CAPÍTULO I
Me virei novamente sob o colchão tentando achar uma posição que me ajudasse a dormir, o que foi inútil. Não consegui. Levantei e massageei minha cabeça como se aquilo pudesse diminuir a quantidade de merda que a ocupava nas últimas semanas...
Arrastei-me até o andar de baixo da toca, frustrado.
Não consegue dormir, irmãozinho? – era Gina, sentada sob o balcão da cozinha com um copo de leite nas mãos.
Não...
Hermione chega amanhã, não é?
É? Sei lá. Pouco me importa. – disse, falsamente distraído procurando por algo pra mastigar.
Eu pensei que vocês... Depois do enterro de Dumbledore...
Não – eu disse, não a deixando completar a frase – e não quero falar sobre isso, Gina. Por que você está acordada? – mudei de assunto.
Harry Potter.
Ele ainda está com aquele discurso de 'eu não posso colocar você em perigo e mimimimimi', né?
Sim, o imbecil acha que eu não vou correr perigo só porque ele não está me agarrando, enquanto todo o mundo bruxo sabe que nós namoramos e... Eu fico realmente emputecida com a capacidade dele de não perceber que com ou sem ele eu sou um alvo fácil.
Gina. Em primeiro lugar: NÃO, absolutamente sob hipótese alguma, formule frases com as palavras 'me' e 'agarrando', relacionadas à VOCÊ e seres humanos do sexo MASCULINO em conversas COMIGO. Ok? – eu disse mostrando essa minha faceta semidesconhecida de irmão ciumento e psicótico.
Haha, desculpe. É que... Eu só queria... Pegar e bater com a cabeça dele na parede até ele se dar conta disso tudo ou... Enfim.
GINA! – eu ri, com a capacidade de minha irmã caçula de ser uma... Que palavra posso usar? Adolescente insana louca maluca doida pirada e potencialmente homicida? Pois é.
Tá, tá... – ela riu.
Atravessei a cozinha, ostentando um falso olhar de reprovação e tentando esconder um sorriso.
Vá dormir, você parece cansada. Eu já vou... Indo.
Ok... O Harry já está dormindo?
Sim – eu disse e me senti mal por vê-la com aqueles olhos tão... Sem vida.
Certo.
Não fique com essa cara. Tudo vai ficar bem. – sorri, tentando lhe passar confiança e em seguida roubei o já esquecido copo de leite em sua mão e bebi.
Ronald!
Obrigado, Gininha.
Devolvi o copo vazio, ainda sorrindo e lhe beijei a testa, subindo as escadas de volta ao meu quarto.
Por cima de meus ombros pude vê-la ainda com um sorriso fraco, pegando mais leite.
Abri a porta e ouvi o ronco do menino que sobreviveu. Deitei na cama e desejei não ter que acordar no dia seguinte e ver aquela que andava atrapalhando meu sono e que também atendia pelo nome de "Hermione J. Granger".
Engraçado pensar que alguém possa fazer um estrago tão grande assim em mim... Engraçado que HERMIONE GRANGER possa fazer um estrago tão grande assim em mim. Até pelo fato de que eu sou alguém com a sensibilidade de uma colher de chá e segundo porque... Bem, porque Ronald Weasley simplesmente nunca teve problemas em dormir, comer e afins.
Mal sabia eu, alguns anos atrás, o quanto era mais fácil discutir com ela, brigar e passar semanas sem se falar... Não digo que era exatamente o que chamaríamos de legal, mas... Era mais fácil do que ter que usar todas as forças do meu corpo pra não fazer alguma besteira... E não estou falando do tipo de besteira que fiz com Lila Brown. E AH! Que conste nos altos: não me orgulho disso. Mas, puta... Ninguém pode me culpar. Eu não estava sendo eu... Quando... Enfim, foi tudo resultado da mistura de uma auto-estima inexistente, um búlgaro imbecil e a mentalidade de um grande idiota, vulgo EU.
Mas ninguém pode dizer que eu já não fui castigado... As feridas causadas pelos pássaros assassinos de Hermione me deixaram belas lembranças em forma de cicatrizes... E eu não a culpo por isso. Ou culpo, mas, bem, não é algo que tenha grande importância.
Eu demorei seis anos pra entender o que está acontecendo, mas... Não sei se estou melhor agora que sei. Aliás, tenho certeza: NÃO ESTOU.
O mundo bruxo está em guerra, eu amo uma garota que me vê apenas como um amigo palhaço e atrapalhado, preguiçoso, idiota e covarde e... tudo bem.
Já levantei muito o meu moral, mas... É que... Eu não sei. Hermione é linda e inteligente e... As pessoas vão morrer e eu... Eu só queria ter coragem pra fazer o que eu tenho que fazer ou pelo menos saber O QUE eu tenho que fazer.
Definitivamente essas semanas não serão fáceis... E enquanto eu não sei o que fazer... A única coisa que posso fazer é... Evitar fazer algo. Faz algum sentido pra vocês? É, pra mim também não, mas... É o que eu vou tentar fazer. Passar o máximo de tempo longe dela até o casamento de Bill e Fleur, pelo menos. O que me lembra outra coisa: roupas de gala e tias chatas, enfim... Estou absoluta e completamente fo-di-do!
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Pensei em começar essa frase com a palavra "galera", mas a abomino profundamente, então... Lá vai a versão oficial:
Hello, everybody.
Esse é o primeiro capítulo de uma fic R/HR, escrita por mim, num momento de ócio profundo e insônia. O resultado não promete ser bom, mas eu adoraria REVIEWS com opiniões, etc e tal. Só assim continuarei postando os próximos capítulos. Espero que vocês gostem e agradeço desde já quem se deu ao trabalho de ler até aqui. Eu, pra falar a verdade, não sei com que freqüência vou postar os capítulos, porque já, já acabam as férias e eu só tenho as noites livres que na verdade não são tão livres pois uso pra me abastecer de comida, fazer higiene pessoal e dormir quando dá tempo, então... É. Boa sorte pra mim e pra quem, por um milagre, gostar do que eu escrevo.
Beijos,
Beau.
