Heaven is not enough
Continuação de Luar Morto.
Essa fic é Angst, mais angst que Luar morto, Já aviso que vcs vão desejar matar a maior parte dos personagens... é uma fic deprê bem ao meu estilo, também é cheia de idas e vindas (flashbacks), não sei pq estou avisando, mas minha conciência manda... dedico essa fic a Condessa Oluha por ter sido a primeira pessoa a fazer reviews tão inteligentes e detalhados de uma fic minha... amei eles Oluha! Essa fic é pra vc! Mesmo que eu ache que vc pode não gostar como os personagens vão agir, meio OC´s.
Me perdoem quem não entende nada de Inglês... Eu sou uma amante da lingua portuguesa(BRASILEIRA!) Mas desta vez tropecei na falta de opções... Heaven is not enough vem da música de mesmo nome de Steve Conte, muito comuns nas AMV de um certo anime sobre lobos. Ela vai aparecer como música tema mais cedo ou mais tarde. As músicas temas, podem ou não ser escutadas, isso não é uma song fic, só acho que elas tem a ver com o que é tratado no capítulo. As vezes parte delas está citada como título do capítulo, ou no ínicio, traduções e explicações vem no fim.
Para quem reclamou do meu estilo... menos reticências, mais vírgulas (como eu odeio essas minhocas chamadas vírgulas! Acho visualmente nojentas! Amo as reticências, porque ninguém, nunca, nunca mesmo, diz tudo que pensa. Mas elas vão marcar as viradas entre flashes, portanto...como vou mudar todo meu estilo visual, que entrem essas minhocas.)
Ps(spoiler): Eu realmente tento, mas o que fica perfeito junto, fica junto e não deve ser separado.¬¬ I´m bad, bad girl. Harry é perfeitoso CABELUDO, eu sempre digo isso!Apesar do Cannon ser até ODF, informações de todos os livros estarão presentes. Apesar de não ter digitado, a fic já está terminada.
01.Freak on a leash
"O amor que mais dura é o amor não correspondido." (William Somerset Maugham)
"Feeling like a freak on a leash. (You wanna see the ligth?)
Feeling like I have no release. (So do I...)
How many times have I felt diseased? (You wanna see the ligth?)
Nothing in my life is free... is free." -música tema: Freak on a leash/KORN
Abriu os olhos pesados, sentindo a cabeça desorientada pela dor, seu corpo parecia entorpecido, percebeu vagamente que estava sobre sacas velhas e palha espalhadas sobre um chão de terra batida, moveu-se e escutou um tilintar de corrente, observou com desagrado a algema mágica fundida à corrente e ouviu um farfalhar de vestes.
-Você acordou, achei que não ia, antes da lua.
Harry virou-se para o som, olhando o homem na entrada, contorcendo o rosto de raiva, lembrando como havia parado nessa situação.
...
Lembrava que houve um certo frisson quando sua contratação como professor de DCAT fora anunciada, algo parecido com o que houvera quando Malfoy começou a estagiar com Pomfrey, alguns estavam felizes, outros receosos, mas quase nenhum aluno ou professor fora indiferente á sua contratação.
No entanto quando chegavam as férias natalinas, muitos alunos se viam com saudades de Carlos Weasley.
Harry não se incomodava em repetir e explicar quantas vezes fosse necessário a cada aluno até que o conteúdo fosse aprendido, mas com certeza estava entre os mais exigentes e também não se incomodava em descontar pontos de que casa fosse ao mínimo sinal de perturbação.
E para seus e suas prováveis fãs de plantão, Harry se mantinha totalmente anti-social, não permitindo qualquer alongamento de conversa fora de aula e acima de tudo, muitos achavam que se devia ao esforço de guerra cada vez mais evidente, ignoravam o que realmente o preocupava e o adoecia periodicamente, e não fazia questão de se fazer ou parecer agradável.
No último dia letivo antes das férias de natal, após conversar com Pomfrey, Harry se dirigira ao seu dormitório, descobrindo que alguém o esperava já na porta.
...
E acordara naquele galpão.
Ergueu o punho furioso, mostrando a algema que o ligava a um dos pilares de pedra daquele lugar.
-Pra quê isso, Snape?!
O homem o observava, os olhos negros frios e inexpressivos.
-Para lhe dar tempo.
-Quem lhe disse que eu preciso de tempo?!- berrou erguendo-se enfurecido.
Snape aproximou-se, estava irritado, embora aparentasse calma, quando disse de modo baixo e calmo.
-Você está feliz dessa forma, Potter? Fugindo de tudo? De todos? De você mesmo?! Gosta de se entorpecer assim?!
Harry sentiu-se levemente abalado, mas a irritação da situação, de ver o outro com seu ar superior na sua frente, venceu, ele voltou a gritar, indo em direção ao outro bruxo, parando com a corrente e braço esticados, a dois metros de Snape.
-VOCÊ não tem NADA com ISSO!
-Todos tem.- Snape replicou num tom levemente mais alto.
Harry voltou a esticar mais a corrente, agora totalmente enfurecido, berrando:
-TODOS QUE SE FODAM!! Não quero ninguém perto de MIM! Não quero VOCÊ perto de MIM!! Porque você não LARGA DO MEU PÉ?! E ME SOLTA DAQUI!!
-Isso é necessário, Potter.- Snape disse lhe dando as costas.
-Me solta, seu MALDITO! Essa coisa vai partir a minha mão à noite! EI! SNAPE!!
-Duas luas, Potter.- Ele disse e fechou a porta.
Harry fechou os olhos e se deixou cair ajoelhado, que falta fazia a poção de Pomfrey agora; havia dado suas aulas da manhã, agradecendo que não tinha aulas á tarde e que poderia descansar e se preparar para a noite. Mas pelo jeito Snape tinha feito outros malditos planos, suspirou olhando em volta desolado, começando a sentir o frio, percebendo-sem vestes, só com a calça e camisa, olhou o lugar, um amontoado de tralhas, o pilar, as sacas e a palha, só ao se levantar percebeu que também estava sem sapatos e que pelo avançar da escuridão a lua logo chegaria ao alto no céu.
Passara a odiar o que se tornara, se arrependia e depois se recriminava; mas cada lua cheia
Tinha gosto amargo de solidão e da certeza de que sabia, sabia desde o começo, o que iria acontecer, sabia e tinha enfiado os pés pelas mãos.
Sabia que Remo havia lhe prometido em vão.
...
Naquele mesmo dia, depois que tomara a poção fornecida por Snape, acordara calmo e mais restabelecido na sua cama, espreguiçara com a calma de quem está a acostumado a saber que após uma tempestade vem uma leve e passageira calmaria; mas calmaria de toda forma.
Harry calçara os chinelos aflanelados ao lado da cama... sorriu ao ver-se no pijama favorito, alcançou o guarda-roupa apenas sentindo cansaço e não dor, enfiou-se no roupão. Estava com fome e imaginava se Remo havia feito o chá como sempre... talvez houvesse tempo de conferir a despensa e fazer algo.
Desceu a escada apoiando-se no corrimão, a perna estava um pouco dura e as cicatrizes do feitiço de Voldmort repuxavam um pouco, chegou no corredor e não escutou nada pelo lado da cozinha, se dirigiu a sala.
Teve que admitir que quanto mais o tempo passava, mais curta eram suas calmarias, soube também que apesar de ter certeza que isso era inevitável, ainda sentia ciúme, e que vê-los ali, beijando-se no sofá, ignorando completamente tudo que havia acontecido naquele teto a apenas algumas horas, o fez sentir-se duplamente traído.
Então tudo que se passara, todo o ritual do lobo era uma mentira? Se perguntou vendo Remo acariciar as costas de Sirius, por baixo da camisa.
Virou as costas para os sons, tentando não rever o que vira em sua cabeça, não sabia exatamente o que fazer, o que sentir, passou as mãos nos braços, encontrando o relevo do ferimento que o lobo fizera, nada delicado, seria assim agora?
Afinal, Remo não o tocara mais, mesmo depois, tudo que ele fizera fora se assegurar que ficaria bem até ser tratado, não havia aquela preocupação, aquela ânsia e desespero em te-lo havia?
Não... não havia.
Não havia mesmo mais nada a fazer? Nada.
Mas tampouco iria se esconder no próprio quarto.
Foi a até a cozinha preparar um chá, estava com fome, fez questão de fazer barulho, o sangue esquentando a cada coisa que tirava dos armários.
-Você acordou!- a voz chegou da porta da cozinha.- Porque está de pé?
-Fiquei com fome.- respondeu brevemente.
-Ah! Você se acostuma.- a voz do padrinho chegou alta e calorosa.- As transformações lhe darão fome sempre.
-Você está bem?- perguntou Remo ao seu lado.
-Claro que estou.- disse olhando o outro friamente.
-Que tal uns sanduíches de presunto?- perguntou Sirius abrindo a geladeira.
-Eu fatio.- disse puxando a faca.
- Tudo bem.- disse Sirius lhe empurrando o presunto pela mesa.
Sirius não imaginava que naquele momento Harry desejou, com toda a fúria animal do lobo, enfiar aquela faca no peito dele e torcer, mas Harry despejou seu ódio contra o pedaço de presunto, sendo incapaz apenas de evitar que suas mão tremessem, o que nenhum dos dois repararam... ou se repararam, se abstiveram de comentar.
Harry ainda se perguntava o que teria acontecido se algo o tivesse tirado do sério naquele momento.
...
Seu pensamento foi interrompido pela lua, cuja influência lhe impunha a mesma ordem de sensações, fazendo sua mente ceder ao instinto animal, até que um uivo longo e lamentoso enchesse o galpão.
...
Severo entrou na casa da velha fazenda, indo até a lareira, tirando a capa e jogando-a sobre a poltrona, sentando-se no sofá, descalçando os sapatos sem cerimônia, passou a mão no rosto e encarou as chamas sem piscar.
Sentiu o deslocamento ao seu lado e encarou o velho e gordo elfo que trazia um bandeja, com um breve aceno o dispensou, e este deixou a bandeja sobre a mesinha e se foi.
Puxou a xícara de chá e recostou-se melhor no sofá, escutou um uivo longo, fechou os olhos e engoliu em seco antes de beber o liquido fumegante.
Incrível como com o tempo o pavor daquele som foi sendo substituído por outras sensações. Teve pavor dos uivos por muitos anos, mais tarde, ajudando Lupin, aquele som o angustiava, mais tarde, durante a estada do outro em Hogwarts o som lhe irritava, depois quando o autor dos uivos mudou, ele começou a se preocupar.
Severo Snape sabia que tinha muito em que lamentar na vida; amargava muitas de suas decisões, era difícil até achar uma que o incomodasse mais.
Mas talvez, ter deixado o garoto esperando naquela maldita noite e sua própria arrogância em achar que tinha achado uma solução genial para o problema, entrasse na lista das piores.
Era irônico como aquela noite modificara seu relacionamento com Potter, apesar das constantes picuinhas costumeiras, a convivência se tornara sólida, Potter mudara naquele dia e depois quando retomaram as aulas de oclumência, algumas arestas haviam sido aparadas.
Terminou o chá, ainda tentando ignorar os uivos, tentando se fazer lembrar de que precisaria de um feitiço silenciador no quarto quando fosse dormir, puxou o pequeno prato da bandeja, dando a primeira garfada no bolo escuro.
Chocolate.
...
O sabor do Chocolate era uma característica d'O Covil', Severo já perdia as contas de quantas vezes era obrigado por Alvo a visitar Harry e Remo, para tratar "coisas da Ordem", achava ridículo ver Potter esforçando-se em parecer uma boa "dona de casa", servindo chá e bolo que Alvo nunca se negava em "experimentar".
Pelo menos naquele dia tinha um real motivo para estar ali, ofereceria a caridade de pedir uma opinião a Lupin sobre o caso dos lobisomens aliados a Voldmort, por isso ignorou a costumeira saída de Potter e Dumbledore; outra coisa estranha nas visitas.
Foi enquanto fingia que escutava as considerações de Lupin que sua curiosidade sonserina o atiçara, tantas vezes viera aquela casa, mas nunca se dera conta sobre o que Alvo Dumbledore e Harry Potter faziam quando se retiravam para a biblioteca.
-Você acha que Alvo saberia dizer?- foi a ultima palavra de Lupin.
A deixa perfeita.
-Bom perguntar, - disse pousando a xícara na mesa.- além do mais, vou aproveitar para pedir que Potter arranje algumas Espadifloras da índia para a nova receita de mata-cão.
-Seria bom.- disse Lupin de modo vago recolhendo a bandeja dirigindo-se a cozinha.
Severo levantou-se, ignorando o quanto Lupin andava disperso nas últimas semanas e andou pelo corredor, finalmente iria saber o que tanto os dois grifinórios faziam na biblioteca.
A certa distância a porta semi-aberta deixou que o som lhe chegasse com facilidade.
-Porquê diabos temos que pagar a fiança de Mundongo, ele está ficando acostumado Dumbledore, não seria melhor ele fugir uma vez e outra?
-Precisamos dele, e se ele se tornar um fugitivo será difícil evitar que pare em Azkaban ou coisa pior... entenda Harry, Mundongo tem sido leal e útil.
-Não estou duvidando da lealdade dele, só da conta das prisões dele...
- Você não precisaria assinar as retiradas se tivéssemos a procuração...facilitaria para ambos.
Severo se inclinou levemente contra a porta e viu Dumbledore olhando pela janela para fora, e Potter sentado na escrivaninha, arranhando alguma coisa, com uma pena gasta. Potter dera uma meia risada e atalhou rapidamente.
-Se eu não tivesse que assinar os cheques, você não teria mais desculpa pra vir comer do meu bolo, Dumbledore.
-Verdade, Harry... verdade, não vamos privar esse velho de um pouco de açúcar certo?- respondeu Dumbledore com sua típica entonação brincalhona.
-Os duendes ainda estão incomodando Hagrid por fazer esse serviço?- disse Potter pousando a pena na mesa.
-Ah, claro, seria mais fácil se você fizesse as retiradas e levasse até Hogwarts Harry, mas eu compreendo seu ponto de vista... os duendes estão apenas "preocupados" por haver retiradas sem depósitos...
-Bom, eu ainda não recebi a resposta do curso para aurores e Remo não pode se empregar... não há mesmo como haver depósitos, mas não quero movimentar a conta de Sirius.- disse o rapaz levantando e indo até Dumbledore entregando dois pedaços de pergaminho timbrados e lacrados a Dumbledore.
-E prêmio do Tribruxo, Harry?
Potter virou-se irritado e era a primeira vez que o via ser grosseiro com Dumbledore.
-Você sabe muito bem que fim eu dei aquele dinheiro! Já falamos sobre isso.
Ele disse guardando papéis, penas, tinta e o bastão de cera para lacre, com um repelão para dentro da primeira gaveta da escrivaninha, batando-a ao fechar.
-Harry, não quero que pense que estou me metendo em seus assuntos particulares...- disse Alvo se virando.
-Fred e Jorge não precisam de um sócio, Alvo, não estou interessado em me meter com a loja.
Dumbledore encarou o outro quando este se virou.
-Apenas me preocupo com você, Harry.
-Eu sei, eu sei. Só acho que já tínhamos discutido isso.
-Certo, certo.- sorriu Dumbledore com uma piscadinha.- Não se aborreça com a teimosia de um velho.
...
Severo deixou o bolo inacabado sobre a mesinha, olhando vagamente o fogo, o estomago embrulhado, se lembrou que , naquele dia, pela primeira vez não jogara na cara de Potter que fazia a poção de Lupin de graça, não tivera coragem, pois ainda estava sobre o efeito da surpresa ao descobrir quem era um dos 'patrocinadores' da Ordem.
Levantou-se deixando tudo para trás , lembranças não o ajudariam a dormir e seriam longos dias.
Freak on a leash- Aberração na coleira.
trecho- "Me sentindo como uma aberração na coleira (você quer ver a luz?)
Sentindo como se eu não tivesse saída (Assim como eu?)
Quantas vezes eu já me senti doente(Você quer ver a luz?)
Nada na minha vida é de graça... de graça."
Bastão de cera- usado para lacrar cartas, imaginei que um mero feitiço não fosse aceito pelo chatos duendes de Gringotes, por isso me inspirei nos carimbos de assinatura japoneses e na antiga tradição dos sinetes, imagina-se portanto para esta fic, que de modo mágico se imprime uma assinatura no lacre, tornando o documento oficial. Coisa só aceita após a maioridade do bruxo.
"Harry ainda se perguntava o que teria acontecido se algo o tivesse tirado do sério naquele momento."- Nada, porque você, meu querido, é um banana! (Eu posso provar, os próximos capítulos!) Odiamos Dumbie nessas fics, Certo?
