Título: Um pedido fora do comum
Sinopse: Grissom recebe uma ligação de um amigo do passado, que precisa descobrir o que esta acontecendo dentro do Institudo de Saúde Mental de Nevada. Ele aceita infiltrar-se lá, mas tem que deixar os csi's fora disso. Sara e Warrick cuidam de um possível suicídio.
Disclaimer: os personagens de csi não me pertencem. Os médicos e os atendentes, pertencem a minha amiga Cleide, que escreveu essa história comigo.
Sara perdera justamente uma pulseira que Grissom lhe dera. Não era nada espetacular. Na verdade era simples como ela: um cordãozinho de ouro, terminando com um pingente de coração gravado apenas TE AMO, sem nomes, nem iniciais.
Brass aconselhou-a a verificar se não a perdera na madrugada, quando estivera na cena do crime, ela resolveu aceitar a sugestão. Foi até o quarto do morto, acompanhada pelo atendente.
Depois de procurarem bastante, e de soltar algumas imprecações, Sara respirou aliviada, ao achar enfim a pulseira. Não se perdoaria se tivesse mesmo perdido. Afinal, era um presente de Grissom, que não era muito pródigo em dar presentes, por ser muito distraído, e nunca se lembrar de datas. Era um milagre, que soubesse a data do próprio aniversário.
Sara andava por ali, meio que sem prestar atenção. A cabeça focada em Grissom, não a deixava pensar em mais nada.
Os internos estavam lá em cima, tomando sol, lendo na biblioteca, se distraindo na recreação. Sara passeava pelas portas dos quartos, vazios, como conchas ocas. Estava completamente distraída, quando viu uma porta diferente.
Aproximou-se e perguntou ao atendente, que, parecendo sua sombra, a seguia por toda parte.
"Essa porta, o que é?"
" Os internos não gostam dela! Equivale a uma solitária. Tem efeito disciplinar".
"Entendo. Tem alguém lá dentro?"
"Sim, tem o interno, Gil Gregory!"
Sem saber porquê, o coração dela dispara. Ela se aproxima da porta e abre a janelinha. De início, nada vê. A escuridão de dentro, faz contraste com a luminosidade de fora e ela demora a acomodar a vista.
Por fim, distingue um vulto de homem estirado sobre uma cama. Já está para fechar a janelinha, quando ouve uma voz débil, chamar seu nome. Reconhece aquela voz e sente o coração lhe sair pela boca.
"Grissom! Grissom,é você?"
Ouve de volta, a voz fraca:
"Sara.."
Incontinente, ela pede ao atendente para abrir a porta, coisa que ele faz, mas meio receoso.
"Tome cuidado..." ainda diz ele, abrindo a porta.
Ela não quer saber de nada disso Só quer correr para seu amor, abraçá-lo, beijá-lo e perguntar o que ele fazia, naquele lugar absurdo.
Grissom não sabe mais o que é imaginação, e o que é realidade. Viu Sara muitas vezes, mas tudo não passara de ilusão. Não acreditava que ela estava realmente lá. E que iria tirá-lo daquele inferno
Ela está confusa por vê-lo ali, mas acima de tudo está aliviada, por encontrá-lo. A cena é comovente: ela o abraça e o beija freneticamente. Grissom fica sufocado com tanto carinho e, apesar de seu estado de saúde ser precário, tem ciência que não observa regras básicas de higiene, há dias. Retrai-se, um pouco envergonhado. Apesar de não ser sua culpa!
Agora, entrando claridade, naquele quartinho, e com a vista mais habituada, ao escuro, Sara nota que Grissom está desidratado, pálido e com olheiras também! Sua respiração está arfante, como de um cachorrinho, e a voz sai com dificuldade.
"Quer algo amor? Posso lhe ajudar em alguma coisa?- Pergunta Sara, carinhosa..
"Sim. Um pouco de água, seria bom" Balbuciou ele, como uma criança.
Ela pede então ao atendente, que lhe chame o Brass. Antes que o ele saia, Sara pede-lhe um copo d'água e uma fruta.
Quando Brass chegou a porta se surpreendeu por achá-lo justo aí, mas ficou horrorizado com o estado deplorável do amigo!
"Quem fez isto, com você?"
"Smart".
" O cara de fuinha, tinha de estar metido nisso" comentou Sara, com a mão em punho, fazendo uma careta. Como quem faria picadinho do sujeitinho, se tivesse chance!
Nesse momento, algo contra a vontade de Grissom, acontece. Lágrimas grossas rolam pelas suas faces. Este estado de comoção se dá, por estar com a mulher amada e, com o velho amigo. O policial, sente duas lágrimas teimosas, se formando no canto do olho. Não gostaria de encontrar Grissom assim.
Sara está pouco se importando, com o que Brass possa estar vendo, acalenta Grissom em seus braços, como um bebê. Quando o atendente chega, ela pega o copo, e dá a ele em pequenos goles, como se dá a uma criança. Ele sentindo-se seco, tenta tirar o copo das mãos dela. Em troca, ela fala baixinho, mas firme, como se falasse mesmo, com uma criança:
"Vá aos golinhos, Griss! Tomar muito, ou muito depressa, pode te fazer mal!"
Descascou uma pêra, trazida também pelo atendente, e deu-a com a mesma parcimônia. Grissom sentindo que podia confiar em seus amigos, com o estômago cheio e a fraqueza rondando, adormeceu nos braços de Sara. A comoção esgotou-o.
"É melhor você chamar uma ambulância! – falou Sara. Num hospital, ele será melhor atendido, além de fazerem um check-up!"
Brass aproxima-se mais de Sara e a encara:
"Não pensei que você fosse assim, humm, forte, numa hora dessas!"
"Ora, Brass! Alguém precisa tomar as rédeas!" Diz, corando; e olhando para o homem adormecido, em seus braços, continuou "ele sempre cuidou de nós".
Brass utiliza o celular para chamar a ambulância, e depois vai ao encalço de Smart, para lhe dar voz de prisão pelo cativeiro de Grissom.
Indo atrás dos paramédicos, que transportam Grissom de maca, Sara passa triunfante por um Smart algemado e atônito, pois não esperava que alguém achasse Grissom.
Sara acomodou-se no banco, ao lado da maca, e a ambulância partiu veloz, rumo ao hospital. Do lado oposto senta-se um paramédico, que dá um beliscão no braço de Grissom e diz a Sara que ele está desidratado. Mede a pressão dele, e acha baixa.
Dá-lhe soro e então interroga Sara, que não tem a mínima idéia do porquê ele se encontrar naquele estado, naquele lugar. A única resposta correta é que Grissom não pertence àquele lugar sombrio: ele não é um interno.
Ela também têm muitas perguntas, mas aquele não era o melhor lugar, nem o melhor momento para respostas. De quando em quando, ele fica agitado e murmura seu nome. Ela segura forte a sua mão e fala baixinho:
"Calma! Estou aqui, amor, fique tranqüilo!"
Ele sossega e volta a uma espécie de sono.Sem sonhos, nem pesadelos. Um sono ditado pela fraqueza.
TBC
