez pudesse instalar uma pequena academia em um dos cantos...
- Nós temos ordens diretas do Kazekage-sama para que lhe seja dado livre acesso à todo o edifício - o Capitão completou, olhando diretamente para o guarda curioso atrás de si, afim de se certificar de que ele compreendera o aviso - Entretanto pedimos que você respeite os recintos que estiverem trancados e os avisos de Acesso Restrito nas portas, para a nossa própria segurança e pelo bom relacionamento entre as nossas Vilas.
O Capitão o cumprimentou e se retirou em seguida, enquanto Lee ainda dizia qualquer coisa como "Eu jamais faria...", em concordância com aquela regra. O guarda se retirou logo em seguida ao seu superior, dando uma última sacada no forasteiro todo vestido de verde e com pesos amarrados às pernas. Pela porta aberta Lee pôde ouví-los conversando na outra sala.
- Capitão, tem certeza de que aquele é o Embaixador de Konoha?
- Sim. Kankuro-san me deu uma completa, e perfeita, descrição dele.
- Eles pretendem começar uma guerra?
- Cale a boca e aprenda a conviver com ele, isso se não quiser ganhar uma visita ao escritório do Kazekage.
- Sim, Senhor!!!
Lee fechou a porta com um suspiro. Tamanha responsabilidade pesando sobre seus ombros de apenas 18 anos, e sem a sabedoria infinita de Gai-sensei para lhe dar apoio. Gai-sensei lhe tinha dito para escrever sempre, principalmente se Lee tivesse algum problema ou alguma dúvida... E Lee estava tentado a escrever uma carta para ele naquele exato momento. Estava preocupado. Talvez ele não fosse a pessoa mais adequada para aquela missão... Gostaria de saber se tinha causado uma boa impressão aos guardas... E como seria no dia seguinte, quando se reuniria com o Kazekage e o Conselho?
Olhava fixamente para o papel em branco sobre a mesa e para as canetas... Seus dedos coçando para tomar aqueles objetos e dar vazão à sua vontade imensa de escrever para Gai-sensei...
Mas... Não!
Não. Certo que Gai-sensei tinha dito para que escrevesse sempre que fosse necessário. Mas ele também lhe dissera para que fizesse o seu melhor, e para que se tornasse um homem e um guerreiro de quem Gai pudesse se orgulhar. E alguém de quem Gai se orgulharia não corre para o mestre por qualquer motivo. Lee se lembrou da expressão de orgulho e das lágrimas de Gai ao lhe dar o último abraço, dois dias antes, dizendo o quão contente ele estava por Lee ter sido escolhido para tamanha honra. E logo em seguida ele ralhou com Lee - não muito duro - porque o pupilo estava perdendo tempo e acabaria se atrasando para assumir o novo cargo.
Lee ergueu o punho resoluto. Daria o melhor de si! Gai-sensei ficaria orgulhoso! Força, determinação, trabalho duro! Essas eram as palavras-chave!
Determinado, Lee deixou a mochila com seus poucos pertences sobre a mesa e saiu do escritório. Devia haver um banheiro ali por perto. Ele queria se refrescar e escovar os dentes antes de começar seus deveres. Talvez comesse alguns dos Power-lanches que Gai-sensei tinha feito e embalado especialmente para ele. Eles eram maravilhosos, se você comer um, não sente fome pelo resto do dia! Bem, talvez você até sinta um pouco de fome, mas o seu estômago não estará preparado para receber mais comida...
Lee abriu a porta com a sua usual energia e caminhou firmemente pelo corredor, mas parou abruptamente no meio do caminho. Ele sentiu uma repentina expansão de chakra atrás de si, apesar de não ter ouvido nenhum barulho ou percebido nenhuma presença até então. Olhou ao redor, alarmado.
- Gaara?
O Kazekage estava parado no corredor, um prato com sanduíches na mão esquerda, uma maçã e uma garrafa de água na mão direita. Olhava atentamente para Lee. Ele vestia calça e camisa simples de linho, e seu cabelo continuava aquela profusão de fios vermelhos de que Lee se lembrava, apenas um pouco mais longos do que a memória de Lee o estava informando.
- Você não mudou nada! - Lee exclamou, transparente como era - Exceto a altura. E os músculos também estão mais desenvolvidos - na verdade, não tanto para um Shinobi, mas ele parecia menos franzino do que quando eram crianças. Gaara agora era apenas poucos centímetros mais baixo que Lee, o que que era uma altura respeitável. O jinchurike ainda carregava o jarro de areia nas costas, mas agora ele não parecia tão grande.
- Ah... deixe-me pegar isso - Lee completou, instintivamente amparando o prato que teimava em se desequilibrar sobre os dedos do Kazekage - Quando foi a última vez que nos vimos? Dois anos atrás, certo? Quando a Akatsuki tentou extrair o Shukaku de você... E, antes disso, cinco anos atrás... - os olhos do Konoha brilharam de um jeito diferente - Eu não esqueci que você salvou a minha vida naquela ocasião. Eu nunca vou esquecer isso! Rock Lee sempre paga suas dívidas!
Um profundo silêncio se estabeleceu no corredor.
O rosto de Gaara havia perdido as formas arredondadas da infância, mas continuavam chamando atenção os olhos contornados de negro e as pupilas verdes que pareciam capazes de atravessar a alma de qualquer criatura. Aqueles olhos agora prestavam atenção em Lee e no polegar levantado que ele exibia para ilustrar a última frase que tivera coragem de dizer.
E, naquele imenso silêncio, Lee quase podia ouvir a voz de Tsunade.
"Preste atenção, Lee, eu não sei que diabos se passa na cabeça de Sabaku no Gaara, mas ele está decidido que quer você, e não outro, para este novo posto militar de que nós estamos falando. Claro que você deverá ajudar a defender Suna em caso de ataque e participará de missões compartilhadas pelos dois Países. Mas, além disso, você também terá um papel diplomático, então, por favor, tente agir como uma pessoa norm... quero dizer comporte-se apropriadamente. Eu tenho uma lista de recomendações que eu entrego para todas as esquipes diplomaticas que são enviadas para Suna, baseada no perfil do Gaara e na forma como o seu povo se comporta na presença dele:
Não fique muito perto dele, não fale muito alto na presença dele, não discuta com ele, objeções de cunho oficial devem ser dirigidas ao Conselho ou à equipe que trabalha com ele. Não toque na palavra Shukaku, ele pode te expulsar de lá, esse assunto parece ser um tabu em Suna. Em nenhuma circunstância toque nele, surpreenda ele ou assuste ele e, acima de tudo, sempre demonstre respeito e sempre se dirija a ele por Kazekage-sama. Você acha que pode lidar com isso?"
O silencio continuou.
Gaara não havia dito nada ainda, ele olhava Lee de cima a baixo, vagarosamente, seus olhos parando brevemente sobre o prato de sanduiches capturado pelas mãos de Lee. Lee também não conseguia dizer mais nada, tentava pensar pelo que deveria se desculpar primeiro.
- Vejo que você chegou cedo.
Lee notou que a voz de Gaara também mudara muito pouco, o timbre era mais profundo, mas apresentava ainda a mesma calma e frieza de sempre, o tom tranquilo que parecia perfeitamente criado para proferir ameaças de morte e coisas do tipo.
- Er... Kaz...
- Eu escolhi bem - Gaara disse, passando por Lee e continuando pelo corredor - Eu não queria apenas mais um para concordar com tudo...
Mais alguns instantes de silêncio absoluto, nem mesmo os passos de Gaara faziam qualquer ruído.
- Fique com os sanduíches - o Kazekage rompeu o silêncio sem olhar para trás. Ele já estava no fim do cerredor - Tendo corrido à máxima velocidade por todo o caminho, você precisa repor as energias.
- Não... Mas são seus... - O estômago de Lee o interrompeu com um repentino ronco que pareceu ecoar pelos escritórios vazios.
Gaara não pareceu dar importância, continuou em seu caminho de passos tranquilos. Lee continuava olhando atentamente para ele. Havia um espelho no final do corredor, e nele Lee viu momentaneamente o rosto de Gaara refletido, antes dele virar o corredor à direita e desaparecer. A expressão do jinchurike era ilegível, os olhos atentos e firmes, os lábios cerrados, com os cantos voltados para baixo, como sempre.
Entretanto - poderia ser devido à fome repentina, ou à completa exaustão que o estava fazendo ver coisas - mas Lee poderia jurar que em alguma lugar da expressão de Gaara, não sabia exatamente onde, mas em algum lugar havia uma ponta de sorriso.
Era provavelmente a fadiga.
Espero que tenham gostado!!!
Vocês devem ter reparado que aqui o Gaara-sama ainda é um jinchurike. Licença poética da Maldoror. Funciona assim, a Akatsuki tentou mas não teve exito em extrair o Shukaku do Gaara-sama. Entendido?
Making-off em www (ponto) thesenseiclub (ponto) blogspot (ponto) com
E deixem reviews!!!
Até mais!
(agosto de 2007)
