Irônico Destino ocorre no meio do quinto livro, mas precisamente após o Lord das Trevas libertar os Comensais da Morte presos em Azkaban.

É uma fanfic slash, portanto terá lemon em alguns capítulos.

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Irônico Destino

Escrito por Nevilla F.

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Capítulo I – Atritos

Sirius sorria abertamente. É óbvio que detestava ter que compartilhar a Mansão Black com Severus Snape, mas o visível sofrimento de Severus com isso era simplesmente impagável. Engraçado demais. Sem contar que o sorriso de Sirius irritava em demasia o colega Slytherin.

"Está se sentindo bem, Snape?", perguntou ainda sorrindo.

Severus não olhou para ele e nem o respondeu. Ainda tentava entender como havia chegado na situação deplorável na qual se encontrava. O Lord das Trevas descobriu que ele era um espião, então ele teve que aparatar o mais longe possível do ciclo de Comensais da Morte, todos com a varinha apontada para ele. Até onde Severus conseguiu entender sua cabeça tinha virado prêmio e o Comensal que o matasse seria agraciado pelo Lord das Trevas. Aonde eu falhei? Em que momento minha máscara caiu? Como? Como? Ele não cansava se perguntar. Bellatrix! Snape não entendia perfeitamente, mas sabia que Bellatrix tinha algo a ver com isso. Foi apenas uma semana após o Lord das Trevas libertá-la da prisão para Snape ser 'descoberto'. O que? O que a detestável bruxa falou para o Lord das Trevas? O que?

Snape olhou para o relógio. Oito e quarenta e sete da noite. Não estava com sono, mas ficar na sala vendo Black sorrir como se tivesse ganho na loteria o irritava. Na verdade a mera presença de Black o irritava, mas ele recebera ordens diretas de Dumbledore para ficar na maldita casa de Black. Então se levantou devagar e sem ao menos olhar para o outro disse: "Boa noite, Black."

Sirius consultou rapidamente o relógio.

"Já vai dormir?", perguntou curioso, não sorria mais, já que o motivo de sua alegria estava indo embora.

"Sim", disse seco.

"Se sentir fome pode preparar algo na cozinha. Se bem que, nessa última semana você tem comido bem pouco, não?"

Severus já estava no batente da porta quando finalmente olhou para Sirius.

"Não sei por que, mas desde que fui obrigado a permanecer aqui meu apetite minguou."

"É mesmo, Snape? Então porque não sai daqui? Tenho certeza que Voldemort ficará felicíssimo em revê-lo", falou sorrindo debochadamente.

"Vou considerar sua sugestão, Black. Talvez seja melhor encontrar o Lord das Trevas do que ficar sob o mesmo teto com somente você como companhia", disse e rapidamente subiu as escadas para o segundo andar, onde estava o quarto a qual foi designado.

Abriu a porta e entrou no recinto. Uma pequena janela com vista para a rua, duas camas de solteiro de madeira gasta e uma luminária no teto, que fornecia uma luz precária. Ele se sentou na cama mais próxima a porta. Como estava amargurado. Além de estar preso com Black não havia absolutamente nada para fazer. O sentimento de nulidade era forte e ele não estava acostumado com isso. Até ser descoberto ele tinha que se virar com suas três funções: professor, Comensal da Morte e membro da Ordem da Fênix. Agora ele somente era membro da Ordem, mas como não podia sair ele era totalmente inútil. Igual a Black! Que doce ironia do destino, não? Zombava tanto Black, falando que ele era inútil e agora estou na mesma situação que ele, pensava amargurado.

Ele se deitou e fechou os olhos. Estava pensando em como estaria o colégio e seus alunos. Não que ele gostasse de ser professor, era extremamente frustrante tentar, na maioria das vezes sem sucesso, ensinar aquelas crianças, mas sentia falta. Ele passou quase metade da vida lecionando. A verdade é que estava com saudades de Hogwarts, o que o fazia detestar ainda mais estar nessa sombria casa.

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Na sala Sirius também se sentia deprimido, mas não sabia exatamente o motivo. Enquanto Snape estava na sala, tudo parecia menos triste, já que só olhar a cara amargurada de Severus era extremamente divertido. Mas agora que ele tinha ido embora, o Gryffindor se sentia solitário de novo. Jamais admitiria mas ter mais alguém com ele, mesmo esse alguém sendo um Slytherin seboso, diminuía muito sua solidão.

Black se levantou e foi até a cozinha. Vasculhou a geladeira e os armários a procura de alimentos. Não tinha muitas opções, mas ele conseguiu preparar um sanduíche para ele. Mordeu o sanduíche e o gosto estava fantástico, então pensou em Snape. Ele não tinha comido nada a noite toda. Colocou seu sanduíche em um prato e preparou um segundo.

Subiu as escadas para o segundo andar levando um prato com um sanduíche. Andou até ficar de frente ao quarto de Severus. Franziu olhando a porta. O que ele estava pensando afinal? Ele não era o elfo doméstico do seboso. Mas já que o sanduíche estava pronto... Ele bateu na porta duas vezes e em seguida a abriu. Encontrou Snape deitado na cama com os olhos fechados. Então ele estava com sono, pensou. Ele estava se virando para ir embora quando ouviu a voz fria de Severus.

"O que deseja, Black?"

"Já está dormindo?"

"Se estou dormindo e falando então acho que sou sonâmbulo."

Severus abriu os olhos e lançou um olhar duro a Sirius.

"O que veio fazer aqui? Ver se eu estava dormindo?", questionou com zombaria.

Black franziu e teve vontade de ir embora pela falta de educação de Severus. No fim das contas Sirius só estava tentando ser civilizado.

"Trouxe um sanduíche para você", falou e colocou o prato na cama perto dos pés de Snape.

Severus se sentou e deu uma olhada com desdém para o prato.

"E o que colocou exatamente nesse sanduíche?" Sua voz tinha um tom acusatório.

Tom de acusação que não passou desapercebido por Sirius, que explodiu de raiva.

"Que pergunta idiota é essa, Snape? Acha que estou tentando te matar? Deixa de ser ridículo! Tem carne, tomate, pepino e queijo!", respondeu e saiu do quarto batendo forte a porta.

Black foi para seu quarto e trancou a porta quando entrou. Estava se odiando por ser tão idiota. Tentar ser civilizado com Snape? Rá! Só um idiota para acreditar que isso daria certo.

Em outro quarto da casa Severus observava o sanduíche minuciosamente. De fato, tinha pedaços de carne, três rodelas de pepinos e fatias de tomate e queijo dentro do pão de forma.

"Como Black é imaturo", falou consigo mesmo. Afinal, Snape só havia feito uma pergunta. Que mal há nisso?

Ele não provou o sanduíche. Estava lutando contra a fome, pois realmente estava com fome, mas... Por mais estúpido que Black possa ser talvez ele tenha mesmo colocado algo a mais no sanduíche.

"Não. Ele não faria algo tão idiota. Ele sabe que Dumbledore não perdoaria isso. É só um sanduíche."

Reunindo coragem ele pegou o pão e o mordeu.

"Hum..."

Tinha um gosto saboroso. Mas todo mundo sabe que os alimentos ficam com gosto melhor quando estamos com fome. Deu outra mordida. Estava realmente muito bom ou ele estava realmente com muita fome.

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Severus acordou cedo no dia seguinte. Tomou banho, vestiu as roupas e foi para a cozinha preparar o café da manhã. Sirius Black não era o único que podia mostrar civilidade. Já que eles tinham que ficar confinados por sabe se lá quanto tempo, Snape resolveu dar um tempo para as desavenças. Revirou os armários e a geladeira e conseguiu encontrar todos os ingredientes que queria. Então rapidamente começou a cozinhar. Cozinhar era relaxante e extremamente parecido com a arte de fazer poções. Em ambos a gente mistura ingredientes na busca de um novo. Durante o processo precisa esquentar a mistura ou esfriá-la.

Sirius se levantou na hora de costume, lá pelas oito. Penteou rapidamente os cabelos e desceu apenas com uma bermuda até a cozinha para preparar o café da manhã. Ainda nas escadas ele sentiu o cheiro de comida. Snape estava cozinhando? Essa era a primeira vez que ele faria isso desde que chegara.

Black entrou na cozinha e seu estômago se contraiu de alegria ao ver a fartura da mesa. Ovos e bacons fritos, torradas, geléias, bolo e chá. Ele ficou maravilhado vendo a comida. Então a voz de Snape o tirou do mundo maravilhoso da comida.

"O que foi, Black? Nunca viu um café da manhã?"

Sirius tirou os olhos da mesa e olhou para Severus.

"Você comeu o sanduíche, não foi? Agora sou eu que estou desconfiando que realmente coloquei algo no seu sanduíche."

Snape ignorou.

"Sente-se e sirva-se."

O próprio Severus já estava sentado e tomava uma grande xícara de chá.

Sirius se sentou, mas olhava para Snape.

Severus sentiu o olhar do outro, mas não comentou, apenas pegou uma torrada. Depois passou geleia nela e deu uma mordida. Mastigou, engoliu e fitou Sirius, que ainda o encarava.

"Precisa de ajuda para comer, Black? Se pedir por favor eu passo geleia em uma torrada para você", propôs irônico.

Sirius franziu para ele, depois pegou a torrada com geleia que Snape havia dado uma mordida e ainda segurava.

"Se importa?"

Incrédulo, Severus soltou a torrada na mão de Black.

"Você acha que eu coloquei algo na comida?"

Sirius mordeu a torrada, depois pegou a xícara, que ainda tinha um pouco de chá de Snape, e a bebeu.

Severus deu um soco na mesa.

"Responda a minha pergunta. Acha que envenenei a comida?" Seu tom era letal.

Sirius se arrepiou com o tom de voz de Snape, mas não deixou transparecer.

"E se eu achar? Você mesmo não pensou o mesmo de mim ontem? E no final das contas você é o professor de Poções, tem muito mais condições de me envenenar do que o contrario."

Severus fechou as mãos em punho porque elas tremiam. Esse maldito havia acabado de falar que o café da manhã que ele preparou com a maior boa vontade tinha veneno? Isso não ia ficar assim.Snape se levantou com calma.

Black continuava comendo a torrada tranquilamente.

Severus colocou ambas as mãos de um lado da mesa e com um movimento furtivo virou a mesa de cabeça para baixo, fazendo um grande barulho da louça batendo no chão.

Sirius levou um susto, mas fingiu não se abalar.

"Acho que o café da manhã terminou."

Snape não disse nada, apenas saiu da cozinha e se encaminhou para a sala.

Black não resistiu ao impulso e o seguiu.

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Na sala Severus tinha um livro nas mãos e tentava lê-lo, mas estava tão irritado com Black que não conseguia entender uma única frase do que o livro dizia.

Sirius apareceu na porta.

"Devo entender que realmente tinha veneno na comida e você virou a mesa com a intenção de preservar minha vida?", perguntou com crescente deboche.

Snape lhe lançou um olhar homicida.

"Escute..." Black caminhou até a poltrona ao lado do sofá onde Severus estava. "Eu te devo desculpas, está bem? Assim como você também me deve. Nós estamos do mesmo lado. E agora, por uma horrível coincidência do destino, estamos morando juntos. Então o lógico a se fazer é tentarmos nos entender. Pode ser?"

Severus estava impassível quando respondeu: "Acho que enquanto estivermos debaixo do mesmo teto podemos tentar agir como seres humanos civilizados."

E você demonstrou uma genuína atitude de uma pessoa civilizada segundos há atrás, Snape, pensou Black. Então ele só acenou com a cabeça em concordância.

"Eu lamento pelo café da manhã."

Depois de alguns segundos e ainda olhando para o livro Severus falou sem emoção: "Lamento por ter duvidado de você ontem, Black."

Sirius sorriu.

"Pode me chamar pelo primeiro nome se quiser."

Snape lhe lançou um olhar gelado.

"Não exagere, Black."

"Prefere então que eu te chame pelo apelido? Ranhoso?", provocou.

Severus lançou um segundo olhar homicida em Sirius antes de responder.

"Que tal eu chamar você de Black e você me chamar de Snape?"

"Pode ser... Mas se quiser me chamar de Sirius eu não me importo." Fez uma pausa e questionou: "Qual o seu primeiro nome, mesmo?"

"Severus", disse voltando sua atenção para o livro.

"Ah, sim. Me lembrei."

"Sua cabeça não é a mesma desde que voltou de Azkaban."

Sirius se encolheu um pouco. As lembranças da prisão eram terríveis.

"Acho que sim. Vou arrumar a cozinha", falou e se levantou.

"Não", disse Snape.

Black olhou para ele sem entender.

"Eu fiz o estrago, eu conserto."

Continua... : )

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