Disclaimer:
Metal Gear Solid 4 e seus personagens são criações de Hideo Kojima e seus direitos pertencem à Konami Digital Entertainment Co., Ltd. Esta obra não tem fins lucrativos.
Thank you, Mr. Director.
Vou tomar como ponto de partida a metade final do Segundo Ato de Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots e a história vai seguir até o epílogo do jogo. Como a premissa da fiction é uma participação bem maior de uma das personagens na história, isso vai afetar muita coisa do storyline. Pra falar a verdade, essa personagem vai se tornar uma das principais.
Alguns acontecimentos de MGS4 vão permanecer, mas a forma como os personagens vão se comportar vai ser diferente, e ainda vou mudar muitas coisas do desenvolvimento e final do jogo, então se você ainda não jogou MGS4, não se preocupe taaaanto com os spoilers. O final que tenho em mente, por exemplo, é bem diferente do original no game.
PRÓLOGO: Ela e ela nos céus, gritando e caindo.
"Alguma coisa no passado dela?"
Suas mãos tremeram. Ela não agüentou e a deixou cair. Perdeu a conta de quantas vezes aquilo aconteceu nas últimas horas. A faca caíra dez vezes, ou talvez algumas dezenas. Ou centenas. Por mais que quisesse, não conseguia segura-la. Seus dedos não a obedeciam, era impossível que eles se fechassem e segurassem o cabo da faca.
"Isso mesmo, ela era de um pequeno vilarejo na Escandinávia..."
"...conhecido como Vilarejo do Diabo – não me pergunte porque – mas não era conhecido por diabos, e sim pelos polvos. Esse era um dos poucos lugares da Europa que as pessoas tinham o costume de comer polvos"
"Havia aquele culto de malucos que não gostavam deles e da noite para o dia resolveram pegar armas e invadir o vilarejo. Então, quando ela era apenas uma adolescente, as coisas ficaram feias"
Esperou ouvir o barulho do aço chocar-se com o chão de madeira. Aguardou dois, três, quatro segundos e nada do som. Ela sabia o que havia acontecido. Aos poucos foi abaixando a cabeça, cores avermelhadas começavam a preencher sua visão. Quando via quase que exclusivamente vermelho, sua cabeça já estava completamente baixa. Seus olhos encontraram a faca, fincada no peito de uma pessoa. A garota já nem sabia mais quem era, pelo tamanho e formas provavelmente era outra menina de sua idade, quem sabe até fosse uma amiga sua. Era impossível identifica-la.
As duas órbitas vazias, cobertas apenas de sangue, encaravam os olhos azulados da garota da faca. Os cabelos claros e encaracolados do cadáver emaranhavam-se com o sangue agora seco criando uma cena que ela mal podia suportar. Não importava para onde ela olhasse, iria encontrar a mesma coisa: corpos e mais corpos.
Cada pequeno corte, cada perfuração, cada horrível e demorada decapitação, vieram de suas mãos. Ninguém foi perdoado. Amigos, conhecidos, vizinhos, irmãos, irmã, pai. Teve de repetir o processo em cada um deles, teve de ouvir seus gemidos e murmúrios de dor, as palavras de ódio, as maldições, as lamentações. E o pior de tudo: teve de rir o tempo todo. Teve de rir enquanto torturava e mutilava sua irmãzinha de apenas dois anos.
"Eles forçaram ela a torturar e matar seus amigos e familiares. O que ela podia fazer? Dizer não? Iam matá-la se fizesse isso."
Tremendo, ela pegou novamente a faca, tirando-a lentamente do cadáver. O sangue jorrou do ferimento de encontro a sua face. A garota deu um grito e se jogou no chão esfregando as mãos furiosamente no rosto tentando tirar o líquido vermelho dali. Não demorou muito para ouvir o barulho de botas pisar no sangue espalhado pelo chão. Alguém se aproximou e a chutou, em seguida segurando-a pelos cabelos loiros e longos a levantou até que ficasse de pé.
- O que foi que dissemos? Toda vez que deixar cair a faca no chão é pior pra você. Vai ter que agüentar mais um de nós.
- M-me d-desculpem.
- Desculpas? Você acha que merece ser desculpada, diaba? Depois de tudo que fez?
O homem encapuzado sorriu e empurrou a garota, fazendo com que caísse no meio de dois corpos sem braços e pernas. Deitada, ela olhou para o lado. Um dos corpos era de seu irmão. O seu rosto retorcido a encarando com dois olhos esbugalhados e sem vida. Ela não agüentou mais, gritou alguma coisa incompreensível e a uma velocidade que não sabe de onde veio pôs-se de pé e com a faca em uma das mãos puxou-a com força de encontro a seu peito, tentando acertar o próprio coração.
Antes que a ponta encostasse em seu corpo, um barulho alto e seco pode ser ouvido no ar. Um tiro certeiro na mão que empunhava a faca e fez com que essa caísse. A menina se ajoelhou no chão cheio de sangue. As duas mãos, uma segurando a outra ferida estavam de encontro ao seu peito enquanto gritava e chorava de dor. O mesmo homem que a jogou no chão voltou a se aproximar. Apontou seu rifle para a cabeça da garota e gritou alguma coisa, mas ela não deu atenção. Com o cano de sua arma ele levantou o rosto da menina e esperou até que lhe desse atenção.
"Então ela deixou o medo tomar conta e fez exatamente o que eles mandaram. Matou aqueles que amava e riu enquanto fazia isso."
- Não é para chorar. Nós mandamos você rir!
Foi quando um pensamento ocorreu à menina. Levou sua mão machucada de contra a pequena luz no teto daquele porão e com seus olhos chorosos e vermelhos analisou o ferimento de bala, o buraco deixado pela munição de calibre alto quase deixava com que a luz passasse. Nesse momento que sua expressão mudou, os lábios retorcidos de dor e sujos de sangue começaram a mudar, os olhos que até então só tinham espaço para lágrimas ficavam cada vez mais vazios.
Ao mesmo tempo que entendia o que acontecia, se odiava por isso. Ela percebeu que chorava mais pela dor do ferimento do que pela matança. Pensou então, que não haveria outra alternativa. Talvez o melhor a se fazer naquele momento fosse rir mesmo.
Notas do autor:
Bom, é isso aí. Minha primeira abordagem solo de Metal Gear Solid.
As falas em aspas são diálogos traduzidos do jogo, contando o background da personagem. Eu só tentei transcrever o incidente e transformá-lo em um prólogo.
Esse início teve só uma ou duas páginas (do word) e a fiction já está em 40 e poucas. Isso antigamente renderia uns 3 capítulos meus, mas resolvi deixa-los com menos páginas quando começei a ler umas fics imensas e percebi o quanto era chato rs.
