OBS: Normalmente eu uso os nomes em português quando crio fics das Meninas Super Poderosas, mas nessa fic vou usar alguns nomes originais: Powerpuff Girls, Blossom, Bubbles e Buttercup. Tirando esses, o resto irei colocar em português.

Diário de Bobby Utônium

Capítulo 1.

Townsville, 1994

Meu nome é Bobby. Bobby Utônium, pra ser mais exato... embora eu não tenha tanto orgulho de meu sobrenome. Isso que vocês estão lendo agora é o diário da minha vida, começado a ser escrito quando eu fiz 6 anos e ganhei meu primeiro caderno (atualmente, eu tenho 23).

Mesmo não sendo filho biológico, sou o caçula da família Utônium. Meu "nascimento" ocorreu em 1993, um ano depois das Powerpuff Girls serem criadas e, de acordo com o Professor Utônium, por causa de uma briga entre minhas "irmãs" e uns vilões. A briga parou dentro do laboratório sem querer, as químicas se misturaram e... nasci.

Na época, eu preferia ter nascido como um garoto normal e numa família normal... de preferência, numa que me amasse. Eu vivia nas sombras de minhas irmãs, que eram heroínas de Townsville e amadas por todos, enquanto que eu sequer ia à escola, e quando perguntava o porquê de nunca poder ajudá-las na luta contra o crime, ouvia sempre a mesma resposta do Professor.

Professor: Você é muito jovem e inexperiente para lutar.

Jovem? Inexperiente? Minhas irmãs tinham apenas um ano de experiência a mais do que eu, não era tanta diferença assim! E eu dizia isso o tempo todo pra eles, ao mesmo tempo que implorava por atenção deles.

Como se minha família ligasse para isso... Como se ligassem pra mim... Por essa razão que sempre me virava sozinho e treinava sozinho, sempre de madrugada e escondido do resto da família, pois nem treinar eles deixavam eu fazer.

A única pessoa com quem me dava bem era Bubbles. Ficamos muito próximos depois da madrugada em que ela me flagrou treinando no simulador, local onde as meninas também treinavam.

Bubbles: *entrando no laboratório* Tem alguém ali?

Como eu estava treinando, só notei a presença dela no laboratório quando o simulador foi interrompido e pude vê-la através da vidraça.

Eu: *espantado* BUBBLES?

Bubbles: *surpresa* Bobby? O que está fazendo aí?

"Empinando pipa". Me deu vontade de responder aquilo no momento, pois a pergunta de Bubbles era muito óbvia: o que eu estaria fazendo num simulador de treinamento? Treinando, é claro! Mas mesmo com vontade de ser sarcástico, respondi a pergunta dela assim que saí do simulador.

Eu: Treinando. O Professor não me deixa fazer isso junto com vocês, então estou fazendo escondido!

Naquele momento, achei que Bubbles iria voar pra fora do laboratório e berrar pra casa toda o que eu estava fazendo, o que provavelmente me deixaria numa grande encrenca. Mas ela fez exatamente o contrário.

Bubbles: *sorriso* Quer que eu te ajude?

A partir daí, Bubbles me ajudava sempre com o treinamento, passando pra mim qual era o treino que davam para ela e as irmãs durante o dia. Não demorou muito e logo chegamos ao mesmo nível, mas o resto da família nunca soube.

Até tentei contar a eles uma vez, mas me ignoraram como sempre.

Professor: *lendo jornal*Agora não, Bobby, estou ocupado.

Buttercup: *vendo televisão* Sai fora e volte mais tarde!

Blossom: *com um livro na mão* Estou estudando, Bobby, agora não posso brincar com você.

Minhas tentativas de me aproximar de minha família eram sempre frustradas, até que pedi um teste de DNA. Queria saber se tinha parentesco com as Powerpuff Girls e pedi que Bubbles fosse comigo fazer o teste.

Pro nosso espanto, não havia nenhum traço de DNA semelhante entre nós, o que significava que eu não tinha laços sanguíneos com ninguém. Depois de descobrir isso, parei de tentar chamar a atenção de minha família e evitava vê-los ao máximo, com exceção de Bubbles.

Eles até notaram que eu estava me afastando deles e tentaram fazer com que eu os perdoasse, afirmando que eu finalmente poderia treinar com as Powerpuff Girls, por exemplo. Bubbles não ficou surpresa com a resposta que dei, mas os outros ficaram.

Eu: Não quero. Obrigado.

Blossom: Mas você não ficava sempre pedindo pra treinar conosco?

Eu: No início, sim! Mas agora não quero mais.

O tempo passava, até que finalmente chegou meu aniversário de 6 anos, e o de 7 anos das meninas. Elas estavam conversando e se divertindo com os convidados naquela noite, enquanto abriam os presentes, mas não me importei muito (mesmo que não tenham trazido nada pra mim). Ninguém sabia, nem mesmo Bubbles, mas eu pretendia fugir de casa naquele dia.

Despertei de meus pensamentos quando notei Bubbles vindo em minha direção, carregando um embrulho.

Bubbles: Ei Bobby, eu não tive tempo de te entregar antes, mas gostaria de te dar isto como presente de aniversário. Eu sei que não é lá um presente grande, mas mesmo assim...

Eu: Não se preocupe, Bubbles, eu gostei assim mesmo!

Dei um sorriso pra ela, enquanto abraçava o caderno que ela havia me dado, o primeiro de minha vida, que usei como diário. Também aproveitei para dar o presente dela, que era um ursinho teddy.

Bubbles: *animada* Ah, obrigada, Bobby!

Bubbles me deu um beijo no rosto, antes de ir receber o resto dos convidados junto com suas irmãs. Me sentia mal por deixá-la, mas não poderia voltar atrás em minha decisão de fugir de casa.