É a primeira vez que escrevo , finalmente tomei coragem... toda ajuda é muito mais do que bem vinda. xD Espero que gostem...

bleach não me pertence. u.u

--------

Hitsugaya: Matsumoto... pode terminar isto para mim? – ele apontou a enorme pilha de papéis em cima da mesa.

Matsumoto: Ah... hai... hitsugaya-taichou. – a vice-capitã, que acabara de entrar na sala, foi sonolenta sentar-se no sofá.

Hitsugaya: Agora! – o baixinho olhou-a com fúria.

Matsumoto: Oõ – ela levantou-se de sobressalto. – aonde vai?

Hitsugaya: ...

Matsumoto: isso já esta se tornando rotina... – sussurra vendo-o sair, dali a pouco se sentou novamente no sofá.

As atitudes de seu capitão estavam estranhas. Habitualmente era frio, mas agora conseguia ser mais. Sua atenção estava sempre dispersa desde o incidente. E o trabalho acabava sempre sobrando tudo para ela. ¬¬

Ele saiu da sala. Estava muito disperso, não conseguia se concentrar. Saiu de perto da agitação. Queria um lugar tranqüilo. Procurou por seu habitual canto, embaixo de uma árvore, deitou-se na grama fofa. Com seus dedos enlaçados atrás da cabeça. A espada ao seu lado.

Seu habitual traje era um kimono preto e por cima uma capa sem mangas, branca. Era novo, devido ao corte feito na ultima luta. Havia atrás da capa o número dez, mas nos últimos tempos se questionara e muito sobre poder usá-la, sendo tão fraco que nem... Só conseguia se lembrar daquela imagem. Aquela que sempre perturbava suas noites e o amarguravam.

Hinamori...

Seus olhos verdes reluzentes focaram um pássaro que cantava insistentemente. Sua vontade foi de congelá-lo, mas novamente perdeu-se em pensamentos.

Fora lerdo demais para salva-la e fraco também. Não conseguira fazer nada contra Aizen. Colocou a mão em seu ombro direito, ainda estava dolorido, mas nem tanto quanto seu estado mental. Os olhos cheios de vingança de Hinamori o perturbavam. Tudo parte do plano de Aizen. Apertou a grama com força. Por culpa dele não conseguia nem ao menos mais encara-la. Falhou em protegê-la.

Hitsugaya-taichou. – uma voz feminina o fez despertar de seu transe. Ele sentou-se, olhando para a moça com uma enorme trança.

Hitsugaya: Ohayo, Onohana-taichou. – sorriu sem alegria.

Onohana: Hinamori já esta melhor. – sorrindo gentilmente, sentou-se ao lado de Hitsugaya. – mas ainda não despertou. Não foi mais vê-la... o que há?

Hitsugaya: nada. – ele tenta sorrir, mas em vão.

Onohana: ela precisa de apoio depois do que passou, Hitsugaya-taichou.

Hitsugaya: não sou a pessoa mais indicada para lhe dar apoio.

Onohana: Ela precisa de você... mais do que pensa. – a ultima frase foi feita em um suave sussurro.

Onohana: Pare de se culpar, Hitsugaya-kun.

Onohana levantou-se, deixando-o ali com seus pensamentos. Não queria e ao mesmo tempo queria vê-la. Mas vê-la significava lembrar, faze-la lembrar também. Jamais o perdoaria. E então, algo mais lhe desviou seus pensamentos. Um monte ruivo passando empolgado.

Hitsugaya: MATSUMOTO! – Ò.Ó

Matsumoto: Ahhh... Hitsugaya-taichou! – ela pulou. – Quase os fez saltarem...!

Hitsugaya: Terminou o trabalho? ¬¬

Matsumoto: Eu... ah... bem...– em dois segundos desapareceu. Um nervo saltou na testa de Hitsugaya seguido de um suspiro cansado e preocupado.

Sabia que ela estava fora de risco, porém, durante três meses ela não despertara. Já estava ficando angustiado. O medo de perdê-la era imenso. Levantou-se e antes de qualquer outra coisa, congelou o pássaro.

Enquanto isto, no quarto estava a garota de cabelos escuros, soltos e bagunçados pela cama. Seus olhos fechados há muito tempo. Mas algo de diferente estava acontecendo. Seus dedos mexiam suavemente e logo depois moveu sua mão para seu rosto. Aquela mexa de cabelo estava lhe irritando.

Finalmente Hinamori desperta. Seus olhos estavam sem foco. Olhou o teto por um bom tempo, sem interesse em saber onde estava. As cenas começaram a aparecer e com elas lágrimas começaram a brotar. Sua mão foi diretamente ao encontro de seu ferimento. Ainda podia sentir a dor.

"Aizen-taichou, o que... por quê?" Então de sobressalto se levantou, jogando no chão o tubo de oxigênio. A dor foi imensa, seu corpo estava fraco e tremulo, mas tinha que avisar sobre o capitão. Chegou à porta com dificuldade, respirando dificilmente e a dor somente aumentava. Apoiava-se em todo lugar possível. "Por que não morri? Por que tive que viver...?" Colocou a mão na maçaneta e abriu a porta, encontrou-o parado ali, com os olhos arregalados. Ficou olhando-o antes das lágrimas voltarem e então o abraçou com o máximo de força que suas dores permitiam. Se espremendo contra o peito do capitão. Notou que ele havia crescido um pouco.

Ele ficou surpreso com tal reação, mas rapidamente enlaçou-lhe a cintura, apertando-a contra si. Seus cabelos, seu cheiro estavam atordoando-lhe. Aquele corpo macio junto ao dele. Não queria solta-la mais. Apertou-a um pouco mais, antes de soltar um leve suspiro. Ela ainda chorava.

Hitsugaya: Não deveria se levantar, Hinamori. – apoiou o queixo nos cabelos dela. Ela estava lhe encharcando o peito. – Hina... – ele suspirou novamente e pegou-a no colo.

Hinamori: oO... – ela espantou-se com o ato dele e então se lembrou – Hitsugaya-kun, Aizen-taichou... Aizen-taichou é um trai...

Hitsugaya: Nós sabemos, não se preocupe. – ele colocou-a na cama. – descanse.

Hinamori: O que aconteceu?

Hitsugaya: Aizen, Ichimaru e Tousen fugiram. Com o Hougyoku.

Sentou-se na cama, ao lado dela, não queria ficar ali, mas não conseguia sair. Aquilo estava matando-lhe aos poucos, mas a felicidade de vê-la acordada e de poder ouvir novamente sua voz valia a pena. Como sempre bela, sentiu uma imensa vontade de tocar-lhe o rosto, mas deparou-se com aqueles olhos inchados que vira tanto nestes últimos dias em sonhos.

Hinamori: Tousen também? Hougyoku? O que é...?

Hitsugaya: Descanse agora, Hinamori.

Hinamori: O que... o que aconteceu com você?

Hinamori tocou-lhe o ombro enfaixado, dificilmente visível através de suas vestes, mas nem um pouco para o olhar preocupado e analisador dela. Seu toque suave não deixou de transmitir a Hitsugaya sua preocupação, algo que o fez se sentir bem. Ela logo recolheu sua mão, para a infelicidade dele.

Hitsugaya: não foi nada.

Hinamori: Foi ele, não foi? – ela voltou o olhar sem foco, fazendo-o se assustar.

Hitsugaya: Hinam...

Hinamori: Ele me fez lutar contra você... – as lágrimas estavam voltando. Queria sair correndo dali ou será que somente abraça-la?

Hitsugaya: Não pense nisto agora, vai fazer-lhe...

Hinamori: Hitsugaya-kun...! – ela sentou-se na cama e abraçou-o novamente. – Me perdoe. Como pude duvidar de você? Eu fui tão...

Hitsugaya: Chega, Hinamori. Ele enganou a todos nós, não se martirize.

Ele enxugou as lágrimas insistentes dela com as mãos, e segurando seu rosto entre elas, beijou-lhe a testa.

Ela ficou petrificada, estava completamente embaraçada e corada. Aqueles lábios quentes e levemente molhados tocando longamente sua testa a fizeram estremecer. Ao notar o efeito do gesto ele sorriu tentando conforta-la, mas só conseguiu mostrar-lhe um sorriso frio e tímido. Por que fizera aquilo? Quando percebeu já estava com os lábios na delicada e macia pele dela. Demorou-se um pouco, mas logo se despertou para perceber o que estava fazendo. Não corou, mas ficou tão igual embaraçado como ela.

Hitsugaya: Vou chamar Unohana-taichou, ok? – sua voz saiu tranqüila e séria, livre do embaraço, depois de se recompor por alguns segundos. – Não se levante. Os seus ferimentos podem abrir. – ele novamente a fez se deitar, sem encará-la. Agora mais com medo de fazer outra ação inesperada.

Hinamori: Shiro-kun...

Hitsugaya: Uh? – já estava na porta e virou levemente para ouvi-la. O jeito que ela lhe chamou mexeu com ele.

Hinamori: Domo arigato.

Hitsugaya: Não me agradeça... nem ao menos consegui evitar que você se machucasse... – ele olhava para o chão e se retirou depressa, ainda sem olhá-la.

Hinamori ficou olhando o lugar onde ele estivera há alguns segundos. Confusa. Ele estava se culpando pelo o que acontecera a ela? Por quê? Ela que se arriscara daquele modo, não havia como ele protege-la. Ela o acusou e lutou contra ele... lembrou-se do golpe que ele lhe deu... ele somente se defendeu. Não, mesmo ali, ele a protegeu, ele ia atacar Gin e ela entrou na frente. "Aizen-taichou, você nós fez lutar...". E mais lágrimas caíram de seus olhos ao ver a imagem de seu querido ex-capitão.

Ainda tinha alguma esperança de que tudo fosse obra de Gin. Não havia como acreditar no que Aizen fez. Algo estava errado. Ele jamais faria aquilo. Mas... aquela coisa... o Hougyoku. Aquela coisa o fez fazer aquilo? O que era Hougyoku? Sacudiu a cabeça com os olhos cerrados fortemente. Pensar naquilo a machucava demais, sua cabeça estava latejando.

Onohana: Ora, finalmente despertou. – Onohana esbanjou-lhe um sorriso alegre. – segundo Hitsugaya-taichou, você já estava de pé... – ela olhou-a séria, e seu tom era de reprovação. – deixe-me ver se os ferimentos não abriram... agora você não pode ficar levantando assim não, mocinha. Vai precisar de um bom tempo de descanso.

Hinamori: Gomen... cadê Hitsugaya-taichou?

Hitsugaya: Estou aqui, mas eu tenho que ir trabalhar. – ele não a olhou sequer uma vez. – repouse, hinamori. Até. – suas ultimas palavras saíram raspando-lhe a garganta. Vê-la neste estado... Aizen iria pagar.

Onohana: Ele estava muito preocupado com você.

Hinamori: Ele nem sequer me olhou agora.

Onohana: Se sente culpado.

Hinamori: E por isso vai se afastar de mim? - ¬¬"

Onohana: Acalme-se. Hinamori-chan, você quase abriu seu ferimento, então, não abuse mais, ok?

Hinamori: Hai.

Matsumoto: Olá Hinamori-chan! – ela entrou no quarto e sentou-se na cama. – finalmente despertou! Sabe, estava muito preocupada... – ela se aproximou do ouvido de Hinamori. – Hitsugaya-taichou já esteve aqui?

Hinamori: Hai.

Matsumoto: Ele já foi embora?

Hinamori: Ele foi trabalhar.

Matsumoto: Haa, que bom , como se sente? Precisa de alguma coisa? – ela não parava de sorrir.

Lá no escritório.

Hitsugaya encontra uma típica pilha atrás do sofá.

Hitsugaya: MATSUMOTO!

Ukitate: Nossa. – disse ao olhar a pilha. – tudo bom, Hitsugaya-taichou? – procurou um lugar para se sentar no sofá, desviando-se da pilha.

Hitsugaya: Ah... oi, Ukitate-taichou. Hai… e com você?

Ukitate: Também.

Hitsugaya: Renji e Rukia foram para junto de Ichigo?

Ukitate: Sim. Hitsugaya, eu soube que Hinamori finalmente acordou... e... ahh... bom... Unohana me pediu para falar com você...

Hitsugaya: Oo

Shunsui: O mesmo para mim.

Hitsugaya: OO

Shunsui: Problemas desse tipo são comigo mesmo...

Hitsugaya: ¬¬"... que problemas? E de que tipo?

Matsumoto: Hitsugaya-taichou, Hinamori precisa de você... – ela já se sentou. – Unohana me pediu o mesmo. "

Hitsugaya: Matsumoto... – ele apontou a pilha.

Matsumoto: Oras, eu vim aqui ajuda-lo e você retribuí assim?

Hitsugaya: Ò.Ó

Matsumoto: Hai, hai... já to indo. – ela pegou a pilha de papéis e colocou-os em cima da mesa.

Shunsui: Hitsugaya-kun, se você ficar se culpando e evitando a Hinamori-chan só...

Hitsugaya: acho que não pedi conselhos de ninguém... u.u... domo arigato, mas não.

Ukitate: Hinamori esta triste por vê-lo assim e pelo modo que esta a tratando. Ela precisa de seu bom amigo . Bom... vamos indo, né, Shunsui... – os dois saíram trocando sorrisos entre si.

Hitsugaya: ...

Matsumoto: Vai lá ver ela de uma vez e acerta as coisas, Hitsugaya-taichou!

Hitsugaya: e quem vai te vigiar?

Matsumoto: Nani? oO

Hitsugaya apontou para a pilha. Depois sentou-se no sofá. Deitou-se. Dormiu.

Matsumoto: - ligeiramente saiu dali.

Novamente aquela cena que tanto o perturbava. Hinamori desfalecida no chão. O olhar sem foco, cheio de lágrimas já gélidas. O sangue por toda sua volta. Sua pele pálida e gelada. O ódio encheu-lhe o coração. A vice-capitã que tudo fizera para Aizen, quase morta por ele. E então outra cena apareceu.

O olhar decepcionado de Hinamori penetrou-lhe como mil espadas em seu coração. Ela tentara mata-lo, acreditara em Aizen. Sempre Aizen. Ele, que sempre estivera ali e ela duvidando dele. E então o golpe que desferiu contra ela apareceu. Ódio e decepção, esta para consigo mesmo. Não se perdoaria de ter ferido Hinamori com suas próprias mãos.

Quando acordou já estava escurecendo e a sala estava vazia. Com uma pilha de papéis em cima da escrivaninha. ¬¬". Estava suando um pouco. Após um banho, sentou-se e começou ele mesmo a fazer o trabalho. Faltando um terço para terminar, a porta foi escancarada.

Matsumoto: Hitsugaya-taichou... Hinamori-chan... sumiu... – ela estava sem fôlego.

Hitsugaya: Nani? oO - No mesmo instante Hitsugaya levantou-se.

Matsumoto: ufa, ele trabalhou bastante. – foi sentar-se no sofá. – acho que não precisarão de mim. – deitou-se e cochilou um pouco.