N/A: Yoo minna! o/

Bem, tal como já tinha dito antes, eu tinha um novo projecto em mente. Algo mais ou menos parecido com Beyblade, o Retorno, de Anamatéia Hayka. Esta nova fic envolve muito os sentimentos das personagens, os seus pensamentos, algo que vou tentar manter fiel ao anime, mas que vai ter é a minha interpretação, não é mesmo? 8D

Tem por base a história principal do anime, nada de personagens originais, nada de universos alternativos, nada de fichas, nada de jovens super maravilhosas e talentosas com um passado obscuro a intrometer-se na vida de Kai Hiwatari e deixá-lo apaixonado logo no primeiro capítulo, enfim, uma fic que faz falta na área de Beyblade.

Eu sei que sou das pessoas menos indicadas a falar sobre isso. É verdade, já fiz fics com aquela menina super maravilhosa e talentosa, mas eu tinha quinze anos e era a minha primeira fic! Dêem um desconto! 8D A maioria das minhas fics têm sido com personagens originais, mas acho que já faço as coisas de forma coerente. u.u E, no momento, acho que estou capaz de arriscar-me por caminhos mais complicados. 8D

Esta fic é como uma homenagem ao espírito, que eu acho, que Aoki Takao tentou transmitir aos jovens que assistiram o anime. Apesar do mais chamativo ser os combates de beyblade, os enredos da história, as personagens, para mim, o que sempre me chamou mais a atenção foi a amizade. Não uma qualquer! Mas sim a dos Bladebreakers.

Eu comecei a ver o anime com treze anos e a série acompanhou-me dos treze aos quinze. Nessa altura, eu era bem idiota. (xD) Não sabia pensar por mim, não via quem eram os verdadeiros amigos. O sentimento de confiança e partilha entre os Bladebreakers tornou-se no meu pilar. Eu admirava-os completamente. Quando soube que na terceira temporada se iriam separar, eu chorei! Mas chorei mesmo! Este anime foi a minha vida durante três anos e, eu sei que isto vai parecer idiota, mas muito da pessoa que sou hoje foi graças a ter sonhado com aqueles cinco rapazes durante três anos.

Beyblade foi um anime que me marcou muito pela positiva. E eu acho que ele merece mais! Quer fics, quer a continuação que vão fazer! Já soube algumas coisas e tenho mesmo pena que não seja com as personagens de Aoki. Mas talvez a qualidade fosse diminuir se utilizassem as mesmas. Esperemos que a nova série inspire crianças idiotas como a Xia que está aqui hoje. xD

Acho que já chega de histórias lamechas que ninguém está interessado em saber. 8D Até pareço uma velhinha a falar! u.ù Passemos à fic que é para isso que vocês vieram aqui. Não sei o que vão achar, mas isso depois é nas reviews que vão tão generosamente mandar, né? 8D

Bem, mas antes de se atirarem à fic só quero que tenham isto em mente: lembram-se do espírito dos rapazes na terceira temporada, quando se separaram? Pois é esse espírito, nessas personagens, que têm de pensar antes de tirarem alguma conclusão. Eu sei que os rapazes ficaram a dar-se bem depois de tudo, mas imaginem que não foi bem isso que aconteceu…

Divirtam-se e boa leitura!

Advertências: Fic do género Friendship/Angst; número de capítulos definido até ao momento: 9; provavelmente terá insinuações de yaoi, mas sem fundamento 8D; a fic passa-se três anos após o último campeonato contra a BEGA.

Disclaimer: Beyblade pertence a Aoki Takao. Fic escrita sem quaisquer fins lucrativos.


O Espírito do Beyblade

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Capítulo I

Bladebreakers...

Esse era o nome de uma equipa que num passado distante mostrara ao mundo o que era o Beyblade. Cinco rapazes que mal se conheciam puseram as suas diferenças de parte e começaram a trabalhar em conjunto, na tentativa de conquistar o sonho de todo o beyblader: ser campeão mundial.

Enfrentando inimigo atrás de inimigo, complicação após complicação, combate após combate, os cinco unidos conseguiram ultrapassar tudo. A amizade que os unia era forte o suficiente para não se deixar levar por ladainhas. A amizade deles era até mesmo capaz de quebrar o gelo puro.

Todo aquele que aparecia e tentava quebrar aqueles laços de aço era apenas reflectido, como se nunca tivesse tocado na firme ligação. A tentativa de os derrotar era sempre em vão, pois eles eram imbatíveis. Em qualquer que fosse a situação, eles conseguiam arranjar um jeito de dar a volta em seu favor.

Eles eram assim. Um exemplo a toda a equipa que ansiasse a vitória, que desejasse avançar e tornar-se os melhores. Ninguém conseguia igualar os seus feitos, a sua coragem, a sua amizade. O companheirismo que tinham entre si era incomparável. E era isso que os tornava os melhores. Era isso que os movia, que os animava em qualquer situação. Foi isso que eles esqueceram.

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"O Beyblade não tem a ver apenas com derrotar o oponente com movimentos engraçados. Isso é apenas parte do jogo."

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Abriu os olhos de repente. Aquelas palavras... tinham voltado a atormentá-lo. Durante mais uma noite inteira, elas haviam voltado.

Campeão Mundial...Bicampeão Mundial...Tricampeão Mundial...Bladebreakers.

As palavras mais ouvidas nos seus tempos de glória. Nos tempos em que estava junto dos seus amigos, a qualquer hora, qualquer dia, para o que quer que fosse. Nos tempos em que ainda se considerava feliz.

Levantou-se lentamente. Olhou para o relógio. Marcava, trocista, as 7h:15m, mostrando-lhe que o seu tempo para devaneios era curto. Morosamente, fez a cama e preparou-se para tomar banho. Já lá iam os tempos em que fazia tudo às pressas.

Deixou a água quente escorrer-lhe pelo corpo adulto, numa tentativa de limpar aquelas memórias. Tonto infeliz. Memórias dessas nem uma tempestade apaga. Ele sabia tão bem disso. Mas tentar não custa, não é mesmo? Enxugou o corpo, o cabelo, vestiu o uniforme do colégio e foi até à cozinha. Como acontecia todas as manhãs desde que se conhecia por gente, o seu avô estava lá a preparar-lhe o pequeno-almoço.

Deu os bons-dias ao velho homem, mas não deixou que uma conversa acesa tivesse início. Não tinha espírito para manter uma. Estranho... Já fora um dia chamado de tagarela. Agora não passava de uma sombra desse título.

Comeu devagar, não tendo realmente muito apetite. Até mesmo este decidira dar-lhe folga, pelos vistos. Agarrou na sua pasta, calçou os sapatos e saiu de casa. Para uma manhã de trabalho, as ruas estavam bem sossegadas. Poucas pessoas passavam por ele. Carros também eram quase nenhuns. As lojas também ainda estavam adormecidas, mas já preparadas para um dia cheio.

Bem, ao menos uma parecia ter acordado mais cedo. Em frente de uma vitrina, um grupo de crianças amontoava-se, quase se atropelando umas às outras para poder ver aquele algo tão importante. Ficou curioso, tinha que admitir. Aproximando-se do grupo ficou a observar o que tanto os entusiasmava. Como já era mais alto que eles não precisava de se infiltrar pelo meio para poder ver o cartaz colorido, tal e qual já fizera anos atrás. Tentou fixar-se nas palavras do cartaz, mas as vozes das crianças eram mais fortes.

- É ele! É mesmo ele!

- Não acredito que vai ser cá!

- O campeão vai vir cá!

A gritaria e entusiasmo excessivo teriam continuado se o dono da loja não expulsasse as crianças da frente da sua vitrina, dizendo que eles a estavam a sujar. Só aí ele pôde perceber o que se passava. Franziu a testa ao interiorizar o conteúdo do cartaz.

Uma foto bem grande de um rapaz com um grande sorriso e um beyblade na mão. Era um anúncio para um novo campeonato de Beyblade que se realizaria na sua cidade. O rapaz... era o novo campeão mundial e iria combater no campeonato. Não devia ter mais que treze anos. A mesma idade em que ele vencera o título pela primeira vez.

Afastou-se do local, irritado. As memórias que tentava suprimir voltaram num turbilhão. O ódio que já sentira tanta vez a querer afogar-lhe o peito, a trancar-lhe a garganta, a consumir-lhe a alma.

Bladebreakers... que palavra sem sentido!

_._._._._._._._._

- Max!

A voz do homem ecoou pelo cómodo, mas a resposta não foi devolvida. O rapaz continuou estirado sobre a cama, de olhos fechados, com o vício preferido dos adolescentes nos ouvidos.

- Max!

O homem voltou a chamar, mas foi em vão. Suspirou, derrotado. Se não o ouviria a bem, que fosse a mal então. Aproximou-se da cama, tirou um dos auscultadores dos ouvidos ao rapaz e voltou a chamá-lo. O susto que lhe pregou foi tão grande que achou um milagre ele não ter voado da cama.

- Pai! Para que foi isso? Quase morri de susto!

O homem riu do jeito irritado do filho. Levou as mãos à cintura e ficou a observar o rapaz. Dezoito anos... nunca pensou que isso acontecesse. O tempo realmente passa depressa. Já fazia três anos que tinham mudado de casa novamente. Após o último campeonato tiveram que sair da cidade. Ele conseguira um emprego melhor. O seu filho tinha ido consigo. Mas... a que preço?

- Desculpa, mas não me ouviste da primeira vez. - o rapaz sorriu, sem jeito. – Tens uma chamada à espera.

- Uma chamada? De quem? – perguntou, admirado. Não esperava que ninguém lhe ligasse naquele dia.

O homem voltou a sorrir. Um sorriso brincalhão e matreiro a atiçar o filho.

- Vais descobrir quando lá chegares!

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À quanto tempo... à quanto tempo não saía dali? Uma, duas, três horas? Ou seriam mais? Já não se lembrava. O tempo era tanto que já nem conseguia sentir a água fria percorrer-lhe o corpo. Nem o corpo, nem a mente. A vontade que aquela água gelada lhe lavasse a alma e levasse consigo aqueles pensamentos... Mas parecia bem mais o contrário. A corrente parecia estar a trazer-lhe cada vez mais lembranças, em vez de as levar.

Abriu os olhos devagar. Ainda estava no rio. A água continuava na sua incansável corrida até ao mar, passando por ele e nem notando que estava lá. Descruzou as pernas. Esticou-as e mergulhou-as na água. À quanto tempo... tudo aquilo tinha acontecido? À quanto... tempo...

- Ray!

A voz sempre alegre despertou o rapaz dos seus pensamentos. Ele viu a amiga acenar-lhe da margem do rio. Parecia segurar algo. Para ele. Acenou-lhe de volta e percebeu que deveria ir até ela. Desceu da pedra e aproximou-se dela, com o seu sorriso de sempre.

- Que foi, Mariah?

- Toma. É uma carta para ti. – respondeu-lhe a jovem, entregando-lhe o envelope.

- Uma carta...? – repetiu, estranhando o sucedido.

- Vá, abre! Acho que vais gostar de saber o que é! – disse Mariah, animada.

Ray fitou a amiga, confuso. Voltou o olhar para a carta e decidiu abrir. O que quer que fosse, certamente não seria pior que reviver aquelas lembranças.

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Praguejou mentalmente. Voltara a enganar-se numa palavra. Parecia que cada vez que tentava apressar a escrita só a atrasava mais com todos os erros que cometia. Aquele teclado... teria que arranjar um menos complicado e demorado.

Encostou-se na cadeira um pouco. Fechou os olhos por um momento e sentiu a cabeça latejar. Irritado, procurou pelos óculos sobre a secretária, finalmente colocando-os no rosto. Nunca pensou precisar de usar uns, pelo menos não tão cedo. Disseram-lhe que era apenas por causa do trabalho. Ridículo! O que o trabalho tinha a ver com a sua vista?

Resignou-se. Talvez tivesse. Ninguém o mandou trabalhar num escritório com as cortinas corridas e as luzes apagadas. Era estúpido, ele sabia disso. Mas toda aquela luz, toda aquela alegria do dia, toda aquela vida, irritavam-no. Tudo isso lembrava-o de que havia um mundo para além daquela empresa.

- Sr. Hiwatari. – a voz calma e delicada, típica de uma secretária, preencheu o cómodo escuro.

- Que foi agora? Não vê que estou ocupado? – disse-lhe num tom áspero, voltando a dedicar-se ao maldito documento.

- Desculpe incomodar, mas tem uma chamada na linha 1.

- Diga que agora não posso. – disse, sem ao menos olhar a mulher.

- Mas senhor...

- Eu agora não posso atender! – os seus olhos frios fitaram a mulher, com ódio. Ela, no entanto, permaneceu séria, como se nunca tivesse recebido tal olhar.

- É o Sr. Dickinson que está ao telefone.

- Dickinson...? – murmurou Kai, estranhando a chamada. – Passe a chamada.

- Sim senhor. Com licença.

_._._._._._._._._

- Sim, obrigado. Não se esqueça então de dizer ao Tyson. Adeus.

Após ouvir o sinal de impedido do outro lado da linha, pousou o telefone calmamente. Finalmente, tinha entrado em contacto com todos. Se era o que devia fazer, já isso era outra história.

- Tem a certeza que isto vai dar certo? – a voz despertou-o, exteriorizando o que mais o preocupava. Deu um pequeno sorriso e voltou-se para o seu acompanhante.

- Não sei. Acho que teremos de esperar para ver.

- Ver o quê, exactamente? Depois de tanto tempo, depois de tudo o que aconteceu, acha que eles vão simplesmente abraçar-se e celebrar?

- Não deveriam? – questionou o homem, já mesmo sabendo a resposta.

- Quem me dera que assim fosse. Mas ambos sabemos que não, Sr. Dickinson.

- Talvez... E tu? Não queres mesmo ficar e rever os teus amigos, Kenny? – o rapaz sorriu.

- Sabe que não posso. Amanhã é o dia da minha viagem para os Estados Unidos. Vou finalmente conseguir realizar o meu sonho.

- É verdade. Fico feliz por ti. Por teres conseguido o que querias.

- É, acho que sim. – o homem percebeu a mudança de tom no rapaz. – O que eu realmente queria... já passou.

- É... mas mesmo assim, boa sorte!

- Obrigado! – agradeceu o rapaz, com o seu sorriso. Ajeitou os óculos e deu uma última olhada à parede atrás de si. – Adeus Sr. Dickinson.

- Adeus Kenny.

Fechada a porta, Stanley levantou-se e dirigiu-se àquilo que Kenny espreitara antes de sair. Uma moldura. Uma fotografia. Deles. Aqueles cinco rapazes... fora quem os juntara, mas nunca pensou que eles fossem se tornar naquilo que se tornaram. Um fenómeno. Algo nunca visto antes no mundo do Beyblade.

Graças a eles, o Beyblade havia se tornado realmente popular entre as crianças. O sentimento de união, o trabalho em equipa, a vontade de vencer junto dos amigos, pelos amigos, tudo isso havia sido eles que começaram.

Aquela vontade de estarem sempre juntos, o sentimento de partilha, muito mais importante que qualquer troféu ou título, a amizade deles, o carinho e compreensão que tinham uns pelos outros... tudo isso... já não existia mais.

Deixou que uma das suas mãos cansadas subisse até ao retrato e pousasse sobre as faces sorridentes daquelas crianças que ele tanto adorava e admirava.

- Bladebreakers... o que é que vos aconteceu?

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"Mas há muito mais que se lhe diga que isso.

Muito mais."

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Continua...


N/A: Bem…aqui está então o primeiro capítulo. Eu não faço a menor ideia do que vão achar…já tenho isto escrito desde antes do Natal, por isso a minha opinião já não é a mesma que nessa altura. Sem contar com este capítulo, tenho mais quatro prontos. Mas só irei publicar passada uma semana de este estar no ar. Ainda me faltam quatro capítulos para terminar a fic, mas com certeza irei terminá-la de escrever a tempo de postar, para não ficarem muito tempo à espera.

Mas eu tenho me dedicado a outra escrita, à parte da preparação para esta fic. Eu tenho no meu profile que entrei para a Universidade e isso tem realmente me roubado bastante tempo. Mesmo assim, eu tenho tentado vir ao site e tenho comentado várias fics que estou a seguir e novas que aparecem.

Durante este tempo estreei-me numa nova área cá do site: Fullmetal Alchemist. Já escrevi três one-shots (duas continuam sem reviews, o que significa que vos estou a implorar aqui xD), se estiverem interessados basta irem ao meu profile procurar pelo link das fics. 8D

Creio que é tudo…falta-me só pedir por reviews e que aceitem o regresso desta aqui que está desaparecida há um bom tempo. Sim, porque bom filho volta sempre a casa. (ou diz-se de outra forma, não sei xD)

Jinhos minna!

Bye, bye!