Capitulo 1
Depois de ter olhado novamente para o relógio, percebi que eram sete e meia, ou seja, tinham passado apenas dois minutos desde a última vez que o tinha feito. Provavelmente devo estar nervosa. Então peguei no cartão que Bill enviou juntamente com o vestido e li novamente o que lá estava escrito.
"Devo-te uma noite só para nós há algum tempo. Gostaria imenso que usasses isto hoje à noite.
Bill "
Já estava pronta há quase meia hora. Depois de ter chegado a casa do meu turno e de ter tomado um banho, tinha vestido o vestido lilás que Bill me mandara, escolhido uns sapatos de salto alto prateados e uma bolsa a condizer. Coloquei uns brincos e um colar de pérola, apliquei maquilhagem suave e coloquei um pouco de perfume. Finalmente, quando o cabelo secou, enrolei-o numa espécie de coque. Na realidade tinha-me despachado demasiado cedo porque sendo ainda Verão, o anoitecer era só daqui a quase uma hora. Para passar o tempo decidi ligar a televisão e assistir a um programa de cozinha.
Eram nove e meia quando ouvi alguém bater à porta. Desliguei a televisão, dei uma rápida olhadela no espelho para ter a certeza que estava tudo no sítio, peguei na bolsa e depois abri a porta. Bill estava à porta envergando uma fato preto, uma camisa branca e uma gravata vermelha. Ficamos ali a por uns momentos a olhar um para o outro até que Bill disse:
- Estás encantadora Sookie.
- Obrigado Bill. Tu também estás muito bem. Queres entrar ou…
- Não obrigado. Vamos? – perguntou Bill estendendo–me uma mão e eu cobria com a minha.
- Sim vamos.
Bill abriu a porta do passageiro e ajudou-me a entrar, depois entrou no lado do condutor e ligou a carro. Permanecemos calados durante alguns longos minutos durante a viagem mas não era um silêncio constrangedor. Era tranquilizador porque ambos apreciávamos estar na presença um do outro. Além disso, Bill proporcionava-me outro tipo de silêncio, um silêncio mental por não conseguir ler os seus pensamentos, o que era fantástico sobretudo depois de ter estado a trabalhar no meio de uma multidão ouvindo todos os seus pensamentos. Fui a primeira a quebrar o silêncio.
- Aonde vamos Bill?
- Vamos a um restaurante francês que fica antes da saída de Bon Temps.
- Acho que nunca ouvi falar mas também não costumo ir a restaurantes por isso.
- Podemos mudar isso. – Bill sorriu daquela forma que eu tanto adorava e que sempre me fazia suster a respiração.
O resto do caminho foi feito maioritariamente sem palavras, apenas com uma conversa ou outra . Quando finalmente chegámos, Bill parou o carro no grande parque de estacionamento do restaurante. Depois saiu e dirigiu-se para o outro lado do veículo para me abrir a porta e ajudar a sair. Quando estava cá fora, Bill beijou-me suavemente nos lábios e entrelaçou o seu braço direito no meu esquerdo. Caminhamos de seguida para o interior do restaurante – Maison Paris
O restaurante não era muito grande, provavelmente teria sido construído a partir de uma casa antiga. O seu interior era decorado com um estilo antiquado provavelmente Rústico ou Barroco. Tinha as paredes pintadas de castanho, nas janelas encontravam-se cortinas de cor creme, alguns quadros pendurados nas paredes e a iluminação era feita com pequenos candeeiros e algumas velas. As mesas eram quadradas, coberta por toalhas do mesmo tom das cortinas e rodeadas por cadeiras de madeiras escuras.
Há entrada encontrava-se uma rapariga com provavelmente a mesma idade que eu, com o cabelo escuro apanhado e envergando um vestido bordô que disse:
- Bem-vindo, Sr. Compton. Estávamos à sua espera. Vou pedir para colocarem a música.
- Obrigado. – respondeu Bill
- Bill, alugaste o lugar todo? – perguntei. Bill tirou o seu braço do meu passando a segurar-me a mão.
- Estar contigo não é algo que eu gostasse de dividir com outros hoje. – afirmou Bill enquanto descíamos as escadas para o salão.
- Bill, não precisavas de fazer tudo isto por mim. – disse olhando em redor
- Não há algo que eu ame mais do que te ver feliz. É um motivo bastante egoísta. – afirmou Bill sedutoramente enquanto se colocava atrás de mim para me tira o xaile dos ombros e a bolsa da mão.
- Eu sei que vou comer, mas o que vais fazer num restaurante para além de olhares para mim?
- Podemos dançar. – Bill pousou a bolsa e o lenço numa das cadeiras da nossa mesa, depois disse com um olhar sedutor e estendendo-me a mão direita – Posso?
Sorri e Bill puxou-me para ele, depois fez-me rodopiar nos braços dele e à sua volta. Quando parámos segurou-me nos seus braços sorrindo e deu-me um beijo doce nos lábios. Depois puxou a cadeira para eu me sentar e sentou-se no do lado oposto. Alguns segundos depois, a rapariga voltou e entregou-me uma ementa e disse que voltaria para recolher o meu pedido. Acenei com a cabeça e sorri.
Depois de ter feito o meu pedido, Bill perguntou-me como tinha corrido o dia e eu contei-lhe o que a maior parte da cidade dizia e pensava e sobre Eggs e por um momento fiquei preocupada com ele. Depois de descobrir que tinha sido ele a cometer aqueles crimes, o que faria ele?
Quando acabei o gelado, que como o resto da refeição foi maravilhoso, disse sorrindo:
-Até é bom que não comas, porque eu não iria partilhar com ninguém. – Bill revirou os olhos. – Não consigo imaginar uma maneira de superar a melhor refeição da minha vida.
- Eu tenho mais uma coisinha. – disse Bill tirando do casaco um envelope fino azul.
- Bilhetes de avião? – depois de abri o envelope perguntei – Onde fica Burlington?
- Fica em Vermont.
- Vermont. Por que iriamos… - e foi então que percebi. Vermont era o estado que tinha permitido o casamento entre humanos e vampiros.
- Esta a outra parte. – disse Bill tirando do casaco uma caixinha preta de veludo e estendendo-a na minha direção.
Olhei para Bill antes de pegar na caixinha. Sorria de uma forma que nunca antes vira. Quando abri a caixa não consegui conter um suspiro. Lá dentro havia um anel com um diamante. As minhas suspeitas estavam confirmadas. Ninguém oferece um anel destes a não ser que…
- Menina Stackhouse, dar-me-ia a honra de se tornar minha esposa? Isso se a noite passada não te tiver traumatizado.
Fiquei calada. Durante o que me pareceu um longo momento, não disse nada recordando os sonhos que tivera quando era mais nova sobre este dia.
- Sookie… diz qualquer coisa
- Sonho com isto desde pequena. – confessei e baixei a cabeça porque lágrimas começaram a deslizar-me pela face. Abri os olhos e vi a face de Bill esperando, como se o mundo dependesse da minha resposta. Também por que estava eu a demorar tanto tempo se sabia perfeitamente o que queria dizer. – Sim. Claro que sim.
Se Bill respirasse diria que ele tinha soltado o ar que tinha estado a conter. Sorriu de tal forma que me fez perder o fôlego por um segundo e disse:
- Obrigado
Tão rápido que eu nem consegui ver Bill levantou-se da sua cadeira, pegou em mim e fez girar no ar. Quando me voltou a colocar no chão, beijou-me apaixonadamente.
- Amo-te Sookie! – exclamou Bill. Retirou o anel da caixa, colocou-o no meu anelar esquerdo e beijou a minha mão.
- Também te amo Bill.
Abracei Bill e senti que chorava. Afastei-me e olhei-o. Duas lágrimas vermelhas escorriam pela sua face.
- Oh Bill, não chores. – disse limpando-lhe a cara
- É só que por um momento pensei que fosse recusar, que me fosse atirar à cara que eu sou um vampiro e tu és mortal e que nunca poderias ter uma vida comigo.
- Bill, o que te fez pensar que faria tal coisa? Por que haveria eu de julgar-te por seres diferente agora se nunca o fiz antes e eu própria também sou diferente? Aliás, agora nem sei bem o que sou. Talvez um alien.
- Oh Sookie…- Bill colocou as mãos na minha face – Não sejas tonta. Sabes que eu te amo como és e que tal como tu nunca te julguei por seres diferente porque, aliás, foram as tuas pequenas particularidades em relação aos outros humanos que me fizeram ficar atraído por ti. Tu és o meu milagre! Fizeste-me sentir quase humano depois de 143. És o amor da minha vida e o que sinto por ti é algo quase inexplicável, é algo que nunca senti antes.
- E tu fizeste-me recuperar numa altura má ou melhor péssima da minha vida. Fizeste-me evoluir de uma rapariga de 25 anos para a mulher que sou hoje e deste-me alegria e paz à minha vida. Sacrificaste a tua vida por mim e tudo isso foi algo que ninguém alguma vez fez por mim. – voltou a beijar-me e depois manteve-me nos braços dele
- Queres mais alguma coisa Sookie ou pudemos ir para casa?
- Não quero mais nada, obrigada. Mas então e a Jessica?
- Ela foi falar com o Hoyt e só volta às 4h.
- Então nesse caso, vamos.
Bill deu-me aquele sorriso sexy que eu tanto adorava e beijou-me suavemente. Depois de pegar na minha bolsa, Bill deu-me a mão e dirigimo-nos para a receção. Alguns momentos mais tarde a rapariga, que pelos seus pensamentos descobri que se chamava Dorine e que era francesa, voltou. Bill efetuou o pagamento e tentei controlar-me quando vi o número que se apresentava na conta. Bill sorriu e eu retribui-lhe.
- Boa noite para os dois. Voltem sempre. – disse Dorine
- Obrigado. Igualmente. – retribuímos Bill e eu simultaneamente.
Quando chegámos junto do carro, Bill abriu-me a porta e com a sua velocidade de vampiro, dirigiu-se para o outro lado do carro, entrou e ligou o carro em menos de 2 segundos.
O caminho de volta para casa foi tão ou mais silêncio que o para o restaurante mas continuava a ser aquele silêncio de paz e alegria por estamos na companhia um do outro. Bill conduzia mais rápido do que o habitual – tirando aquela vez em que viemos de casa de Jessica- e de tempos a tempos voltava a face para me olhar e sorria. Eu retribuía-lhe o sorriso e depois ele voltava-se novamente para a estrada. Nunca vira Bill sorrir tantas vezes e através do nosso elo consegui sentir ondas de felicidade e paixão.
Ao chegarmos a casa de Bill, ele voltou a abrir-me a porta mas desta vez ergueu-me e segurou-se nos seus braços, como se fosse uma criança.
- Bill sabes que eu sou perfeitamente capaz de andar?
- Estou plenamente consciente disso. No entanto eu gosto de te carregar.
Revirei os olhos e Bill subiu as escadas que davam acesso ao seu alpendre, abriu a porta de casa e fechou-a atrás de si quando já nos encontrávamos na sua grande entrada. Pousando-me no chão com cuidado, Bill beijou-me apaixonadamente e sussurrou-me ao ouvido:
- Que tal se nós fossemos celebrar esta noite encantadora, Sookie?
- Parece-me uma ideia maravilhosa. – respondi sentindo um arrepio ao ouvir a sua voz fria no meu ouvido.
- Então não percamos mais tempo.
Com a sua velocidade de vampiro, Bill levou-nos para o andar de cima, para o seu quarto e pousou-me no chão. Aproximou-se de mim e acariciou-me o pescoço com o nariz frio. Sentia-me aquecer e a sensação provocada pela nossa diferença de temperatura era agradável. Bill percorreu com os dedos a minha pele, desde os meus ombros, através do meu pescoço até ao meu cabelo e solto-o fazendo-o cair sobre os meus ombros. Desabotoei-lhe o casaco e fi-lo descer pelos seus ombro, deixando-o cair no chão e Bill colocou as duas mãos emoldurando a minha face, aproximando-se em seguida para me beijar e senti as suas presas estenderem-se. Quando tive que quebrar o beijo para respirar, sentei-me na sua cama e descalcei os sapatos que já me tinham começado a fazer doer os pés, conseguia sentir os olhos de Bill pousados em mim.
- Bill?
- Sim Sookie?
- Sobre o casamento, tenho uma condição.
Bill estacou por um momento e depois acenou com a cabeça.
- Diz…
-Eu… hum… quero que o nosso quarto seja como o de Dallas… à prova de luz. Detesto que tu tenhas que me deixar sozinha ao amanhecer e não poder acordar nos teus braços, fiquei mal-habituada em Dallas.
Bill soltou um riso abafado e depois disse:
- Por um momento assustaste-me! Eu também adoraria isso. Sei que ficas triste quando me vou embora e eu também fico. Não sabes o quanto é difícil deixar-te. Agora só tenho uma questão qual é o "nosso quarto"?
Corei e baixei o olhar. Claro que tola! Lá por que dormes com ele na casa dele não quer dizer que o quarto também seja teu!
- Hum… – murmurei incapaz de olhá-lo mas Bill colocou um dedo no meu queixo e ergueu-o para que os nossos olhos se encontrassem. Oh Deus! Eu amo aqueles olhos! Azuis como duas safiras.
- Sookie, eu estava a brincar não precisas de ficar envergonhada. O que é meu é teu e tendo em conta que esta cama é aproveitada apenas por nós os dois eu diria que sim, esta é a "nossa cama" e eu teria todo o gosto em prová-lo agora por isso…
Bill aproximou-se e a sua boca encontrou-a minha. A sua pele resplandecia mesmo com a pouca iluminação do quarto. Onde fui eu arranjar tanta sorte? Bill continuou a beijar-me mas agora na testa, nas bochechas e no pescoço.
- Oh Sookie, eu amo-te tanto!
- Eu também te amo Bill.
- A tua pele cintila como se estivesse coberta por minúsculos diamantes e cheira… hum… ao sol.
Tirei-lhe a gravata e comecei a desabotoar a sua camisa, fazendo-a depois deslizar pelos seus ombros, enquanto Bill me beijava novamente. Depois afastei-me e Bill retirou-me o vestido pela cabeça deixando cair no chão. Bill rapidamente acabou de nos despir e depois debruçou-se por cima de mim, começando a beijar-me por todo o corpo. Com as minhas mãos delineei os contornos do seu peito e dos seus ombros.
- Sookie, eu amo-te…- Bill murmurou antes de entrar em mim e me fazer gemer. A sua boca encontrou a minha e beijou-me cuidadosamente para não me cortar com as presas, enquanto se movia com empenho.
Libertando-me do beijo, acariciei o cabelo escuro de Bill enquanto ele baixava a cabeça para me morder no ombro esquerdo e sugar o sangue, lambendo depois a pequena ferida.
Colapsei exausta nos braços.
- Amo-te Bill.
- Também de amo Sookie. Para sempre.
Bill acariciou-me o cabelo e eu deitei a cabeça no seu peito, esperando, estupidamente, ouvir o seu coração bater. Soltei risos.
- Que tem tanta graça?
- Estava a pensar que às vezes é estranho não ouvir o teu coração bater.
Bill soltou um riso abafado.
- Sookie como já te tinha dito, eu não sou humano, estou morto e não tenho impulsos elétricos.
- Sim e nós vivemos graças a magia, não é assim?
Bill acenou e beijou-me a testa.
- Vamos contar à Jessica hoje?
- Não. Estás cansada e não sei a que hora é que ela volta. Amanhã, contamos-lhes.
- Tens razão… - disse ensonada.
Antes de cair num sono profundo nos braços de Bill, passou-me pela cabeça novamente Eggs e o seu problema.
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