Título: Pequeno Cupido

Autora: Lab Girl
Beta: MLSP (Marina ou Nina, para os íntimos)
Categoria: Bones, B&B, 5ª temporada, BIPTHC!9 BIPTHC!38 BIPTHC!44 NFF, romance, humor
Advertências: Nehnuma - por incrível que pareça!
Classificação: PG-13
Spoilers: menções a acontecimentos dos episódios 4x24, 4x25, 5x1 e 5x4
Capítulos: ?
Status: Em andamento

Sumário: Os adultos costumam complicar as coisas mais simples. É por isso que Parker faz uma pequena intervenção para resolver um probleminha que o está atrapalhando a conseguir algo que ele quer muito.

Nota da autora: Esta fic foi feita especialmente para o Projeto Bones in Picture... the history continues, do fórum Need For Fic. Foi baseada nas tiras #38 e 44, e na figura #9. Não é a primeira fic que escrevo com Parker, mas é a primeira que me atrevo a publicar. Portanto, rolou uma certa insegurança, que só diminuiu com a ajuda da minha Power-Beta, Marina. Então, já sabem quem procurar caso a fic esteja um desastre, pois foi ela quem garantiu que estava no ponto de ser publicada (risada malvada!).

Brincadeiras à parte, esta é uma história leve e bem humorada, que eu espero que curtam! Ah, comentários me farão atualizar mais rápido =)


"Eu quero um irmãozinho" Parker soltou.

Simples assim. Sem prévio aviso. Sem alarde. Como se estivesse pedindo mais fritas com milk-shake.

"Devia pedir a sua mãe" Booth pigarreou, rebatendo na tentativa de se livrar da batata quente que o filho acabava de jogar em suas mãos.

"A mamãe diz que um filho já é suficiente... pede pra Bones!"

Booth engasgou com o café, o líquido quente queimando seus lábios e espirrando sobre a mesa.

"O quê?" conseguiu balbuciar, tossindo enquanto pegava um guardanapo a fim de limpar a bagunça.

Ele devia ter ouvido mal.

Mas, para sua pouca sorte, Booth sabia que sua audição estava perfeita, tinha feito um check-up no dia anterior.

"A Bones é incrível! Quando eu quis a piscina, ela nos deu as chaves dela!" o garoto ponderou, como se fosse muito lógica sua associação.

"Claro! Crianças... chaves... são quase a mesma coisa!" Booth murmurou, sentindo o rosto queimar.

Se seu filho ao menos soubesse como havia chegado perto de realizar seu desejo. Não fossem as sérias questões emocionais que isso envolveu para ele, na época, quase o fazendo surtar, a possibilidade de ter um outro filho – com Bones – teria sido concretizada.

"Todos os meus amigos têm um irmão ou uma irmã" Parker murmurou, esticando os braços sobre a mesa, segurando o grande copo de milk-shake entre as mãos, olhando para os próprios dedos que tamborilavam no objeto. "Alguns têm até dois ou três."

"Um já não seria o bastante pra você?" Booth se ouviu perguntar enquanto limpava a bagunça que o café derramado havia feito sobre a mesa.

"A Bones é tão legal... eu ia gostar que você e ela tivessem um bebê juntos."

Sentindo-se engasgar novamente – dessa vez com a própria saliva, respirou fundo antes de responder, "Parker, a Bones é muito legal e tudo o mais... mas as coisas não são assim, amigão. Eu não posso sair por aí pedindo um bebê como se pede um pedaço de torta" gesticulou nervosamente com as mãos, enquanto tentava fazer o filho entender. "E, além disso, ter bebês é uma coisa complexa. Quero dizer, a gente precisa de..." Balançando uma das mãos no ar, ele simplesmente empacou "...de..."

"Eu sei, eu sei!" Parker bufou. "Você precisa de uma namorada."

Booth ergueu as sobrancelhas, surpreso. Mas o filho estava certo, afinal.

"Viu só? E eu não tenho nenhuma namorada, o que descarta a possibilidade de te dar um irmãozinho tão cedo."

"Você podia pedir pra Bones ser a sua namorada, então" um sorriso iluminou o rosto do garoto, enquanto ele balançava as pernas debaixo da mesa.

Booth sentiu o rosto voltar a queimar novamente.

"Já falamos sobre isso com ela... e você se lembra do que ela disse, não?"

"Que não podia ser sua namorada porque vocês dois trabalham juntos e não seria apropriado."

"Exato!" apontou para o filho, meneando a cabeça, surpreso pelo pequeno ainda se lembrar das exatas palavras de sua parceira... não que ele próprio tivesse conseguido esquecê-las.

"Mas ela não disse que não queria" Parker concluiu, puxando o canudinho e tomando mais um pouco do milk-shake.

"Hã?" Booth franziu as sobrancelhas.

"Ela disse que não seria apropriado. Mas ela não disse que não queria ser sua namorada se você pedisse pra ela."

Oh, Bom Deus!

Aonde aquilo iria parar?

"Parker, eu... não acho que tenha sido isso o que a Bones quis dizer com aquela resposta..." começou, apenas para ser interrompido pelo filho.

"É mais simples do que parece, papai."

Booth ergueu as sobrancelhas, com medo do que viria a seguir.

"É só você pedir pra ela namorar você. E daí vocês podem me dar um irmãozinho!"

O jeito inocente como o pequeno sorria, os olhos iluminados enquanto o encarava, como se tivesse acabado de resolver o problema da forma mais simples, deixou Booth sem saber o que dizer.

Seria fácil... se ao menos ele tivesse a coragem de dizer a ela como realmente se sentia. Mas desde aquela declaração frustrada que havia tentado fazer pouco depois de voltar a trabalhar com ela, no meio de uma investigação... ele tinha medo de arriscar. Medo de colocar tudo entre eles a perder.

Mas, ao mesmo tempo, sabia que seu medo talvez o estivesse impedindo de ser feliz. Genuinamente feliz.

"Bom, eu acho que já está na hora de te levar pra casa, amigão" disse, consultando o relógio.

"Ah, já?" Parker lamentou, fazendo uma carinha que cortava seu coração.

"Já, parceiro" Booth tocou a mão do filho, fazendo um carinho. "Você e eu ainda temos que passar no meu apartamento pra pegar as suas coisas. A sua mãe está esperando."

"Hum" Parker torceu os lábios, numa espécie de resmungo.

"Vem, vamos lá, garotão!" disse, erguendo-se e dando a volta na mesa para puxar a cadeira do filho, apertando-o nos ombros.

Parker levantou-se, um tanto desanimado. Booth notou imediatamente. Detestava não poder corresponder a expectativa do filho, e era duro saber que era o responsável por aquela carinha de desânimo.

Mas nem sempre poderia dar tudo que Parker lhe pediria. E talvez aquela fosse uma oportunidade para que o filho aprendesse isso. Bom, ao menos era o que dizia a si mesmo enquanto saíam do restaurante, esperando convencer mais a si mesmo do que ao garotinho.

~..~

...Continua...