Título: Momentos de Loucura
Gênero: Humor / Romance
Classificação: Yaoi / Slash / Lemon
Par: Harry x Cedric / Harry x Draco
Aviso: HP e personagens pertencem a JK Rowling. Fic sem fins lucrativos.
Nota importante: esse fic não segue com os livros. Aqui, Voldemort morreu na primeira guerra e Harry é tido como uma celebridade por tê-lo matado com apenas um ano de idade. Se você não gosta de fics que saem do contexto de JK e preferem tudo cânon o máximo parecido com o original, aconselho não ler.
1 - Potter ficou Louco
Draco seguia para a sala de poções quando trombou ocasionalmente com um 'específico' aluno da Grifinória.
- Nem se usasse um telescópio no lugar desses óculos cafona enxergaria algo, Potter! – disse de mal-humor, vendo como os pergaminhos que Snape pediu que trouxesse para a aula forravam todo o chão devido à colisão.
Harry colocou os olhos em branco. Já havia se atrasado por culpa de Ron, quem teve a maravilhosa idéia de passar pela cozinha na troca de aula e com seus modos tão certeiros e elegantes, derramar suco de abóbora em seu uniforme. O que resultou que tivera que ir até a Torre da Grifinória pra se trocar e praticamente atravessar as paredes para não se atrasar muito além do costumeiro nas aulas de Snape. E justo com quem tivera que encontrar barrando seu caminho? Nesse meio, a paciência já havia ido embora há muito tempo.
- A culpa não foi minha... – se limitou a dizer enquanto se agachava pra ajuda-lo a recolher os papéis.
- Ah, claro! Então, quem veio correndo feito um louco pelo corredor sem fitar por onde ia? – Draco cruzou os braços – Peeves? Oh, claro que não poderia, afinal, ele é um fantasma e se tivesse se colidido comigo teria me atravessado! – apontou para um dos pergaminhos que com a queda foi parar na parede contrária de onde estavam – Não esqueça de pegar aquele.
Harry franziu o cenho finalmente erguendo os olhos para encontrar um Draco Malfoy de porte elegantemente esguio olhando as unhas, o quadril levemente inclinado para a esquerda, a mochila no ombro direito e batendo um dos pés com impaciência enquanto esperava que fizesse todo o trabalho de recolher sozinho aquela bagunça.
Dessa vez não controlou a raiva. Ergueu-se num furioso movimento que chegou a sobre-saltar o loiro.
- Não vou perder meu tempo recolhendo sozinho!
- Se a culpa foi sua cara-rachada!
- Minha uma vírgula! – empurrou o loiro para que saísse de seu caminho.
- Não me empurre imbecil! – Draco revidou.
Então passaram a uma luta infantil de quem termina empurrando quem. Estavam tão intertidos em se empurrarem infantilmente que nem notaram Peeves vindo pelo corredor.
O fantasma sorriu maldosamente e com um empurrão, derrubou uma das armaduras que enfeitavam o corredor das masmorras.
Malfoy não conseguiu evitar um grito e dar dois passos atrás quando a armadura caiu em cima de Potter o lançando impiedosamente contra a parede. Viu horrorizado o grifinório bater a cabeça na parede antes de se estatelar no chão.
- Oh merda! – afogou outro grito tampando a boca com as mãos.
- Ooooops! – gargalhou o fantasma, sem um pingo de arrependimento pelo que fez e desapareceu por uma das paredes.
Draco pulou as partes da armadura que desmontara ao se chocar contra o corpo do moreno e se aproximou o cutucando com o pé.
- Potter... – chamou baixo antes de voltar a cutuca-lo com o pé – Oh! Caramba! Vão achar que fui eu!
Mais que depressa recolheu os pergaminhos e estava pronto para dar no pé, quando alguém berrou:
- Parado aí!
O sangue gelou enquanto ficava imóvel vendo como Filch se aproximava com Madame Norra.
- Não fui eu! Eu juro! Foi Peeves, aquele fantasma desgraçado!
- Então por que ia correr da cena do crime? – o velho elevou uma pestana e o fitou de lado, completamente desconfiado.
- E-eu não ia fugir da cena do crime! Eu ia procurar ajuda pra leva-lo à enfermaria – fez sua melhor cara de ofendido.
- Sei... – o velho bufou, sem acreditar.
- Humm... Huuummmm... – Harry se moveu, empurrando o peitoril da armadura, que supostamente ainda estava sobre si.
Malfoy soltou a respiração ao notar que o quatro-olhos ainda estava vivo. Menos mal, assim não seria expulso e nem iria diretamente à Azkaban.
Viu como Potter se sentava e esfregava atrás da cabeça, onde havia dado em cheio contra a parede de pedra.
- Pelo jeito ele está bem – olhou para Filch e sorriu angelical – Posso ir agora?
- Os dois irão falar com o diretor.
Malfoy rolou os olhos. Era de se esperar.
Caminharam os três até a gárgula, Potter muito quieto, o que era estranho na opinião de Draco. O moreno apenas caminhava, sendo puxado pelo braço por Filch e de vez em quando massageava atrás da cabeça.
Assim que o velho diretor permitiu a passagem e estavam sentados em seu escritório, Filch se foi.
- Bem... A que devo a honra dessa visita rapazes?
Como Potter permaneceu calado, fitando atentamente a travessa cheia de caramelos de limão, como se elas estivessem vivas e dançando Can-Can, Malfoy achou melhor responder e o mais a seu favor que pudesse.
- Estávamos no corredor que leva para a sala de aula de Poções, quando Peeves apareceu e derrubou uma das armaduras sobre Potter.
- E o que faziam nesse corredor? – Dumbledore pegou um dos caramelos e ofereceu educadamente.
Draco negou, mas Potter aceitou, ainda sem dizer nada.
- Íamos à aula de Poções. – o loiro respondeu como se fosse óbvio.
- E por que ficaram no corredor se teriam aula com o professor Snape?
Malfoy fez o impossível para não rolar os olhos de impaciência. – Por que Potter trombou comigo antes de chegar à sala...
- E o que fizeram depois de se trombarem? – o velho acrescentou, com um sorriso.
Dessa vez Daco grunhiu baixinho antes de responder. – Nada.
Dumbledore ergueu as pestanas e se recostou na cadeira.
- Então, vocês se trombaram quando iam tarde para a aula do professor Snape, não fizeram nada durante o período em que Peeves apareceu, derrubou a armadura sobre o senhor Potter e se foi... – ficou alguns minutos pensativo – Também não repararam que Peeves tinha aparecido e que empurrava uma das armaduras? Assim como também não tiveram tempo de se desviarem ou impedir que ela caísse sobre um de vocês?
Malfoy engoliu em seco, mas confirmou cuidadosamente, lançando um discreto olhar ao moreno.
- Não tivemos tempo... Foi tudo muito... Rápido...
- Tem certeza que não estavam discutindo por isso não viram Peeves e o que ele pretendia fazer? – Draco voltou a afirmar com certeza absoluta – Entendo... – dessa vez Dumbledore olhou para Potter – Confirma as palavras do senhor Malfoy, Harry?
Draco quis grunhir novamente, mas se manteve quieto. Sabia que o grifinório iria desmenti-lo e dar sua grande versão dos fatos. Era capaz do cara-rachada o acusar de ter sido golpeado com a armadura, visto que Peeves havia aparecido pelas costas de Potter.
Harry finalmente ergueu a vista do caramelo que segurava para prestar atenção no diretor.
- Sim... É verdade... – confirmou naturalmente. Malfoy e Dumbledore o observaram com assombro mal-disfarçado, sem acreditar – Se for só isso professor, eu poderia ir? Não quero perder o restante da aula de poções.
- Bem... Podem se retirar... – Dumbledore ainda estranhava, mas deu dois passes para que pudessem assistir a aula de Snape.
Caminharam em silêncio cada um em seus próprios pensamentos.
Malfoy não entendia o que passou ali. Negava a acreditar que Potter, o Santificado Potter, por Merlin! Não disse nada e confirmou suas palavras. Seria pela pancada na cabeça?
Olhou ao moreno com receio, vendo que ele caminhava normalmente a seu lado. Normalmente? Parou em seco. Potter nunca andaria normalmente ao seu lado!
Harry parou de andar ao ver que o loiro havia ficado para trás.
- Que foi?
- Que foi? QUE FOI? – Malfoy quase berrou.
Harry apenas deu de ombros. – Que foi? Por que parou de andar?
- Como assim "que foi"? E porque está me perguntando isso?
- Draco, nós iremos muito tarde e não sobrará tempo pra fazer a poção.
Malfoy abriu a boca, horrorizado. – Desde quando me chama por Draco?
Harry suspirou. Olhou ao redor, vendo que estavam perto da sala de poções e que não havia ninguém além deles. Num movimento rápido empurrou o sonserino contra a parede, colou seus corpos e o beijou.
Draco arregalou os olhos pela surpresa. Debateu-se histericamente entre a parede e o corpo de Potter, sem conseguir se livrar desse ataque. Sentiu como a língua do grifinório passava sensualmente por seus lábios, tentando abrir passagem para um beijo mais profundo e quase morreu do coração. Voltou a se debater, com mais empenho, conseguindo que o moreno o liberasse, então passou a cuspir para todos os lados.
- Credo! Ficou louco? Que nojo! Que nheca! – esfregava freneticamente a manga da blusa contra a boca. Sentia seu coração tão desesperado que quase saltava pela garganta.
Harry sorriu de lado. Apoiou as mãos de cada lado da cabeça de Malfoy e se encostou tão perto que fez com que o loiro batesse a cabeça contra a parede, na tentativa de manter distância.
- Claro que não, amor... Só queria te beijar antes da gente entrar na sala... – disse suavemente sexy.
Draco voltou a afogar um grito horrorizado, tampando a boca com ambas as mãos e se encolhendo contra a parede.
Potter o havia chamado de... AMOR!
Nesse momento a porta se abriu e Snape se assomou por ela.
Harry se afastou na mesma hora em que ouviu a maçaneta girar e já mantinha uma distância prudente do sonserino quando Snape os viu.
- O que fazem aí fora? – perguntou o professor, notando como seu aluno estava estranhamente pregado na parede e Potter no meio do corredor, o olhando como se nada.
O grifinório apresentou o passe assinado por Dumbledore e entrou na sala após receber um olhar atravessado por parte de Snape. Então o professor olhou a Malfoy, quem ainda estava muito assustado e não se movia do lugar.
- Senhor Malfoy, entre.
Draco caminhou muito lentamente até sua mesa ao lado de Zabini, ignorando redondamente ao Trio Dourado.
Potter havia se sentado ao lado de Neville, quem nunca tinha par nas aulas de poções.
No meio da aula, quando estava mais relaxado e prestava atenção aos ingredientes que colocaria dentro do caldeirão, Draco sentiu os fios da nuca se eriçares. Olhou para trás e se deparou com os olhos esverdeados o observando intensamente. Dessa vez sentiu-se como um gato, pois não apenas os cabelos da nuca se eriçaram, como os pêlos dos braços e das pernas também, fora o calafrio que correu pela espinha.
Suas mãos tremeram tanto o que fez com que os ingredientes caíssem pela mesa e se mesclassem.
- Hei Draco, o que está fazendo? – Zabini reclamou, vendo que agora não poderiam saber as dosagens corretas de cada ingrediente.
- Pelas Bolas de Merlin, Blaise... Tem algo muito, muito muito muito errado com o testa-rachada... – sussurrou quase sem ar.
Blaise enrugou as sobrancelhas e olhou discretamente para o mencionado. Potter fazia a poção junto de Neville com o mesmo jeito torpe de sempre. Notou que o todo poderoso Potter não se diferenciava muito de Neville nas aulas de poções.
- Não vejo nada de errado... – deu de ombros, voltando a atenção para sua poção.
Ninguém tocou mais no assunto, mas Draco continuava a sentir, de vez em quando, que seus pêlos da nuca se arrepiavam. Ficou firme em não olhar pra trás e ignorou a duras penas até o final da aula.
- Preciso falar com você, senhor Malfoy – avisou Snape quando o sinal tocou.
Draco concordou com a cabeça e de pé tratou de guardar seu material lentamente. Snape virou de frente para a lousa e estava terminando de anotar alguns ingredientes para a próxima turma e Draco já fechava sua mochila, quando alguém sussurrou em seu ouvido, tão perto e tão sexy que o fez sobre-saltar.
- Te vejo depois, amor...
E ainda mais horrorizado Draco sentiu como uma grande mão se apoderava de um lado de seu traseiro, apertava com gosto antes de soltá-lo.
Ainda em choque viu como Potter passava pelo seu lado piscando um olho com picardia e um sorriso provocante nos lábios. De caminhar elegante o moreno seguiu até a porta e desapareceu dobrando pelo corredor.
- Draco? – Snape girou para o afilhado assim que todos haviam deixado a sala e o encontrou mais pálido que um cadáver – Draco!
Ron e Hermione esperavam o amigo no final do corredor. Viram como Harry se aproximava com um amplo sorriso no rosto, a mochila pendurada no ombro direito e a capa estudantil caindo pelo ombro esquerdo.
- Harry, você está bem? – perguntou Hermione, assim que o moreno estava ao seu lado e passaram a caminhar em direção ao Grande Salão.
- É claro que não está bem Hermione – Ron encarou a amiga em desaprovação – Não viu que sinistro ele encarando o Malfoy daquele jeito?
- Não aconteceu nada gente – Harry sorriu aos amigos, como sempre – Apenas estou brincando um pouco com Malfoy.
- Ah... E por que isso? – a garota tomou um lugar na mesa, ao lado de Ron.
- Estava me sentindo tão irritado hoje, e tão aborrecido, que quando Peeves me derrubou em cima uma das armaduras e eu bati a cabeça na parede, achei divertido usar isso para brincar com Malfoy – sussurrou sigilosamente aos dois melhores amigos – E enquanto estive na sala de Dumbledore me veio esse pensamento e quando coloquei em prática... – não agüentou, começando a rir – Foi hilário a reação dele!
- Puxa... Me alivia que não é nada sério... – Ron deu de ombros e não prestou muita atenção no assunto, já que era apenas uma brincadeira contra o furão arrogante. Passou a prestar atenção na comida.
Hermione por sua vez negava com a cabeça. – Não é legal fazer isso com os outros Harry... Mesmo que seja Draco Malfoy...
Harry apenas deu de ombros, tratando de pegar um pouco de batatas fritas. – Ele é bonito apesar de ser imbecil... – deu de ombros – Tem meus interesses no meio... É só pra tirar uma casquinha Mione, e pronto.
Hermione voltou a negar em completa desaprovação. – Lembre-se que o feitiço pode virar contra o feiticeiro...
- Relaxa Mione, não vou passar dos limites com o furãozinho. Sabe que eu gosto de outra pessoa e ele pode até me ajudar.
Hermione apertou os lábios e observou a mesa da Lufa-Lufa, diretamente a um dos estudantes: Cedric Diggory.
Harry e Cedric estavam namorando às escondidas e apenas ela e Ron sabiam, mas o lufaniano resolveu terminar o namoro por causa de Cho Chang. Harry ficou tremendamente chateado, mas como ainda gostava do Lufa-lufa e era um grifinório teimoso e persistente, jurou que conseguiria faze-lo se arrepender e voltar aos seus braços.
Agora via como o amigo faria isso e usando exatamente quem.
Voltou a negar com a cabeça. – Isso vai dar rolo... – disse a si mesma antes de passar a se servir.
Nota: pra quem não conhece, Can-Can é uma dança em que as mulheres de cabaré interpretaram em Orfeu no Inferno, cujas dançarinas de braços dados uma as outras e vestindo roupas provocantes de tom preto e vermelho com espartilhos erguiam as pernas ao ritmo da música agitada.
