Nota: O anime Naruto pertence a Masashi Kishimoto... Senão meu nome estaria aparecendo! :P

Um Raio de Luar

Prólogo

Estados Unidos, setembro de 1881

Sasuke Uchiha empurrou a cortina da carruagem para um lado, enquanto passava em frente à Prefeitura. Enfiou a cabeça para fora do veículo e gritou ao cocheiro:

-Corte pela Baxter Street, Kiyomaru.

-Mas ali é o distrito de Five Points, senhor. E já escureceu. – disse o cocheiro.

-Pouco me importo. Faça o que digo – disse Sasuke, cortante.

-Sim senhor.

Kiyomaru chicoteou os cavalos, e o coche virou na próxima esquina.

Sasuke deixou a cortina cair e recostou-se no assento, observando o dia se tornar noite. A lua crescente surgira e ele viu o arcabouço da ponte em Manhattan sobre o East River envolto em sombras. Os labirintos de cabos ainda não conectados pareciam uma aranha gigantesca de encontro ao céu noturno. A qualquer momento aquilo iria desabar, mas Sasuke apostava que a ponte ficaria de pé.

Sasuke Uchiha podia explodir montanhas, construir torres que chegavam ao céu, mas não conseguia impedir que uma criança mendigasse pelos becos escuros de Baxter Street. Seu progresso era bom para sua conta bancária, porém nada valia à alma... Ou ao coração dele que vivia somente para se vingar.

De repente, a carruagem estacou, voltando a avançar no momento seguinte. Sem aviso, a carruagem adentrou em um dos becos sujos, pouco conhecido e voltou a parar em um solavanco, quase fazendo Sasuke cair do assento. Ele voltou a colocar a cabeça para fora.

-Kiyomaru! O que está acon...

Antes que terminasse a pergunta, uma mão delicada e feminina surgiu na janela e encostou um pano úmido em seu nariz. Sasuke conseguiu virar o rosto, mas sentiu o cheiro forte de clorofórmio. Não chegou a ficar inconsciente, porém uma profunda tontura o dominou. Foi então que a porta da carruagem foi aberta.

-Desça, meu camarada, e bem depressa. Ou eu enfio uma bala no seu peito.

Ainda zonzo e lutando contra a náusea, Sasuke desceu, pisando no beco escuro e imundo. À luz da lua, só distinguiu um homem corpulento usando um casaco que cobria metade da sua face e calça enfiada nas botas, segurando uma pequena pistola na mão direita.

Sasuke olhou por cima do ombro esquerdo e viu a silhueta de um segundo homem na boléia do coche, mantendo uma faca no pescoço de Kiyomaru. Alguém ergueu uma lanterna perto de seu rosto, quase cegando-o.

-Olhe para essas roupas, anjo – disse o primeiro homem, deslizando os dedos pela lapela do casaco de Sasuke.

"Anjo" era quem segurava a lanterna, observou Sasuke. Sem dúvida era a mesma mulher que o deixara tonto com o clorofórmio. Uma máscara negra cobria metade do rosto, um lenço de seda cor de rosa escondia os cabelos negro-azulados e ela vestia uma saia de lã marrom e uma jaqueta apertada de veludo verde que delineava a curva dos seios generosos.

A mulher o analisou com frieza, os olhos como brasas surgindo da máscara negra. Sasuke poderia dizer que seu coração era frio, se não fosse a emoção que enxergava nele. Mágoa e reprovação estavam estampadas nos olhos profundos que não havia nada com ele em particular, e sim com todo mundo. Sasuke fitou-a com tanta intensidade que a fez sorrir e desviar o olhar depressa, com certo desconforto.

-Por certo você sabe quem ele é. – murmurou ela, com uma voz, que para surpresa de Sasuke, era musical e educada. – Este é Sasuke Uchiha. O homem que move montanhas, dizem. Constrói túneis e pontes para a Kansas-Pacific. Ou, pelo menos, construía, agora que se tornou milionário.

-Tem razão. É o Uchiha – disse o primeiro ladrão. –Está muito longe da Quinta Avenida, Sr. Move Montanhas.

-Pode ser. Mas vocês não estão tão longe da cadeia de Ludlow. – retrucou Sasuke, sentindo que a atração que a mulher lhe despertara transformou-se em raiva.

-Se quisermos ouvir seus comentários, pediremos. – rosnou o homem mais forte. –Mãos na carteira e relógio e não tente nenhum truque.

Sasuke retirou a carteira do bolso e o relógio de ouro do pulso e entregou ao homem.

-Seu paletó também – ouviu a voz melodiosa outra vez. Sasuke cerrou os dentes, obedecendo lentamente.

-Raios! Estou ficando impaciente. – disse o corpulento.

-Calma! – a mulher correu para o companheiro com a graça de uma bailarina. –Nada de tiros!

Voltou a encarar Sasuke e por uns instantes seus olhos foram iluminados em cheio pela luz da lua. Dois olhos perolados tão brilhantes quanto.

-Dispa-se depressa, senhor, ou mudarei de ideia sobre os tiros. – murmurou quase em tom de súplica.

Sasuke obedeceu e começou a de despir, enquanto ela o fitava sem demonstrar timidez.

-Quem diria! O tratante tem músculos. – zombou o homem, ainda com a faca na garganta do cocheiro. Com muita dificuldade, o Uchiha retirou as botas e as calças, perguntando com audácia:

-A roupa de baixo também?

-Claro – respondeu a mulher, sem a menor cerimônia. – O preâmbulo foi bom. Não me desaponte agora.

-Vamos embora! Não podemos facilitar para que a polícia nos pegue. – o homem, jogando Kiyomaru no chão.

Os dois homens empurraram a mulher, e ela riu. Enquanto os três desapareciam na névoa, Sasuke a ouviu dizer com sua voz musical e zombeteira:

-Terei que usar a imaginação para saber como é sem roupa, sr. Uchiha.

Sasuke estava com raiva e humilhado.

-Fique imaginando, pequena ladra. – murmurou entre os dentes cerrados.

E nesse instante, jurou a si mesmo que um dia ela o veria despido e não precisaria mais imaginar.

Oi õ/ Cá estou eu tentando mais uma vez um SasuHina. Nas duas primeiras fui plagiada, e tive que excluí-las.

Espero que nada dê errado desta vez!

Sasuke nesta fic, vingativo e sensual como sempre. Com certeza já adivinharam quem é a ladra e um dos comparsas, né?

Nossa querida Hinatinha! ^.^ e claro, com um casaco que cobre a metade do rosto, obviamente Shino. =]

No próximo aparecerão os outros personagens, ok?!

Beijos, Lyric T.