Os Erros Incontestáveis de Tom Marvolo Riddle
Por Lestrange
Sete gritos ecoados. Sete esconderijos procurados. Sete divisões feitas com base na maior dor sentida pelo físico humano. E sete erros.
Sete pedaços de alma lançados ao vento e ignorados por todos.
Tom Riddle era um simples menino silencioso e quieto que todos ignoravam. Anos passaram e a sua mente revelou-se mais brilhante do que uma estrela. Ouvir uma palavra da sua boca ainda era difícil, mas ler as palavras escritas por ele era um contentamento para a alma de cada um. O seu interesse e curiosidade levaram-no a ascender. De tal modo, que se tornou uma rotina, um vício, e, assim, a sua ânsia de imortalidade sobrepôs-se à sua racionalidade.
Horcruxes. A palavra, depois de lida, latejou na sua mente durante dias e noites sem cessar. Roubou-lhe horas a olhar para o horizonte de trevas que se revelava depois da protecção do sol. Parecia o caminho para os seus desejos e a solução para toda a sua angústia. Imortalidade apenas à distância do estilhaço de uma alma e à perdição de uma mente.
Tom era orgulhoso e gostava de fazer as coisas por si mesmo. Talvez por isso tenha cometido tantos erros. Somente as estrelas testemunhavam cada acto impune cometido. A dor tinha sido demasiado agoniante. De cada vez, Tom via o mundo afastar-se de si, porém, regressava ao seu ser ainda mais depressa. Era um alívio no final de tudo saber que estava cada vez mais perto de fugir à morte e era essa a razão que o levava a querer mais e mais. O ciclo da imortalidade. Um ciclo vicioso que ia sempre ao encontro do mesmo: deixar de ser alguém na face à Terra para ser algo demasiado insignificante em todo o universo.
Cada Horcruxe tinha implicado outro e outro. Até aos sete. Ao sétimo, Tom já não sentia. Era um vazio de si próprio. No seu pensamento, comparava-se a um mero átomo num todo. Mas tinha um contentamento: a imortalidade
Qual é custo da eternidade, ainda assim? Tom soube a resposta a uma pergunta adormecida no seu inconsciente: erros. Cada pedaço dividido, cada ritual feito, tinha sido um erro, e tão grandes tinham sido eles. Levaram-no a ser tão mortal como todos os outros. Levou-o a reconstituir-se como um ser completo conseguindo, agora, sentir alguma coisa, nem que fosse o sabor de ser derrotado. Algo que havia sentido, ainda, quando poucos erros tinha cometido.
O caminho para a imortalidade revelou-se tortuoso e cheio de obstáculos, sendo estes os erros que serviram como bases para o ciclo vicioso sem fim. Erros que levaram Tom a correr, tentando afastar-se da tão irrevogável realidade.
Realmente, Tom tentou correr e fugir da temível morte, mas está nem sempre está à vista de todos, pois pode mesmo estar nos mais ínfimos pormenores… pormenores esses, os erros incontestáveis de Tom Marvolo Riddle.
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