Observações: Essa fanfiction foi inicialmente traduzida por Nate e Mariana. Atualmente está sendo traduzida por Irene, Laisa, Laysa, Larissa e Letícia com colaboração de Illem e Jéssica.
Disclaimer: Twilight e seus personagens pertencem a Stephenie Meyer. Wide Awake, cookies e únicornios pertecem a AngstGoddess003.
Capítulo 1. Gingerbread Zombies - Bolo de Gengibre Zumbi
BPOV
Eu odeio esse quarto. Com todas as fibras do meu ser. Não quero ser melodramática, é sério. Mas é fato. Nas horas mais claras do dia, é quase insuportável. Mas aqui, quase meia-noite, está tudo escuro, desolado, sufocante, e escondendo os cantos escuros. Eu podia sentir o medo e o pânico familiar subindo pelo meu peito só de abrir a porta. Eu não conseguia sentir o mínimo de conforto da lua cheia esta noite, bloqueada pelas nuvens tão comuns aqui e ainda mais evidentes sobre aquela mansão imensa e idiota dos Cullen que aparecia na minha janela. Tias Esme e Alice penaram tanto para decorar este quarto pra mim; eu quase senti uma pontada de culpa quando eu me estiquei para pegar minha mochila do chão ao lado da porta e sai correndo do quarto em direção à cozinha.
Era aqui onde eu tenho passado as noites desde que eu me mudei aqui para Forks, Washington a uma semana.A cozinha era quente, e aberta. Sempre clara, e cheia de boas memórias. Nada de terrível jamais aconteceu comigo em uma cozinha. Eu tenho cozinhado tudo desde que cheguei. Esme não gostou muito da idéia no começo, deixando de lado seus talentos na cozinha para uma garota de 17 anos, mas ela finalmente desistiu, vendo o quanto eu adorava cozinhar. E era uma raridade e tanto me ver gostando de alguma coisa.
Então eu fiz uma rotina cuidadosa de passar minhas noites aqui, assando, cozinhando, e fazendo dever de casa. Qualquer coisa menos dormir naquele quarto idiota. Todos em Phoenix chamavam isso de insônia. Eu já fui a vários psiquiatras e profissionais, todos especificamente treinados e formados para garantir o meu "bem-estar", a prioridade deles. Já tomei pílulas, e claro que as medicações eram para me dopar durante as 8 horas de sono necessárias. Claro, eles nunca realmente entendiam. Não é que eu não consiga dormir, é que eu não quero. Eu durmo por 10 minutos mais ou menos durante o dia, embora eu tente evitar. É difícil fazê-lo, e eu passo meus dias olhando o nada, mas é melhor do que sonhar aquelas coisas. Sonhos cheios de pancadas e arranhões, gritos e esconderijos, hematomas e lágrimas, e monstros se escondendo no meu closet, esperando a hora certa. E esses são os melhores que eu tenho. Aqueles com a minha mãe, Renee, são sem dúvidas os piores. Seu corpo frio e branco, jogado no sofá em uma possa de seu próprio sangue. E seus olhos...
Eu espantei esses pensamentos e me concentrei no trabalho de inglês enquanto esperava meus cookies assarem. Era uma receita nova. Tenho assado um novo cookie toda noite pela última semana. Adotei para mim um novo hábito. Quando eu vivia com meu grupo de apoio em Phoenix, eu podia cozinhar muitas coisas durante a noite e os meninos sempre comiam antes de ter a chance de estragar. Mas o apetite de Alice e Esme nunca era o bastante para meu nível particular de pesadelos. Então eu me prendia aos cookies. Elas adoram minha criatividade para receitas e nomes.
Ainda bem que ainda ninguém me questionava sobre a minha estranheza com os pesadelos. Elas eram felizes demais e eu finalmente cedi e me mudei para cá com elas para me livrar de perguntas que eu não tinha a menor vontade de responder. Esme me implorou para vir para cá há um ano, quando Renee morreu, mas eu queria esconder meu humor sombrio e comportamento reclusivo, eu odiava perturbá-las. Mas aqui estou eu, eu pensei amargamente.
Deixei elas pensarem que tiveram a vitoria com a minha decisão de me mudar de meu grupo de apoio em Phoenix. Mas na verdade eu não aguentava mais lá. Havia gente demais. Muitos machos se esfregando em mim em um lugar tão pequeno. Eu estava em um constante ataque de pânico, e era exaustivo, o que não era muito benéfico para alguém que tentava ficar acordada. Não gostava de garotos, e detestava homens. Eles me aterrorizavam depois do Phil. É irracional, eu sei. Nem todos tentam me pegar. Mesmo se eu quisesse arriscar, minha mente e corpo tinham uma reação automática que eu não conseguia parar. Meu antigo psicólogo mencionou algo sobre mecanismos de defesa e ataques de ansiedade ou alguma coisa. Eu não me importava do que chamasse, eu odiava aquilo. Nunca ser capaz de chegar perto de alguém do sexo oposto sem hiper-ventilar e tremer de medo, mesmo se eu quisesse, era uma inconveniência em um grupo de apoio. De repente a idéia de viver com duas mulheres era boa demais. Talvez elas tivessem uma vitória no fim da história.
Mas Forks era melhor. Pequena e quieta. Não diria que estou feliz aqui, porque nunca fui feliz, não importa onde eu esteja ou a companhia que tenho. Já vi demais. Mas era um passo mais próximo à felicidade do que era em Phoenix, então não podia me arrepender da minha decisão.
DING
Eu pulei, largando meu lápis, sai correndo para o som do timer que indicava que os cookies estavam prontos. Se toca Bella, eu hein...Eu esperei eles esfriarem antes de decorar os cookies em forma de homenzinhos apropriadamente.
Assim que os homenzinhos estavam com as roupinhas prontas, eu peguei três sacos Ziplock e usei meus marcadores para escrever os nomes em cada etiqueta branca. Gingerbread Zumbis. Parecia combinar com o que eu era, de fato, em um estado de zumbi pela maior parte do dia, também amanhã, como fui por meses.
Cinco horas, quatro copos de café, e dois livros depois, eu tinha terminado o café da manhã e já estava vestida para a escola, usando meu casaco preto com capuz e meu jeans, e deixando meu longo cabelo castanho solto. Esme já tinha ido para o trabalho, Gingerbread Zumbis nas mãos, dando um sorriso bobo para minha mais nova criação... Alice chegara para o café perfeitamente acordada, como sempre, e balançado em uma luz alegre que era sua aura. Ela radiava positividade e felicidade. Me deu vontade de vomitar.
A atitude normal dela era sempre alegre e empolgada. Minha prima Alice era levemente mais baixa que eu, com um cabelo curto, preto e repicado. Tínhamos dois meses de diferença na idade, e nossas mães eram irmãs. Mesmo assim, tirando os genes, éramos polares opostos. Ela era popular em Forks High School e fazia amizade com todos. Eu naturalmente era tímida e me afastava das pessoas. Ela sempre estava por dentro das tendências da moda. Eu sempre usava "tudo" que chamasse muito a atenção. Ela era animada e graciosa. Eu era introvertida e desajeitada. Já sabe onde isso vai dar, não é?
"Bom Dia! Mmmm, bacon e ovos! Isso são Waffles? Com geléia de amora?".Ela dançou e deslizou para a cadeira. Suas perninhas balançavam alegremente para frente e para trás como um bebê de 17 meses. "Então, me ajude Deus com essa Bella, pois eu vou ganhar tanto peso com você aqui. Isso é iogurte? Talvez eu não devesse comer tudo isso... " Disse Alice pensativa.
Eu só rolei meus olhos e coloquei uns ovos na minha boca. Eu amava Alice como a uma irmã, mas não tinha como conversar com ela de manhã. Quando ela olhou para longe do prato, parou no meio de uma frase. Depois ela ficou com aquele olhar que eu reconheci imediatamente como ' Cara de Alice Preocupada'. Aqui vamos nós...
"Pelo amor de Deus, Bella! Você está péssima! Você não dormiu nada ontem à noite?" disse ela. Eu me encolhi. Eu estou péssima... Puxa, brigada Alice por levantar meu ego. Eu somente dei de ombros como eu sempre fazia quando ela tocava no assunto, e continuei a comer. Com um profundo suspiro ela sacudiu a cabeça com desaprovação, mas esqueceu a conversa.
Alice sempre era assim quando falava comigo; preocupada, mas cuidadosa. Ela sempre tentava fazer com que eu me abrisse para que ela pudesse me entender. Eu sabia que ela só agia assim porque se importava comigo, mas eu ficava calada sobre meus problemas. Não podia explicar isso para ela direito, e ela só ficaria mais preocupada se eu tentasse.
EPOV
Cadê a merda daquele isqueiro? Eu girei em volta no meio do meu quarto pela terceira vez, soltando fogo pelas ventas de tão frustrado. Tinha acabado de acordar depois de uma soneca de 20 minutos e de ter um sonho particularmente fodido, e eu realmente precisava da porra de um cigarro. Pode deixar comigo: sempre tenho um maço de cigarros, mas nunca tenho nada para acendê-los. Preciso muito limpar essa merda e deixar organizada. Pensa Edward! Caralho! A última vez que eu o vi... Ah, é! Eu escancarei a porta para ir até meu balcão e vi um isqueiro brilhante bem em cima dele. Aí está você, sorri maliciosamente.
Acendi o cigarro e dei uma profunda tragada. Ahh, bem melhor. Nunca fumo no meu quarto. Porque essa porra mancha e fede. Carlisle estava tendo um momento de insanidade me dando esse quarto com o balcão. Papai C. com certeza sabe se dar bem com os órfãos. Ele me adotou há 4 anos, de uma situação complicada. Dr. Carlisle Cullen é um ótimo homem e um cidadão exemplar da Comunidade de Forks. A gente não se treta muito, mas como sempre, o bom doutor não fica muito casa mesmo. Por mim tudo bem. Ele me dá roupas, comida e raramente faz perguntas.
Acho que para a maioria dos caras de 17 anos, essa é a vida ideal. Estou provavelmente tão perto da felicidade que não posso me aproximar mais. Emmet vive com a gente também. Outra aquisição do Dr. Carlisle. Emmet é um ano mais velho que eu e chegou aqui primeiro. Ele adora jogar isso na minha cara. Como se eu ligasse. Ele é a merda do garoto de ouro de Forks, e um constante puxa saco. Quando os mais velhos não estão por perto, ele é tão trouxa, como sempre. A gente não se da bem. Mesmo. Depois de um ano com brigas constantes, fizemos um acordo silencioso de ficar fora do caminho um do outro. Ele vai embora daqui um ano mesmo.
Eu olhei a frente do balcão de nossa enorme casa para o escuro quintal dos fundos e dei outra tragada no cigarro. Merda de pesadelo. Eu detestava essa hora do dia. Tanto quanto um trecho ruim de literatura russa era comprido pra caralho e chato pra cacete. Eu tinha meus hobbies, e é claro, eu podia passar 9 horas desenhando e ouvindo música. Mas para ser sincero comigo mesmo, e eu raramente sou, só tinha uma coisa que eu queria fazer nesse mundo. Dormir. A ultima vez que eu tive boa e longa noite de sono foi há tantos anos que eu nem me lembro de como era. Carlisle ficou preocupado no inicio, e provavelmente ainda está, mas não há nada que ele possa fazer. Era assim toda noite. Quase sem dormir nada, mesmo se eu tentasse. Eram aqueles sonhos... Sempre a porra daqueles sonhos. Literalmente nem valia mais a pena tentar dormir.
Joguei meu cigarro fumado no canto do balcão assim que a chuva começou a cair à antiga moda de Forks. Uma vez dentro de meu quente e belo quarto, eu me joguei na cama e continuei meu desenho de onde tinha parado. Me mantinha acordado quase tão bem quanto às pílulas de Papai C., o que é um grave risco de vício, devo acrescentar. Sempre limitei minhas drogas por motivos óbvios. Ocasionalmente ficava bêbado com meu amigo Jasper, mas não sempre.
Jasper Hale e eu éramos amigos desde o meu primeiro dia aqui, e quando eu disse para o Sr. Johnson - nosso horrível professor de História - para ir se foder. Jazz adorava aquela merda. Ele era o único amigo que eu tinha, e precisava aqui em Forks. Nós costumamos ter uma relação silenciosa; sempre podemos ler um ao outro através de olhares ou linguagem corporal. Não é boiolice nem nada, é só o nosso jeito. Mas mesmo com Jazz sempre lá pra me apoiar, e ele está sempre lá para ouvir meus problemas fodidos, mas não deixo de me sentir sozinho. Ele tenta entender, mas como pode? Quando ele perguntava por que eu estava sempre cansado, eu falava a verdade. Eu preferia andar por aí como um zumbi de merda do que ter aqueles sonhos me assombrando. E claro, ele pensava que eu era louco. Então eu nunca toquei no assunto de novo.
Terminei meu desenho e assinei meu nome e a data no cantinho lá embaixo da folha, fechando o caderno com um suspiro. O que eu faço agora? Tamborilei meus dedos na capa dura do caderno. Trabalho de escola. Controlei um gemido.
Não fui à escola por uma semana devido a uma infração disciplinar. Suspensão por cinco dias por fumar no campus. Uau, isso que é castigo: cinco dias de liberdade. Sempre tirei notas boas na escola. Principalmente aqui, onde eu poderia dar aulas para a maioria dos professores. Quer dizer, eu tinha 9 horas livres para estudar.
Com essa idéia, eu comecei de má vontade meu trabalho de trigonometria. Privação de sono torna toda tarefa mais difícil. A maioria das pessoas nem têm noção do quanto é importante para a saúde, tanto mental quanto física. Ninguém sabe melhor que eu. Antes do incidente há 8 anos, eu nunca tinha percebido o quanto eu dormia bem . Minha mãe sempre cantava para eu dormir à noite depois de me cobrir. Claro que isso era antes de ela me odiar, antes de ela me despachar e me deixar nas mãos de assistentes sociais mal-assalariados e instituições miseráveis.
Ela nem podia mais olhar para mim depois do que aconteceu, nem aguentava ficar no mesmo lugar em que eu estava. Ela nem pelo menos disse a porra do "Adeus". Eu queria poder culpá-la, mas não posso. Eu tirei dela a única pessoa que ela mais amava, mais do que tudo. Mais do que eu, obviamente. Mesmo agora, 8 anos depois, eu posso ver as chamas claramente na minha cabeça e sentir o calor e o cheiro da fumaça. E se eu dormir profundamente, eu posso ver perfeitamente meu pai queimando no chão, gritando pela ajuda que nunca viria. Sacudi minha cabeça, tentando sair daquela linha de pensamentos.
Assim que o sol começou a dar sinais de que ia nascer, fechei meu caderno e comecei a me preparar para minha grande volta à Forks High. Eu nunca liguei muito para o que eu vestia, normalmente só uma camiseta simples e jeans, minha jaqueta favorita de couro preta e botas. Eu provavelmente parecia bem mais arrumado do que realmente era, mas eu mal podia me importar com essa merda toda. A única razão pela qual eu me dou o trabalho de ir à escola é de ficar com o Jazz e ter algo com o que me ocupar. Bem, isso e o fato de que se minha frequência escolar cair muito, Papai C. tira o Volvo de mim. Considerando tudo isso, o bom doutor sabe ser durão quando necessário.
Depois de ter evitado todo o tipo de contato com Emmet, saí de casa para o veículo citado e meus olhos captaram algo na porta do vizinho. Ah, que Graça. Percebi que a Brandon, minha vizinha do lado, já tinha saído para a escola, já que seu Porsche não estava na garagem. Claro que ela já saiu. Ela estava louca para chegar cedo hoje. Entrei em meu Volvo e fui para a casa do Jasper para dar uma carona.
Ele estava esperando na varanda de sua casa modesta de classe média, e entrou antes mesmo de eu ter encostado na calçada.
"Finalmente, hein cara. Rose encheu a porra do meu saco a manhã toda com a historia da festa que você vai dar hoje à noite." Ele disse enquanto colocava o cinto.
Eu tossi. "A festa que eu vou dar? Eu nunca quis essa festa, em primeiro lugar. Eu teria tentado argumentar mais se o Emmet não tivesse me ameaçado de contar pro Carlisle sobre a minha suspensão." Eu preguiçosamente encostei minha cabeça no encosto e me virei para a estrada. "Você vai?" Eu perguntei, virando a cabeça em sua direção.
Ele fungou. "É, claro, eu vou à uma festa com um bando de bêbados de merda do último ano com o Q.I limitado como os créditos da minha mãe."
Eu ri. "Agora, Jazz, você está insultando sua futura esposa, sabia? Não vai conseguir nada com a Brandon insultando sua inteligência."
"Alice vai estar lá?" Ele perguntou, parecendo curiosamente desapontado. Eu assenti e levantei uma sobrancelha para ele. "Ah, merda! Eu já disse para minha mãe que ficaria em casa esse fim de semana e a ajudaria com umas coisas..." Ele franziu a testa e afundou em seu banco, derrotado. Rolei meus olhos.
Jasper tem tido uma queda pela minha vizinha desde que o conheço. Começo a me perguntar se um dia ele terá a coragem de ir falar com ela. Não deve ser tão difícil assim, caralho!
Toda vez que o vejo encarando ela na cafeteria ou nos corredores, tenho que resistir fisicamente para chamá-la e acabar com essa palhaçada. Ei, Brandon, este é meu amigo Jasper. Poderia me fazer o favor de deixá-lo te comer, assim ele pára de andar por aí como um cachorrinho perdido? Controlei uma risada com esse pensamento.
Quando chegamos no colégio, tive a idéia de estacionar ao lado do Porsche da Brandon. Era o mínimo que eu podia fazer pelo coitado. Ela ainda estava no carro, os braços gesticulando amplamente, falando animadamente com alguém no banco de passageiros.
"Oh, Merda!" Jasper se encolheu em seu banco e virou-se para mim com um sorrisinho."Você perdeu toda a empolgação com a garota nova, não foi?"
"Garota nova?" Eu perguntei em um tom de tédio e fechei os olhos. As pessoas aqui sempre pareciam selvagens com carne nova. Não podia ligar menos.
Jasper rolou os olhos com minha indiferença óbvia "Sem essa, cara. Você vai se ferrar com isso. A Garota Nova é a prima louca da Alice. Ela se mudou para a casa dela há uma semana." Eu franzi a cara. Eu tinha uma nova vizinha e nem sabia. Não. Eu tinha uma vizinha louca e nem sabia. De repente, fiquei interessado. Não é lá tão confortável viver á tão pouca distancia de alguém louco. Gesticulei para que ele continuasse e abri os olhos para olhar pra ele. Satisfeito com minha reação, Jasper se endireitou e continuou.
"Na quarta, o Newton tentou jogar seu 'charme' para ela na aula de Biologia, e ela simplesmente surtou. Teve um tipo estranho de colapso emocional ou alguma porra assim. Ela começou a chorar e tremer, e depois saiu correndo da sala. Foi um show e tanto. Eu pensei que Mike finalmente tinha recebido a reação correta à sua técnica de apertar bundas, mas quando o Crowley tentou ajudá-la ontem depois de ela tropeçar, ela fez a mesma coisa." Ele terminou com um dar de ombros.
Logo depois, Brandon e sua passageira saíram do carro, e começaram a andar em direção ao prédio. Eu não consegui ver o rosto da passageira, pois estava escondido atrás de seu longo cabelo castanho e debaixo do capuz preto. Eu assumi que era a Prima Louca, ou Garota Nova. Ela pareceu arrastar seus pés preguiçosamente enquanto andava para o colégio.
Eu estava prestes a perguntar mais coisas para o Jasper sobre a instabilidade mental da Garota Nova, mas sua atenção estava totalmente na Brandon. Eu suspirei e saí do carro em direção à aula.
BPOV
Alice não calava a boca sobre essa festa de hoje à noite. Estávamos eu seu super-lindo-maravilhoso Porsche amarelo, esperando o sinal bater para irmos pra aula.
"Vai ser tão divertido, Bella! As festas do Emmet são eventos lendários! Você tem que ir; todo mundo vai estar lá!" Ela cantou pra mim.
Era exatamente por isso que eu não queria ir. A idéia de estar numa casa cheia de garotos bêbados me deu sérios arrepios.
"Alice" Eu implorei quietamente "Por favor, não me faça ir à está coisa. Eu me sinto muito desconfortável com essa idéia toda." Eu não queria contar à ela o verdadeiro motivo de eu não querer ir, deixaria ela desconfiada, e os boatos na escola já estavam chamando a atenção dela para meu comportamento.
Ficou silencioso por um momento, e eu tive certeza que tinha ganhado a guerra, mas quando eu olhei de volta para ela, soube que tinha perdido. Ela estava me dando o clássico "Olhar de Cachorrinho Perdido". Ninguém conseguia dizer não para aquele olhar, mesmo se quisesse. E sinceramente, eu queria mostrar a ela que eu podia ser normal por uma hora ou duas, esperando que isso talvez atenuasse sua preocupação comigo por um tempo.
"Ugh! Tá bem! Eu vou com você e converso com a Rose por alguns minutos, depois eu volto para casa!" Eu disse irritada.
Ela deu um gritinho e começou a pular em seu banco. "Você vai ver, Bella, vai ser divertido!" Eu revirei meus olhos e abri a porta do carro assim que o sinal tocou. Respirava fundo nessas horas, andando através do campus e sentindo os olhares de todos em mim. Capuz para cima, cabeça pra baixo, era o meu lema. Estava me sentindo cada vez mais cansada a cada segundo. As horas do dia sempre ampliavam minhas sonecas.
Eu ouvia passos e sussurros enquanto passava pelos grupinhos de pessoas. Não conseguia ouvir o que eles diziam por que eu me desligava de tudo intencionalmente, e voltava para o estado entorpecido que eu costumava ficar em dias de aula. Eu já tive três episódios com caras me tocando, e imaginei que já era o alvo de piadas do colégio agora. Como se lesse minha mente, Alice se esticou para meu ouvido. "Eu prometo que não vou deixar ninguém te perturbar." Ela sussurrou e deu um tapinha no meu braço.
Mas eu nem respondi; só continuei andando com a cabeça baixa, e meus pés se arrastando contra a onda de exaustão que surgia em mim.
Quando chegou a hora do almoço, percebi que estava sendo evitada por todo corpo estudantil. Esse fato me deixou tão aliviada, que quase sorri. Quase. Faz tudo ficar tão mais fácil, ser evitada. Eles ainda faziam aquilo de "passos e sussurros", mas com isso eu podia lhe dar.
Eu nunca comia a comida da escola, então eu mesma fiz meu saquinho de Gingerbread Zombie e me sentei no final da mesa junto com Alice, e de frente para Rosalie, a melhor amiga de Alice e namorada de Emmet. Emmet e Rose eram ambos do último ano, mas aqueles dois e Alice eram quase inseparáveis. Me disseram que eles eram os mais populares do colégio, e eu podia facilmente entender o porquê. Rose, com sua beleza, Alice, com seu super dom de fazer amigos e sua alegria contagiante, é claro, Emmet, o grande zagueiro do time de futebol que todos morriam para impressionar.
Emmet e eu não nos falávamos muito, principalmente porque ele me apavorava, mas Rose e eu estávamos nos aproximando de uma amizade.
Eu disse um rápido "Oi" e procurei meu livro em minha mochila. Tinha acabado de pegá-lo na biblioteca. Já não tinha mais minha velha coleção de livros, então sempre tinha que pegar emprestado. Mas mesmo os livros sendo ruins, eles sempre mantinham minha atenção longe daquele lugar lotado.
Eles sabiam que nem valia a pena me incluir na conversa – que parecia ser centrada na festa de hoje à noite – então eu só ruminei meus cookies e comecei a ler com a cabeça baixa. Isso era o que fazia todos os dias: tentar ser invisível.
O som do sinal trouxe minha atenção de volta para a cafeteria, então eu rapidamente guardei meu livro e fui para a sala de Biologia. Eu gostava dessa aula porque eu tinha uma mesa de laboratório só para mim, e às vezes eu podia até tirar uns minutos de cochilo. Sr. Banner nunca reclamou disso pois ele sabia que já tinha estudado tudo aquilo em Phoenix.
Mantive minha cabeça baixa por todo caminho até a sala, andando levemente mais devagar do que o normal. Minha exaustão estava rapidamente me dominando, fazendo com que minhas pálpebras caíssem e meus passos se arrastassem, além do esforço que eu fazia para ficar coerente. A única coisa que me mantinha acordada era a fria chuva ensopando meu capuz e um pouco de meu cabelo. Acorda! Acorda! Acorda! Eu gritava para mim mesma mentalmente, esfregando meus olhos furiosamente com meus punhos em uma tentativa de adiar o inevitável.
Assim que me sentei na sala de Biologia, sabia que precisava cochilar por pelo menos dez ou vinte minutos. Sabia que estava forçando quando me mantinha acordada na aula de Inglês, mas tinha o trabalho para entregar. Era melhor para eu dormir aqui, no colégio, onde o som do sinal me mantinha atenta quando necessário; sabia que nunca podia dormir o bastante para sonhar. Cruzei meus braços em cima da mesa e deitei minha testa sobre eles. Ouvindo os passos ao meu redor enquanto as pessoas assumiam seus lugares, e olhando para a escuridão criada pelo véu de meus braços e cabelo; lentamente deixei meus olhos se fecharem, e dei boas-vindas à inconsciência.
EPOV
A Prima Nova Louca estava desmaiada na minha mesa de laboratório quando entrei na sala de Biologia. Então agora vou ficar aqui sentado olhando para seu negro capuz ensopado com uma careta de desdém. Deve ser legal... Eu pensei amargamente, enquanto começava com meu – não, nosso –trabalho de laboratório. Eu devia acordá-la como o chato que definitivamente sou. Devia arrancar aquele capuz de sua cabeça e começar a sacudi-la. Devia ter dito ao Sr. Banner que não estava tudo bem com a situação quando ele me perguntou. Mas não. Quase parecia um sacrilégio perturbar algo tão pacifico e inatingível quanto o sono.
Então eu engoli minha irritação e inveja, assinei a porra do acordo, e esperava sinceramente que ela gostasse de seu A. Assim que terminei, imediatamente me arrependi de ter feito tudo tão rápido. Não tinha absolutamente nada para tirar a minha atenção do fato de que quase não conseguia manter meus olhos abertos. Comecei a fazer o que sempre faço nessas situações: olhos se fechando, cabeça caindo, e depois acordo de novo. Fiz isso cinco vezes antes de passar a mão por meu rosto com força, e olhei com fúria para a figura adormecida a meu lado. Vadia Idiota. Eu podia ouvi-la respirando profundamente no silêncio da sala, e ela estava emitindo o mais suave ronco, e tinha certeza de que era o único que podia ouvir aquilo.
Era quieto, profundo, e repetitivo, como uma canção de ninar. E estava me fazendo ficar ainda mais cansado do que eu já estava. Ainda faltavam vinte minutos de aula. Sacudindo minha cabeça ferozmente, decidi que não aguentaria mais a tentação. Levantei minha mão e pigariei para chamar a atenção do Sr. Banner quando ele não olhou para mim.
"Sim, Sr. Cullen?" Sr. Banner perguntou em um tom de sabedoria. Eu frequentemente pedia dispensa da aula em horas como essa. Sr. Banner era o mais fácil professor quanto ao assunto de privilégios.
"Com licença, Sr. Banner, mas poderia por favor sair mais cedo hoje?" Eu perguntei o mais educadamente possível. Esperava que ele não reparasse que minhas palavras estavam um pouco sonolentas. Quando ele me deu um olhar desconfiado, eu acrescentei. "Afinal, estou trabalhando por dois esta tarde." Apontei com minha cabeça na direção da Garota Nova, Prima Louca, Vadia a meu lado e sorri.
O Sr. Banner deu um longo suspiro, mas assentiu. Ele permitia o comportamento mal-educado dela, por motivos desconhecidos a mim, então ele devia ser justo com todos. Com um sorriso triunfante, eu guardei minhas coisas. Bem quando ia me levantar, eu ouvi um silencioso choro ao meu lado. Eu olhei e percebi que ela estava tremendo levemente em seu sono. Eu a olhei tremer por um momento, e considerei acordá-la do que devia ser um pesadelo, mas decidi que melhor não. É isso que dá. Eu sorri malignamente.
Com essa decisão tomada, levantei de meu banco e rapidamente saí da sala, fechando a porta atrás de mim. Não prestei atenção nos gritos altos e estrangulados saindo do prédio de ciência atrás de mim enquanto ia para meu Volvo.
"Voltarei no Domingo à tarde. Estou confiando em vocês dois que não irão se matar em minha ausência. " Disse Carlisle distraído enquanto rondava a sala pela segunda vez, tateando os bolsos, tentando localizar as chaves. Às vezes posso jurar que compartilhamos DNA.
"Ah, vai Carlisle, eu e meu amigão aqui?" Disse Emmet jogando seus grandes e suados braços sobre meus ombros enquanto sorria.
"Pelo amor de Deus, Em. Você fede pra caralho, vai tomar um banho antes que Carlisle te dê um sermão sobre os benefícios de um desodorante!" Eu disse e tirei seus braços de mim com nojo. Ele sempre fedia quando voltava de seus treinos, e eu mal podia esperar pra tomar um banho e me livrar de seu fedor. Mas Carlisle ia sair para alguma conferência de médicos na Costa Oeste, então eu tinha que lhe mostrar o filho bom que eu era.
Carlisle balançou a cabeça com desaprovação e deixou escapar um suspiro exasperado. "Por favor, Edward. Não use esse tipo de linguagem. " Ele zangou e continuou com o seu perseguir.
Eu sorri maliciosamente. "Claro, Papai C." Ele odiava quando eu o chamava assim. Assim que as palavras saíram de minha boca, ele achou suas chaves no sofá e as pegou com um sorriso vitorioso. Pegou sua maleta e passou pela porta, mas parou e virou-se para Emmet, franzindo o nariz. Eu sorri um pouco assim que ele percebeu que eu tinha razão.
Por favor dê o sermão sobre desodorante. Eu implorei com meus olhos para Carlisle. Mas ao invés disso, ele juntou as sobrancelhas e franziu o rosto pra mim.
"Edward, quando foi a última vez que você dormiu?" Ele perguntou, com um tom preocupado. Tive que controlar um gemido.
"Dormi ontem à noite; é só que eu tive um longo dia."E não era uma mentira. Ele me olhou cético por um momento, mas finalmente assentiu.
"Vá dormir cedo hoje então, você parece exausto." Ele disse e se virou novamente para a porta, mas parou e acrescentou. "Emmet. Desodorante.É só o que digo." Eu ri sombriamente enquanto ele saía da casa, e fui subir as escadas para meu quarto para me preparar para a longa noite que viria.
